União Europeia

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mayo

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Re: União Europeia
« Responder #570 em: Outubro 22, 2025, 11:29:05 pm »
O financiamento russo já é bastante antigo.


Esses parasitas dos media só esqueceram-se de dizer que os bancos franceses e da UE recusaram emprestar dinheiro ao FN e depois ao RN para financiar as campanhas das eleições ! !  :bang:

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Duarte

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« Última modificação: Outubro 22, 2025, 11:32:24 pm por Duarte »
слава Україна!
“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower".
"Every country has its own Mafia. In Russia the Mafia has its own country."
"L'union fait la force."
https://www.paypal.com/donate?campaign_id=STAHVCFBSB66L
 
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Re: União Europeia
« Responder #572 em: Outubro 23, 2025, 12:42:14 am »
O financiamento russo já é bastante antigo.


Esses parasitas dos media só esqueceram-se de dizer que os bancos franceses e da UE recusaram emprestar dinheiro ao FN e depois ao RN para financiar as campanhas das eleições ! !  :bang:
Um gajo com QI superior diz e acredita nisto é do nível chalupa do facebook, então na união europeia têm centenas de bancos e todos recusaram? E num mundo onde existe milhares de bancos só os bancos russos a financiavam  :mrgreen:
No facebook a tua cartilha pode passar mas aqui estamos num forum se discute forças armadas e geopolítica.
Ninguém avisou secalhar o BES a financiava  ::)
 
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mayo

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Re: União Europeia
« Responder #573 em: Outubro 23, 2025, 04:43:59 pm »
O financiamento russo já é bastante antigo.


Esses parasitas dos media só esqueceram-se de dizer que os bancos franceses e da UE recusaram emprestar dinheiro ao FN e depois ao RN para financiar as campanhas das eleições ! !  :bang:
Um gajo com QI superior diz e acredita nisto é do nível chalupa do facebook, então na união europeia têm centenas de bancos e todos recusaram? E num mundo onde existe milhares de bancos só os bancos russos a financiavam  :mrgreen:
No facebook a tua cartilha pode passar mas aqui estamos num forum se discute forças armadas e geopolítica.
Ninguém avisou secalhar o BES a financiava  ::)

És estupido o que ? Sabes ler ?  Está escrito que o unico banco da UE que emprestou dinheiro ao RN foi um banco checo-russo !

Ps  em França, a lei diz, que para as campanha eleitorais , só se pode pedir dinheiro a bancos da UE !
« Última modificação: Outubro 23, 2025, 04:46:57 pm por mayo »
 

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Cabeça de Martelo

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Re: União Europeia
« Responder #574 em: Outubro 23, 2025, 05:00:27 pm »
Os últimos empréstimos bancários do partido foram estrangeiros (um de uma "banque européenne" de nacionalidade não especificada para a campanha presidencial de 2022, no valor de 10,6 milhões de euros, e outro russo de 2014.

Quanto apostam que o tal banque européenne é apenas uma fachada de algum banco russo na UE...

Mayo eu não sei francês, o que é que fala este artigo?

https://www.lemonde.fr/les-decodeurs/article/2025/09/04/le-parlement-europeen-pourrait-reclamer-plus-de-4-millions-d-euros-au-groupe-du-rn-accuse-de-detournements-financiers-a-bruxelles_6638947_4355770.html
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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mayo

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Re: União Europeia
« Responder #575 em: Outubro 23, 2025, 05:32:42 pm »
Os últimos empréstimos bancários do partido foram estrangeiros (um de uma "banque européenne" de nacionalidade não especificada para a campanha presidencial de 2022, no valor de 10,6 milhões de euros, e outro russo de 2014.

Quanto apostam que o tal banque européenne é apenas uma fachada de algum banco russo na UE...

Mayo eu não sei francês, o que é que fala este artigo?

https://www.lemonde.fr/les-decodeurs/article/2025/09/04/le-parlement-europeen-pourrait-reclamer-plus-de-4-millions-d-euros-au-groupe-du-rn-accuse-de-detournements-financiers-a-bruxelles_6638947_4355770.html

O banco russo, é um banco checo-russo !

