É necessário ter aviões de formação... a Embraer fez o seu trabalho - "projecto de país irmão, viram como a parceria no KC390 correu bem, vamos fazer uma versão NATO e será Portugal a ter a "produção" desta versão, etc" - e o governo decidiu: "comprado e ainda temos capacidade CAS de bónus!"; depois é apenas arranjar comunicação para provar como temos necessidade de CAS a hélice. Agora que isto não pode ser apenas obra dos políticos e que teve cobertura (ou origem!) na Força Aérea...
Tal necessidade não existe. Tiveram 20 anos de luta contra o terrorismo, cenário ideal para ter aquele tipo de aeronave, e nunca esteve em cogitação uma plataforma dedicada a COIN, e agora que o mundo se vira mais para conflitos de alta intensidade, é que os pacóvios se lembram de avionetas COIN?
Façam favor de não nos fazer passar por otários.
O ST aparentemente vai permitir fazer treino até aos aviões de 5ª geração com realidade aumentada. E o treino que falas é o JTAC. Quem é treinado é tanto (ou mais) o pessoal de terra como os pilotos.
Já sabemos, o ST faz tudo e mais alguma coisa, inclusive ir à Lua com um depósito. Mas no mundo real, a própria FAB já pensa em arranjar uma aeronave de treino avançado a jacto. Mas lá está, para nós o ST já serve.
E pois claro, se numas FA que deviam ter F-16, P-3, UAVs armados e helicópteros armados, realmente é mesmo necessário ter ainda outra aeronave para treinar pessoal de terra para manusear armamento. Tá certo.
Os ST também só precisa de formar uma esquadra (semelhate ao que havia nos alphajet) se assim for intenção.
Essa "uma esquadra" tem muitas variáveis. Uma coisa é teres que adquirir 6 STs estritamente para treino. Outra é adquirires 12 porque alguém se lembrou de os querer usar em CAS. É só uma diferença de quê, 60-100 milhões? Fora o resto, em termos do treino de pessoal, para haver capacidade de criar destacamentos com os ditos ST.
Hoje em dia o treino de armas é mais do que lançar bombas, e o que ouvi foi aproveitar a plataforma do ST para fazer treino computadores/armas (ambientarem-se ao controlos e informação dos sensores/radares) e com vários pods e até com missies. Uma vez que os procedimento seriam muito semelhantes.
Não estou com isto a defender os ST, só estou a referir o porque da opção dos ST em relação aos PC-21 ser também válida.
Ninguém diz que o ST não é uma opção válida como as outras, o que se diz é que é estapafúrdio criar-se um falso critério de "CAS", para tentar manipular a escolha a favor de um produto.
Cada vez mais países andam a usar UCAVs para missões COIN, e nós queremos usar uma aeronave tripulada, preferindo pôr em risco a vinda de um piloto "só porque sim". Isto não cabe na cabeça de ninguém.
Quanto ao treino de "ambientação", outras aeronaves fazem o mesmo. Para isso não precisas de um critério CAS para nada, nem de um número de aeronaves superior às necessidades para executar essa missão. E um bom simulador, permite melhor treino num cockpit igual ao real, do que numa aeronave genérica.
A substituição do Alpha Jet por uma aeronave a hélice, podia ser feita com rapidez e por um custo comportável. Não fosse a teima do CAS, que só torna o programa mais caro, já tínhamos o assunto resolvido.
Estamos aqui a falar de formação de pilotos e não a manutenção da certificação dos mesmos, antes de um formando tocar num F-16 tem muitas horas de voo para apreender tudo e mais alguma coisa, idealmente a formação dada em F-16 será apenas para conversão ou treino especifico para F-16, toda a teoria e pratica deverá ser feita antes num conjunto de plataformas mais economicas possivel.
E novamente, para isso não precisas de 12 avionetas COIN, bastam 6-8 aeronaves "normais" para treino. Não serão as metralhadoras .50 dos ST, ou poder lançar bombas, que vão mudar isso, tanto que outros países formam pilotos sem os ditos.
