Pedido de Fotografias

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JLRC

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« Responder #15 em: Agosto 18, 2004, 08:03:14 pm »
Caros companheiros

Ao ver a imagem, que o Luso pôs, do heli-canhão (era assim que conheciamos aquele tipo de helicóptero, não sei se era o nome da FAP), veio-me à memória um episódio acontecido em Moatize, que vou compartilhar com vocês. Primeiro deixem-me situá-los.
Moatize era uma vila com relativa importância, que ficava não muito longe da margem esquerda do rio Zambeze. Havia uma estrada asfaltada que ligava Moatize a Tete e como Tete ficava na margem direita, era necessário atravessar uma ponte suspensa (ponte 25 de Abril em miniatura) inaugurada pouco antes de nós chegarmos. Entre Moatize e Tete ficava o aeroporto de Tete, o AB 7 (não tenho a certeza), onde estavam estacionados 2 Fiat e alguns helicópteros Alouette III e Puma. Moatize tinha alguma importância por 2 motivos. 1º porque possuía os mais importantes jazigos de carvão de Moçambique, explorados por uma companhia belga, e porque em Moatize terminava a linha de caminho de ferro que vinha da Beira. Havia muitas vivendas dos funcionários superiores (e não só) da Carbonífera (era assim que a companhia era conhecida), um pequeno hospital com médico permanente (também da Carbonífera) e por via do caminho de ferro, havia o clube dos ferroviários que possuía um cinema com bar, um ringue de patinagem usado para futebol de salão e uma magnífica piscina.

Imagem da rua principal de Moatize (a fotografia está muito escura)



Piscina de Moatize. O edifício ao fundo é o cinema e entre o cinema e o edifício de apoio da piscina, vêem-se uns postes com lampadas, que suportavam umas redes que estavam por detrás das balizas do campo de futebol de salão.



Esta imagem é da equipa do meu pelotão no tal ringue que era utilizado para o futebol de salão.



Era frequente os helicópteros exibirem-se por cima da piscina, especialmente aos fins de semana, em que a piscina estava cheia. Gostavam sobretudo de subirem e depois descerem rapidamente e fazerem um voo razado sobre a piscina. As pessoas gostavam muito de ver estes acrobacias e batiam palmas o que encorajava ainda mais os pilotos.
Certa tarde, já passava das quatro (anoitecia cedo, pouco depois das seis da tarde), estava a beber uma Manica fresquinha na messe de oficiais (na altura era eu o gerente da messe), quando houvi um grande estrondo. Vim à porta e vi uma grande coluna de fumo a elevar-se perto do local da casa do 1º sargento. Um soldado disse : os turras mandaram a casa do primeiro pelos ares (ninguém gostava do 1º sargento e eu inclusivamente, tinha-o ameaçado recentemente de participação). Estávamos nesta dúvida quando alguém grita, caíu um heli no campo de futebol de salão. O campo ficava na outra extremidade da vila, a mais de 1 km de distância e quando lá chegámos vimos um heli-canhão despenhado e a arder. O atirador tinha sido projectado e puxámo-lo rapidamente para fora da zona de perigo, mas o piloto ainda estava entre os destroços. tentámos ir retirá-lo mas as munições do canhão de 20 mm, com o calor, começaram a rebentar e tornávasse quase impossível lá chegar. Começámos a rastejar com as munições a passarem por cima e com trajectórias aleanatórias, e por mais de uma vez tivemos que recuar porque as explosões não nos deixavam aproximar. Finalmente lá conseguimos aproximarmo-nos o suficiente para lhe agarrar um braço e puxámo-lo então para fora. A roupa estava toda queimada e houve um camarada que a quiz tirar mas a pele veio toda agarrada e parámos. Já era noite e os feridos foram finalmente evacuados para Tete. Mais tarde viemos a saber que o piloto não tinha resistido aos ferimentos.
Contaram-nos então, que o piloto andava a fazer acrobacias por cima da piscina e em certa altura fez uma descida acentuada, da qual não conseguiu recuperar e foi chocar com as redes por detrás da balisa, despenhando-se ao lado do campo
O heli-canhão era em tudo semelhante ao da imagem que o Luso pôs.
Era esta a estória que lhes queria contar. Estória triste, como são quase todas as estórias de guerra.
Cumptos
« Última modificação: Agosto 18, 2004, 09:50:45 pm por JLRC »
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #16 em: Agosto 18, 2004, 09:12:03 pm »
Excelentes "estórias" caro JLRC.

