Empresas espanholas asseguraram 70% do mercado das obras públicas em Portugal
https://eco.sapo.pt/2020/07/06/empresas-espanholas-asseguraram-70-do-mercado-das-obras-publicas-em-portugal/
No último ano e meio, foram adjudicados 1.431 milhões de euros em obras públicas em Portugal no último ano e meio, sendo que apenas 444,8 milhões foram para empresas de construção nacionais. As empresas portuguesas asseguraram pouco mais de 30% das obras públicas lançadas no último ano, revela uma análise ao Portal Base, às obras públicas acima de sete milhões de euros. De acordo com o estudo citado pelo Público (acesso condicionado) nesta segunda-feira, foram adjudicados 1.431 milhões de euros no último ano e meio, sendo que apenas 444,8 milhões foram para empresas nacionais.As empresas estrangeiras — sobretudo “armada espanhola” como é chamada no setor, constituída pelas cinco maiores empresas com a atuação em Portugal (FCC, Ferrovial, Dragados, Sacyr , Acciona) — já ganharam contratos de mil milhões de euros em Portugal.
O desequilíbrio em desfavor das empresas de construção nacionais é avançado um dia antes de o Parlamento levar a discussão, nesta terça-feira, alterações ao código dos contratos públicos por proposta do Governo. O objetivo será eliminar os preços anormalmente baixos que surgem em algumas propostas, assim como evitar que outros concursos fiquem desertos, porque os preços de referência com que são lançados estão desajustados da realidade.
É só continuar assim vamos no bom caminho
Pois... então pergunto eu, quais são as empresas portuguesas que ainda subsistem, com arcaboiço para obras da envergadura de um terminal de Sines, por exemplo?
Mesmo que essas empresas existissem onde está, ou melhor ainda, em que mãos está a banca nacional capacitada para dar o respectivo suporte financeiro a essas empresas?
Não queriam livre mercado sem interferência estatal, excepto quando é para salvar os negocios dos "tubarões" que aí já é bem vinda, pois aí está o resultado. Num país com capacidades incipientes, ter a economia atirada assim para dentro de uma UE, foi suicídio para a capacidade industrial pesada ou para as empresas de excelência dos diversos sectores. Andamos a criar belos "leitões" com os dinheiros do Estado para depois serem dados (privatizados) a "amigos" e devoradas pelos "lobos".
Conversa esta tida neste mesmo fórum vai à mais de 14 anos em que o destino das empresas de bandeira portuguesa foi "adivinhado" ao pormenor e sem recorrer à Maya e suas cartas. Mas eu sou "comuna" por isso não te acredites em mim.
Bruxelas prevê que economia portuguesa afunde quase 10% este ano. Foi a maior revisão em baixa na UE
As previsões da Comissão Europeia para a economia portuguesa são bastante mais pessimistas que as do Governo, que apontam para uma quebra de apenas 6,9%. Bruxelas prevê uma contração de 9,8%.
https://eco.sapo.pt/2020/07/07/bruxelas-preve-que-economia-portuguesa-afunde-quase-10-este-ano-foi-a-maior-revisao-em-baixa-na-ue/
A economia mundial foi pelo esgoto, ponto. Estava suspensa em coisas tão solidas como "fé", "indices de confiança" e a subir, desde a queda de 2008, com base em injecções de dinheiro que não existe, não tem como existir e, a vir à existência através de mecanismos de divida exponencial, é matematicamente impossível de alguma vez vir a ser pago, a não ser que as leis da quântica passem a ser aplicadas e 2+2 serem 5 ou 3 ou 1 e a conta estar certa.
Portugal, tal como todas as economias periféricas, está quinado, mas onde o choque vai ser brutal é nas economias cujos cidadãos estavam habituados a outros níveis de vida e bem estar.
Caro Foxtroop, por ironia, quem está agora a ampliar o Porto de Sines até é uma construtora portuguesa, a Conduril:
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/expansao-do-porto-de-sines-obras-foram-entregues-a-conduril-por-72-milhoes-544949e
https://expresso.pt/economia/2019-04-03-Construcao.-Conduril-com-receita-e-lucros-em-queda-por-causa-de-AngolaA Construção Civil não foi protegida por nenhum governo, ao contrário do que acontece lá fora, em especial Espanha. A desaceleração na construção civil foi de tal forma brutal neste milénio, que fez desaparecer muitas empresas históricas e gigantes na área da construção civil. A ajudar a tudo isto, temos o quase desaparecimento de obras públicas a partir de 2009 e ao colapso financeiro que fez com que os bancos sem capacidade financeira, batessem com a porta para o sector da construção civil.
Mas mesmo depois desse tsunami num dos sectores que mais cresceu em Portugal e que dava cartas no sector, ainda temos grupos grandes: Mota-Engil com 30 000 trabalhadores (e que alberga 280 empresas!!!!!) e a facturar cerca de 3 mil milhões € por ano.
Depois tem a Teixeira Duarte que esteve também a um passo da falência, já factura 1,2 mil milhões e tem 14 000 trabalhadores (mas desconfio do grupo, porque a construção pesa menos de 50% na facturação, o resto vem ...... do turismo e sector automóvel!!!!).
Tem ainda a Elevo..... e muitas dezenas de empresas menores.
Eu arrisco a afirmar que mais valia o estado ter salvo algumas empresas de construção civil, sem lhes dar dinheiro, bastava mantê-las ocupadas a funcionar, através de obras públicas, do que enterrarmos 1,2 mil milhões na TAP agora e sabe-se lá o que mais vai ser preciso! E atenção e volto a repetir, nem era preciso dar-lhes dinheiro nenhum, às empresas de construção civil, bastava dar-lhes trabalho para fazerem!!!!!!
Quanto à Economia nacional, a UE serviu sem dúvida para acabar com muitas empresas que não se adaptaram à concorrência e desapareceram muitos grupos, porque estavam habituadas a um circuito fechado de compadrio entre o poder político e económico que se vivia por cá. A 1ª machadada foi dada em 1974 quando as empresas nacionais perderam grande parte do seu mercado fechado (Angola, Moçambique.........).
A 2ª machadada deu-se com a nossa adesão à UE. Porque para quem ainda não percebeu, para a UE o principal objectivo é o consumidor (livre concorrência), as empresas são secundárias e se forem ajudadas pelos estados, estas têem de ser restruturadas.
Devo também relembrar-lhe de que a UE não tem culpa que o dinheiro "DADO" ao país para se modernizar, tenha sido gasto em viaturas alemãs e em moradias de luxo, pick ups, etc!!!!
E também se reparar, há muitas empresas nacionais que ultrapassaram essa fase e até o COVID aparecer estava a correr bem, com exportações de 60 000 milhões de euros, recorde nacional obtido no ano passado.
O que nos falta é mais orgulho em nós próprios, que nos leve a escolher produtos nacionais em detrimento do que vem de fora, políticos com visão para proteger a nossa economia e acima de tudo o que nunca tivemos, legislação fiscal constante por muitos anos!!!!
Eu gostava de saber que empresas estratégicas temos para quem nos governa (não contam as empresas dos amigos). Manter o investimento público controlado mas estável e não haver picos de 4 em 4 anos!!!!!
Voltando ao tema das contratações públicas, quem lança as obras (dono de obra), selecciona por concurso e adjudica, são os nacionais, por isso é só escolher bem!