Indústrias Tecnologias da Informação e Electrónicas

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Malagueta

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Re: Indústrias Tecnologias da Informação e Electrónicas
« Responder #30 em: Outubro 03, 2023, 08:46:49 am »
Unidade portuguesa da Amkor, que fatura 55 milhões e emprega 800 pessoas, instala máquinas “topo de gama” para embalagem de chips. Agenda Microeletrónica do PRR já executou 28 milhões (42% do total).

Agigante americana Amkor Technology está a expandir a fábrica de Vila do Conde com novos equipamentos para aumentar a capacidade de produção, no âmbito de um plano que prevê a introdução de novas linhas para packaging avançado de chips e a integração de sensores de última geração e módulos de potência baseados em novos materiais. Em 2022, a subsidiária portuguesa (ATEP), que exporta 100% da produção, registou um volume de negócios de 54,6 milhões de euros, 30% acima do ano anterior.

Segundo avançou ao ECO o diretor técnico e membro do conselho executivo da Agenda Microeletrónica do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Pedro Almeida, estas primeiras máquinas “topo de gama” já começaram a ser instaladas na unidade industrial onde trabalham atualmente perto de 800 pessoas. O grupo sediado no Arizona, presente em 11 países, há seis anos comprou à Nanium, a empresa que nasceu da falência da Qimonda e era detida pelo Estado (18%, através da AICEP), pelo BCP (41%) e pelo Novobanco

 aquisição destes equipamentos que são “o último modelo disponível e trabalham com as tecnologias mais recentes para esta área da microeletrónica e dos semicondutores” faz parte da componente de inovação produtiva que absorve “o grande volume” de investimento de um dos megaprojetos da “bazuca” portuguesa. Isto é, cerca de 40 milhões dos 68 milhões de euros contratualizados no final do primeiro trimestre de 2023, mais de um ano após arrancar no terreno este programa com ações também na área do design, reciclagem e investigação e desenvolvimento (I&D) de soluções tecnológicas.

Especializada em packaging, montagem e teste de semicondutores, a fábrica da ATEP – Amkor Technology Portugal dispõe de “tecnologia praticamente única na Europa, o que mostra a importância destes investimentos para continuar na vanguarda do ponto de vista dos equipamentos”, frisa Pedro Almeida. A empresa do distrito do Porto, que tem Paulo Queiroz na presidência do conselho de administração, lidera um consórcio constituído por um total de 17 entidades que visa “dar resposta às fragilidades do mercado global de semicondutores e mobilizar o crescimento deste setor em Portugal”.

O prazo contratualizado para esta Agenda termina no final de 2024. De acordo com a informação prestada ao ECO, a taxa de execução do investimento é de 42%, o que equivale a 28 milhões de euros já aplicados. Estão também previstos 25 novos produtos, processos ou serviços (PPS), sendo que neste domínio o progresso baixa para 37%: há 20 em desenvolvimento e três “já concluídos e no mercado”, da responsabilidade da Amkor. Estes resultados vão ser apresentados esta terça-feira à tarde durante a conferência “Micro.electronics: Portugal as a Global Player in the Semiconductor Market”, no Teatro Aveirense.

Além da Amkor Technology, o consórcio integra pequenas e médias empresas industriais de capital português, como a HFA – Henrique, Fernando & Alves (assemblagem e teste de equipamento eletrónico e de telecomunicações) ou a Exatronic (serviços de inovação, investigação, engenharia e fabricação no setor da eletrónica).

Especializada no design, desenvolvimento e encapsulamento de chip ótico, a PICadvanced, instalada em Ílhavo, é uma das protagonistas de outra aposta forte deste projeto, ligada às redes de acesso de alto débito (telecomunicações) e que envolve “mais uma vertente de Investigação e Desenvolvimento (I&D) para se desenharem novos chips que incorporam também tecnologia da fotónica”.


Por fim, além de um capítulo sobre a capacitação das fábricas e a Indústria 4.0 ligada a esta área dos semicondutores e da microeletrónica, Pedro Almeida destaca o tema da reciclagem dos resíduos eletrónicos, como os telemóveis ou os computadores.

