A questão é mesmo essa são meios que foram "comprados"/existem (AJ) e até agora nunca foram destacados ou estão longe de cumprir a totalidade da sua missão (ok, excepto os koalas)
Os AJ quando ainda estavam na 301 nunca foram destacados, porque nunca houve a necessidade (não decorriam conflitos de alta intensidade), e estavam obsoletos para combater ameaças assimétricas (por não utilizarem armamento guiado). Enquanto aeronaves da Esquadra 103, ainda menos, pois a quantidade de aeronaves permitia cada vez menos tais aventuras, como a sua missão passou a ser apenas treino.
Os Merlin são 8 "civis" e 4 "militares", dados os problemas com as frotas, e a exigência da SAR, os 4 militares limitam-se primariamente a missões civis.
Os Koala são totalmente civis, e a aquisição,
à semelhança do que era suposto ser uma aquisição de uma aeronave "stop gap" para a 103, vieram com o intuito de treino e pouco mais. Ou seja, o programa era suposto ser barato, e foi barato, não se comprou uma quantidade excessiva (até se comprou abaixo do necessário), nem se inventaram missões para a aeronave, nem andaram a certificar pilotos da dita aeronave para missões hipotéticas que nunca vão realizar.
Se a compra dos ST devia ser mais ou menos semelhante à dos Koala (quantidade qb, barato, sem excessos nem invenções), optam por fazer o oposto, comprando uma quantidade superior ao necessário, com um custo superior ao aceitável, e à pala de uma suposta função CAS, que obriga a que se gastem milhões a treinar/certificar pilotos para missões de combate nesta aeronave (centenas ou milhares de h/voo), além dos milhões em equipamento e armamento guiado para permitir a utilização desta aeronave em combate.
Podem muito bem tirar o critério "CAS em África" da lista, e reduzir a quantidade para 8 aeronaves, e ficamos bem. A poupança aqui (de no mínimo 50 milhões), permitia reforçar a verba para os helicópteros de evacuação.
Por acaso até acho que o pensamento será mesmo este. Não esquecer que também ficaremos com 35% de toda a manutenção dos ST de África e do Médio Oriente.
Este tópico é interessante porque tem 1 ano e nesse ano houve no máximo 3 ou 4 momentos para falar sobre ele e no entanto é dos tópicos mais ativos do fórum. Quantas vezes e por quantas maneiras diferentes é que o pessoal consegue dizer mal de um programa com investimento quase residual na grande esquema das coisas?
Onde é que foi dito isso dos 35%?
E fingindo que é verdade, como é que seriam contabilizados esses 35%? No número de aeronaves, ou no nº de clientes?
E deixa-me adivinhar, nós ficamos com a parcela dos ST do Afeganistão? Vamos negociar com os Talibans? E dos países africanos, ficaríamos encarregues da manutenção dos ST de países que possuem poucos e que são maus pagadores? Grande negócio realmente, garantíamos a manutenção de, no máximo, 15-20 STs de outros países, se tantos, e isto é o suficiente para não dar sequer oportunidade de ver que outros fabricantes de aeronaves de treino avançado poderiam propor.
Já o investimento ser "residual", epá, escusas de mentir tanto. Não só representa quase 5% de toda a LPM, é cerca de 50% da verba anual alocada para reequipamento, como
é o 3º programa de reequipamento mais caro da actual LPM, a seguir aos KC e aos NPO, e estamos a falar de uma verba bem superior ao disponível para toda a alínea "Luta Aérea Defensiva e Ofensiva" (158M de 2023 a 2034).
A "verba residual" para os ST, corresponde a 4x a verba dos helis de evacuação.
10x a verba da compra de AIM-9X.
6 ou 7x a verba do programa SHORAD.
3 ou 4x a verba para a substituição dos M114.
É preciso mais?
De residual não tem nada. Numas FA com tantas lacunas, ter o terceiro programa mais dispendioso na compra de avionetas COIN em pleno século XXI, é completamente descabido.