
Agora mais a frio, e não querendo passar por advogado do diabo, é compreensível um atraso na entrega dos aparelhos face à necessidade de desenvolver toda uma cadeia logística inexistente em Portugal, tal como está escrito no screenshot:
- Há necessidade de desenvolver todo o sistema de manutenção logística desta aeronave e o processo pode envolver a indústria nacional (serviços);
Porém, passarem mais de 5 anos para a entrega das primeiras duas aeronaves, e mais de 6 para a encomenda ficar completa? Isso sim é de bradar aos céus, mesmo com o possível "bónus" do envolvimento no programa da indústria nacional (vulgo, areia para os olhos).
No próprio site da Arista está escrito que a entrega terá lugar "no decurso dos próximos 3 anos":
Arista Aviation Services, a counted-on provider of rotary wing aircraft repair, overhaul, and modernization – with specialization in the Sikorsky UH-60 Black Hawk helicopter – has been awarded a contract to provide six firefighting-capable Black Hawks to the Portuguese Air Force (Força Aérea Portuguesa), besting Industry OEMs Leonardo and Bell Helicopter. The contract includes the delivery of six aircraft over the next three years, training for six pilots and 21 mechanics, and five years of onsite maintenance and logistical support. (...)
https://aristaas.com/arista-aviation-awarded-portuguese-air-force-contract/
Não se recondicionam células com 30/40 anos de serviço de um dia para o outro como é aqui o caso, é certo, nem a FAP é naturalmente o único cliente que a Arista possui neste momento em carteira. Se tivessem vindo dizer que a entrega dos primeiros exemplares dos UH-60A estaria aprazada para 2024/25, tal não me teria deixado chocado; por exemplo, o contracto V-519 de compra do primeiro lote de 20 A-7P Corsair II foi assinado a 5 de Maio de 1980, com a primeiro avião modificado a voar em Maio do ano seguinte e a cerimónia oficial de entrega a ter lugar a 18 de Agosto de 1981 na Andrews AFB. Agora primeiro trimestre deste ano? Pouco crível e expectável, diga-se a bem da verdade.
Considerando a data apontada de 2028/9, verifica-se afinal que tudo não passou de um embuste, ou então houve desenvolvimentos de última hora que, de qualquer forma, carecem de esclarecimentos rápido em sede própria. Porque se for por este ponto, e com o actual CEMFA...
- Tema a ser desenvolvido nas próximas reuniões com o EMFA;
... então não deve haver problema nenhum.
Que arda o que tiver de arder, que se deixe correr solta a corrupção, e que se continuem a plantar de forma criminosa eucaliptos e acácias à vontade por essa floresta fora e nos solos ardidos, como está a acontecer neste momento na Serra da Estrela, por exemplo. Depois de estar tudo novamente queimado e destruído, organizam-se inúmeras campanhas de solidariedade, de recolha de fundos e donativos, chama-se o Marcelo para as fotografias da praxe com os desgraçados que foram afectados, e está a coisa despachada. Afinal é disto que o povo gosta, pão e circo.