Sem querer ser advogado do Diabo, creio que deveríamos separar as águas.
Quando o sistema foi instalado, fez noticia na BBC-News. Ao contrário de Portugal, onde foi anunciada como um grande avanço e inicio de uma etapa, na BBC a notícia foi dada como aquilo que aparentemente era: Um teste de um sistema destinado a aproveitar a energia das ondas.
É comum fazer experiências destinadas a analisar a sua viabilidade financeira e a estudar as suas possibilidades futuras.
A instalação era experimental, e isso foi claro desde o inicio. Era uma instalação experimental, destinada a estudar a possibilidade de transformação da ideia para produção de energia em larga escala.
Sendo que Portugal não tem petróleo (para além daquele que se descobriu no estádio do Benfica ...

) creio que é normal e acreditava eu ser unanimidade nacion al, que devemos estudar as possibilidades de reduzir a nossa dependência daquele combustível.
Sendo um país com uma costa marítima que é uma das nossos poucas vantagens, é normal que o país invista na tentativa ou em tentativas de aproveitar essa vantagem competitiva.
O Estado, tem por isso obrigação de apoiar iniiativas que possam trazer ao país vantagens e tecnologias no sentido de desenvolver essa faceta.
Peço desculpa, mas se vivêssemos no século XV, também estaríamos aqui a criticar os navios que foram construídos para as descobertas e que afundaram quando foram lançados ?
Também estaríamos aqui a criticar os mestres que foram contratados nos portos do Mediterrâneo, e que afinal mostraram não ser minimamente competentes ?
Para que Portugal se transformasse numa potência marítima, quantos navios se afundaram ?
Quantos acidentes de percurso ocorreram ?
Quanto dinheiro se desperdiçou em experiências ?
Se temos um Mar, o que devemos fazer para o aproveitar ?
Ficar à espera que os outros desenvolvam tudo, inventem tudo, corram todos os riscos por conta deles para depois comprar já feito ?
E quando comprarmos já feito, não virão também criticar a nossa falta de capacidade para desenvolver e o espírito perdido de desenvolvimento tecnológico ?
Se continuamos com esta mentalidade de MORTO POR TER CÃO, MORTO POR NÃO TER, então provavelmente vale mais a pena irmos todos embora e o último a sair que desligue a luz do aeroporto.
Podemos até criticar o triunfalismo «bacoco» do ministro Pinho, ao afirmar que se começava ali uma jornada inesquecível...
Mas não é correcto nem honesto, criticar um investimento do Estado Português que era potencialmente vantajoso, mas que corria riscos - como todas as experiências são riscos ! ! !
O falhanço, poderá ainda ser explorado de forma vantajosa. Aquele tipo de sistema é um dos muitos que podem permitir aproveitar a energia das ondas, uma energia de que o país dispõe e que é inesgotável.
Não é a tentativa falhada que devemos criticar, porque
só não falha quem não tenta !O que podemos criticar é se perante uma adversidade, e perante a critica feroz perante uma tentativa falhada, este sistema for abandonado e os responsáveis desistirem ! ! !
Corremos o risco de perder a razão nas críticas feitas aos governantes, quando não somos capazes de discernir entre a imbecilidade reinante e algumas tentativas, ainda que falhadas, de fugir à mediocridade.
Cumprimentos