REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4020 em: Hoje às 07:29:52 am »
Tanta palha para não dizer nada
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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Charlie Jaguar

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4021 em: Hoje às 08:52:57 am »
Revisão da Lei de Programação Militar 2026 – Perspetiva e Mudanças Prováveis

1. Contexto Geral

O Governo português anunciou que em 2026 será feita uma revisão intercalar da LPM, articulada com a revisão da Lei de Infraestruturas Militares e do Conceito Estratégico de Defesa Nacional.

Segundo o Ministério da Defesa Nacional (MDN), o objetivo é adaptar a programação financeira e estratégica às novas ameaças e ao contexto internacional pós-2022.

“Portugal reforçará a capacidade de defesa e o investimento estratégico, de modo a atingir 2% do PIB em despesa de defesa, antecipando o calendário inicialmente previsto.”
— (Fontes: Econews, APA, MDN, 2025)

2. Alterações Orçamentais Prováveis
Área   Mudança Prevista   Justificação
Aumento do envelope financeiro total da LPM   Expansão de +€1 a €1,5 mil milhões sobre o montante atual (2023-2034).   
Reforço para cumprir o compromisso NATO dos 2% e acelerar programas em atraso.
Reforço das dotações anuais 2026–2030   
Aumento substancial de execução anual (de ~€600 M/ano para €800–900 M/ano).   
Aumento da receita orçamental e do espaço fiscal; nova prioridade política à Defesa.
Financiamento europeu (SAFE e outros programas UE/NATO)   Inclusão explícita de fundos de empréstimo e co-financiamento da UE (European Defence Industry Programme, SAFE). Permite financiar projetos industriais nacionais e reduzir impacto orçamental direto.

3. Mudanças Programáticas Prováveis
3.1 Defesa Antiaérea e Antidrone

Nova prioridade n.º 1 para 2026-2030.

Integração de um programa completo de defesa aérea em camadas (C-UAS / VSHORAD / SHORAD / HIMAD):

Aquisição de sistemas portáteis antidrone e MANPADS.

Compra de baterias SHORAD (provavelmente IRIS-T SLS / SkyRanger / RapidRanger).

Confirmação da compra de 3 baterias IRIS-T SLM e 1 ou 2 SAMP/T de médio alcance.

Custo estimado total: €1,2 MM +

3.2 Projeto VCI-L (Veículo de Combate de Infantaria -Lagartas)

Reavaliação do orçamento inicial (€13,6 M) – claramente insuficiente.

Possível reformulação:

Faseamento (primeiro lote de 20–40 viaturas).

Co-financiamento UE (EDF, EDIRPA, ou SAFE).

Potencial parceria com a Alemanha (Rheinmetall Lynx KF41), Espanha (ASCOD) ou Polónia (Borsuk).

Custo faseado: €200–300 M a partir de 2026.

3.3 Modernização dos Leopard 2A6

Programa de Mid-Life Upgrade (MLU) aprovado no LPM 2026:

Atualização de sistemas pontaria, comunicações, e blindagem.

Revisão profunda de motores e transmissões.

Integração de sistemas de proteção ativa (APS) e nova munição.

Custo previsto: €150–200 M.

Execução 2026–2031 (em cooperação com o fabricante alemão KMW).

3.4 Infraestruturas Militares e Manutenção

Criação de uma “linha verde” de financiamento permanente para manutenção corretiva e preventiva.

Reabilitação prioritária:

Santa Margarida, Tancos, Beja, Vendas Novas.

Bases aéreas: BA5 Monte Real, BA6 Montijo, BA11 Beja, BA4 Lajes.

Custo agregado previsto: €400–500 M.

3.5 Indústria de Defesa e Munições

Lançamento de fábrica nacional de munições de pequeno e médio calibre, com possível parceria europeia (Nammo, Rheinmetall).

Expansão da OGMA / CEiiA / EID / Empordef para projetos europeus de drones, comunicações e ciberdefesa.

Custo de investimento inicial: €80–120 M.

