Situação Política em Portugal

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Camuflage

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #525 em: Maio 22, 2011, 01:33:31 am »
Citação de: "Dr Oliveira Salazar"
A situação é tão má que é mais fácil um imigrante brasileiro sem qualificações arranjar emprego em Portugal que um jovem português licenciado que ou tem qualificações a mais ou não tem cunhas para arranjar uma vaga naquilo para que estudou.

Quando um país não providencia oportunidades ou meios de sustento para os seus cidadãos alguma coisa de muito grave se passa.


Generalização, não faltam imigrantes com cursos superiores, sobretudo de leste a trabalhar nas obras ou na agricultura. Temos muitos jovens portugueses lá fora que trabalham onde for preciso, mas em Portugal são muito esquisitos, só querem trabalhar em algo que não faça suar nem suje a roupa, não significa que todos sejam assim, mas conheço cada vez mais gente assim infelizmente e é algo que me deixa bastante surpreendido.
Outro exemplo é quando os jovens estão mal e parece que gostam de estar assim, já conheci gente que tinha ou tem oportunidades para emigrar e ir para melhor, com familiares ou amigos lá fora e não vão porque não querem deixar a terrinha. Parece que ninguém está disposto a fazer um sacrifício pessoal e querem tudo de mão beijada.

Lembro também o excesso ridículo de universidades e politécnicos que temos, onde todos querem fundos para investigação. Nos EUA há 1 universidade estadual por cada 2 milhões de habitantes, ora nós em Portugal com 10.6 milhões de pessoas, temos para cima de 30 instituições de ensino superior público!
E vou mais longe, o MCTES faz em média 2 relatórios por ano onde supostamente reúne os dados dos cursos com maior número de inscritos nos centros de (des) emprego. Em Fevereiro de 2010, enfermagem de Coimbra era um dos cursos com mais alta taxa de desempregados, no entanto em Julho a quando das candidaturas, foram abertas ainda mais vagas na mesma escola, do que em 2009!

É tempo de dar cabo dos interesses particulares, sem medo e olhar para o país com um plano a longo prazo e que nenhum governo possa ter a capacidade de alterar, excepto pequenos ajustes.
A UE podia ter sido algo bom, só se tornou mau porque os políticos fazem o que as suas famílias politicas mandam e é se quiserem ter tachinho. Acagaçaram-se em prol do interesse particular.
« Última modificação: Maio 22, 2011, 02:51:11 am por Camuflage »
 

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PereiraMarques

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #526 em: Maio 22, 2011, 02:37:50 am »
Citação de: "Camuflage"
Nos EUA há 1 universidade por cada 2 milhões de habitantes

Não me parece. Só se for em termos de universidades públicas estaduais (State University). Porque se contarmos universidades estaduais, universidades privadas, universidades confissionais e community colleges, há milhares...

Citar
According to UNESCO[2] the US has the second largest number of higher education institutions in the world, with a total of 5,758, an average of more than 115 per state. The US also has the highest number of higher education students in the world, a figure of 14,261,778,[3] or roughly 4.75% of the total population. The U.S. Department of Education shows 4,861 colleges and universities with 18,248,128 students in 2007.[4]

http://en.wikipedia.org/wiki/Higher_edu ... ted_States
 

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Camuflage

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #527 em: Maio 22, 2011, 02:49:27 am »
Referia-me unicamente às estatais (ou estaduais), daí que termino a frase a comparar ao ensino superior publico, mas talvez não tenha sido claro na altura a exprimir-me.
 

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Luso-Efe

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #528 em: Maio 22, 2011, 08:26:16 pm »
Citação de: "Edu"
Concordo totalmente que Sócrates deve ser corrido para bem do país, mas sinceramente a vitoria de Pedro Passos Coelho não me inspira nenhuma confiança ou segurança.

Esquecendo as ideologias particulares de esquerda ou direita de cada um, em que partidos nacionais podemos confiar a soberania de Portugal?

Edu.

Concordo com muitas das suas posições, e é com agrado que vejo, que apesar de ser socialista chegou á conclusão que Sócrates tem que ser corrido, e o PS tem que mudar de ares e reformar-se com uma nova liderança que não venha da linha dura de Sócrates, porque o ditado é antigo, diz-me com quem andas dir-te-ei quem és.  :?:

O problema é que nos vivemos na chamada democracia, mas o problema é que isto cada vez mais é uma ditadura partidária em que nós são dadas 2 ou 3 opções, e por vezes nenhuma delas é a ideal, o melhor que podemos fazer é escolher o mal menor.

Neste momento o PSD e o Passos Coelho é de longe a melhor, perfeita não é de certeza, mas é a melhor. É esta a democracia que temos, há que mudá-la, como é que isso se faz é a grande questão.