O artigo  desse farrapo que é o Monde, fala do pseudo dinheiros desviados pelo RN no parlamento europeu !

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Cabeça de Martelo

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Re: União Europeia
« Responder #576 em: Outubro 23, 2025, 06:07:21 pm »
A sério, desvios?!...

Que chatice quando os pudicos são tão ou mais corruptos que os que eles acusam de ser o "sistema".
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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mayo

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Re: União Europeia
« Responder #577 em: Outubro 23, 2025, 06:28:46 pm »
A sério, desvios?!...

Que chatice quando os pudicos são tão ou mais corruptos que os que eles acusam de ser o "sistema".

Não sei, o Bayrou foi acusado do mesmo e acabou 1er ministro ! Por isso , penso que não é nada de grave !

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Ghidra

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Re: União Europeia
« Responder #578 em: Outubro 23, 2025, 10:56:33 pm »
O financiamento russo já é bastante antigo.


Esses parasitas dos media só esqueceram-se de dizer que os bancos franceses e da UE recusaram emprestar dinheiro ao FN e depois ao RN para financiar as campanhas das eleições ! !  :bang:
Um gajo com QI superior diz e acredita nisto é do nível chalupa do facebook, então na união europeia têm centenas de bancos e todos recusaram? E num mundo onde existe milhares de bancos só os bancos russos a financiavam  :mrgreen:
No facebook a tua cartilha pode passar mas aqui estamos num forum se discute forças armadas e geopolítica.
Ninguém avisou secalhar o BES a financiava  ::)

És estupido o que ? Sabes ler ?  Está escrito que o unico banco da UE que emprestou dinheiro ao RN foi um banco checo-russo !

Ps  em França, a lei diz, que para as campanha eleitorais , só se pode pedir dinheiro a bancos da UE !
Mas queres fazer outros idiotas o quê? Isto é tão idiota nem existe bancos que emprestam dinheiro a partidos iguais aos da le pen por essa europa fora. Queres comer esta história para fazer dormir idiotas tudo bem agora vir aqui impingir é outra coisa... Se estava tão mal de bancos fosse falar com os amigos do orban  :mrgreen: pelos vistos também recusaram. Que argumentos tão idiotas chega ao nível de doença mental
« Última modificação: Outubro 23, 2025, 11:28:00 pm por Ghidra »
 

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Re: União Europeia
« Responder #579 em: Outubro 24, 2025, 12:03:42 am »
O financiamento russo já é bastante antigo.


Esses parasitas dos media só esqueceram-se de dizer que os bancos franceses e da UE recusaram emprestar dinheiro ao FN e depois ao RN para financiar as campanhas das eleições ! !  :bang:
Um gajo com QI superior diz e acredita nisto é do nível chalupa do facebook, então na união europeia têm centenas de bancos e todos recusaram? E num mundo onde existe milhares de bancos só os bancos russos a financiavam  :mrgreen:
No facebook a tua cartilha pode passar mas aqui estamos num forum se discute forças armadas e geopolítica.
Ninguém avisou secalhar o BES a financiava  ::)

És estupido o que ? Sabes ler ?  Está escrito que o unico banco da UE que emprestou dinheiro ao RN foi um banco checo-russo !