3.6 Reestruturação das Forças Terrestres

Consolidação do plano Força Terrestre 2045:

Redução de regimentos redundantes (RI13, RI14, RA4, RI19, RG2). Reduzir estruturas administrativas, aumentar unidades operacionais bem equipadas, bem treinadas e bem suportadas e lideradas.

Criação da Brigada de Capacitação (BrigCap) para comandar e gerir as Forças de apoio geral, apoio de combate e logísticas.

Melhoria das BrigMec, BrigInt e BrigRR com meios modernos.

Objetivo: menos estruturas administrativas, mais poder de combate real.

3.7 Ciberdefesa, Espaço e Drones

Aumento de verbas para o Comando de Ciberdefesa.

Criação de uma Componente de Defesa Espacial / ISR integrada no EMGFA.

Financiamento de drones táticos e MALE, e de radares 3D para defesa aérea.

3.8 Reforço do Dispositivo insular

RG1–RG3 (Açores e Madeira) mantêm-se como forças de presença e logística, recebem Bat. AAA SHORAD/ HIMAD e ST5 para a infantaria.

Reforço das Lajes e de Ponta Delgada como bases de apoio transatlântico (cooperação EUA/NATO).

Pequenos investimentos em infraestruturas e stocks.

4. Mudanças Estruturais e Administrativas
Tema   Mudança Provável
Encerramento / fusão de regimentos   Redução de 10 para ~7 regimentos continentais até 2030. Fusão do RA4/ e RA5 num único Reg. Art Campanha com 2 grupos Caesar (2 BBF cada a 8 bocas de fogo, 32 + 4 reserva / instrução, 36 total) e 1 BBF 105mm Light Gun ( 1 de reserva) / Mort. 120mm
Regimento (ou Comando de Forças Especiais) com 1 Bat. Comandos e a Força de  Op. Especiais, Reg. AAA (GAAA SHORAD e GAAA HIMAD, com batarias dispersas) e Reg. Lanceiros (PE) Grupo PE + 5 pel. PE.

Os M109A2 e M-109A5, HMMVs e restantes M-113 serão doados `a Ucrânia quando forem substituídos por Caesar, VCI novos, e mais ST5, etc.

Nova Brigada de Capacitação   Concentra artilharia, engenharia, logística, transmissões, CBRN, manutenção e polícia militar.
Modernização administrativa   Digitalização da logística, manutenção e gestão de recursos humanos.
Carreiras e incentivos   Reforço salarial e estabilidade contratual para atrair e reter pessoal qualificado.

1. Força Aérea Portuguesa — Prioridades Prováveis (2026–2035)
Prioridade   Descrição   Investimento Estimado (€)   Notas
Substituição dos F-16AM/BM   Retirada progressiva dos F-16 a partir de meados da década de 2030. As opções mais prováveis são Typhoon Tranche 2+ ou Gripen E. O F-35A é possível apenas num cenário de parceria industrial com os EUA.   €1,5–2,5 mil milhões   Maior investimento da LPM após 2026.

Rede de Defesa Aérea e Vigilância   Integração dos novos sistemas IRIS-T SLM e SAMP/T no Sistema de Defesa Aérea Nacional (SDAN), com modernização e aumento dos dos radares (Açores) e dos centros de comando e controlo.   €600–800 milhões   Projeto conjunto com o Exército e a NATO (IAMD).

Renovação da Frota de Transporte   Substituição dos C-130H-30 por mais C-390 Millennium (KC-390) ou outros— pelo menos 2 a 3 aeronaves adicionais.   €300–450 milhões   Portugal é parceiro no programa Embraer.

Programa de Mid-Life Upgrade (MLU) das frotas Merlin e C-295. €160–180 milhões

ISR / Drones   Consolidação dos UAV Tekever AR3/AR5 e aquisição de UAVs MALE (possivelmente Eurodrone ou MQ-9B SkyGuardian).   €150–250 milhões   Financiamento parcial via EDF/EDIRPA.
Infraestruturas Aéreas   Modernização das bases Monte Real, Beja, Lajes e Ovar (pistas, hangares, energia).   €150–200 milhões   Associado ao apoio NATO e operação de novas aeronaves.