“A quantidade de artigos que são produzidos e vendidos vs. a capacidade que existe no terreno para tratar este tipo de resíduos no fim do ciclo de vida está muito desproporcionada. Temos alguns pacotes de trabalho dedicados a esta área, incluindo novos processos e métodos para reduzir a pegada ecológica destes dispositivos. Este problema ainda não está totalmente na agenda do dia nem abre telejornais, mas é cada vez mais premente”, completa.

Centro de competências de 50 milhões avança em Aveiro
Outra resposta que este consórcio vai ter de encontrar – e que o porta-voz admite que não consegue dar – é a caracterização desta indústria: quantas empresas existem, qual o volume de negócios, quantas pessoas empregam e são especialistas nesta área, qual a capacidade instalada ou quanto é que o país exporta e importa neste domínio. Aliás, um dos PPS é precisamente a criação do Observatório da Microeletrónica em Portugal para conseguir ter uma radiografia do setor e que possa também ser disponibilizada a empresas estrangeiras “interessadas em investir”.

À margem desta Agenda do PRR, mas impulsionado por entidades ligadas a ela, adianta Pedro Almeida, que é também diretor do Parque de Ciência e Inovação (PCI) de Aveiro, vai ser criado um centro de competências para a área da microeletrónica e da fotónica, com um investimento estimado na ordem dos 50 milhões de euros.

“Vai nascer aqui no PCI, prevê a construção de uma sala limpa e vai permitir fazer a prototipagem de dispositivos. Não será uma unidade produtiva, mas um centro de I&D para acelerar o desenvolvimento destas tecnologias. Porque os equipamentos são muito caros; uma ‘reles’ impressora 3D nesta área custa um milhão de euros”, detalha

E no final deste projeto de investimento, que posição é que Portugal pode ter neste mercado dos semicondutores e da microeletrónica? “Temos de ser realistas. É muito difícil ou praticamente impossível Portugal competir com a Alemanha ou com a França, que é onde está o grosso de investimento neste setor”, responde o especialista, comparando que o PRR espanhol prevê um pacote de 11 mil milhões de euros para ser investido nesta área.

Fora da equação é também onde coloca a hipótese de o país conseguir atrair uma fábrica da Intel ou da TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company), que são as maiores empresas mundiais nesta área.

“Onde Portugal tem capacidade de crescer e de ter um papel importante na Europa é com este reforço da capacidade produtiva na unidade da Amkor em Vila do Conde e na vertente dos recursos técnicos e da engenharia. Toda a parte de massa cinzenta para o desenho dos chips e de sistemas de fotónica, a criação de novos dispositivos, porque as nossas escolas de formação e os técnicos que temos em Portugal são muito bons – e já hoje trabalham para grandes multinacionais da microeletrónica”, contrapõe

Em abril, durante a visita oficial à Coreia do Sul, o primeiro-ministro, António Costa, foi conhecer uma das fábricas da SK, que é a terceira maior produtora mundial, e apontou como objetivo atrair investimento de multinacionais sul-coreanas para a produção de semicondutores na Europa.

Na ocasião, o chefe do Executivo socialista reclamou que Portugal tem nesta área “recursos humanos muito qualificados” para o design e recordou que a unidade vila-condense da Amkor é “a maior fábrica europeia” para fazer a embalagem final dos chips. Pedro Almeida diz ao ECO que o país pode ter “capacidade de resposta” para captar um centro de desenvolvimento de uma dessas gigantes mundiais, mas não uma unidade produtiva.

Para ter noção, quando se fala em avançar com uma nova unidade industrial nestas áreas dos semicondutores, são investimentos logo na ordem dos mil milhões de euros, e que obrigam a que haja todo um conjunto de recursos muito grande – até pessoas para trabalhar. Um investidor desses teria de trazer equipas de outras geografias para trabalhar cá”, resume o especialista. Notando que, até numa lógica de proximidade em termos de cadeia de abastecimento, esses grupos olharão preferencialmente para geografias na Europa Central para realizar esses grandes investimentos.