Ps  em França, a lei diz, que para as campanha eleitorais , só se pode pedir dinheiro a bancos da UE !
Mas queres fazer outros idiotas o quê? Isto é tão idiota nem existe bancos que emprestam dinheiro a partidos iguais aos da le pen por essa europa fora. Queres comer esta história para fazer dormir idiotas tudo bem agora vir aqui impingir é outra coisa... Se estava tão mal de bancos fosse falar com os amigos do orban  :mrgreen: pelos vistos também recusaram. Que argumentos tão idiotas chega ao nível de doença mental

 Não fales do que não sabes !
É assim na pseudo-democracia francesa e por a UE fora  !

https://www.ouest-france.fr/politique/marine-le-pen/presidentielle-marine-le-pen-en-difficulte-pour-financer-sa-campagne-ecrit-a-emmanuel-macron-00fac872-178d-11ec-9f73-6fd91ee9f0dd

https://www.lefigaro.fr/politique/le-scan/decryptages/2014/11/24/25003-20141124ARTFIG00320-comment-le-fn-justifie-son-emprunt-russe.php



Informa-te  estupido ! Deixa de ver a CNN !
« Última modificação: Outubro 24, 2025, 12:12:31 am por mayo »
 

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Ghidra

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Re: União Europeia
« Responder #580 em: Outubro 24, 2025, 08:34:43 am »
O financiamento russo já é bastante antigo.


Esses parasitas dos media só esqueceram-se de dizer que os bancos franceses e da UE recusaram emprestar dinheiro ao FN e depois ao RN para financiar as campanhas das eleições ! !  :bang:
Um gajo com QI superior diz e acredita nisto é do nível chalupa do facebook, então na união europeia têm centenas de bancos e todos recusaram? E num mundo onde existe milhares de bancos só os bancos russos a financiavam  :mrgreen:
No facebook a tua cartilha pode passar mas aqui estamos num forum se discute forças armadas e geopolítica.
Ninguém avisou secalhar o BES a financiava  ::)

És estupido o que ? Sabes ler ?  Está escrito que o unico banco da UE que emprestou dinheiro ao RN foi um banco checo-russo !

Ps  em França, a lei diz, que para as campanha eleitorais , só se pode pedir dinheiro a bancos da UE !
Mas queres fazer outros idiotas o quê? Isto é tão idiota nem existe bancos que emprestam dinheiro a partidos iguais aos da le pen por essa europa fora. Queres comer esta história para fazer dormir idiotas tudo bem agora vir aqui impingir é outra coisa... Se estava tão mal de bancos fosse falar com os amigos do orban  :mrgreen: pelos vistos também recusaram. Que argumentos tão idiotas chega ao nível de doença mental

 Não fales do que não sabes !
É assim na pseudo-democracia francesa e por a UE fora  !

https://www.ouest-france.fr/politique/marine-le-pen/presidentielle-marine-le-pen-en-difficulte-pour-financer-sa-campagne-ecrit-a-emmanuel-macron-00fac872-178d-11ec-9f73-6fd91ee9f0dd

https://www.lefigaro.fr/politique/le-scan/decryptages/2014/11/24/25003-20141124ARTFIG00320-comment-le-fn-justifie-son-emprunt-russe.php



Informa-te  estupido ! Deixa de ver a CNN !
Portanto nem Orban  e seus amigos  emprestam dinheiro para a le pen bom saber :mrgreen: e depois sou eu vivo numa bolha...
« Última modificação: Outubro 24, 2025, 08:35:38 am por Ghidra »
 

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mayo

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Re: União Europeia
« Responder #581 em: Outubro 24, 2025, 11:28:32 am »
Por acaso se tivesses lido saberia que um banco húngaro , também emprestou dinheiro ao RN !

Uma coisa que parece não te importar, é que um partido , que é o 1er partido em França , não possa pedir um empréstimo num banco francês e tenha dificuldades num banco europeu !  :bang:
« Última modificação: Outubro 25, 2025, 06:30:13 pm por mayo »
 

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Re: União Europeia
« Responder #582 em: Outubro 25, 2025, 06:33:10 pm »
Está tudo dito : Os federastas da UE querem a guerra contra a Russia para passar a um Estado Europeu com um exercito europeu ! Estes doentes mentais vão mais é acabar pendurados a uns postos !