Objetivo estratégico: manter a capacidade de policiamento aéreo, busca e salvamento e prontidão NATO, com menos aeronaves mas de maior capacidade.

 2. Marinha Portuguesa — Prioridades Prováveis (2026–2035)
Prioridade   Descrição   Investimento Estimado (€)   Notas
Substituição das Fragatas Vasco da Gama   Substituição das 3 fragatas da classe Vasco da Gama por novos navios multifunção (3 a 4, possivelmente F-110 ou MEKO A-200).   €1,5–2,0 mil milhões   Aquisição faseada entre 2028–2035. Substituição das BD com fragatas usadas ou novos XO a partir de 2035 (2 a 3).

Programa NPO3S (3ª série de patrulhas oceânicos)   Construção de 6 novos NPO3S ( e 3 ou 4 NPO4S a partir de 2035 para substituir os NPO1/2S) nos Estaleiros de Viana do Castelo.   NPO4S c/  57mm ou 76mm e CIWS. €450–600 milhões   Produção nacional e reforço da indústria.

Submarinos Tridente — Modernização de Meia Vida (MLU)   Atualização dos dois U-209PN por volta de 2030 (sensores, comunicações).   €250–300 milhões   Garante operação até 2045. Possível compra de 2 SSK adicionais

Capacidade de Contramedidas de Minas e Sistemas Autónomos   Desenvolvimento de uma pequena flotilha MCM + USV/UUV, com possível financiamento europeu.   €100–150 milhões   

Vigilância Marítima e Drones   Integração de UAVs marítimos (ex. Tekever AR5, SeaGuardian) nos NPO e fragatas.   €100–150 milhões   Cooperação com a NATO e a UE.

Infraestruturas Navais   Requalificação da Base Naval de Lisboa (Alfeite), Estaleiros de Viana e base logística de Tróia.   €200–250 milhões   Essencial para manutenção e novos programas.

Objetivo estratégico: assegurar uma marinha oceânica com 2 submarinos, 5–6 fragatas e 9 NPO, garantindo soberania e presença em toda a ZEE portuguesa (1,7 milhões km²).

3. Tendências Estratégicas Comuns (Revisão da LPM 2026)
Área   Tendência   Observações

C2, Ciber e Espaço   Fortes investimentos em sistemas de comando, comunicações e ciberdefesa, e integração no NATO Federated Mission Networking.   €150–200 milhões previstos.
Participação Industrial Nacional   Ênfase em co-produção e tecnologia nacional: OGMA, Embraer, EID, AA, CEiiA, Tekever, UAVision, Critical Software, NavalRia.   Incentivos via EDF.
Sustentabilidade e Eficiência Energética   Bases e estaleiros com energia solar, eficiência e descarbonização.   Financiamento duplo (Defesa + Ambiente).
Projeção Atlântica e Cooperação Africana   Reforço da presença nos Açores, Madeira e Atlântico Sul (cooperação com Cabo Verde e Guiné-Bissau).   Linha política clara da Defesa 2024–2030.

5. Conclusão

A revisão da LPM em 2026 será a mais significativa desde 2019.
Não se trata apenas de comprar novos sistemas, mas de reorganizar, reindustrializar e reprofissionalizar as Forças Armadas portuguesas.

O foco principal:

Defesa antiaérea e antidrone por camadas.

Modernização mecanizada e digital.

Sustentação e manutenção realista.

Redução da dispersão territorial.

Maior integração industrial europeia.


Vamos ver se está perto da verdade...

De onde foi isto retirado?
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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Malagueta

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4022 em: Hoje às 09:28:30 am »
bom dia,

Os jornais, fazem um resumo bem diferente....

https://dinheirovivo.dn.pt/economia/oe2026-oramento-para-a-defesa-a-preparar-o-pas-para-as-guerras-refora-as-tropas-destacadas-no-estrangeiro

OE2026: Orçamento para a Defesa a preparar o país para as guerras reforça as tropas destacadas no estrangeiro
Sobe 14,8% o orçamento para a Defesa Nacional. Uma revisão da Lei de Programação Militar está prevista para 2026 e o orçamento para as Forças Nacionais Destacadas aumenta 58%.