Falaram também aqui de Schengen, o espaço Schengen é  um espaço de livre de pessoas, nada de confusões com o tráfego de mercadorias é da responsabilidade da União Europeia, esta “querida” UE que tão bem defende os interesses do directório europeu e que elos vistos quer embargar a nossa madeira de pinho devido à praga do nematode, o que seria uma tragédia para a economia nacional.

Espero que não venha a acontecer, caso contrário serão milhares de postos de trabalho em risco, uma tragédia nacional.  :idea:

Vai ser um autentico efeito domino, e o controle fronteiriço é a única forma de combater o crime transnacional e a emigração ilegal, não digo que tenhamos que voltar a um nível de controle anterior a 85, mas nem 8 nem 80, a rebaldaria que se vive hoje em dia não pode continuar. :N-icon-Axe:

João Ferreira do Amaral, disse também que o euro está feito á medida dos interesses dos alemães, que querem uma moeda forte porque sabem que os seus carros e produtos de excelência estão sempre vendidos, visto que muitos deles só se fazem lá, visto que na Alemanha está a nata da Engenharia, da industria automóvel, da química e farmacêutica do mundo.  :N-icon-Axe:  

E disse outra coisa que eu assentei e passo a citar na integra:

“ Com o euro Portugal não vai lá, porque a moeda é muito forte e impede-nos de exportar”

Aquilo que eu também já me fartei de dizer, se sairmos temos que pagar o petróleo em escudos, mas que eu saiba os Portugueses antes de entrarem para o euro sempre andaram de carro, e pagavam os combustíveis e bem mais baratos, é que a liberalização apenas serviu com esta provado para encher os cofres das petrolíferas. :N-icon-Axe:

É o que se chama um pau de dois bicos, em suma o euro não foi mais que uma armadilha lançada aos povos do sul da Europa para nos conduzir que nem carneiros aos federalismo europeu.

A nossa divida é a maior desde o fim da guerra civil em 1832, a altura em que foi menor foi na década de 50 e 60 com Salazar, com os defeitos e virtudes que possa ter o melhor ministro das finanças de Portugal de todos os tempos segundo a Time.

Depois do 25 de abril para cá a dívida cresceu exponencialmente, depois de 2002, um desastre, foi o querido “euro”.

Mais, nesse programa assentei também uma expressão do Medina Carreira que calou a plateia quando disse que:

“A este ritmo, o mais tardar em 2020 não há dinheiro para pagar pensões e a segurança social entra em rotura”.

O ansião Medina Carreira no seu melhor, bem tenta abrir os olhos ao povo. :shock:

O FMI tal como ele disse aterrou na portela de sacavam, vamos ver se as medidas do FMI nos vão livrar deste cenário. Sem FMI e sem as medidas que vão ser aplicadas este cenário era certinho como dizia o Medina, mais uma vez coberto de razão.

Mas este homem, era um catastrofista como lhe cahamava esta esquerda iberista e traidora á nação.

Cumprimentos.
« Última modificação: Maio 28, 2011, 01:31:02 am por Luso-Efe »
Chamar aos Portugueses ibéricos é 1 insulto enorme, é o mesmo que nos chamar Espanhóis.

A diferença entre as 2 designações, é que a 1ª é a design. Grega, a 2ª é a design. Romana da península.

Mas tanto 1 como outra são sinónimo do domínio da língua, economia e cultura castelhana.

Viva Portugal
 

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Luso-Efe

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #529 em: Maio 22, 2011, 08:34:12 pm »
Já agora fica aqui mais um artigo de João Ferreira do Amaral, em que defende que a entrada de Portugal e dos povos do sul da europa no euro foi um crime, e que o euro está feito ao serviço de uma estratégia expansionista da Alemanha, há quem já lhe chame colonialista.

João Ferreira do Amaral defende no mínimo uma renegociação dos tratados do euro, e uma renegociação da zona euro, ou então uma saída apoiada e negociada a médio prazo. :!:

Cumprimentos.

Fica aqui a entrevista na integra.


Citar
João Ferreira do Amaral.

"A moeda única, que apareceu para dar coesão à Europa, é um erro"

Publicado em 05 de Janeiro de 2011.

Os países do Sul da Europa não estão bem na zona euro. E a Alemanha está a defender na UE uma estratégia nacional.


Um dos principais críticos da constituição da zona euro, João Ferreira do Amaral, não tem medo de apontar para os telhados de vidro comunitários. Aos 62 anos, o antigo assessor para os assuntos económicos de Mário Soares e Jorge Sampaio na presidência da República admite sem assombros que "a Europa que conhecemos não é sustentável" e que acabará por implodir caso não sejam feitas alterações aos tratados. Recebeu o i no seu escritório no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), onde é professor catedrático.

Foi das poucas pessoas fora da área do PCP que criticaram a adesão ao euro. Ainda nem há um ano disse que tinha sido criminoso Portugal ter aderido nas condições em que aderiu. Criminoso porquê?

