É essa inconsistência que me faz confusão. Primeiro querem investir nas capacidade holísticas e disruptivas, deixando a capacidade de combate para 3º plano. As aquisições mais recentes são essencialmente navios semi-militares, não se adquirindo absolutamente nada de meios combatentes. Mesmo com aquisições planeadas de 2 AORs e 1 PNM, e ainda acham que a prioridade, mesmo com estes 3 navios, é adicionar ainda outro navio logístico (NAVPOL).
Os 4 actuais NPOs e os 6 encomendados, continuarão a não ser propriamente navios militares, e não existe um plano para lhes conferir alguma capacidade de autodefesa sequer.
Chegamos às fragatas, 2 com uma modernização reles, 1 encostada, e 2 com uma modernização igualmente reles planeada. Relativamente às reservas de munições:
-Nas BD, ainda podemos considerar que as munições a adquirir são minimamente relevantes, se incluírem 30mm (Goalkeeper), 76mm, ESSM Block II (e até Block I), Harpoon Block II (e modernização dos originais), e torpedos Mk-54 (e/ou kits de modernização para Mk-46).
-Nas VdG, pós-MLU, só são relevantes as munições de 20mm dos Phalanx, e eventualmente torpedos Mk-54. De resto, munições de 100mm provavelmente já nem se fabricam na Europa (e mesmo que se fabricassem, é uma arma obsoleta), não está planeada a modernização dos Harpoon, nem a inclusão dos ESSM, e não faz sentido adquirir SeaSparrow descontinuados, e Harpoons só fazia sentido se fossem para modernizar. Estes mísseis nas versões originais só faziam minimamente sentido se fossem cedidos ou comprados a custo simbólico.
Se o CEMA agora quer uma Marinha de Guerra, que faça por isso. Não é a recrutar pessoal para guarnecer navios obsoletos que o vai ter, nem é a adquirir munições para armamento obsoleto que o vai conseguir. Qualquer MLU às VdG (como uma solução "barata" para anular a obsolescência do ramo), teria que incluir forçosamente 1 Mk-41 + ESSM Block II, torpedos modernizados (Mk-54), Harpoon modernizados (Block II) e substituição da peça de 100mm por uma de 76mm (nem que fossem Compact em segunda-mão). Dados os custos de uma modernização deste calibre, teria duas opções:
-encomendar fragatas novas
-comprar fragatas "semi-novas" aos italianos
-comprar fragatas em segunda-mão disponíveis no mercado, como as M holandeses e/ou as Anzac australianas.
Se a solução ideal era sempre comprar fragatas novas, esta última é boa para quem quer resolver o assunto a curto prazo. E permite até "jogar" com os números. Dependendo da ambição da MGP, a Marinha podia de ambicionar ficar com 6 fragatas (2 BD, 2 VdG modernizadas e 2 Anzac ou 4 M + 2 Anzac), podia querer manter o número de 5 fragatas (3 M + 2 Anzac).
Agora não dá é o CEMA vir falar da possibilidade participar em conflito real, e depois não tentar fazer nada para emendar a falta de capacidade de combate da Marinha.