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Malagueta

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Re: União Europeia
« Responder #583 em: Hoje às 02:34:07 pm »
https://eco.sapo.pt/especiais/a-guerra-das-terras-raras-china-age-eua-reagem-europa-dorme-e-portugal-hiberna/

As guerras contemporâneas raramente se travam com exércitos — a guerra na Ucrânia é a exceção que confirma a regra —, travam-se com cadeias de abastecimento, escreve o economista Óscar Afonso.

Poucas matérias-primas revelam tão bem a interdependência e a vulnerabilidade da economia global como as terras raras — um conjunto de 17 elementos químicos da tabela periódica, com nomes que poucos conhecem, mas que são indispensáveis à vida tecnológica moderna. Motores elétricos, turbinas eólicas, smartphones, satélites ou sistemas de defesa dependem deles.

A recente decisão da China de restringir as exportações destes materiais e das tecnologias que os processam reacendeu uma tensão que vai muito além do comércio: trata-se de uma guerra económica silenciosa, onde o controlo de recursos críticos se converte em instrumento de poder geopolítico.

A disputa pelas terras raras tornou-se um símbolo da nova era em que vivemos — uma era em que o crescimento económico, a segurança energética e a soberania tecnológica estão cada vez mais entrelaçados. A transição energética e digital precisa destes elementos, pelo que a sua escassez ou manipulação pode travá-la. É neste tabuleiro, onde se cruzam as ambições da China, as reações dos EUA e a vulnerabilidade europeia, que Portugal também é chamado a posicionar-se — ainda que, como é habitual entre nós, um tema desta relevância pareça não suscitar a devida preocupação da classe política.

A guerra global das terras raras
Há guerras que não se travam com tanques, mas com cadeias de abastecimento. Desde o início dos anos 2000, a China percebeu que o verdadeiro poder não está apenas em extrair recursos, mas em dominar a refinação e o processamento — as etapas de maior valor acrescentado e mais difíceis de replicar. Hoje, controla cerca de 70% da extração mundial e quase 90% da refinação (e.g., Goldman Sachs, “The case for rare-earths”, Outubro 2025), colocando o resto do mundo numa dependência estrutural.

Quando, há poucas semanas, Pequim apertou novamente os controlos à exportação, invocando razões ambientais e de segurança nacional, o gesto foi interpretado como uma jogada de pressão política. As terras raras tornaram-se a nova alavanca diplomática chinesa, usada para influenciar negociações comerciais e tecnológicas, especialmente com Washington.

A resposta americana foi rápida. Ciente da vulnerabilidade das suas cadeias industriais — em particular nas áreas da defesa, energia limpa e semicondutores —, a Administração dos EUA acelerou acordos com países aliados, procurando reconstruir um ecossistema de fornecimento alternativo mesmo antes de Trump se encontrar com o líder Chinês na Coreia do sul esta semana — estando já previsto um acordo preliminar para a China adiar por um ano as restrições de terras raras aos EUA em troca da suspensão das tarifas adicionais de 100% de Trump, mais algumas promessas parte a parte. Os pactos recentes dos EUA com Austrália e Japão são paradigmáticos: preveem investimentos conjuntos e cooperação em mineração e processamento, criação de mecanismos para identificar vulnerabilidades nas cadeias de fornecimento e investimentos bilaterais estratégicos em troca da redução das tarifas americanas. O objetivo dos EUA é claro — reduzir a dependência chinesa via rede de parceiros “amigos”, o chamado friend-shoring.

Contudo, os limites da estratégia são claros. Nenhum país, à exceção da China, possui simultaneamente a escala de produção, o domínio tecnológico e a flexibilidade ambiental necessários para sustentar o mercado global. A substituição será lenta, cara e politicamente frágil. Enquanto isso, o mundo continua preso à teia industrial chinesa, onde a eficiência económica se confunde com dependência estratégica.

A Europa na encruzilhada: dependências, transição verde e oportunidade da reciclagem
A Europa, sem rumo e sem uma estratégia coerente — como, aliás, começa a ser a sua marca — vai assistindo ao desenrolar desta disputa com uma mistura de preocupação e atraso, reagindo mais do que agindo, num mundo que já não espera por ela. Durante décadas, confiou que o comércio global garantiria acesso estável a tudo o que não produzia. Essa crença colapsou com a pandemia, a guerra na Ucrânia e, agora, com o controlo chinês sobre os materiais críticos da transição verde.