Portugal não tinha uma estrutura produtiva que pudesse funcionar com uma moeda forte. Não tínhamos condições para aderir, para entrarmos para uma zona com uma moeda muito forte, adequarmo-nos a níveis de competitividade muito elevados - quando nós não tínhamos esses níveis de competitividade e quando já se sabia que a pressão da globalização iria ser muito intensa. Sem outros mecanismos de protecção, isso era um erro.

Mas faz sentido sair do euro neste momento?

Sair assim, sem mais, é muito negativo. Não se pode pôr essa hipótese dessa forma. Seria um desastre. Manter o que está é insustentável. E sair já também. As alternativas seriam a União criar os tais mecanismos que deveria ter criado no início para permitir que as economias se integrassem, ou uma saída do euro que exigisse uma alteração prévia dos tratados para estabelecer condições de apoio posteriores. Seria uma saída apoiada, garantindo uma compensação para as consequências negativas do abandono da moeda única, nomeadamente uma grande desvalorização da moeda em relação ao euro, o que faria aumentar as dívidas até níveis insuportáveis. A segunda condição seria que o Banco Central Europeu se comprometesse a apoiar a moeda nacional dentro dos limites estabelecidos no âmbito do sistema monetário europeu.

Faria sentido haver duas zonas euro, uma para os países periféricos outra para os outros?

É uma hipótese, mas levanta o mesmo problema: a criação das duas zonas teria de ser feita de uma forma apoiada. Teria as mesmas consequências: a desvalorização cambial.

Que mecanismos poderia a União criar para manter o euro?

São mecanismos que hoje são difíceis de avançar, mas que permitissem aos governos dar prioridade à produção de bens transaccionáveis, quer do ponto de vista fiscal, quer do ponto de vista do crédito. Alguns desses mecanismos, mesmo sem alteração dos tratados, poderiam ser postos em prática, mas é sempre difícil. As autoridades europeias não gostam de discriminar entre sectores. Teriam de se baixar, por exemplo, os impostos para os bens transaccionáveis, as contribuições para a segurança social e, eventualmente, adoptar uma bonificação de taxas de juro, e por aí fora. Uma discriminação positiva a favor dos bens transaccionáveis para um país que estivesse em dificuldades do ponto de vista externo. Isto exigiria um processo concertado: um país seria declarado em situação difícil e face a isso poderia tomar medidas de discriminação positiva dos bens transaccionáveis. Para mim era a melhor solução.

Nomeadamente no nosso caso?

Sim. O problema fundamental de Portugal é o défice externo. Por difícil que ele seja, o grande problema não é o défice orçamental.

A aposta em bens não transaccionáveis, como a banca e as concessionárias, foi um erro?

Os últimos 15 anos tornaram os bens não transaccionáveis mais rentáveis. E os empresários, com toda a legitimidade, dirigiram as suas actividades para aí. É preciso inverter a situação e provar aos empresários que é mais rentável investir nos transaccionáveis. Isso vai demorar muito tempo, mas tem de ser feito.

Os alemães parecem fartos da Europa, mas nenhum país terá beneficiado tanto...

Repare que os alemães, principalmente desde a reunificação, estão a defender a sua estratégia nacional. E eu não os critico por isso. Se eu fosse alemão, teria a mesma estratégia. Os passos que a União Europeia deu desde essa altura têm sido passos de reafirmação do domínio da Alemanha. Começou com a moeda única a ser feita segundo as indicações alemãs, segundo aquilo que era norma na política monetária alemã e adequado à competitividade alemã. Foi uma condição que a Alemanha pôs para haver moeda única. Ganhou, logo aí, ascendente. A seguir, uma coisa que espantou toda a gente: a rapidez com que se fez o alargamento a leste, que toda a gente criticou por ser demasiadamente rápido. E isso beneficiou quem? Fundamentalmente a Alemanha. Depois o Tratado de Lisboa, que deu um peso muito grande aos países maiores, e em particular à Alemanha, que é o maior de todos eles. E agora o que está previsto em termos de governação económica, também feito segundo as indicações alemãs. O público português não se apercebeu muito disso, mas a União Europeia mudou de carácter com a reunificação alemã. Deixou de ser um espaço de colaboração entre países não inteiramente iguais, mas razoavelmente iguais, para ser um espaço de afirmação do domínio alemão. A Alemanha agora está naquela incerteza sem saber se deve avançar pelos seus interesses sem atender aos outros. Julgo que esta contradição não é gerível. Mais cedo ou mais tarde, e não será muito tarde, a União vai ter de assumir que há um país que tem a liderança, tem a sua estratégia nacional, e que as instituições actuais não permitem que os outros - os menos competitivos - funcionem assim.

É a vitória alemã 50 anos depois da Segunda Guerra Mundial?

