"Por mais eficientes que possam ser os projetos MEKO da primeira geração, não há como esconder que a maioria de suas características originou-se de requisitos identificados há algumas décadas. A tecnologia é algo que evolui continuamente, e na segunda metade da década de 90 a B+V anunciou uma nova geração de projetos, mais adequados às novas condições do combate naval.
Trata-se da “família” MEKO A, na qual se objetivou uma melhoria no desempenho, acompanhada de um menor custo ao longo da vida útil. O grupo inclui a corveta/fragata A100 (cujo deslocamento pode variar de 800 t a 2.500 t, mediante a inserção de uma seção de comprimento variável a meia-nau) e a fragata A200, cujo deslocamento pode chegar até a 4.000t. Externamente os dois tipos diferem consideravelmente de seus antecessores, já que em seu projeto foi feito um considerável esforço para aumentar a furtividade, obtendo-se grandes reduções das assinaturas radar e infravermelho. Entre outras providências foi eliminado o uso de chaminés; a exaustão dos gases é feita através de um duto horizontal resfriado por injeção de água do mar, e que ejeta os gases (já a uma temperatura de 60•C a 80•C ) por uma abertura na popa, logo acima da linha d’água. A B+V assegura que isso possibilita uma redução de até 75% na assinatura IV. Para diminuir a assinatura radar, foram eliminados quaisquer ângulos retos, aplicados materiais absorventes de emissões de radar, adotada uma superestrutura o mais “lisa ”possível e utilizada inclinação “para dentro ”das superfícies laterais (o chamado “perfil frontal X”).
Outra interessante inovação das MEKO A é a adoção de um sistema de propulsão denominado CODAG-WARP (Combined Diesel And Gas – Waterjet And Refined Propellers), com dois motores diesel e uma turbina (as potências logicamente são variáveis de acordo com o tamanho do navio). O sistema permite o uso de até três eixos: os dois externos estariam ligados aos motores diesel e utilizariam hélices de passo controlável (ou jatos lineares), sendo usados em velocidade de cruzeiro; a turbina, localizada no centro, acionaria um jato d’água e seria empregada para velocidade máxima, em conjunto com os diesel. A B+V estima que um navio desse tipo poderia cruzar 84% de sua vida útil utilizando apenas um dos motores diesel (impulsionando os dois eixos).
Ao lado Concepção artística da MEKO A200 SAN, a ser fornecida em número de quatro para a África do Sul. Observe-se o design extremamente “limpo”, o que confere excelentes características de furtividade. (Foto: B+V)
As MEKO A comparam-se de forma extremamente favorável com projetos “convencionais ”de tamanho semelhante. Os custos de operação ao longo de sua vida útil podem ser reduzidos em até 20%, o deslocamento pode ser 25% menor do que navios de desempenho semelhante, e — graças a um elevadíssimo grau de automação — o número de tripulantes pode ser muito inferior. Uma A200 poderia ter130 tripulantes a menos que uma fragata da classe “Brandenburg".
A MEKO A200 dispõe de um sistema de lançamento vertical de mísseis, que tanto pode acomodar mísseis antiaéreos como anti-submarino. Na função antiaérea, a MEKO A200 utilizaria como sensores principais um radar de varredura eletrônica e um radar de busca de longo alcance. Entre os sistemas que poderiam ser integrados estão os radares APAR e SMART-L (ambos da Signaal) e o SPY-1F, da Lockheed Martin. A A200 é igualmente eficaz em missões A/S, podendo aceitar sem problemas a instalação de sonares rebocados.
A B+V oferece também no mercado o MPV (MEKO Patrol Vessel), um Navio-Patrulha com 77 m de comprimento e 1.500 t de deslocamento, com somente um eixo e com capacidade de atingir a velocidade de 21 nós.
Mais encomendas
O primeiro sucesso de exportação da A200 aconteceu quando, em 3 de dezembro de 1999, foi assinado um contrato de US$930 milhões para o fornecimento de quatro A200SAN para a África do Sul. A primeira e a terceira unidades serão construídas pela B+V em Hamburgo, ficando as outras duas a cargo da HDW, em Kiel. As entregas serão iniciadas em 2005, após a instalação e integração dos sistemas de combate por um grupo misto francês e sul-africano.
Os navios deslocarão 3.590 t (carregados), terão comprimento de 121,0 m, boca de 16,3 m, calado de 4,40 m e sua velocidade máxima será superior a 27 nós. O armamento constará de um canhão OTOBreda de 76mm, um reparo duplo Denel de canhões de 35mm, oito mísseis superfície-superfície MM40 Block 2 Exocet, mísseis superfície-ar Kentron Umkhonto de lançamento vertical; e tubos lança-torpedos. Além disso, o navio poderá operar um helicóptero Oryx ou dois Lynx. Os principais sensores serão um radar de busca 3-D Thales MRR, um radar de navegação, dois radares de direção de tiro e um sonar de casco Thomson-Marconi.
Outro país a decidir-se pela A200 foi o Chile, cujo programa para a obtenção de novas fragatas denomina-se Projeto Tridente. Após examinar um total de 32 plataformas, a Armada de Chile pré-selecionou quatro , e em 2 de agosto de 1999 solicitou propostas de fornecimento. O resultado do exame das mesmas, anunciado em 15 de outubro do mesmo ano, indicou que a MEKO A200ACH, apresentada pela B+V, era a que mais se adequava aos requisitos chilenos. Assim, em novembro de 1999 o presidente do Chile autorizou a adjudicação do Contrato de Engenharia Básica.
O objetivo é a construção de quatro unidades, a primeira das quais deveria fazer as provas operacionais no segundo semestre de 2005, entrando em serviço no ano seguinte. As outras se seguiriam ao ritmo de uma por ano, estando portanto todas já em serviço em 2009. Os navios seriam construídos localmente pelo estaleiro ASMAR, em Talcahuano. Como já seria de esperar, a competição é forte entre os grupos fornecedores e integradores de sistemas. Isso ficou bem claro durante a Exponaval 2000, realizada em Valparaíso, e durante a qual a Lockheed Martin Canada, a Celsius Tech, a SISDEF e a Thomson-CSF Signaal procuraram mostrar as vantagens de seus produtos e propostas.
Em janeiro de 2002, porém, as pretensões da Armada do Chile sofreram um duro golpe, quando o presidente Ricardo Lagos decidiu adiar o programa, por razões orçamentárias. Agora, a Armada de Chile procura uma solução intermediária, arrendando ou comprando alguns navios de segunda-mão. "
Retirado de um artigo de 2007.
Mostra o atraso com que tudo se faz. É tudo para depois, quando se chega ao estado actual que é para ontem.
Provavelmente as A200 não servem, porque os camarotes e alguma messe não são os adequados. E a fazer alterações levava mais tempo de construção.
(este comentário deve dar mais umas dezenas de pontos negativos)