Num País que forma várias dezenas de pilotos por ano compensa ter esquadras esclusivas para formação, no nosso caso pode não compensar (terá de ser a FAP a decidir se prefere investir os seus limitados recursos nesta valencia em vez de outra, pois não há dinheiro para tudo) ter uma esquadra (aeronave a jato) para formar 3 a 5 pilotos por ano. Pode em ultimo caso ficar mais economico aumentar o numero de horas em simulador e fazer o resto no F-16 (single/two seats)
Concordo. Os 200 milhões pela frotazinha de Super Tucanos, pagam a formação dos 3-5 pilotos/ano no estrangeiro, durante uns 20 ou 30 anos. E isto não inclui custos de operação e sustentação da frota. O único senão, é precisamente a questão das vagas.
Uma alternativa, passaria pela criação de uma escola internacional, algo que até agora não foi possível fazer.
Outra alternativa, passa pela aquisição de uma solução "stop-gap" a hélice, que seja capaz de realizar treino para todas ou quase todas as etapas. E aqui podes:
-comprar quantidade QB da dita aeronave, 6-8 unidades, para os Caracóis
-ou comprar uma maior quantidade, 12-16, tanto para os Caracóis como os Roncos
Esta última seria a medida ideal entre poupar dinheiro, e cumprir a missão.
Em vez disso, querem seguir o caminho dos 12 ST para CAS, que com a versão de combate são mais caros, e que mesmo com este número "overkill", não substituem os TB-30.
No fim, a FAP vai operar 3 esquadras de aeronaves de treino a hélice, ao invés de apenas 2. Mas lá está, temos tanto pessoal na FAP, entre pilotos e pessoal de terra, que podemos dar-nos ao luxo de operar 3 aeronaves de treino a hélice, e ainda formar pessoal extra para destacamentos de uma delas. Enquanto isso, as restantes esquadras operacionais à rasca com pessoal!
O que não faz sentido, é formar pilotos de combate, numa aeronave cuja utilidade em combate se limita a ambientes de baixa e muito baixa intensidade. Menos ainda, quando certos UCAVs fazem quase todas as missões do ST, e ainda podem contribuir de forma séria para outras missões e/ou níveis de conflito.
PS: a haver pressão politica para os ST penso que seja pela possibilidade de ester ser montado/finalizado/convertido em spec NATO nas oficinas da OGMA, o que pode ser benefico, pois aparentemente parece não haver muitos interessados mas isso pode mudar (caso dos KC-390, que inicialmente parecia que iamos ser o unico País na Europa a ter e felizmente isso não se confirmou)
Eu nada tenho a ver com a estupidez política. Queriam investir na Defesa, investiam em sectores onde haja realmente mercado. Para o KC-390 havia mercado e pouca concorrência. Para o ST há pouco mercado e muito mais concorrência. Existem N sectores da Defesa com muito mercado, e esses sim compensam um investimento e produção nacional.
Não quiseram alinhar na produção de munições, com elevadíssima procura, mas querem investir na produção de 12 avionetas COIN que cada vez menos procura têm. Tá certo.
PS2: De referir que penso que caso a Embraer perceba que o ST pode vir a ser uma boa alternativa na Europara para aeronaves de treino e caso haja interessados (PT), pode facilmente criar uma actualização onde são aumentadas as potencialidades como aeronave de treino tornando esta proxima do potencial do PC-21.
Mas em que é que isso nos obriga a comprar os Super Tucano para CAS? Se a Embraer tem assim tanta confiança que é capaz de produzir um ST equivalente ao PC-21 para treino, para que é que nós temos que gramar com a versão de combate? Faziam um concurso para 8 aeronaves, e participavam o PC-21, o ST numa versão NATO para treino, e outros concorrentes, e deixavam o critério CAS de lado.