1 grande e sentido abraço!
Ricardo Nunes
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komet

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« Responder #17 em: Agosto 18, 2004, 09:23:18 pm »
Não é preciso uma batalha para haver perdas destas... isto são estórias para se ter á volta da fogueira com uma cerveja na mão JLRC, :) continue a contá-las.
"History is always written by who wins the war..."
 

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papatango

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« Responder #18 em: Agosto 24, 2004, 08:38:55 pm »
Fotos interessantes. É das coisas mais complicadas, encontrar imagens sobre a guerra em África. Ainda ando á cata de imagens sobre as Berliet e as Unimog, para mais uma ficha para colocar no site, e é complicado, porque fotos digitalizadas de um livro têm sempre qualidade inferior, além de serem mais complicadas de digitalizar.

= = = = = = = =

Quanto á guerra em si, as imagens e os factos de que o JLRC nos falou, mostram em grande medida, como foi a guerra travada por Portugal em África.

Li algures que no início dos anos 70 um emigrante português nos Estados Unidos foi colocado perante uma situação: Ou cumpria o serviço militar nos Estados Unidos, e ía para o Vietname, ou então era deportado para Portugal, e provavelmente ía para África. Os americanos no entanto disseram-lhe: Se fores para Portugal, lembra-te que lá, eles atam a bala á espingarda com um cordel, para poderem aproveitar a munição outra vez.

Claro que o indiviuo escolheu o Vietname.

Ao mesmo tempo a guerra em África tem características engraçadas, porque foi uma guerra assimétrica, com uma guerra de contra-guerrilha igualmente assimétrica.

Esta crónica falta de meios - do meu ponto de vista, claro - acabou fazendo com que os estrategas soviéticos tivessem dores de cabeça, porque estavam a lutar contra um exército de um país ocidental, seguindo as tácticas de guerrilha, mas esse exército, na maíoria dos casos respondia com tácticas que não eram as esperadas.

Por outro lado, o desenrascanço, á portuguesa, expresso nesse veículo de altíssima técnologia chamado Berliet-rebenta-minas, também impediu que a guerra em África se tivesse transformado numa catástrofe.

É sempre interessante ouvir os relatos de quem passou pelas situações ao vivo.

Cumprimentos.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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Luso

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« Responder #19 em: Agosto 24, 2004, 09:15:32 pm »
"Não é preciso uma batalha para haver perdas destas... isto são estórias para se ter á volta da fogueira com uma cerveja na mão JLRC,  continue a contá-las."

Não seja por isso!

Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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komet

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« Responder #20 em: Agosto 24, 2004, 09:39:42 pm »
LOL e o belo do camarão! Ah bom petisco.. já ia  :D
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Luso

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« Responder #21 em: Agosto 24, 2004, 09:42:57 pm »
Mais umas poucas...









Não sei o que se passou com o avião. Parece-me um Ventura...
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Luso

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« Responder #22 em: Agosto 24, 2004, 09:54:15 pm »


Outro acidente em Pauila (Dornier?)

Agora para o Komet...

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Ricardo Nunes

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« Responder #23 em: Agosto 24, 2004, 09:59:30 pm »
Correcto Luso, um Dornier Do-27.
Ricardo Nunes
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rjales

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« Responder #24 em: Agosto 25, 2004, 05:59:43 pm »
Fotos impressionantes, a do heli-canhão (Lobo Mau) é demais...

Meu pai esteve em Angola em 64-66. Os seis primeiros meses fez os na metropola, seu batalhão (725 de caçadores) estava todo equipado com a Mauser, faziam numerosos exercicios de tiro com FN e G3, mas as manobras no terreno eram feitas com a Mauser.

Chega em Angola, a sua companhia é destinada a guarnecer Nambuongongo durante 13 meses, rende outra companhia que lhes entregam suas FNs, e levam as Mausers de volta para a Metropola.

Passado 13 meses vão para a zona de Malange para mais 13 meses de comissão, as FNs estavam em pessimo estado de tanto fogo que tinham dado, são devolvidas para ser refeitas na fabrica, e trocadas pela G3.

