"Com a ida do Regimento de Comandos para Tancos a Academia Militar concentrava-se toda na Amadora e deixava os edifícios históricos para outras funções". Esta pessoa sabe que o Regimento de Comandos já saiu da Amadora há décadas, certo?... Tudo certo sobre a concentração da Academia Militar na Amadora, mas de certeza que não são os Comandos o empecilho para isso não avançar. Também me faz alguma espécie que ao falar da reorganização territorial do Exército o exemplo maior dado tenha sido o RI10. Do meu ponto de vista tem que começar-se pelos diversos quarteis, destacamentos e chafaricas que não têm unidades operacionais, que só fazem formação ou que têm basicamente serviços administrativos. O RI10 é casa de um batalhão de paraquedistas (desfalcado), dos melhores e com maior emprego do Exército. Nestas unidades a reorganização tem que ser gerida com cuidado, simplesmente transferir e concentrar pode redundar apenas numa ainda maior sangria de pessoal. É preciso ter noção que para muito gente a proximidade de casa é um factor importante de atração/retenção, seja pelos baixos vencimentos para deslocações (o que pode melhorar), seja pelas dificuldades e tempo de deslocação na ineficiente rede de transportes, seja pela barreira psicológica do factor casa - faz-me alguma confusão naquelas idades, mas existe.
O RI10 tem grande potencial. Sendo um aeródromo colado a um rio, seria o local ideal para implementar uma subunidade de Fuzileiros. O objectivo: jogar com o factor casa. São Jacinto estando a cerca de 55km do Porto, tornaria a opção dos jovens das regiões à volta, de se juntarem aos Fuzileiros, muito mais viável.
Como seria feito: mantinha-se a unidade centralizada para curso de Fuzileiro na actual Escola de Fuzileiros, enquanto que as unidades operacionais, seriam distribuídas entre Escola de Fuzileiros, São Jacinto, Açores (ex:RG2) e Madeira (ex:RG3) (e porque não Faro, caso houvesse pessoal suficiente), com base na naturalidade dos membros dessas subunidades (pelotão ou companhia, consoante o número de pessoal). Este tipo de medida, visava tirar partido do factor proximidade a casa para os interessados em ingressar, que de outra forma prefeririam fazer outra coisa qualquer mais perto de casa, ao invés de se deslocar 200 ou 300km.
Aplicar o mesmo raciocínio para os Comandos e Paraquedistas, abrindo a hipótese de criar unidades operacionais (pelotão ou companhia) noutras regiões do país, mantendo um local central de formação (Tancos para os Paras, Carregueira para os Comandos). Dando por exemplo aos Comandos a opção do RI14 ou RC6 a Norte, e um novo RI em Faro (RI em Faro para substituir as messes e o quartel da Atalaia neste distrito), e aos Paras a possibilidade de criar uma subunidade nos Açores e/ou Madeira (inseridos na Base das Lajes e no AM3, respectivamente).
Isto permitiria "levar" certas especialidades mais perto da população de determinadas regiões, e ao mesmo tempo sem aumentar o número de unidades (quartéis/regimentos), tirando partido das unidades existentes (que hoje estão desfalcadas) para os albergar.
Voltando às bases aéreas, algo que me tinha esquecido de escrever na mensagem anterior. Nós temos pelo menos 3 empresas portuguesas de drones, que produzem para as Forças Armadas (Tekever, UAVision e BeyondVision). Então não é que pelo menos uma destas empresas, produz os seus produtos, numa loja debaixo de um prédio? Dito isto, e lembrando que a UAVision também começou numa garagem, pergunto (ou proponho) se não fazia sentido, tirar partido de infraestrutura existente em certas bases aéreas/aeródromos de manobra, para instalar a linha de produção pelo menos dos drones militares de alguma destas empresas? Em vez de se ter edifícios a deteriorar-se, e estas empresas pequenas, ainda com poucos clientes e pouca capacidade para alugar grandes armazéns para desempenhar o seu trabalho? Isto até permitia controlar de perto o investimento feito nestas empresas.