É na Coreia do Sul e em Taiwan que estão os grandes tubarões desta área. E embora todos os setores precisam de semicondutores, sendo a Europa “muito forte” na indústria automóvel, Pedro Almeida diz que é particularmente “crítico” para o Velho Continente assegurar que, neste ramo de atividade, o grau de independência face a essas origens extracomunitárias seja “o menor possível”.

“Não é possível montar tudo na Europa e dar resposta completa às necessidades, mas assegurá-lo, pelo menos, para as áreas económicas críticas da Europa, que precisam de ter estes chips para poderem ter os seus produtos. É importantíssimo que a Europa, como um todo, possa ser soberana”, conclui.

https://eco.sapo.pt/especiais/antiga-qimonda-expande-fabrica-de-semicondutores-em-vila-do-conde/
 

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Lusitano89

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Re: Indústrias Tecnologias da Informação e Electrónicas
« Responder #31 em: Novembro 16, 2023, 04:40:52 pm »
Entrevista Carlos Moedas, presidente da CM Lisboa, na Unicorn Factory Lisboa Web Summit 2023


 

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Re: Indústrias Tecnologias da Informação e Electrónicas
« Responder #33 em: Abril 07, 2025, 11:02:57 am »
Megacentro de dados em Sines traz investimento de 30 mil milhões para Portugal até 2030

https://eco.sapo.pt/2025/04/04/megacentro-de-dados-em-sines-traz-investimento-de-30-mil-milhoes-para-portugal-ate-2030/

 previsão a cinco anos foi dada esta sexta-feira pela Start Campus e embaixada dos EUA na inauguração do primeiro edifício do data center e envolve os novos projetos de clientes, além da construção.

OCEO da Start Campus disse esta sexta-feira que o centro de dados em Sines vai trazer um investimento de mais 30 mil milhões de euros para Portugal nos próximos cinco anos. O valor inclui um montante adicional ao que a empresa alocou para a construção e diz respeito aos novos investimentos dos atuais e futuros clientes, quando instalarem os seus servidores.

“Pode atingir os 30 mil milhões, incluindo o que os clientes vão investir. É tudo uma estimativa”, afirmou Robert Dunn aos jornalistas, à margem da cerimónia de inauguração do primeiro edifício do data center no litoral alentejano, em Sines.


Está cortada a fita (verde) do primeiro edifício do maior centro de dados em Portugal. A Start Campus inaugurou esta sexta-feira o espaço que dá o arranque ao campus de data centers em Sines com capacidade de 1,2 gigawatts (GW), que a empresa informalmente chama “andar modelo” por ser o mais pequeno do investimento de 8,5 mil milhões de euros.

Este primeiro edifício do campus está preparado para tecnologias cloud (nuvem), Inteligência Artificial A e HPC – High-Performance Computing. Os centros de dados considerados de elevada performance de computação (HPC) estão pensados para acolher um conjunto significativo de servidores e supercomputadores para processar massivas quantidades de dados.

O primeiro edifício do projeto (SIN01) está a funcionar desde outubro e, durante a fase de construção, criou aproximadamente 700 postos de trabalho através da sua cadeia de fornecedores. Atualmente, a Start Campus emprega cerca de seis dezenas de pessoas de forma direta.

“É um investimento profundamente empenhado com a sustentabilidade, que vai trazer mais emprego qualificado, diversificando a atividade económica na região e contribuindo para a construção de um ecossistema digital de longo prazo. Junta-se a outros grandes investimentos que têm vindo a demonstrar que Portugal é um país com uma boa proposta de valor para os investidores”, referiu o ministro da Economia, Pedro Reis.

A embaixada dos Estados Unidos em Portugal também esteve presente na cerimónia de inauguração, devido ao capital norte-americano envolvido, que representa “um dos maiores investimentos estrangeiros na história de Portugal”. “É uma mudança de paradigma e estamos orgulhosos de apoiar esta iniciativa, que irá melhorar a conectividade global de Portugal, aprofundar os laços bilaterais e criar milhares de empregos em Portugal e nos Estados Unidos”, assinalou o diplomata Douglas A. Koneff, chargé d’affaires na Embaixada dos EUA em Lisboa.