Pelo visto o JLRC e o pai do Luso efectuaram suas comissões nos anos 70, em meados de 60 o ambiante era outro. As munições eram a farta, quando saiam para o mato para operações que duravam 3-4 dias, cada soldado levava :
- 5 cargadores 7.62 e mais munições na mochila,
- 4 granadas de mão,
- 2 granadas de morteiro 60
- 2 granadas de bazuca
- rações, etc...

O pessoal era revistado a saida do quartel pelos oficiais e sargentos, para terem a certeza que levavam esse minimo. A tendencia dos homens era de levar o menos possivel (4 dias a pé com 30-40kg as costas...), mas podiam levar mais se quisessem.

Alem das espingardas as armas dum pelotão (25-30 homens) eram : um bazuca, um morteiro de 60 sem placa base nem bipé, e uma mauser equipada com o sistema energa que so servia para aquilo.
Não levavam MG, no seu lugar preferiam uma G3 de cano reforçado que era julgada suficiente.
Tinham algumas Bredas e MG42s, mas eram so usadas montadas nos veiculos.

Quanto ao gasto das munições "era so fazer vontade ao gatilho", seguinte a expressão de meu pai.

Vou ver se ponho algumas fotos mas não prometo nada, porque não as tenho comigo e parecem-me de pessima qualidade para passar num scanner.

Cumprimentos

Rogério
 

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komet

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« Responder #25 em: Agosto 25, 2004, 06:43:35 pm »
Citar
Agora para o Komet...



Oh Luso, com esta conversa toda o pessoal ainda pensa que sou um bêbado  :lol:  :lol:   :wink:

Numa das suas fotos o soldado (seu pai?) está segurando a famosa "balalaika", q política havia em relação a usar armas capturadas?
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Luso

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« Responder #26 em: Agosto 25, 2004, 08:16:46 pm »
"Oh Luso, com esta conversa toda o pessoal ainda pensa que sou um bêbado"

Não te preocupes que eu também entorno bem! :wink:

Caramba, pelos vistos que mais "posta" sou eu!
Mas dá para ver que tenho orgulho no Sr. Carlos, não dá?
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JLRC

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« Responder #27 em: Agosto 28, 2004, 12:41:02 am »
Caros companheiros

Conforme prometido vou-lhes contar como foram os meus primeiros dias em Moçambique.
Nós fizemos a viagem Lisboa-Beira, num Boeing 707 dos TAM. Saímos de Lisboa já de noite do dia 26/11/72. Para mim e para a maioria de nós, senão a totalidade, foi a primeira vez que andámos de avião. Foi óptimo. O mesmo não posso dizer da disposição de muitos de nós, pois não íamos propriamente para uma viagem de férias. O avião contornou África pelo mar, pois a maioria dos países africanos não deixavam que sobrevoássemos o seu território (e muito menos um avião militar), passámos ao largo da Guiné, ainda vimos ao longe as luzes de Bissau e ao fim de 8 h (se a memória não me falha) aterrámos em Luanda. Ainda era noite e não saímos do aeroporto. Julgo que a paragem foi só para reabastecer o avião. A TAP fazia o mesmo trajecto, só uma vez é que, no trajecto Beira-Lisboa, aterrei em Salisbury, hoje Arare (era de noite e o aeroporto eram só barracões e as hospedeiras de terra eram umas inglesas já na casa dos 50 e muito pintadas, parecia um filme de terror, só faltou o Drakula). Retomando a viagem, partimos de Luanda, atravessámos o continente por cima da África do Sul (Bechuanalandia) e da então Rodésia do Sul e aterrámos na Beira 4 h (julgo não me enganar nas horas) depois de partirmos de Luanda.
Ficámos instalados na messe de oficiais e aproveitámos a tarde e a noite para darmos umas voltas pela cidade. Aconselharam-nos um restaurante para jantarmos, o Grego, onde comemos uns carangueijos recheados que estavam divinais. Depois demos uma volta pela Beira e passámos pelo Mira Mortos, que era um edíficio grande, o centro da prostituição da Beira e ficava sobranceiro ao cemitério, portanto dele tinha-se uma boa vista para os mortos. Foi quando regressámos à Messe, que ficava perto da praia, que recebemos a notícia que nos deixou em estado de choque. Nós deviamos partir no dia seguinte  (28/11) de manhã, de comboio, para Moatize. A viagem era directa e demorava cerca de 1 dia. Mas o comboio foi minado e a linha destruída em grande parte e enquanto não arranjassem a linha não havia comboios. A notícia parecia boa, não era? Mais uns dias de férias na Beira. Puro engano. Íamos partir na mesma, mas de machibombo (camioneta de passageiros) e a viagem ía durar 3 dias, em parte por zona de guerra. Nem queríamos acreditar. No dia seguinte lá fomos para os adidos, recebemos uma G-3 novinha em folha, numa embalagem de plástico e rações de combate para 3 dias. Embarcámos então nos machibombos e partimos para a que foi, a pior viagem da minha vida.