Não defraudando as expetativas, o Programa Orçamental da Defesa determina uma despesa consolidada de 3771,9 milhões de euros, o que excede em 14,8% a estimativa de 2025, e uma despesa efetiva consolidada de 3769,4 milhões de euros, com igual aumento percentual.

Um orçamento que, na linha das metas definidas pela NATO, começa a preparar o país e as suas Forças Armadas para as guerras. "As condições geopolíticas atuais tornam incontornável o reforço do investimento no setor da defesa nacional, tendo como pressuposto o desafio conjunto para missões civis e militares, dentro e fora do território nacional, lado a lado com os nossos aliados, robustecendo o objetivo de uma Europa rearmada. A crescente instabilidade internacional, a revalorização dos conceitos de dissuasão e de soberania e a escalada de tensões em diversas regiões do mundo exigem uma resposta coordenada e robusta por parte dos Estados europeus. Neste contexto, será imprescindível que o Governo cumpra os compromissos internacionais assumidos por Portugal", é escrito no relatório do Orçamento do Estado para 2026 (OE26) apresentado nesta quinta-feira, 9 de outubro.

De destacar o aumento de 54,5 milhões de euros afetos às despesas com as Forças Nacionais Destacadas, de 93,5 milhões para 148 milhões de euros. Trata-se do maior aumento das dotações específicas, sendo o segundo (48,6%) o das pensões e reformas (de 90 milhões para 133,8).

Na estrutura da dotação da despesa total consolidada por classificação económica destacam-se as despesas com o pessoal, com 38,2%, as aquisições de bens e serviços, com 24,6%, e o investimento, com 26,1%.

De acordo com o mesmo documento, a dotação de investimento ascende a 983 milhões de euros, na sua maior parte no âmbito da Lei de Programação Militar (LPM), com despesa relativa à aquisição de aeronaves KC-390, construção de dois navios de patrulha oceânica, modernização das fragatas classe «Vasco da Gama» — Mid-life Upgrade, sustentação logística e técnica da capacidade submarina, aquisições no âmbito das reservas de guerra, assim como os montantes afetos à aquisição das aeronaves A-29N — Super Tucano.

O Governo adianta que se prevê no próximo ano "a revisão da LPM e da Lei de Infraestruturas Militares, que, juntamente com a revisão do Conceito Estratégico de Defesa Nacional e da orgânica do Ministério da Defesa Nacional, pretendem contribuir para o alinhamento entre as várias frentes de planeamento e a execução".

Esta revisão não alterará as aquisições já programadas na LPM a decorrer nos três ramos das Forças Armadas.

O relatório do OE26 sublinha que "o exercício orçamental deve apostar na promoção do investimento em capacidades críticas para as Forças Armadas, com enfoque no desenvolvimento de sistemas interoperáveis, tecnologias de comando e controlo, software de simulação e capacidades de defesa aérea e costeira", frisando que "é necessário estimular a integração da indústria nacional em programas europeus (como o Fundo Europeu de Defesa) e encorajar a participação ativa em consórcios multinacionais de produção".

Antecipando a "nova realidade", que "impõe um fortalecimento estruturado dos pilares da defesa e da segurança", um dos principais eixos de atuação "será o reequilíbrio dos agregados de despesa com o pessoal, operação e investimento, por forma a maximizar o produto operacional das Forças Armadas".

O objetivo "é garantir que a Marinha, o Exército e a Força Aérea dispõem de sistemas e plataformas modernas, eficientes e interoperáveis, capazes de assegurar o conjunto das missões atribuídas e de responder, como brilhantemente fazem, com prontidão e eficácia aos novos desafios de segurança"
 

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4024 em: Hoje às 09:39:42 am »
Deixo aqui o documento ( relatório do orçamento de estado)

https://www.eo.gov.pt/politicaorcamental/OrcamentodeEstado/OE2026_doc16_Relatorio.pdf

pag 210 a 224

Mas é mt genérico

mas por exemplo o custo dos meios aéreos para combate a fogos, passam a contar para o orçamento.

ou citando parte do relatório.

