Isso significa que certas regiões as opções são bastante diminutas e a tropa continua a ser uma das poucas saídas possíveis que não envolvam vacas, turismo de verão ou pesca.
Beja não tem qualquer unidade operacional por lá porque das 3 Brigadas nenhuma tinha um Batalhão para lá colocar. Se fechasses o Regimento em Beja e abrisses outro no Algerve continuavas sem uma unidade operacional para colocar lá. A última vez que Beja teve algo, foi o 3º BIParas, unidade que foi levantada, fez uma missão e depois fecharam o "estaminé".
Isso significa que existem regiões com maior potencial, e que são subaproveitadas. Muitas vezes porque se quer tudo concentrado nas grandes cidades, e porque as FA se devem achar a última bolacha do pacote, e que quem pensa em ingressar, tem que ir até ela. Isso resultava no SMO, porque era obrigatório, não sendo obrigatório, não vai haver tanta gente disponível para sair da sua terra para ir para a tropa. É preciso uma organização mais inteligente.
Fecharam o estaminé do 3º BIParas? Porque será? Será porque foi colocado num distrito com baixíssima densidade populacional (e a piorar), uma unidade de escalão
batalhão que requer um número relativamente elevado de militares, ainda por cima de uma unidade de elite? Não estamos a falar de uma especialidade de acesso mais fácil, com várias especialidades que possam ser atractivas para vários tipos de cidadão. Então se há dificuldade em encher as unidades existentes em Beja, que são na sua maioria forças "regulares", iam conseguir centenas de Paraquedistas?

Já uma unidade em Faro, permite-te duas coisas: afastamento da BA11, portanto menos competitividade a nível de candidatos, e tira partido de um distrito com muito maior densidade populacional que Beja. Com isto, não é preciso que haja uma unidade operacional de alguma das brigadas para "lá colocar", cria-se uma. E em vez de fazer um regimento monomissão/monobatalhão, cria-se uma unidade similar aos Regimentos de Guarnição, como parte da BRR, em Faro. Assim em vez de teres uma só especialidade na região, tens uma unidade multi-domínio.
Continuo sem perceber essa tua fantasia de unir Regimentos com BA. São Ramos diferentes, nenhum dos dois queria tal solução.
Chama-se aproveitar a infraestrutura existente, subaproveitada e com espaço. O facto de serem ramos diferentes não me diz nada. Supostamente têm um objectivo comum, que é a defesa do país. Portanto é um não-argumento.
Ok, presumo que querias fechar o RI15 para o colocares no RPara ou na BrigRR.
Sim.
Por mim...
Salvo erro o RAME tem uma das suas Companhias no RE1 em Tancos.
O que torna ainda mais absurdo ter as suas unidades separadas em dois locais distintos. Ou metem tudo em Tancos, ou tudo em Santa Margarida.
Mais uma vez, Ramos diferentes.
Continua a ser um não-argumento. Em guerra vão ter que operar em conjunto ou de forma complementar.
A questão é saber que unidade tem mais capacidade de absorver a outra.
É como tudo na vida. Ao não fazer nada e deixar tudo como está, mantendo o status quo, é que não se vai saber.
Tal como o Cabeça de Martelo disse, os ramos militares ainda são entidades próprias e (com algumas excepções), não andam a meter forças nas unidades territoriais dos outros (isso tem custos, teria que se construir edifícios para a nova força, camaratas, garagens para viaturas, zonas de treino, etc,) outros sitios teria que se ver se a unidade que vai receber se tem capacidade de receber o material ou se é preciso, por exemplo, construir/aumentar armazens para material militar diverso, depósitos de armamento com algum tipo de especificidade, etc.
Se calhar o problema é mesmo esse, o conceito de "território". O país continua a ser Portugal, que é o território que importa definir, a utilização de unidades físicas mistas nem sequer devia ser um problema. Entramos na mesma narrativa de pequenos clubes de futebol, não quererem partilhar um estádio comum, cada um quer o seu, não percebendo que isto permitiria ter um bom estádio, ao invés de vário estádios reles. Nas FA é igual, é preferível ter um pequeno regimento, com espaço limitado, do que partilhar uma unidade maior com outra unidade ou outro ramo.
Mesmo nos casos em que seja necessário construir alguma coisa nos regimentos que absorvessem outras unidades, o custo seria muito mais reduzido do que o lucro que se ganhava com a venda dos hectares do regimento do qual são provenientes. E os ganhos a médio/longo prazo seriam gritantes, havendo menos despesa decorrente.
Eu acharia interessante haver fuzileiros nas ilhas ou no norte, por exemplo, já que esta força está toda concentrada no Alfeite e os seus militares não tem grandes hipóteses de ir para outro lado (só se puderem ir para as capitanias(?)), mas isso é uma wishlist com pouco de realista.
