Voltando ao tópico, os mísseis russos contra os quais os mísseis dos sistemas de que aqui se fala foram pensados, não podem atingir Portugal.
Lembro:
The initiative was originally proposed by the Chancellor of Germany Olaf Scholz in August 2022.[1] The proposal was made during the 2022–2023 Russian strikes against Ukrainian infrastructure and amid increased concerns about the limited European capability to defend against such threats as the Russian 9K720 Iskander ballistic missile systems deployed in Kaliningrad
O ESSI, é um SISTEMA INTEGRADO de sensores colocados junto à fronteira russa, para permitir responder a um ataque de mísseis russos contra países europeus. O importante aqui É A INTERLIGAÇÃO DOS SISTEMAS DE SENSORES. É suposto estarem interligados, para poderem responder de forma eficaz.
Os franceses e os italianos não estão para já interessados por duas razoes: Estão fora do alcance e os mísseis propostos são essencialmente americanos, excluindo o sistema franco-italiano. Os polacos e os espanhóis também estão de fora.
Fora os 9K720 Iskander (que não podem atingir sequer a peninsula), temos os mísseis russos de cruzeiro de maior alcance que são os SS-N-27.
Estes mísseis a que os russos chamam Kalibr - Na sua versão de maior alcance de 1500km confirmados e que alegadamente poderá atingir 2500km, atingiria Torre de Moncorvo, caso atingisse o alcance máximo se lançado de Kaliningrad.
Já o glorioso míssil hipersónico KH-47, mesmo lançado de um avião, que teria que entrar dentro do espaço aéreo da NATO por mais de 1000km, ainda assim ficava pelos Pirineus.
Pensar que os russos teriam interesse em atacar Portugal,
quando teriam milhares de outros alvos mais interessantes (e com muito maior probabilidade de sucesso) é estar a brincar com este tipo de assuntos.
Igualmente delirante, seria achar que os russos, cujos submarinos estariam a ser caçados por todos os meios disponíveis pelas marinhas da NATO, iriam revelar a sua posição para atacar Lisboa ...
O reverso da medalha
O que podemos afirmar, é que
andamos a fazer figura de Urso e com uma coisa que na tropa chamávamos de
Espirito de Porco, por oposição a Espirito de Corpo.
Porque estamos longe das ameaças efectivas, e porque na prática o sistema em causa, destruiria qualquer ameaça que nos fosse dirigida, acabamos por encolher colectivamente os ombros. O portuga acha que não lhe acontece nada, o governo do portuga não se preocupa, e vai empurrando o problema com a barriga.
Mais uma vez, para demonstrar que levamos a NATO a sério, a solução não é investir em interligações a sistemas que de pouco servem, mas centrar a nossa atenção na retaguarda. É por isso que o que quer que seja que possa servir para caçar russos, é uma mais valia.
As defesas efectivas contra probabilidades reduzidas de ataques próximos, resolvem-se com sistemas que sendo caros, são menos caros que mísseis para caça aos gambuzinhos.