O dilema europeu é claro: como conciliar as metas ambiciosas de neutralidade carbónica e digitalização com a escassez de matérias-primas controladas por um rival geopolítico? A resposta ainda é incerta, mas o tempo joga contra o continente. As metas do Pacto Ecológico implicam multiplicar entre três e sete vezes a procura de minerais críticos até 2040 (Agência Internacional da Energia, “Critical Minerals Outlook”, 2024). E, enquanto a Europa hesita e adormece entre cimeiras e declarações, cada atraso em diversificar fornecedores torna-a mais vulnerável.

Perante a restrição recente das terras raras da China, a Comissão Europeia está a considerar utilizar o Instrumento Anticoerção, uma ferramenta comercial poderosa, legalmente vinculativa, que autoriza sanções ou restrições comerciais proporcionais contra países que usem a economia como arma política. No entanto, na prática, a UE ainda não o aplicou, o que significa que há alguma incerteza sobre a rapidez e eficácia da sua implementação. Além disso, qualquer medida seria cuidadosamente calibrada para não prejudicar demasiado os próprios interesses europeus, dependendo da capacidade da UE de agir de forma coordenada e rápida, o que, como sabemos não tem acontecido com a frequência e a efetividade necessárias nas mais variadas áreas. Esse não pode, por isso, ser o único vetor de resposta da Europa.

Num passado recente, a UE tem também procurado diversificar as suas fontes através de acordos bilaterais e parcerias com países fora da China, incluindo Canadá, Austrália e Brasil, mas estas iniciativas são geralmente de longo prazo e ainda não resultaram em acordos comerciais concretos equivalentes aos pactos dos EUA com Japão e Austrália (e, anteriormente, na área da defesa, com a Ucrânia).

Num mundo em reconfiguração, as terras raras deixaram de ser apenas um tema técnico de mineração ou de ambiente. Tornaram-se um índice de soberania económica — um espelho das forças e fraquezas de cada modelo de desenvolvimento. E é à luz dessa realidade que se deve ler o caso europeu e português.

A Europa acordou tarde para o peso estratégico das matérias-primas críticas. Durante demasiado tempo, confiou que bastava regulamentar e inovar para garantir prosperidade, acreditando num comércio global previsível e estável. Essa visão colapsou. Hoje, a União Europeia (UE) enfrenta o paradoxo de querer liderar a transição energética e digital enquanto continua dependente da China para 98% das terras raras processadas que utiliza (Comissão Europeia, Raw materials dependence statistics 2024).

Bruxelas tem tentado corrigir o erro, mas não é fácil.
O Critical Raw Materials Act, aprovado (apenas) em 2024, define metas ambiciosas para 2030: extrair internamente 10% das necessidades, refinar 40% e reciclar 15%.

Trata-se de uma tentativa de construir um “escudo industrial” num domínio onde o continente quase abdicou da soberania. Só que as dificuldades são evidentes: os projetos de mineração enfrentam resistência ambiental e burocrática, o investimento privado é escasso e o tempo joga contra as metas climáticas. A UE até vai tendo recursos financeiros, o que lhe falta é capacidade executiva, determinação e, sobretudo, vontade de acordar do seu torpor estratégico.

O contraste com a estratégia chinesa é gritante. Pequim domina toda a cadeia de valor, da extração à refinação e produção de ímanes, enquanto a UE depende de importações até para equipamentos de reciclagem. Se a globalização ensinou os europeus a valorizar a eficiência, a nova geopolítica exige-lhes resiliência. O comércio deixou de ser neutro e tornou-se o campo onde se mede poder.