Não vamos fazer esse tipo de comparação. Não estou a criticar: a Alemanha está a fazer aquilo que a sua economia lhe permite, que é ter uma moeda forte, que lhe garante capacidade de investimento no estrangeiro. Com toda a legitimidade, a Alemanha pensará que não tem de atender à falta de competitividade de países como Portugal. Claro que se fosse a Alemanha antes da reunificação teria sido outra coisa. Não teria tido o poder para isso. Agora tem, e exerce-o.

Mas sem a zona euro não estaríamos

a falar de um excedente orçamental como o que a Alemanha tem agora.

A Alemanha tem ganho com a zona euro e estou convencido que é só por isso que ainda existe zona euro. A zona euro entrou numa crise profunda com os problemas das dívidas soberanas e a consciencialização de que não pode funcionar com países com baixa competitividade, porque eles vão gerando défices na balança de pagamentos que a tornam a certa altura ingerível. A situação é ingerível nas circunstâncias actuais.

Como é que isto vai acabar?

Não sei prever. Mas uma coisa é certa: a Europa não aguenta este tipo de tensões durante muito tempo. Ou altera as instituições de forma a ser gerível o funcionamento de países com velocidades diferentes dentro da zona euro - o que não é fácil com os tratados actuais - ou tenta introduzir alguns mecanismos ad latere para permitir que isto funcione. Julgo que é isso que está em aberto. A própria Alemanha encontra-se numa contradição complicada: percebe que não pode largar o resto da Europa, mas depende muito das opções do seu eleitorado.

O eleitorado alemão é volátil. Às vezes é pró-marco, outras pró-euro.

Não é por acaso, é um sintoma de uma contradição grande. É por isso que acho que esta situação não se aguenta muito tempo. É preciso uma clarificação, não só para os mercados como para os agentes económicos de cada país.

Uma união fiscal, com ajustamentos automáticos para as zonas?

Acho que um maior federalismo fiscal, se quiser chamar-lhe assim, é inexequível neste momento. Não vejo que haja o mínimo de condições para isso. Agora, raciocinando num cenário académico, uma coisa não compensa a outra. A nossa dificuldade de competitividade não é compensável com a entrada de subsídios. Isso servirá para aguentar a economia uns tempos numa situação aflitiva, mas o nosso problema não é resolúvel através de subsídios. E temos um exemplo dentro da própria Alemanha. A Alemanha do Leste, quando se fez a unificação política e a unificação monetária, perdeu condições de competitividade, gerou desemprego e ainda hoje, depois dos subsídios em massa que têm sido dados pela Alemanha no seu conjunto, é um problema.

Então esta Europa vai implodir mais dia menos dia?

Esta Europa que conhecemos não é sustentável. Para evitar uma implosão, mais vale que o ajustamento e a clarificação se faça de forma concertada. Não interessa a ninguém, muito menos a nós, que isso aconteça. Era importante ver como se concertam posições para que todos os países se sintam bem dentro da zona euro. É evidente que os países do Sul não estão bem na zona euro neste momento.

Que futuro existe para a Europa?

Se a Europa quer ter futuro, tem de assumir que há alterações a fazer aos tratados, ou à forma de funcionamento das decisões comunitárias, para permitir que os países de baixa competitividade se mantenham na zona euro.

Este modelo de combate à crise através da austeridade é errado?

Sim. Não resolve nada e até podemos entrar num ciclo vicioso. A Grécia, por exemplo, pode ser um case study. Até que ponto não entrou já num ciclo vicioso de recessão e desemprego? A verdade é que os mercados não confiam na Grécia, tal como não confiam na Irlanda. Mesmo com os programas de austeridade. Fundamentalmente, os mercados não confiam na zona euro e na sua estabilidade. Isso ainda não se reflectiu numa desvalorização do euro, mas vai- -se traduzindo nos ataques especulativos às dívidas soberanas.

Mesmo com a Alemanha ao leme?

Os mercados deverão pensar que a Alemanha não estará muito disponível para garantir condições de recuperação aos países em dificuldades. No entanto, falar em nome dos mercados é sempre algo que não gosto de fazer. "Mercados" é uma expressão bastante fluida. No entanto, se fosse eu que tivesse de investir, pensaria nisto.

Como analisa o comportamento dos mercados nos últimos meses?

Existe um fundamento. Percebo que os investidores, principalmente na dívida a longo prazo, pensem duas vezes quando um país tem poucas condições de crescimento, como é o caso da economia portuguesa ou grega. Há motivos efectivos para essa desconfiança, embora também haja uma inevitável actividade especulativa no imediato. Mas também devo dizer que não considero isso fundamental. O fundamental são as fracas condições de crescimento da nossa economia.

Este Orçamento do Estado foi bastante criticado pelo Conselho Económico e Social.

