Pelo que percebi do artigo o financiamento era para forças de segurança, pressuponho que forças militares não poderiam concorrer a esses fundos.
Penso que a Marinha sempre teve o comportamento errado nisto, de defender a quinta, imaginem se a FAP dissesse, o ar é só para nós, mais ninguém do governo pode voar.
A FAP nunca pôs entraves e até ajudou, uns mais outros menos, a Marinha, o exército, a ter aviação, e não me lembro de algum problema quando a ANPC teve os seus helis.
E em relação ao duplo uso, que duplo uso tem uma LFC? Dá para uso militar ou só civil? O duplo uso devia ser equipamentos militares capazes de uso civil.
Se for esse o caso, o financiamento ser específico para forças de segurança, facilmente se constata que fica mais barato ter as lanchas numa GNR/"Guarda Costeira" do que na Marinha. Se o Estado paga 75% menos pelos navios para a GNR do que pagaria para a Marinha, então foi a escolha acertada, e não deviam ser 4, deviam ser 10 (aproveitando o financiamento), assim encostavam-se os Centauro/Argos e a Marinha tinha menos uma preocupação. Mas não, com uma Marinha cheia de problemas, vão estar preocupados com as quintinhas.
Já agora, atenção que o termo LFC está a ser erradamente usado, de certa forma, já que para a Marinha, LFC, eram aquelas Lanchas de 50 metros (para ser construídas em Viana) que iam substituir os Cacine, e não as lanchas rápidas Centauro/Argos.
Tinha-me esquecido de comentar esta parte, claro que concordo.
Acho que o problema para as chefias da Marinha, é que menos navios também significa menos comandantes de navio, deve ser mais fácil arranjar lugar para generais/almirantes (basta inventar um gabinete no Estado-Maior), que para comandantes (estes tem obrigatoriamente que passar um tempo a comandar um meio naval), ou então os comandantes passam a fazer só alguns meses de comando para dar para todos, mas, claro que isso é perigoso para a segurança pois a experiência passa a ser pouca.
Talvez isto force a Marinha a apostar nos tais meios militares em falta referidos.
Se a questão for o número de embarcações para comandar, não seja por isso! Entre comprar um terceiro submarino, 3/4 Draga-minas, 1 AOR, passar de 5 para 6 fragatas, em vez de 1 LPD ter 2 LST100 (também da Damen como a lancha da notícia
), navios hidrográficos... constatava-se que não faltariam navios para comandar, e muito mais complexos que meras lanchas ribeirinhas.