A transição verde, vista como símbolo de autonomia energética, é também um novo tipo de dependência. As turbinas eólicas, as baterias dos veículos elétricos, os painéis solares — todos dependem fortemente de elementos raros, como o neodímio, o cério ou o térbio. A substituição dos combustíveis fósseis por minerais não elimina a dependência; apenas a transforma. E, paradoxalmente, torna-a mais concentrada em poucos países. Enquanto o petróleo se pode comprar a vários fornecedores, as terras raras, em grande medida, concentram-se em poucos, sobretudo dois ou três.

A Europa, que se orgulha de liderar a transição ecológica, corre o risco de se tornar refém de uma transição controlada por outros. A ambição verde poderá ser verde na retórica, mas cinzenta na prática, se continuar dependente de cadeias produtivas externas. É a diferença entre ser protagonista da revolução energética ou apenas seu consumidor.

Há, contudo, uma via intermédia — e promissora: a reciclagem e a economia circular. As terras raras podem ser recuperadas de equipamentos em fim de vida — motores, turbinas, discos rígidos, smartphones —, reduzindo a necessidade de mineração primária e aliviando pressões ambientais. A UE detém o conhecimento científico para o fazer, mas ainda não criou um quadro económico que o torne viável em larga escala. O custo de reciclagem é elevado e as políticas públicas raramente recompensam suficientemente as externalidades positivas dessa atividade.

Investir em hubs industriais de recuperação de materiais críticos seria, simultaneamente, um ato de soberania e de inovação. Permitiria reduzir a dependência externa e criar emprego qualificado. Para isso, é necessário ver a reciclagem não como um complemento, mas como um pilar da política industrial europeia. É também aqui que Portugal pode ter um papel relevante, se souber alinhar a sua capacidade científica com uma estratégia industrial coerente — embora, face à (in)capacidade das lideranças que temos tido o azar de conhecer, a esperança de o ver acontecer seja, no mínimo, prudente. Este será o tema da próxima secção.

A fragilidade da Europa não é só a montante, na obtenção de terras raras, mas também no desenvolvimento de uma indústria de semicondutores mais forte e resiliente, que possa ser competitiva e suportar o resto do aparelho industrial europeu, faltando políticas nesse sentido.

O episódio recente da Nexperia mostra que a globalização já não é ingénua, tornou-se defensiva e seletiva. Esta empresa de semicondutores, com sede nos Países Baixos, passou a ser chinesa após a aquisição em 2019 pela China Wingtech. Recentemente, o governo holandês interveio para restringir o controlo da Nexperia sobre uma produtora local de semicondutores, a Nowi, de modo a impedir a transferência de tecnologia e conhecimentos é o retrato dessa viragem.

Depois que o governo holandês ter assumido o controle da Nowi, a China respondeu com a interrupção das exportações de produtos da Nexperia, fundamentais para a indústria automóvel europeia, incluindo as empresas do grupo alemão Volkswagen, um dos maiores clientes da empresa chinesa.

No que refere a Portugal, a Autoeuropa já admitiu, em comunicado, a preocupação com a situação, embora até ver ainda não tenha sido afetada e tenha a produção próxima assegurada. Outras notícias dão conta de que o grupo Wolkswagen criou uma task force para lidar coma situação e já terá arranjado um substituto para a Nexperia, mas é algo ainda a confirmar, pelo que a situação deve ser acompanhada de perto pelas autoridades europeias e nacionais.

Portugal entre a vulnerabilidade e a oportunidade: uma estratégia possível
Portugal raramente surge nas manchetes quando se fala em terras raras —ou de semicondutores, mas as suas vulnerabilidades estão profundamente entrelaçadas com as da Europa. Embora não produza componentes estratégicos em grande escala, o país integra cadeias industriais altamente expostas: automóvel, aeronáutica, energias renováveis, eletrónica.

Um simples atraso na chegada de ímanes ou sensores produzidos na Alemanha — dependentes, por sua vez, de refinação chinesa —, como poderá acontecer se o episódio Nexperia não for resolvido rapidamente, repercute-se nas fábricas portuguesas de componentes. A dependência é indireta, mas real. E torna o país vulnerável a choques de fornecimento, subida de custos e perda de competitividade.