Sim, principalmente no que diz respeito a algumas componentes sociais do Orçamento do Estado. Poderia ser mais aberto nessas áreas. Agora a verdade é que as linhas gerais de contenção eram inevitáveis, porque temos um compromisso comunitário e seria impensável não o cumprir. O que é criticável não é o Orçamento apontar para o défice que aponta, mas sim que a UE tenha mudado de repente a sua política económica de uma forma que nunca foi completamente explicada. Parece uma austeridade sem grande justificação.

A Europa estava centrada no investimento público.

E de repente passou para uma coisa completamente diferente. E isso não se pode fazer. Em política económica não se podem fazer essas mudanças sem uma justificação muito grande. Pode dizer-se que a Europa foi apanhada de surpresa pelas crises da dívida soberana. Talvez. Mas isso não deveria implicar fazer o que fez.

Este Orçamento do Estado é insensível?

O Orçamento podia ter mais sensibilidade. Não digo que seja totalmente insensível, mas podia ser mais sensível. Podia haver outras formas de manter apoios sociais que foram cortados. Poderia criar--se uma espécie de imposto de solidariedade na venda de carros ou casas de luxo. Mas também não acho que seja justo dizer que deixou totalmente de lado a protecção social.

Parece-lhe que as projecções de crescimento para 2011 são realistas?

Parece-me que são irrealistas. A procura interna deverá diminuir mais. De qualquer forma, é isso que se espera porque a redução do défice, em percentagem do PIB, é brutal.

As críticas que fez através do relatório do CES podem ter sido o motivo de o seu nome ter sido vetado pelo governo para a chefia do novo organismo de avaliação das parcerias público-privadas (PPP)?

Nunca ninguém me falou nisso, nem estava com perspectivas disso. Nunca fiz essa ligação.

Arriscamo-nos a entrar num ciclo de alternância entre recessão e crescimento anémico?

Esse é o meu receio. Por isso é que a experiência da Grécia será importante. Com a nossa debilidade em bens transaccionáveis, se a redução do défice leva a uma redução da procura interna, é evidente que o conjunto da economia será afectado. Como não temos um sector exportador em crescimento, é mais problemático.

Falou-se, nos últimos meses, de um corte generalizado dos salários na economia. Já afirmou que é uma má opção. Porquê?

Não me admiraria que as novas regras de governação económica pressionassem os países periféricos para uma redução geral dos salários. É uma má solução. O que importa é discriminar positivamente os bens transaccionáveis. Se os salários forem reduzidos, estaremos apenas a aumentar a taxa de lucro de todos os bens. Provavelmente, este lucro adicional não será dirigido a novos investimentos, provocando sim uma fuga de capitais para o exterior. Também se tem dito que uma descida de salários tem o mesmo efeito que uma desvalorização cambial, o que não é verdade. A desvalorização cambial discrimina positivamente os bens transaccionáveis, uma descida de salários não. Além disso, no que diz respeito às dívidas das famílias, uma descida salarial seria dramática em muitos casos. É um erro brutal avançar para esse tipo de solução.

Nesta altura, uma intervenção do FMI já é inevitável?

Não consigo prever isso. Depende muito dos mercados.

Mas a manter-se este nível de taxas de juro...

Sim, mas o meu problema é que, mesmo com a intervenção do FMI, o nível das taxas de juro mantém-se muito alto, como temos visto no caso da Grécia e da Irlanda. Pode descer um ou dois pontos percentuais, mas para um crescimento como o nosso, de zero ou abaixo de zero, uma taxa de juro de 4% ou 5% já é insustentável. Uma descida de um ponto percentual é importante, mas não é isso que nos vai resolver o problema. Esse é outro dos motivos do meu cepticismo. É que a Europa tem os dois problemas, da Grécia e da Irlanda, por resolver. Apoiou-as com este fundo, mas o fundo não é elástico e eles vão precisar de mais financiamento. O cancro desta situação continua lá dentro.

E estamos a fazer este esforço porquê?

Esse é o meu problema. Por isso é que digo que não é sustentável. Vamos olhar para Portugal, que tem actualmente 100% de dívida externa e pode ter 150% daqui a cinco anos. Como é que um país destes pode ter perspectivas de crescimento? Não vale a pena ir tentando remediar. É insustentável para a Europa e para os países menos competitivos.

Mário Soares dizia que os países periféricos se deviam juntar. Acha que temos estado a falar baixinho?

Acho que sim. Os países periféricos pensaram que este modelo lhes daria condições de crescimento. A partir do momento em que se viu que não seria assim os países do Sul deveriam ter começado a planear uma estratégia comum. Deviam dizer: "Criem condições para estarmos na zona euro, porque assim não conseguimos estar." Sempre fui muito crítico da posição europeia assumida por Portugal. Fomos sempre muito seguidistas, com muito medo de tomar iniciativas que tenham a ver com o nosso interesse, mas que saiam do mainstream da Europa. Estamos a pagar isso agora.