"A dotação de despesa com a aquisição de bens e serviços ascende a 929,1 milhões de euros
e destina-se à operação e manutenção de funcionamento das diversas entidades da defesa
nacional, sobretudo à liquidação do princípio da onerosidade dos imóveis afetos às
atividades operacionais das Forças Armadas (182,2 milhões de euros), à locação de bens de
defesa (157,8 milhões de euros), dos quais: meios aéreos de combate a incêndios no âmbito
do DECIR (93,6 milhões de euros) e locação de outros bens de defesa (64 milhões de euros),
encargos com a saúde do âmbito da assistência na doença aos militares e deficientes das
Forças Armadas (81,8 milhões de euros), bem como outros encargos, dos quais se destacam
a alimentação, combustíveis, fardamento e equipamento individual militar, conservação de
equipamentos e viaturas e demais encargos com as instalações (507,4 milhões de euros).

A dotação de investimento ascende a 983 milhões de euros, sendo a sua maioria
enquadrada no âmbito da Lei de Programação Militar, com despesa relativa à aquisição de
aeronaves KC-390, construção de dois navios de patrulha oceânica, modernização das
fragatas classe «Vasco da Gama» — Mid-life Upgrade, sustentação logística e técnica da
capacidade submarina, aquisições no âmbito das reservas de guerra, assim como os
montantes afetos à aquisição das aeronaves A-29N — Super Tucano. No âmbito do
investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, salienta-se a aplicação de
cerca de 14,7 milhões de euros para assegurar o financiamento da aquisição de meios aéreos
pelo Estado para o DECIR por parte da Força Aérea Portuguesa."

« Última modificação: Hoje às 09:41:28 am por Malagueta »
 

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4025 em: Hoje às 09:51:24 am »
Revisão da Lei de Programação Militar 2026 – Perspetiva e Mudanças Prováveis

1. Contexto Geral

O Governo português anunciou que em 2026 será feita uma revisão intercalar da LPM, articulada com a revisão da Lei de Infraestruturas Militares e do Conceito Estratégico de Defesa Nacional.

Segundo o Ministério da Defesa Nacional (MDN), o objetivo é adaptar a programação financeira e estratégica às novas ameaças e ao contexto internacional pós-2022.

“Portugal reforçará a capacidade de defesa e o investimento estratégico, de modo a atingir 2% do PIB em despesa de defesa, antecipando o calendário inicialmente previsto.”
— (Fontes: Econews, APA, MDN, 2025)

2. Alterações Orçamentais Prováveis
Área   Mudança Prevista   Justificação
Aumento do envelope financeiro total da LPM   Expansão de +€1 a €1,5 mil milhões sobre o montante atual (2023-2034).   
Reforço para cumprir o compromisso NATO dos 2% e acelerar programas em atraso.
Reforço das dotações anuais 2026–2030   
Aumento substancial de execução anual (de ~€600 M/ano para €800–900 M/ano).   
Aumento da receita orçamental e do espaço fiscal; nova prioridade política à Defesa.
Financiamento europeu (SAFE e outros programas UE/NATO)   Inclusão explícita de fundos de empréstimo e co-financiamento da UE (European Defence Industry Programme, SAFE). Permite financiar projetos industriais nacionais e reduzir impacto orçamental direto.

3. Mudanças Programáticas Prováveis
3.1 Defesa Antiaérea e Antidrone

Nova prioridade n.º 1 para 2026-2030.

Integração de um programa completo de defesa aérea em camadas (C-UAS / VSHORAD / SHORAD / HIMAD):

Aquisição de sistemas portáteis antidrone e MANPADS.

Compra de baterias SHORAD (provavelmente IRIS-T SLS / SkyRanger / RapidRanger).

Confirmação da compra de 3 baterias IRIS-T SLM e 1 ou 2 SAMP/T de médio alcance.

Custo estimado total: €1,2 MM +

3.2 Projeto VCI-L (Veículo de Combate de Infantaria -Lagartas)

Reavaliação do orçamento inicial (€13,6 M) – claramente insuficiente.

Possível reformulação:

Faseamento (primeiro lote de 20–40 viaturas).