Ao mesmo tempo, Portugal enfrenta um risco adicional: o da complacência. O país tende a reagir tarde às mudanças estruturais, sobretudo quando estas exigem coordenação entre ciência, política industrial e ambiente. Mesmo quando dispõe de fundos, falta-lhe aquilo que o dinheiro não compra: capacidade de decisão, visão estratégica e sentido de urgência.

Multiplicam-se planos, comissões e relatórios, mas escasseiam decisões efetivas. A administração pública move-se a um ritmo que desincentiva o investimento, a política hesita por cálculo e o país, entretido na retórica, perde janelas de oportunidade que não voltam. A guerra das terras raras é mais do que uma disputa entre superpotências — é um aviso claro de que quem não define uma estratégia industrial acaba por ser definido pelos outros.

( continua )
 

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Malagueta

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Re: União Europeia
« Responder #584 em: Hoje às 02:34:32 pm »
( continuação )

— Potencial nas terras raras e dilemas nacionais

Do ponto de vista geológico, Portugal tem ocorrências identificadas de elementos de terras raras, muitas vezes associadas a pegmatitos e depósitos de estanho e lítio. Estudos do LNEG (“Relatório de recursos minerais críticos em Portugal”, 2024) e de programas europeus como o Eurare (“Spain and Portugal: Occurrence of rare-earth elements”, 2023) indicam potencial em algumas zonas do Norte e do Centro, embora com rentabilidade e escala incertas.

Mas o obstáculo principal não é geológico: é político e social. A experiência recente com o lítio mostrou a dificuldade em equilibrar exploração e aceitação pública, como ficou patente nos processos de consulta pública sobre concessões no Norte e Centro do país.

É legítimo — e necessário — exigir transparência, rigor ambiental e benefício efetivo para as comunidades envolvidas. O que é inaceitável é repetir o padrão histórico: aceitar extração com custos ambientais e sociais para os habitantes locais, sem compensação justa, enquanto os ganhos se concentram em Lisboa ou em meia dúzia de interesses que o centralismo protege e enriquece.

Portugal tem vivido há décadas desta lógica corrosiva de distribuição desigual dos recursos — em que o interior fornece, o Estado centralista decide e o litoral recolhe. Se o país quiser levar a sério a transição energética e a coesão territorial, terá de quebrar este ciclo. A extração responsável não é incompatível com a proteção ambiental; o que falta é um modelo de licenciamento transparente, fiscalização técnica independente e verdadeira participação das comunidades locais — não como ornamento, mas como parte do processo de decisão.

Do meu ponto de vista de não especialista, enquanto mirandês e economista, considero que é preciso ter em conta todos os impactos e avaliar se os benefícios superam os custos, incluindo externalidades negativas a curto, médio e longo prazos — por exemplo, potenciais impactos na saúde das populações e sobre o turismo devem ser avaliados —, e se não há alternativas melhores.

Portugal tem vivido há décadas desta lógica corrosiva de distribuição desigual dos recursos — em que o interior fornece, o Estado centralista decide e o litoral recolhe. Se o país quiser levar a sério a transição energética e a coesão territorial, terá de quebrar este ciclo. A extração responsável não é incompatível com a proteção ambiental; o que falta é um modelo de licenciamento transparente, fiscalização técnica independente e verdadeira participação das comunidades locais — não como ornamento, mas como parte do processo de decisão.

 

Por exemplo, segundo publicações científicas e notícias recentes, na China foram dados passos para extrair lítio filtrando a água do mar ou de salmouras (nesse caso, resultantes de processos de dessalinização, que têm os seus desafios próprios, mas há salmouras apenas para a extração de sal e temos várias em Portugal), só que a produção comercial em larga escala ainda não foi alcançada. Portugal poderia explorar esta via potencialmente mais segura, à luz da nossa realidade, como alternativa ou complemento à mineração prevista — mas com prudência e pragmatismo, reconhecendo que a tecnologia ainda não está madura, o que passaria por estudos de viabilidade e eventuais projetos piloto, caso façam sentido, bem como investigação nessa área.