Eu preferia ter uma unidade operacional de Fuzileiros (pelotão/companhia), com Fuzileiros ainda no activo nessas regiões. A ideia é aumentar a atractividade da força, e como consequência aumentar o número de militares na especialidade. Não é ter noutras regiões do país, Fuzileiros a mudarem de especialidade, porque assim a falta de pessoal na especialidade mantém-se.
Mas o exército já permite que os seus militares mudem de quartel sem ser preciso criar sub-unidades dentro de outros quartéis, um Comando ou OE pode ir para muitos quartéis sem ter que existir uma sub-unidade deles lá, podem desempenhar qualquer função de Infantaria, ou até administrativa (consoante o posto), há pouco um sargento paraquedista de Tancos foi colocado no Hospital das Forças Armadas, o homem não deve ser médico por isso deve ir para algum serviço administrativo ou logístico do hospital.
Mas estão a cometer o erro de olhar para isto numa perspectiva de "emprego", quando eu estou a falar em aumentar a capacidade operacional, através de um maior número de militares nestas forças, tirando partido do factor casa. Isto significa que, tem de haver unidades operacionais noutras regiões, e não ter tudo centrado num só sítio. O curso seria tirado no local actual, e a unidade operacional poderia ser dentro ou fora deste local.
O exército tem tantos quartéis que pode juntar o que quiser num dos seus quartéis sem ter que andar a colocar forças em "quartéis" de outros ramos militares.
E será que têm espaço? É que as BAs sabemos que têm, e muito, já nos regimentos do EP, vão arranjar um argumento qualquer de que o espaço é insuficiente e mantém tudo na mesma. A BA11 sozinha tem espaço "livre" para uns 5 ou 6 RI1, sem problema nenhum.
Só entre Aveiro e o Porto o exército tem o RI10, o RE3, o quartel de Gaia (coisas administrarivas e de recrutamento), o Regimento de Transmissões no Porto (um quartel bem grande), a Escola dos Serviços na Póvoa do Varzim. Se o exército quiser pode bem fechar por exemplo o RE3 e o quartel de Gaia e concentrar pessoal nos quartéis melhores, sem precisar de colocar forças numa base da Força Aérea.
Pois podia. O Regimento de Transmissões podia absorver muita coisa.
O RE3 não se perdia nada ao ser absorvido, caso não seja viável colocar este tipo de unidade no meio de uma cidade. De frisar que em caso de ataque e danos numa BA, é a engenharia que resolve o problema.
O RI10 devia ser melhor aproveitado, pura e simplesmente.
Na zona da Amadora tem a poucos kms uns dos outros, o RL2, o RAAA1 e o RComds.
O RAAA1 devia ser colocado numa BA, nomeadamente na de Monte Real, e eventualmente um segundo em Beja, que é onde importa. Um RAAA sem sistemas de médio ou longo alcance, nem justifica existir enquanto regimento, já que se limita a sistemas básicos como Stinger e Bitubos, e mesmo que se adquiram sistemas SHORAD móveis, estes devem ser alocados às unidades que é suposto protegerem (mais concretamente nas brigadas), e não num regimento no meio de Lisboa.
O AM1 agora ficou uma unidade muito requisitada lol, ora é para lá colocar caças, ora metade do Regimento de Transportes do exército, eu acho que o sitio não é muito bom para camiões, já lá fui algumas vezes e entre a auto-estrada e chegar à porta de armas tem de se atravessar umas aldeias com estradas apertadas, uma coisa é passar ali um camião de vez em quando, outra é todos os dias, mas movimentos terrestres não são a minha área..
O AM1 é a base aérea mais a Norte que temos, e está subaproveitada. Fazer daquilo um hub logístico (militar) Norte, ou um comando central para aeronaves de combate a incêndios, ou para absorver o regimento de engenharia, são meras opções para dar uma maior utilidade àquilo, ao invés de ter certas unidades em pequenos quartéis ou deixar aquilo ao abandono. Meter lá caças de forma permanente não faz sentido, dada a relativa proximidade a Monte Real. Caças, só mesmo em caso de guerra, tirando partido das placas para dispersão das aeronaves.
À uns anos atrás tive conhecimento de um Cabo OE, que pediu transferência para o RI15 (1º BIParas). Não faço menor ideia a razão, mas quase que aposto que era para ficar mais ao pé de casa. Também tenho conhecimento de Paraquedistas (Praças) que pediram a transferência para unidades do Exército normal pelas mesmas razões.
Resumindo, o factor casa tem muita força, e é necessário medidas para mitigar a sua influência.