Co-financiamento UE (EDF, EDIRPA, ou SAFE).

Potencial parceria com a Alemanha (Rheinmetall Lynx KF41), Espanha (ASCOD) ou Polónia (Borsuk).

Custo faseado: €200–300 M a partir de 2026.

3.3 Modernização dos Leopard 2A6

Programa de Mid-Life Upgrade (MLU) aprovado no LPM 2026:

Atualização de sistemas pontaria, comunicações, e blindagem.

Revisão profunda de motores e transmissões.

Integração de sistemas de proteção ativa (APS) e nova munição.

Custo previsto: €150–200 M.

Execução 2026–2031 (em cooperação com o fabricante alemão KMW).

3.4 Infraestruturas Militares e Manutenção

Criação de uma “linha verde” de financiamento permanente para manutenção corretiva e preventiva.

Reabilitação prioritária:

Santa Margarida, Tancos, Beja, Vendas Novas.

Bases aéreas: BA5 Monte Real, BA6 Montijo, BA11 Beja, BA4 Lajes.

Custo agregado previsto: €400–500 M.

3.5 Indústria de Defesa e Munições

Lançamento de fábrica nacional de munições de pequeno e médio calibre, com possível parceria europeia (Nammo, Rheinmetall).

Expansão da OGMA / CEiiA / EID / Empordef para projetos europeus de drones, comunicações e ciberdefesa.

Custo de investimento inicial: €80–120 M.

3.6 Reestruturação das Forças Terrestres

Consolidação do plano Força Terrestre 2045:

Redução de regimentos redundantes (RI13, RI14, RA4, RI19, RG2). Reduzir estruturas administrativas, aumentar unidades operacionais bem equipadas, bem treinadas e bem suportadas e lideradas.

Criação da Brigada de Capacitação (BrigCap) para comandar e gerir as Forças de apoio geral, apoio de combate e logísticas.

Melhoria das BrigMec, BrigInt e BrigRR com meios modernos.

Objetivo: menos estruturas administrativas, mais poder de combate real.

3.7 Ciberdefesa, Espaço e Drones

Aumento de verbas para o Comando de Ciberdefesa.

Criação de uma Componente de Defesa Espacial / ISR integrada no EMGFA.

Financiamento de drones táticos e MALE, e de radares 3D para defesa aérea.

3.8 Reforço do Dispositivo insular

RG1–RG3 (Açores e Madeira) mantêm-se como forças de presença e logística, recebem Bat. AAA SHORAD/ HIMAD e ST5 para a infantaria.

Reforço das Lajes e de Ponta Delgada como bases de apoio transatlântico (cooperação EUA/NATO).

Pequenos investimentos em infraestruturas e stocks.

4. Mudanças Estruturais e Administrativas
Tema   Mudança Provável
Encerramento / fusão de regimentos   Redução de 10 para ~7 regimentos continentais até 2030. Fusão do RA4/ e RA5 num único Reg. Art Campanha com 2 grupos Caesar (2 BBF cada a 8 bocas de fogo, 32 + 4 reserva / instrução, 36 total) e 1 BBF 105mm Light Gun ( 1 de reserva) / Mort. 120mm
Regimento (ou Comando de Forças Especiais) com 1 Bat. Comandos e a Força de  Op. Especiais, Reg. AAA (GAAA SHORAD e GAAA HIMAD, com batarias dispersas) e Reg. Lanceiros (PE) Grupo PE + 5 pel. PE.

Os M109A2 e M-109A5, HMMVs e restantes M-113 serão doados `a Ucrânia quando forem substituídos por Caesar, VCI novos, e mais ST5, etc.

Nova Brigada de Capacitação   Concentra artilharia, engenharia, logística, transmissões, CBRN, manutenção e polícia militar.
Modernização administrativa   Digitalização da logística, manutenção e gestão de recursos humanos.
Carreiras e incentivos   Reforço salarial e estabilidade contratual para atrair e reter pessoal qualificado.