Portugal tem medo desde os tempos do "bom aluno" de Cavaco Silva?

A nossa estratégia, de maximização dos fundos, foi sempre errada. Claro que a entrada de dinheiro comunitário foi boa, mas não se pode ter uma estratégia que se concentre apenas nisso. Isso significa subordinar tudo o resto a isso, implicando não fazer muitas ondas. Acho que agora já não é possível esconder que se está mal na zona euro. Mas isso foi escondido até há dois ou três anos atrás.

Mas o governo não admite isso.

Nem o pode fazer. Se o governo dissesse que estava mal e queria sair, no dia seguinte não tinha um único euro cá. Não falo de afirmações públicas, mas sim de acção em instituições monetárias, onde já deveria haver uma concertação entre os países periféricos para influenciar a forma de funcionamento da União.

Tem saudades da política?

Nunca estive propriamente envolvido e não tenho paciência para a política partidária. Não tenho motivação.

É militante do PS?

Não. Simpatizante, mas não militante.

Mas aceitou quanto Mário Soares e Jorge Sampaio o convidaram para assessor.

Com certeza. São homens de altíssimo nível. Gostei imenso de trabalhar com eles. Evidentemente que tenho opções políticas mais próximas do PS, mas na UE nunca fui muito próximo.

Foi quem convenceu Mário Soares a referendar o Tratado de Maastricht?

Não, foi ele próprio. E esse é um tributo que se lhe deve fazer e que distingue os grandes políticos. Ele, que é um adepto incondicional da moeda única, percebeu que era uma questão tão importante que merecia um referendo. Eu era favorável à entrada na Comunidade Económica Europeia, mas devo dizer que não gosto da União Europeia, que pode dar cabo do projecto. Pela forma como foram criadas as instituições de Maastricht era visível que seriam criadas tensões, provavelmente insustentáveis. A moeda única, que apareceu para dar mais coesão à Europa, é um erro. A forma de harmonizar interesses diferentes é ter moedas diferentes. No momento em que existe uma moeda única todas as tensões entre os países vêm ao de cima. Aliás, não percebo como é que os partidos socialistas europeus aceitaram a união económica e monetária nestes termos.

Elogiou Mário Soares e Sampaio. Este PS é diferente daquele com que mais se identificava?

No que diz respeito a decisões europeias não há grande diferença, embora as coisas tenham evoluído para a direita em todo o lado. Na governação interna, a questão tem mais a ver com dificuldades do momento que propriamente com uma mudança muito grande de ideologia. Em 1983/84 também houve ajustamentos brutais. Na Europa há uma grande responsabilidade da moeda única, porque faz incidir todo o ajuste macroeconómico nos salários e no emprego e tira grandes condições de funcionamento ao Estado social.

Agora a Europa está entregue à direita. É uma consequência?

Sim, as instituições de Maastricht são uma tradução das ideias neoliberais da época.

http://www.ionline.pt/interior/index.ph ... Nota=96779
Chamar aos Portugueses ibéricos é 1 insulto enorme, é o mesmo que nos chamar Espanhóis.

A diferença entre as 2 designações, é que a 1ª é a design. Grega, a 2ª é a design. Romana da península.

Mas tanto 1 como outra são sinónimo do domínio da língua, economia e cultura castelhana.

Viva Portugal
 

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typhonman

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #530 em: Maio 23, 2011, 10:57:56 am »
Depois dos Indianos e Paquistaneses na campanha do PS pagos a "malgas de caldo", agora vêm ameçar o "darth vader", o PS está a perder a compostura:

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/notic ... erferencia

Este é o partido em que o líder disse no debate de sexta feira que o país "não precisava de ajuda externa" quando o ministro das finanças disse que só havia dinheiro até junho..E pergunto eu, os portugueses não conseguem ver que ele é um vendedor da banha da cobra barato ?  :N-icon-Axe:
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #531 em: Maio 23, 2011, 09:05:59 pm »
Memorando da troika, finalmente lançado em português:

 :arrow: http://downloads.expresso.pt/expressoon ... nto_PT.pdf


Para quiser saber o seu futuro sem manipulações da máquina socialista.
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #532 em: Maio 24, 2011, 05:39:23 pm »
Citar
Entrega de prémio de mentiroso a Sócrates acaba com ataque
Orlando Cruz tinha uma taça e um megafone na mão

Por: Paula Oliveira  |  23- 5- 2011  19: 56

Orlando Cruz, natural de Mangualde, tentou esta segunda-feira entregar o prémio de «político mais mentiroso» a José Sócrates, mas foi impedido. Um militante do PS «encorpado» não permitiu que o homem, que já entregou um prémio a Portas, chegasse perto do líder socialista.

Numa das mãos tinha um megafone, na outra uma taça. A taça era para José Sócrates por ser um «político mentiroso» e ter causado mais de «um milhão de desempregados» em Portugal, explicou ao tvi24.pt.

