A necessidade de um novo aeroporto para substituir a Portela, começou a ser identificada logo no final da década de 1960. Construida a ponta Salazar, outra grande obra começou a ser pensada.
Desde o primeiro estudo, que não havia grandes dúvidas sobre a localização. A mais simples, mais obvia, menos complicada, eram as planicies da área entre a peninsula de Setubal e o Ribatejo. Não há elevações, e por isso a área é adequada à construção de pistas e áreas circundantes, sem que isso represente problema para a navegação aérea.
O primeiro problema que começou a ser apresentado, foi no final da década de 1970, ainda no governo de Maria de Lourdes Pintassilgo, quando foi publicada no Expresso uma reportagem a afirmar que não se podia construir na margem sul, porque era já evidente que a ponte 25 de Abril estava demasiado longe do aeroporto e que por isso tinha que se gastar dinheiro numa nova ponte para ligar Lisboa ao Montijo, e que portanto, sendo tal obra muito cara, era impossível.
E o tempo passou, e entretanto foi construida a ponte Vasco da Gama.
Parecia que o principal problema tinha deixado de existir, mas ainda a ponte estava a ser construida e logo apareceu o aquifero. Era a água, agora era a água que fazia com que não se pudesse construir um aeroporto numa planície.
É então que ganha força o aerporto na Ota, com as grandes construtoras, que tinham ganho muita dimensão com as obras da década de 1990. a forçar a Ota como solução, ocultando que, para construir o aeroporto, era preciso essas construtoras removerem montanhas inteiras, para que a pista e área de aproximação a norte sequer pudessem funcionar.
Foi preciso aparecer um piloto da TAP num programa de televisão, a falar grosso e a mostrar que a Ota era não só cara, como infinitamente perigosa para a segurança, que as construtoreas desistiram e abandonaram a ideia.
Mais recentemente, tentam tudo, absolutamente tudo para acrescentar opções, uma das quais, deveria ser auditada internacionalmente e investigada pela Policia Judiciária, que é a opção de Santarém.
É desonesto que estes pseudo projetos não tenham em consideração a mais simples e mais básica das realidades.
São pouquíssimos os aeroportos europeus (e não só) a MAIS DE 30KM do centro da cidade que servem.
Madrid-Barajas: 14 / 16km
Barcelona El Pratt : 12 / 15km
Paris Charles de Gaule : 22 km
Paris Orly: 16 km
Frankfurt : 10km
Berlim - Schonefeld : 20km
Londres Eathrow : 20 / 24 km
Roma - Fiumiccino : 22 km
Nova Iorque / JFK - 20km
Newark (NJ) : 18km
São Paulo / Guarulhos : 24km
Excepções:
Londres - Gatwick : 38km
Estocolmo - Arlanda : 36km
Nas contas dos engenheiros da terra de Santa Maria :
Beja: 130km
Santarém-Várzea : 65km
Vendas Novas : 60km
O fator da proximidade, é sempre o principal, aquele que as pessoas têm em consideração. Os outros são todos secundários.
Esta gente neste país, sinceramente não tem vergonha na cara, não sabe olhar para um mapa, não quer saber do que se passa no mundo.
Parece que só olham para a carteira, e tentam lixar o país, da forma que lhes der mais lucro