A construção do segundo edifício do centro de dados em Sines vai começar até ao final deste segundo trimestre, avançou fonte oficial da empresa ao ECO. A segunda fase do projeto de mais de oito mil milhões de euros e 1,2 gigawatts (GW) de capacidade, que estava em licenciamento desde o ano passado, arranca até junho

 

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Cabeça de Martelo

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Re: Indústrias Tecnologias da Informação e Electrónicas
« Responder #34 em: Maio 27, 2025, 11:28:51 am »
Tecnológica americana ameaça desinvestir em Portugal devido a burocracia “asfixiante”

O CEO da Cloudflare afirmou que o ambiente de negócios no país tem piorado significativamente desde que a empresa iniciou os seus investimentos, acusando o Governo de não cumprir promessas feitas para facilitar a operação das empresas. Não hesitou ainda em comparar Portugal a outros mercados emergentes, como a Colômbia e o Chile, sugerindo que estes países oferecem condições mais atraentes.

André Cabrita-Mendes e Nuno Braga
27 Maio 2025, 07h00

O futuro do investimento da Cloudflare em Portugal enfrenta incertezas, uma vez que o CEO da empresa, Matthew Prince, expressou críticas contundentes à atuação do Governo português.

Em várias publicações na rede social X, Prince afirmou que o ambiente de negócios no país tem piorado significativamente desde que a empresa iniciou os seus investimentos, acusando o Governo de não cumprir promessas feitas para facilitar a operação das empresas.

“Honestamente, Portugal piorou muito desde que começámos a fazer investimentos no país. Se a tendência continuar, deixaremos de investir”, alertou Prince, que destacou a falta de garantias por parte do Governo para as empresas tecnológicas que consideram investir em território nacional.

“Se estiveres a considerar como empresa tecnológica [investir em Portugal], serias louco em fazê-lo sem nenhumas fortes garantias por parte do Governo”, acrescentou.

Mas há mais, segundo o líder da Cloudflare. “Prometeram-nos mundos e fundos para contratar muitas pessoas em Portugal. Contratámos estas pessoas e o Governo português não cumpriu nenhuma das suas promessas”, pode-se ler, apelidando a situação de “palhaçada”.

O CEO mencionou que a Cloudflare, que inaugurou a sua sede europeia em Lisboa em outubro de 2024, tinha ambições de contratar entre 400 a 500 novos colaboradores, mas agora depara-se com um panorama que considera desanimador.

As principais queixas de Prince incluem a burocracia excessiva, com foco particular nos processos de imigração e licenciamento, que descreveu como “asfixiantes”. Além disso, lamentou a falta de um aeroporto funcional, o que, segundo o administrador da Cloudflare, agrava ainda mais as dificuldades enfrentadas pelas empresas.

Mas quais os problemas? “A maioria sobre imigração, mas também licenciamento e burocracia asfixiante no geral. E uma completa falta de um aeroporto funcional”.

“Acima de tudo, estou farto que digam que as coisas vão melhorar se investirmos mais, apenas para continuarem a piorar”, rematou.

O executivo disse que já contratou “mais de 400 trabalhadores”, mas apontou que o valor seria “duas vezes superior com um Governo competente”.

Prince não hesitou em comparar Portugal a outros mercados emergentes, como a Colômbia e o Chile, sugerindo que estes países oferecem condições mais atraentes do que as que se encontram em território português.

“Colômbia, Chile e agora talvez até a Argentina. Tudo países mais sérios do que Portugal”, respondeu a um utilizador que elogiou a América do Sul.

Recordou ainda experiências passadas, como a longa espera na imigração no Aeroporto Humberto Delgado, que já havia manchado a sua primeira impressão do país.

Mas há mais, segundo o líder da Cloudflare. “Prometeram-nos mundos e fundos para contratar muitas pessoas em Portugal. Contratámos estas pessoas e o Governo português não cumpriu nenhuma das suas promessas”, pode-se ler, apelidando a situação de “palhaçada”.

Prince diz que está farto de ouvir que o país é “mais amigo do investimento”, e que ouviu bastante a expressão nos últimos 6 anos. “Muita conversa. Nada muda”.

Sobre o aeroporto acrescentou: “A situação no aeroporto de Lisboa é muito má. As multinacionais a pensarem a investirem aqui deviam pensar duas vezes”.

