Assim como assim, a aviação de caça em Portugal já está obsoleta e desarmada há muitos anos, e não veio mal nenhum ao mundo por causa disso. Mais vale então fechar esse assunto e manter o que está, investindo noutras áreas. É capaz de ser essa a visão de algumas entidades com responsabilidade politica e militar..
Não está "obsoleta", porque os F-16 MLU ainda têm utilidade. O problema tem a ver com a incompetência ao não se adquirir o armamento necessário e/ou em quantidades suficientes para eles.
"Sobrevivemos", porque até então tínhamos apenas guerra contra o terrorismo com que nos preocupar, e nesse nível, os F-16 eram vistos apenas como meio para policiamento aéreo.
Hoje o paradigma é bastante diferente, e é preciso não só ter aviação de caça, mas que esta aviação de caça tenha o devido armamento para ser útil em combate.
A grande diferença aqui, é que um upgrade à frota F-16 é consideravelmente mais barato do que comprar outro modelo de caça, mesmo em segunda-mão. Esta diferença de custos, dá uma margem orçamento para armamento (para F-16 modernizados), enquanto que a outra não a dá.
Se a intenção é uma solução stop-gap, que não rebente com o orçamento, e que permita que se gaste o resto do dinheiro em armamento, então a modernização dos F-16 é a melhor opção.
A única questão, é se deveríamos optar pela modernização V padrão - provavelmente mais barata do que uma modernização "EU" e "one-off", ou se por uma modernização "inferior" ao V, relativamente barata como a turca ou uma israelita.
Eu consigo atirar para cima da mesa uma outra proposta, que assenta na modernização dos F-16 PA I e PA III (22 aeronaves) + um programa paralelo para compra de 12 FA-50/TA-50 (com radar AESA), num programa de "duplo-uso" que visa substituir definitivamente os AJet e ao mesmo tempo substituir os F-16 PA II (posteriormente cedidos à Ucrânia).
Neste cenário altamente improvável, a FAP elevava o nº de caças para 34, por um custo potencialmente inferior à compra de 24-28 Typhoon/Rafale em segunda-mão, ficando com 2 modelos de caça cujos custos de operação são inferiores, ao mesmo tempo que despachava de vez a questão do treino avançado.
Mas isto sou eu a rapar o tacho à procura de soluções alternativas, para o caso dos 6 PA II não justificarem a modernização.