Quando tentava chegar perto de José Sócrates, Orlando Cruz começou por ser abordado pelos jornalistas e a motivar o interesse dos curiosos. Os cerca de 100 militantes socialistas presentes no local não viram com bons olhos a iniciativa popular e um deles reagiu.

O homem encorpado empurrou Orlando Cruz fazendo com que o megafone, que iria usar para entregar o prémio a José Sócrates, caísse e se partisse. Orlando Cruz saiu depois de pé apressado e o militante socialista saiu no seu encalço.

Depois do «Vader do Fraque» ter «desaparecido» da campanha socialista, não é visto desde sábado, e do sumiço dos imigrantes paquistaneses, agora foi a vez de Orlando Cruz «nunca mais ser visto».

http://www.tvi24.iol.pt/politica/tvi24- ... -4072.html
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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cromwell

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #533 em: Maio 24, 2011, 08:40:48 pm »
Que pouca vergonha. O PS está tão deseperado que até recorre à violência.
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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typhonman

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #534 em: Maio 29, 2011, 02:16:40 pm »
in abrupto.blogspot.com ( Blog Pacheco Pereira)
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Alguém me pode explicar por que razão nem uma palavra se diz sobre as grandes áreas de Estado, negócios estrangeiros, Europa e defesa? Isto, no preciso momento em que, nunca como agora, está em causa a soberania e a independência, a nossa pertença a uma Europa cada vez mais distante e hostil, e uma clara deslegitimação das nossas Forças Armadas? Será que PS e PSD acham que nem vale a pena sequer discutir estes temas, porque a independência já se foi, a Europa está a acabar, e não há dinheiro para ter Forças Armadas?


Boa questão..
 

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Lusitanian

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #535 em: Maio 29, 2011, 02:34:47 pm »
Porque pura e simplesmente eles estão-se nas tintas para isso. Apenas querem votos, e se referirem isso, descutem-no de uma maneira insisfatoria, e seria só para "ficar bem parecido".

Viram o fanatismo das pessoas em Braga? Uma velhota com folhetos de PS, em plena chuvada, a beijar esses mesmos folhetos molhados. Homens a gritar com convicção e com "orgulho" o nome "PS", em plena huvada tambem, sem chapeus. Como se fosse uma glória gritar o nome de um partido...ao que isto chegou. Se fosse Portugal, ficava orgulhoso, mas isso é demasiado "fascista e patriotico"....chegamos ao ponto de lutar e de nos magoarmos por simples partidos que não representam Portugal, mesmo que representassem não deviamos faze-lo...não é este o futuro que eu queria viver. Não sei se é a Democracia ou a Républica, ou mesmo ambos juntos, criam este efeito nas pessoas. É assustador e muito desmotivador. Não consigo entender como defendem uma pessoa que fez mais desvantagens do que vantagens, não entendo como defendem um partido que já nos levou pela 3ª vez a pedir ajuda ao FMI, ao entendo nada disto, de como é que "adorámos partidos" em vez da nação. E depois dizem que Salazar era mau e etc. De Salazar o seu unico defeito foi mesmo a PIDE e a repressão...mas ás vezes entendo porque decidiu fazê-lo, pois ele conhecia muito bem os nossos defeitos, e que queria evitar uma situação...como actual. Digo não sei que futuro temos pois Portugal como está, no regime, na ideologia, na mentalidade...não vai a lado nenhum. Enquanto houver portugueses que cheguem a tal numero, a defender uma pessoa que nem devia estar a candidatar-se, eu pergunto: que futuro temos?
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Lusitano89

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #536 em: Maio 30, 2011, 11:08:38 pm »
Wall Street Journal: Portugal "à espera de Salazar"


Colunista do Wall Street Journal diz que, em tempos de crise, os portugueses mostraram preferência por um líder ou governo autoritários.

Na sua coluna de opinião, o director do Centro de Estudos Israelista na University College London, Neill Lochery, começa por traçar um retrato da actual crise política e económica de Portugal, antes de estabelecer um paralelo com a crise de 1928, durante a qual Salazar subiu ao poder.

"No dia 5 de Junho os Portugueses vão a votos para eleger um Governo pela segunda vez em menos de dois anos", refere Lochery, avaliando de depois o perfil dos dois principais candidatos a formar Governo: "A maioria dos eleitores considera Sócrates, o zelador primeiro-ministro e líder do Partido Socialista, o principal responsável pela crise. Mas também não está confiante de que Pedro Passos Coelho, o inexperiente líder do Partido Social Democrata, saiba como resolver a bagunça financeira".

O especialista em política europeia lembra as previsões para a economia portuguesa, "que deverá contrair mais de 2% em 2011 e 2012, o que deixa uma margem de manobra bastante pequena para qualquer Governo".

