17-01-2013
Small Arms Virtual Trainer
A KTM iniciou o novo ano aproveitando a oportunidade concedida pelo contingente Americano sediado em Camp Bondsteel, para reforçar a cooperação e as boas relações entre os militares da KFOR, através da partilha de um meio de apoio ao treino de tiro para armas ligeiras, o SAVT[1] – Small Arms Virtual Indoor Trainer. Este simulador parece um jogo de consola, numa sala de cinema sem cadeiras, mas na realidade é um simulador de tiro, em uso no Exército Americano, que permite ensinar, aperfeiçoar e melhorar a técnica de tiro dos militares.
Este treino decorreu de acordo com o planeamento e coordenações efetuadas com o Multinational Battle Group-East Forward Comand Post (MNBG-E FCP), em Camp Novo Selo. A fase inicial de preparação, em que as operações da KTM conduziram os contatos e coordenações necessários com o MNBG-E de modo a definir objetivos de treino, datas para a sua realização e efetivos participantes.
A 17 de janeiro deu-se início à fase de treino com a chegada do primeiro pelotão da KTM. Antes de entrar na “carreira de tiro” todos os militares receberam instrução sobre a M16A4 e M4A1, as armas utilizadas no simulador. O SAVT utiliza armas reais, com algumas alterações, mantendo o peso e a forma exterior. As alterações baseiam-se na transformação da culatra que recebe um sistema de combustão, para provocar a sensação de tiro real, no interior do cano é colocado um sistema de infra vermelhos para servir de fonte de dados (linha de tiro entre o atirador e alvo) e no gatilho um sensor para dar informação de disparo efetuado. As armas estão adaptadas e ligadas ao servidor principal do simulador e a um compressor por dois cabos.
Ao entrar na sala do simulador e, após receberem uma explicação sobre o funcionamento do mesmo, os militares são dispostos em oito linhas de tiro, suportadas por dois retroprojetores (cada um simula 4 linhas de tiro), que criam o ambiente/cenário e a tabela de tiro para cada sessão. O software do simulador proporciona, através da projeção em tela, situações e condições diferentes para o militar, aumentando de nível de dificuldade no decorrer da sessão. O meio ambiente pode variar de uma carreira de tiro normal, a um campo de batalha, em ambiente aberto, numa floresta ou no deserto, mostrando a influência das diferentes cores e ambientes na capacidade e eficácia de cada atirador.
O exercício de tiro inicia-se com o atirador avança em posição de atirador deitado com apoio para aferir a sua arma, disparando para um alvo de grupamento, a uma distância simulada de 100m. O importante nesta etapa é fazer o melhor grupamento possível para que o computador, com um sistema de triangulação, faça as correções necessárias no sistema.
Cada sessão de tiro teve em média a duração de 25 minutos e cada militar “gastou” cerca de 300 munições. Pode ser executado em todas as posições de tiro, a várias distâncias (entre os 25 e os 300 metros), colocando o atirador perante diferentes ambientes, cenários e alvos (estáticos e em movimento), distâncias e situações de campanha, conjugando parâmetros tão díspares como a pressão e a velocidade.
Numa época em que a falta de recursos é uma preocupação constante e limitativa no treino dos militares, este tipo de equipamento permite que uma unidade execute o seu treino de tiro e atinja níveis de proficiência elevados a custo muito reduzido. Cada sessão de tiro pode ser avaliada, permitindo ao instrutor identificar os erros cometidos pelo atirador, efetuar as necessárias correções e repetir as sessões até atingir o nível desejado. Para a KTM este intercâmbio de treino foi bastante proveitoso, de forma a rentabilizar recursos e a preparar a execução posterior do exercício de fogos reais.
[1]
http://www.meggitttrainingsystems.com/




http://www.exercito.pt/sites/FNDKosovo/ ... ecXXI.aspx