1. Força Aérea Portuguesa — Prioridades Prováveis (2026–2035)
Prioridade   Descrição   Investimento Estimado (€)   Notas
Substituição dos F-16AM/BM   Retirada progressiva dos F-16 a partir de meados da década de 2030. As opções mais prováveis são Typhoon Tranche 2+ ou Gripen E. O F-35A é possível apenas num cenário de parceria industrial com os EUA.   €1,5–2,5 mil milhões   Maior investimento da LPM após 2026.

Rede de Defesa Aérea e Vigilância   Integração dos novos sistemas IRIS-T SLM e SAMP/T no Sistema de Defesa Aérea Nacional (SDAN), com modernização e aumento dos dos radares (Açores) e dos centros de comando e controlo.   €600–800 milhões   Projeto conjunto com o Exército e a NATO (IAMD).

Renovação da Frota de Transporte   Substituição dos C-130H-30 por mais C-390 Millennium (KC-390) ou outros— pelo menos 2 a 3 aeronaves adicionais.   €300–450 milhões   Portugal é parceiro no programa Embraer.

Programa de Mid-Life Upgrade (MLU) das frotas Merlin e C-295. €160–180 milhões

ISR / Drones   Consolidação dos UAV Tekever AR3/AR5 e aquisição de UAVs MALE (possivelmente Eurodrone ou MQ-9B SkyGuardian).   €150–250 milhões   Financiamento parcial via EDF/EDIRPA.
Infraestruturas Aéreas   Modernização das bases Monte Real, Beja, Lajes e Ovar (pistas, hangares, energia).   €150–200 milhões   Associado ao apoio NATO e operação de novas aeronaves.

Objetivo estratégico: manter a capacidade de policiamento aéreo, busca e salvamento e prontidão NATO, com menos aeronaves mas de maior capacidade.

 2. Marinha Portuguesa — Prioridades Prováveis (2026–2035)
Prioridade   Descrição   Investimento Estimado (€)   Notas
Substituição das Fragatas Vasco da Gama   Substituição das 3 fragatas da classe Vasco da Gama por novos navios multifunção (3 a 4, possivelmente F-110 ou MEKO A-200).   €1,5–2,0 mil milhões   Aquisição faseada entre 2028–2035. Substituição das BD com fragatas usadas ou novos XO a partir de 2035 (2 a 3).

Programa NPO3S (3ª série de patrulhas oceânicos)   Construção de 6 novos NPO3S ( e 3 ou 4 NPO4S a partir de 2035 para substituir os NPO1/2S) nos Estaleiros de Viana do Castelo.   NPO4S c/  57mm ou 76mm e CIWS. €450–600 milhões   Produção nacional e reforço da indústria.

Submarinos Tridente — Modernização de Meia Vida (MLU)   Atualização dos dois U-209PN por volta de 2030 (sensores, comunicações).   €250–300 milhões   Garante operação até 2045. Possível compra de 2 SSK adicionais

Capacidade de Contramedidas de Minas e Sistemas Autónomos   Desenvolvimento de uma pequena flotilha MCM + USV/UUV, com possível financiamento europeu.   €100–150 milhões   

Vigilância Marítima e Drones   Integração de UAVs marítimos (ex. Tekever AR5, SeaGuardian) nos NPO e fragatas.   €100–150 milhões   Cooperação com a NATO e a UE.

Infraestruturas Navais   Requalificação da Base Naval de Lisboa (Alfeite), Estaleiros de Viana e base logística de Tróia.   €200–250 milhões   Essencial para manutenção e novos programas.

Objetivo estratégico: assegurar uma marinha oceânica com 2 submarinos, 5–6 fragatas e 9 NPO, garantindo soberania e presença em toda a ZEE portuguesa (1,7 milhões km²).

3. Tendências Estratégicas Comuns (Revisão da LPM 2026)
Área   Tendência   Observações

C2, Ciber e Espaço   Fortes investimentos em sistemas de comando, comunicações e ciberdefesa, e integração no NATO Federated Mission Networking.   €150–200 milhões previstos.
Participação Industrial Nacional   Ênfase em co-produção e tecnologia nacional: OGMA, Embraer, EID, AA, CEiiA, Tekever, UAVision, Critical Software, NavalRia.   Incentivos via EDF.
Sustentabilidade e Eficiência Energética   Bases e estaleiros com energia solar, eficiência e descarbonização.   Financiamento duplo (Defesa + Ambiente).
Projeção Atlântica e Cooperação Africana   Reforço da presença nos Açores, Madeira e Atlântico Sul (cooperação com Cabo Verde e Guiné-Bissau).   Linha política clara da Defesa 2024–2030.