Como é fazer negócios em Portugal face ao Médio Oriente ou Ásia? “Portugal promete mais e entrega muito menos”.

Mais: “a qualidade de vida vai desaparecer quando os empregadores sérios começarem a retirar-se. Somos um empregador bastante sério e estou farto que me mintam”, escreveu quando questionado sobre a qualidade de vida do país.

O Jornal Económico pediu uma reação ao ministério da Economia, mas não obteve resposta.

As declarações do CEO da Cloudflare não são um caso isolado; refletem um histórico de descontentamento com o ambiente de negócios em Portugal.

Em 2022, a companhia foi contratada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mas houve polémica por os dados dos Censos 2021 ficarem sujeitos a programas de vigilância dos EUA, pois a companhia está sediada na Califórnia, segundo uma fiscalização levada a cabo pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD). O contrato foi suspenso e os dados pessoais dos portugueses não foram enviados para os EUA ou para outros países que não cumpram as regras europeias do RGPD. A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) acabou por aplicar uma coima de 4,3 milhões de euros ao INE por violações do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD).

Em 2020, a companhia queixava-se de “decisões arbitrárias do SEF”, dificuldades com a Alfândega ou renovações de cartas de condução. “Chegámos a enviar pessoas à Madeira para ir buscar documentos, porque lá não há os problemas burocráticos que temos em Lisboa”, disse Matthew Prince em novembro de 2020 em entrevista ao Diário de Notícias”

Mas o gestor também fez duras críticas noutros países, como na Irlanda. “Ninguém quer viver na Irlanda a não ser que seja irlandês”, disse em dezembro de 2020, citado pelo “Irish Independent”.

Na sua opinião, a Irlanda não recebe bem as pessoas e que a “comida e o tempo não prestam”.

Com a atual insatisfação, o investimento futuro da Cloudflare em Portugal poderá estar em risco, caso o Governo não tome medidas para cumprir as promessas feitas e melhorar o ambiente de negócios.

A companhia gerou receitas de 1.670 milhões de dólares em 2024, mais 29% face a 2023.

O lucro bruto atingiu 1.291 milhões de dólares, com o lucro líquido a atingir 79 milhões uma quebra face aos 184 milhões registados em 2023.

Para 2025, a empresa esperava, no final de 2024, receitas de quase 2.100 milhões de dólares.


https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/tecnologica-americana-ameaca-desinvestir-em-portugal-devido-a-burocracia-sufocante/
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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Cabeça de Martelo

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Re: Indústrias Tecnologias da Informação e Electrónicas
« Responder #35 em: Setembro 27, 2025, 05:35:01 pm »
Nvidia integra consórcio português para trazer gigafábrica de IA para Sines
Tiago Alexandre Pereira

A Nvidia participa no consórcio promovido pelo Banco de Fomento para tentar captar para Portugal uma das cinco gigafábricas de IA da União Europeia, com 100 mil chips avançados.

Nvidia faz parte do consórcio português que vai concorrer para trazer para Portugal uma gigafábrica de inteligência artificial (IA). Fonte familiarizada com o processo confirmou ao ECO que a gigante das placas gráficas está envolvida na candidatura portuguesa, dias depois, num evento em Lisboa, o CEO do Banco de Fomento, Gonçalo Regalado, ter deixado pistas que apontavam para o envolvimento da empresa norte-americana.

“Posso dizer-vos que nós temos vontade e temos o acordo e os maiores players mundiais dentro da candidatura e estão garantidos os 100 mil GPU [placas gráficas] para que a fábrica nasça em Sines”, afirmou Gonçalo Regalado durante uma intervenção na conferência Fusion, promovida pela empresa Devoteam. O CEO do Banco de Fomento disse ainda “ter um consórcio fortíssimo ao nível dos parceiros privados nacionais e internacionais”.

Confrontada pelo ECO com estas informações, fonte oficial da Nvidia recusou comentar e fonte oficial do Banco de Fomento também não fez comentários. No entanto, o envolvimento da Nvidia é uma notícia de grande importância para a ambição portuguesa de captar uma gigafábrica para Sines, dado que a Nvidia produz as placas gráficas necessárias para construir este mega data center no litoral alentejano, que prevê a contratação de 270 pessoas. Estima-se que cada placa gráfica Nvidia H100 custe cerca de 22 mil euros, conforme noticiou o ECO.