"A onda de agitação industrial, muito provavelmente, vai aplaudir um Governo forte, enquanto os sindicatos vão tentar resistir às tentativas do FMI de colocar as finanças públicas em ordem", acrescenta.

É neste cenário que Lochery recorda a crise portuguesa de 1928 - que levou Salazar ao poder - como um precedente histórico para considerar que "em tempos de crise os portugueses têm historicamente mostrado preferência para um líder ou governo fortes e autoritários", afirmando ainda que, hoje em dia, "existe um crescente apelo para uma forte "Coligação de Governo" que possa fazer frente à crise financeira e à reacção esperada dos sindicatos".

"O homem que ocupou o cargo durante a crise foi o líder autoritário António de Oliveira Salazar. Trabalhando como ministro das Finanças antes de se tornar primeiro-ministro, em 1932, Salazar colocou a economia portuguesa de novo no caminho", salienta Lochery, lembrando que no centro das reformas introduzidas por Salazar "estava a sua crença de que a economia devia reflectir a riqueza do País, mais do que o montante de dinheiro que era capaz de pedir emprestado".

E conclui: "Em 2011, muitos portugueses vão procurar um novo líder com o estilo de Salazar para fazer o mesmo."

Diário Económico
 

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HSMW

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #537 em: Maio 30, 2011, 11:36:55 pm »
Citação de: "Lusitano89"
Wall Street Journal: Portugal "à espera de Salazar"

Colunista do Wall Street Journal diz que, em tempos de crise, os portugueses mostraram preferência por um líder ou governo autoritários.
Os portugueses mostram é preferência por um líder que governe sem roubar!!!
Tal como foi Salazar, o maior português de sempre!
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"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #538 em: Maio 31, 2011, 12:00:22 pm »
Mas nós já somos governados por um líder autoritário e com tiques ditatoriais desde há 6 anos... :roll:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Daniel

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Re: Situação Política em Portugal
« Responder #539 em: Junho 01, 2011, 06:20:55 pm »
Não deixa de ser um comentário interessante. c34x

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Grande equívoco chamado Aníbal Cavaco Silva, continua a pairar sobre nós.
Desde o célebre congresso da Figueira que catapultou o ilustre desconhecido de Boliqueime para a política que esta personalidade não tem feito outra coisa senão enterrar o País e no entanto estranhamente o povo português masoquista quanto baste continua rendido à sua corte e às suas falácias. Cavaco tem tirado partido da natural apatia do povo português que não quer ou não consegue ver erros graves de Cavaco Silva e que têm contribuído para o nosso atraso estrutural deixando o País à deriva. A elite política tem feito dele uma personalidade de competência que tem vendido aos eleitores da sua área política com sucesso.

 Já assim foi com Sá Carneiro que coitado nem sequer tempo teve para deixar obra fosse ela boa ou má, no entanto à falta de melhor todos eles se reclamam de seus seguidores. Com Cavaco a situação é diferente ele teve a oportunidade histórica de transformar Portugal, em duas maiorias absolutas consecutivas e numa altura em que o ciclo económico era favorável (a economia estava em crescimento) com o País a ser inundado com MILHÕES e MILHÕES vindos da então CEE a fundo PERDIDO e que ele deixou esvair para o bolso de meia dúzia de oportunistas, sem consequências.

O País ficou mais pobre e os seus "amigos" ainda mais ricos tendo os processos instaurados pelo Estado Português prescrito convenientemente, com é costume.
Qualquer manual de economia para principiantes ensina que as reformas estruturais numa economia devem ser feitas quando se reunirem 2 condições, estabilidade política e ciclo económico em expansão. Cavaco teve essas duas condições aliadas à entrada de MILHÕES a fundo perdido. O que fez Cavaco? Reformas estruturais ZERO, limitou-se a fazer algumas centenas de quilómetros de AUTO-ESTRADAS (nas quais pagamos para lá passar) e brindou-nos com a obra do seu regime o Centro Cultural de Belém (mais um elefante branco). Este erro crasso do regime cavaquista é a MÃE da crise estrutural que o País atravessa e da qual jamais sairá (oxalá esteja enganado). Como se isto não bastasse Cavaco cometeu outro grande e GRAVE erro de LESA PÁTRIA, estranhamente nunca referido pelos média, e assim se vai reescrevendo a História e criando mitos.

Ele, Cavaco Silva, enquanto Primeiro-ministro e Tavares Moreira enquanto governador do Banco de Portugal, são os RESPONSÁVEIS pelo DESAPARECIMENTO de várias TONELADAS de OURO do Banco de Portugal que terão sido displicentemente "investidas" numa empresa norte-americana que entretanto faliu, ficando o País a ver navios e sem o OURO.Num País civilizado isto teria no mínimo responsabilidades políticas e Cavaco não poderia ter outra aventura