Realmente, a estupidez não tem limites. E fica visto que, enquanto o Obelix caiu no caldeirão da poção mágica que lhe dá força, há pessoas que caíram no caldeirão da estupidez. É preciso ter azar!
Agora, qualquer comparação com o caso espanhol, é absurda. Não só eles têm actualmente o F-5 (nós não temos nada), como eles ainda têm o PC-21, que é superior enquanto aeronave de treino ao ST. Ora, se Espanha acha que mesmo com o PC-21 em serviço, é necessário um avião de treino a jacto, nem sequer faz sentido nós pensarmos que o ST, que é inferior, chega perfeitamente.
É o que dá ser estúpido, puxar neste caso os espanhóis para o assunto, e depois ter que enfrentar a realidade de que, o caso Espanhol, só reforça a absurdidade da compra do ST, seja como principal aeronave de treino, seja para o falso critério de CAS.
Inteligente, era comprar meia dúzia de PC-21s e operar em conjunto com os deles, reduzindo custos logísticos, e quiçá fazer um programa de aquisição de uma aeronave de treino avançado em conjunto. Se se optasse por um modelo novo, sempre seriam os 2 países a participar, e não só 1, e teríamos produção de parte relevante da aeronave, aeronave esta que seria produzida em muito maior quantidade.
Produzir 12 STs por cá é estúpido. Seja o avião completo, sejam pecinhas. É abrir uma linha de montagem para uma aeronave que não tem mercado, quando existem outros meios aéreos militares ou civis que seriam muito mais rentáveis de se produzir.
Na classe de "aeronaves de combate lentas a hélice", anda tudo a enveredar pelo caminho de UCAVs, e temos pacóvios por cá que, em vez de procurarem um negócio que permita a produção deste tipo de aeronave, que possui um enorme mercado, preferem fabricar uma dúzia de avionetas e fechar as portas logo a seguir.
Se querem piar sobre benefícios para a economia, tenham a inteligência de fazer uma prospecção de mercado (podem usar a Wikipedia), e depressa vão encontrar sectores da Defesa onde tem muito mais lógica ter uma indústria nacional forte.
Uma vistoria rápida, permitiu-me concluir que ninguém na Europa produz um míssil anti-navio supersónico lançador por aeronaves. O Japão, alinhado com o Ocidente, produz o ASM-3 utilizado pelos F-2. Uma integração deste míssil no F-16, e produção do mesmo sob licença, abre as portas a dezenas de clientes, principalmente se for possível certificar outros caças ocidentais.
E como este, existem N outros casos onde há potencial de mercado para explorar. E todos eles mais lógicos do que avionetas COIN que ninguém anda a comprar dado o foco mundial em conflitos de alta intensidade.