O que não podemos é ser incoerentes na UE e em Portugal: recusar mineração interna, mas importar minerais extraídos com menor exigência ambiental noutros continentes. Como alertou a Comissão Europeia no Critical Raw Materials Act (2024), essa dependência externa transfere apenas o impacto ambiental, sem o eliminar.

O dilema é moral e económico, pelo que temos de procurar alternativas e os melhores equilíbrios possíveis. Uma coisa é certa, a neutralidade climática não se alcança com dependência estratégica.

— A via realista: ciência, reciclagem e diplomacia económica

Portugal pode não ser uma potência mineira, mas pode ser uma potência inteligente na economia dos materiais críticos, pois há outras áreas relacionadas onde o país pode ter vantagens comparativas:

Reciclagem e recuperação: centros de investigação como o LNEG, o INESC TEC ou o Instituto Superior Técnico possuem competências em metalurgia, separação química e economia circular. Com incentivos adequados, poderiam liderar projetos de recuperação de ímanes e componentes industriais, integrando Portugal em consórcios europeus de reciclagem.
Inovação científica: o país tem universidades de excelência e capacidade de atrair fundos europeus para investigação em materiais, economia verde e sustentabilidade. É aqui que se pode gerar o conhecimento aplicado que falta à Europa.
Diplomacia económica: Portugal deve posicionar-se como parceiro credível na política europeia de matérias-primas críticas, capaz de captar investimento industrial e tecnológico. O seu peso político poderá ser pequeno, mas o seu papel estratégico, se bem definido, pode ser grande.
Esses três pilares — reciclar, investigar e negociar — constituem uma estratégia possível, realista e coerente com a dimensão do país, complementando o contributo potencial na mineração terrestre ou até marítima.

— Uma estratégia industrial com sentido de futuro

A guerra das terras raras obriga a repensar o lugar de Portugal na economia europeia. Não basta crescer com base em turismo e serviços. O país precisa de participar nas cadeias industriais que definirão o século XXI: energia limpa, mobilidade elétrica, semicondutores, tecnologias de defesa e reciclagem avançada.

Para isso, é essencial articular três dimensões:

Política económica, que incentive a produção e inovação industrial;
Ciência e tecnologia, capazes de transformar conhecimento em produtos e processos;
Planeamento ambiental e territorial, que permita investir e produzir sem degradar.
Portugal tem recursos humanos e instituições científicas de qualidade. O que lhe falta é coordenação e visão estratégica. Um país pequeno pode não competir em escala, mas pode competir em inteligência — e a economia das terras raras é, acima de tudo, um jogo de inteligência.

O problema é que o país dispõe de uma academia e de um setor empresarial capazes de pensar e agir com visão, mas raramente encontra, na política, o mesmo nível de competência e ambição. Falta-nos uma classe dirigente à altura do talento que já temos.

Conclusão
As guerras contemporâneas raramente se travam com exércitos — a guerra na Ucrânia é a exceção que confirma a regra —, travam-se com cadeias de abastecimento. O controlo das terras raras é hoje uma forma de poder silencioso, e quem o dominar condicionará a transição energética, a inovação tecnológica e a autonomia das nações.

Portugal não deve ver este tema como distante ou técnico. Está em causa a sua capacidade de participar, com relevância, na nova economia europeia, assim os líderes europeus tomem, finalmente, as rédeas de uma reindustrialização consequente.

Num mundo em que o poder se mede pelo domínio do invisível, o país tem de escolher entre ser espectador ou protagonista. E, para ser protagonista, precisa de visão, ciência e coragem política.

Mais do que extrair minerais, Portugal precisa de extrair valor com conhecimento e estratégia. Essa será a verdadeira riqueza — e talvez a mais rara de todas.