eu e um dos meus furriéis, o Barros, à frente dos machibombos

Se pegarem num mapa de Moçambique tentem seguir o nosso trajecto. Beira, Vila Machado, Vila Pery, Vila Gouveia, Tete e Moatize. Parte da viagem foi feita com escolta. Passei parte da 1ª noite a matar melgas, não fosse alguma delas ser a da malária!! :oops:  Nós só pensávamos no que nos aconteceria se houvesse um ataque. Sentados dois a dois, nos bancos do machibombo, como se fossemos para o Bom Jesus, ver Braga pelo canudo, só que íamos ao encontro da guerra e alguns de nós talvez não voltassem (como infelizmente veio a acontecer). Dois anos depois fizemos o mesmo percursso de regresso, só que foi mais rápido e não havia guerra. A única coisa boa da viagem foi que fiquei a conhecer parte dos Distritos da Beira e de Tete.
Este foi o nosso primeiro contacto com Moçambique, e não foi nada animador. Começámos a perceber que era uma guerra muito estranha.
O Luso disse que tem pena que o pai não fale de Angola. Penso que esta é a primeira vez que conto estas estórias, por isso não me admiro que o seu pai não as conte.
Um abraço
JLRC
 

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komet

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« Responder #28 em: Agosto 28, 2004, 02:17:54 am »
Relato impressionante... já que o desfecho não foi muito bom, pergunto-me até que ponto estaremos a ser razoáveis em expor estes acontecimentos aqui, não quero sentir que ao pedir que conte mais, esteja a por em causa o respeito pelos que já não estão entre nós, ou pensar que estou a fazer alguém sofrer em pensar sequer no assunto...

Por ter isso em consideração agradeço sinceramente ao JLRC por ter tido essa coragem, mas não o volte a fazer se achar que isso é mau para si.

Um abraço.
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JLRC

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« Responder #29 em: Agosto 28, 2004, 04:09:18 am »
Citação de: "komet"
Relato impressionante... já que o desfecho não foi muito bom, pergunto-me até que ponto estaremos a ser razoáveis em expor estes acontecimentos aqui, não quero sentir que ao pedir que conte mais, esteja a por em causa o respeito pelos que já não estão entre nós, ou pensar que estou a fazer alguém sofrer em pensar sequer no assunto...

Por ter isso em consideração agradeço sinceramente ao JLRC por ter tido essa coragem, mas não o volte a fazer se achar que isso é mau para si.

Um abraço.


Caro Komet

Obrigado pelas suas palavras. Sabe, para se falar é preciso que haja quem queira e saiba ouvir. Por vezes não é fácil começar mas depois as palavras saem em torrente. E acredite, para mim até faz bem contar estas coisas. É como se estivesse a exorcitar fantasmas. Estas coisas tem que ser contadas para que não se repitam.
Eu disse que alguns não voltaram porque houve dois mortos na minha companhia embora um deles fosse um condutor adido à companhia. Também houve alguns feridos e pelo menos um deles que me lembre, foi evacuado para a metrópole e já não regressou. Mas na viagem, felizmente, não houve nada. Eu tenho poucas fotografias porque nas minhas primeiras férias, comprei em Lisboa uma máquina de projectar filmes super 8 e mandei vir uma máquina topo de gama da África do Sul, que saíu baratíssima. A partir de Julho de 73 passei então a filmar. Ainda tenho os filmes só que com o passar dos anos já não estão em condições de serem vistos. Ando a ver se os passo para vídeo mas até agora ainda não o fiz. Ainda tenho que descobrir quem me faça o trabalho.
Já agora, a geito de informação, nós fazemos todos os anos um almoço de confraternização, com as famílias incluídas e é sempre uma grande festa o reencontro. Este ano foi na Figueira da Foz e para o ano é na Anadia. Em 2001 fui eu que organizei, em Fernão Ferro, na Quinta Valenciana.
Brevemente contarei mais algumas estórias.
Cumptos