(No caso de um desembarque anfíbia português, as ondas seriam o menor dos nossos problemas, já que nenhum navio português conseguia aproximar-se da costa o suficiente para fazer um desembarque anfíbio, sem ser afundado.)
Atenção que nos Fuzos, estas viaturas não seriam para desembarcar em praias. No máximo poderiam desembarcar em praias como as da Arrábida (praticamente sem ondas). De resto, a capacidade anfíbia permitia dar aos Fuzileiros um meio capaz de transpor cursos de água, e treinar/criar doutrinas com viaturas blindadas anfíbias. A isto acresce o facto de que seria uma viatura blindada que pode ser transportada por UH-60 - logo pode seguir a actual doutrina dos Fuzos, que tem mais ênfase em aerotransportabilidade.
Eu diria que nem na Arrábida, porque aí, há uma outra coisa grave, especialmente quando a maré está a encher, chamada corrente.
Estes veículos não têm qualquer utilidade como anfibios numa praia, mesmo uma praia sem ondas, e com mar-chão, é problemático...
Sem capacidade anfibia as VBL são URO-VAMTAC despromovidos.
Relativamente aos drones terrestres, eu ouvi há uns tempos um numero de comentários sobre a gurra na Ucrânia no The Telegraph onde a questão foi referida.
Segundo os especialistas, no terreno, os próprios ucranianos, os drones terrestres não têm qualquer utilidade ainda que sejam muito mais sofisticados que os drones aéreos.
O custo de um drone terrestre é de vinte a cinquenta vezes maior que o de um drone aéreo. A capacidade dos drontes kamikaze permite destruir com facilidade os drones terrestres, por uma fração infima do custo de um drone terrestre.
Todo o paradigma das operações de reconhecimento está em modificação constante...
Os drones aéreos controlam agora o campo de batalha. Não se pode passar por cima disso.
Ontem vi imagens de tropas especiais portuguesas a treinarem com drones, dentro de uma casa, para identificar o inimigo.
Aquilo deu pena.
Num ambiente de guerra, aqueles militares, rapidamente se transformariam em estatística.
A mais triste e problemática realidade do exército em Portugal, é que historicamente sempre se atrasou dramáticamente e sempre teve que ser completamente reconstruido.
Os oficiais não aceitam ideias novas e não são capaz de ceder a sua posição a pessoas mais novas.
Isto é assim desde que abandonámos a configuração dos Tércios com o conde de Schomberg, até à I guerra mundial, depois a II guerra mundial, com forças armadas preparadas para combater a primeira.
Depois na guerra em África, com o exército preparado para combater como na II guerra ...