5. Conclusão

A revisão da LPM em 2026 será a mais significativa desde 2019.
Não se trata apenas de comprar novos sistemas, mas de reorganizar, reindustrializar e reprofissionalizar as Forças Armadas portuguesas.

O foco principal:

Defesa antiaérea e antidrone por camadas.

Modernização mecanizada e digital.

Sustentação e manutenção realista.

Redução da dispersão territorial.

Maior integração industrial europeia.


Vamos ver se está perto da verdade...

De onde foi isto retirado?

De nenhum doc oficial CG.

Abraço
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4026 em: Hoje às 09:52:27 am »
Wishfull Thinking ::)
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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tenente

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4027 em: Hoje às 10:16:14 am »
Tanta palha para não dizer nada

Nem mais P44, nem mais.

Esse, ambiciossimo, post até podia ter como autor(es) aqueles especialistas iluminados da área da DN, que,  sazonalmente, vão, garbosanente, publicando, as tão fabulosas quanto Inúteis LPM, que, quais montanhas que vão parindo um ratinho, continuam a sugar e cativar algumas centenas de milhões das, já tão parcas, verbas, alocadas aos Vários orçamentos dos Ramos das FFAA.

As lacunas em Pessoal e equipamentos são de tal ordem limitadoras das capacidades operacionais dos Ramos, que, arrisco-me a afirmar, se fossem investidos em pessoal, aumentos de 20% nos vencimentos e recrutamento de apenas Praças, para elevar o seu número e só no Exército para o triplo do actual efectivo de 5000, teriam que ser investidos em dez anos, uma média de cerca de 350 milhões/ano.

No caso dos variadíssimos equipamentos, em falta, obsoletos e à espera de modernizacoes, e no mesmo periodo de 10 anos só para cinco Fragatas, e 30 aeronaves de combate seriam necessários investir mais de 1.000 Milhões/ano.

Quando em mais quarenta anos, praticamente não se investiu nem se mantiveram minimamente operacionais a grande maioria dos SA tão necessários para a DN, alguém no seu perfeito juízo acredita que se irá investir o necessário para que as FFAA disponham de meios modernos, actualizados e suficientes para cumprir as suas missões ???

Se acreditam, muitos parabéns, para mim a realidade diz-me que tal não irá acontecer.


« Última modificação: Hoje às 03:07:21 pm por tenente »
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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4028 em: Hoje às 10:19:40 am »
Wishfull Thinking ::)

Ora bem, assim haja quem tem tempo para tal.

Abraço
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PereiraMarques

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4029 em: Hoje às 12:43:14 pm »
Gajos dos GT e dos processos de aquisição já levam medalhitas ... estudassssesss ... como dizia o outro  :mrgreen:

https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/portaria/565-2025-939188979
 
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dc

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4030 em: Hoje às 12:53:16 pm »
De onde foi isto retirado?

Provavelmente IA.

E a lista é completamente irrealista, face ao noticiado para o OE de 2026, e para o que se pode supor que seja mais do mesmo nos anos seguintes.

Até porque o IA supõe que vamos passar de 600M em equipamento/ano, para 900M, quando nunca chegámos aos 600M, nem vamos chegar num ano de "investimento sem precedentes".

A questão agora é, qual o grau de satisfação das chefias das Forças Armadas com este orçamento?
Foi-lhes prometido um reforço substancial de verba, que afinal não é nada.
 

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mayo

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4031 em: Hoje às 02:15:47 pm »
Mais do mesmo, o equivalente a nada ! :G-bigun:

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Re: REFORMAR E MODERNIZAR AS FORÇAS ARMADAS
« Responder #4032 em: Hoje às 02:41:18 pm »
Calma

Agora é que vai ser!
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