Um héli é muito mais vulnerável em CAS que um ST, disso não tenham dúvidas.
Olha que depende. Se tiveres cobertura sob a forma de edifícios, montes, árvores, o helicóptero apresenta soluções que o ST nem sonha. A isto acresce que um helicóptero com canhão de 30mm, tem que se aproximar menos dos alvos do que um ST com as suas metralhadoras/canhões, além de ser uma arma mais eficaz contra pessoal e veículos. O ST sempre que quiser disparar as metralhadoras e/ou canhões, tem que voar em direcção ao alvo, e este perfil de voo é dos mais perigosos para um piloto, onde um tiro de sorte do adversário pode estragar o dia.
De resto, para um país que queira levar a sério CAS em África, UCAVs são o futuro, que cumprem durante mais tempo, e não coloca lá um piloto em risco.
Além disso, é mais lento e mais caro de operar.
Sim é mais lento e caro de operar. Mas quando falamos de custos de operação, a comparação não é helicóptero vs ST, é o custo de ter no TO um maior número de helicópteros da mesma família (por exemplo 6 UH-60) vs helicóptero + ST (que podia ser qualquer coisa como 3/4 de cada).
A velocidade é relevante, mas também o são as distâncias. O ST precisa no mínimo de uma pista de terra batida para operar, o que limita o número de localizações no TO para eles, já um heli precisa apenas de uma clareira e pouco mais. Ou seja, se a base dos STs estiver a 100km de distância da área de operações, e uma qualquer base de helicópteros estiver apenas a 50km, a vantagem do ST em velocidade perde-se.
Deixem lá os hélis para transporte, treino e SAR…
Não podemos. Um país que quer ter uma força anfíbia, vai precisar de um meio aéreo com algum poder de fogo VTOL, capaz de realizar CAS às forças desembarcadas. Também não faz sentido abdicar da capacidade VTOL armada, que em N cenários te permite fazer alguma forma de CAS/ataque sem estar dependente de uma pista.
a partir do momento em que a opção (certa ou errada) é feita por juntar treino e CAS numa mesma aeronave, digam-me lá quais são as alternativas realistas, e com alguma (pouca, muita, não sabemos ao certo ainda) incorporação nacional…
A questão é que nem precisava de ser opção, pois em 20 anos de luta contra o terrorismo, nunca se pensou no assunto, não é agora, que o mundo se está a virar para conflitos de alta intensidade multi-domínio, que o devíamos fazer.
Precisam de usar STs ou outra aeronave similar para CAS em África? Peçam aos países africanos ou sul americanos que já usam este tipo de aeronave, para o fazer. Se a missão fosse assim tão urgente e esta uma necessidade prioritária, acham que iam ficar à espera que Portugal demorasse 5-7 anos a decidir
o que vai fazer, ao invés de pedirem a países que já possuem esta capacidade? Porque raio é que temos de ser nós a ter essa responsabilidade, quando há tantos países que já possuem essa capacidade? Só na CPLP tens o Brasil e Angola com este tipo de meio, Portugal não precisa desta capacidade, podendo e devendo contribuir de outras formas. Não faz sentido esbanjar dinheiro nisto.
Se querem tanto STs, por questões de obrigação, então que seja uma quantidade qb para treino, e sem a missão CAS. A última coisa que precisamos, é que esta esquadra mame recursos e pessoal que devia ser empregue nas restantes.
Quanto à incorporação nacional, bem, é difícil saber quando nem sequer se deixou mais nenhum fabricante apresentar propostas.
quanto a questão do concurso, admite-se não se fazer para o F-35 e tem que se fazer para treino+CAS porquê?
Para o F-35 "admite-se", porque este não tem concorrente. Se a intenção é dar o salto para a 5ª geração, que é o procedimento natural, e só há um concorrente, fazer o concurso de nada adianta.
O ST não é a única opção de treino + CAS, ou de treino só, ou de CAS só. É irracional fazer um ajuste directo a não ser que seja uma compra de oportunidade (e mesmo assim, pelo valor que se vai gastar, era perfeitamente aceitável abrir as portas a contrapropostas, dado ser um sector competitivo).
Tudo o resto, resume-se a uma péssima definição das prioridades, numa altura em que cada vez vemos mais lacunas nas nossas FA para os TOs actuais e futuros. Ter como 3º programa mais caro da LPM 2023-2034 a aquisição de aeronaves COIN, é absurdo.