Há uma carrada de notícias a falar em 2 a 3M por avião para instalar o SABR.
Por exemplo:
https://www.militaryaerospace.com/sensors/article/14286223/radar-jet-fighter-aesa
O valor apresentado pelo CEMFA parece mesmo exagerado, e possivelmente seria referente ao preço total do upgrade para 18 aeronaves, e não apenas o radar. Mesmo para o upgrade completo, parece ser exagerado, se tivermos em conta que 1000 milhões por 18, daria um preço unitário da modernização de 55.5 milhões, o que é estupidamente elevado para uma modernização.
No programa marroquino, 985 milhões de dólares para 23 aeronaves, portanto cerca de 900 milhões de euros.
https://www.dsca.mil/press-media/major-arms-sales/morocco-f-16-block-52-upgrade-f-16v-configurationE no caso marroquino, o contrato inclui outro equipamento, e sempre 3 extras de praticamente todos os itens.
Com base neste contrato, conseguimos ter uma ideia do preço dos pods Sniper:
https://www.dsca.mil/press-media/major-arms-sales/poland-sniper-advanced-targeting-podsE conseguimos estimar mais ou menos que os 26 Sniper custarão algo entre os 80 e os 90 milhões.
Mesmo contando com a inflacção, o nosso programa provavelmente seria bem mais barato.
Este do Bahrain é bem mais caro (e mais antigo), para 20 aeronaves. Mas inclui mais extras, entre armamento, pods, motores, etc:
https://www.dsca.mil/press-media/major-arms-sales/government-bahrain-upgrade-f-16-block-40-aircraft-f-16v-configurationDe notar as quantidades de armamento extremamente reduzidas.

O dos gregos (média de 19 milhões/unidade):
https://www.dsca.mil/press-media/major-arms-sales/government-greece-upgrade-f-16-aircraft-f-16-block-v-configurationOu o CEMFA foi induzido em erro com algum contrato mais chorudo que envolvia uma carrada de "extras" (que nós habitualmente não compramos), ou tirou da cartola aquele número exagerado.
Expliquem-me uns "detalhes": se consideramos o F16V (ie o upgrade dos PAI) quando é que estes ficarão relegados para missões "auxiliares", ie ninguém os irá querer em missões tipo "Baltic Air Policing"? E, para comparação, os Rafale e/ou Gripen?
Parece-me que a Força Aérea está mesmo apostar tudo no F35, "atropelando" a hipótese "V", etc.
Para o BAP os F-16M ou V chegariam bem. O BAP é uma missão realizada em tempo de paz, e como interceptor o F-16 é superior ao F-35, e também mais barato de operar e sustentar "lá longe". Onde o F-16 será relegado para segundo plano, é em missões mais arriscadas, seja em contexto de soberania, seja em conflito. Não existe um "prazo" para isto acontecer, e vai depender mais de factores externos do que outra coisa.
Também de notar que a utilidade de qualquer caça de geração 4/4.5, depende muito do armamento que lhe seja integrado. Do ponto de vista de dissuasão e/ou combater uma guerra, existe uma grande diferença entre ter F-16M/V com armamento stand-off por exemplo, e ter F-16 apenas com bombas guiadas.
A duvida que tenho, remete-se à falta de clarividência. Tanto se fala em 5500 milhões para 27 F-35, mas também já se chegou a falar de comprar um batch inicial de 20 aeronaves, e um segundo batch já na década de 40 de outras 20. Podia-se era fazer uma encomenda em 2025, sem que seja uma encomenda "completa" de 5500 milhões, mas sim de 12-16 F-35, para iniciar a transição e atingir a IOC, e só depois de ter esta complicação fora do caminho, comprar na década de 40 um batch de 16-20 (totalizando 32).
Depreende-se que aqueles 5500 milhões, seriam numa aquisição das aeronaves todas (27?) de uma só vez, e nesse caso, não teríamos sequer a modernização do F-16 em cima da mesa.
Acho que seria prudente a FAP equacionar outros moldes, nomeadamente em 2 batches, e manter em cima da mesa o upgrade dos F-16 PA I, sabendo que o segundo batch de F-35 só chegaria algures entre 2040-45.
Se não fizerem isso, correm o risco de ficar sem nada.