A participação da Nvidia, num modelo que não foi possível confirmar, ajuda também a dar credibilidade à proposta portuguesa quando o concurso oficial vier a ser lançado pela Comissão Europeia. Está previsto que tal aconteça no final do ano, durante o quarto trimestre.

O consórcio que está a ser construído pelo Banco de Fomento envolve um projeto que poderá chegar aos quatro mil milhões de euros, com parte deste montante a ser financiada pela Comissão Europeia. Mas o país compete com outros Estados‑membros para tentar captar uma das cinco gigafábricas de IA que Bruxelas pretende cofinanciar, em regime de Parceria Público‑Privada (PPP).

Segundo Gonçalo Regalado, a proposta portuguesa conta também com “o apoio institucional do Governo e da sociedade civil”.

Citar
Temos o acordo e os maiores players mundiais dentro da candidatura e estão garantidos os 100 mil GPU [placas gráficas] para que a fábrica nasça em Sines.

Gonçalo Regalado
CEO do Banco de Fomento

Nvidia também apoia candidatura em Espanha

Além da participação na candidatura portuguesa, a Nvidia também apoia uma proposta de candidatura espanhola, de acordo com vários meios de comunicações do país vizinho, para instalar uma gigafábrica de IA em Móra la Nova, Tarragona. Este consórcio espanhol, que inclui grandes empresas do setor tecnológico e industrial, foi formalmente submetido à Comissão Europeia no âmbito do programa de gigafábricas de IA, e a presença da Nvidia garante o fornecimento dos chips necessários para alimentar a infraestrutura de IA em larga escala.

No mesmo evento na semana passada, Gonçalo Regalado afirmou que Portugal não concorre “contra ninguém” nesta corrida: “Nós lutamos por nós.” Mas, referindo-se o país vizinho, visto em alguns círculos como concorrente de Portugal neste programa europeu, apontou: “Enquanto em Espanha há quatro candidaturas, que estão completamente em concorrência umas com as outras, nós tomámos a decisão de fazer uma candidatura e de trazer todos a bordo”, frisou.

Enquanto isso, na Alemanha, a Nvidia integra também outro projeto com a Deutsche Telekom e o fundo Brookfield para desenvolver uma “Industrial AI Cloud”, uma iniciativa de grande escala que visa construir capacidades de IA com cerca de 100 mil placas gráficas. Embora este projeto ainda esteja em fase de planeamento e não tenha sido oficialmente confirmado como candidatura formal ao programa europeu, representa um investimento estratégico importante da Nvidia no desenvolvimento de infraestruturas de IA no continente europeu.

As cinco gigafábricas de IA que a Comissão Europeia pretende tornar realidade nos próximos anos poderão representar um investimento total em torno dos 20 mil milhões de euros, de acordo com a instituição. Esse é o valor que está previsto no programa InvestAI, que foi anunciado em fevereiro pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O programa InvestAI prevê, no seu conjunto, a mobilização de 200 mil milhões de euros de investimento em IA nos próximos anos, mas, deste montante, apenas 50 mil milhões de euros correspondem a investimento proveniente de fundos europeus.

Quanto à Nvidia — que é atualmente a maior empresa do S&P 500 em valor de mercado, avaliada em 4,46 biliões de dólares –, continua a investir em força. Esta segunda-feira, foi também noticiado que planeia aplicar até 100 mil milhões de dólares na OpenAI, criadora do ChatGPT, e na semana passada também firmou um acordo para entrar no capital da Intel.

https://eco.sapo.pt/2025/09/23/nvidia-integra-consorcio-portugues-para-trazer-gigafabrica-de-ia-para-sines/
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Re: Indústrias Tecnologias da Informação e Electrónicas
« Responder #36 em: Outubro 21, 2025, 11:10:35 am »
Nvidia, Nscale & Microsoft: Scaling Sustainable AI in Europe
By Chloe Williment


Aerial view of SIN01 in Sines, Portugal (Credit: Start Campus)

Start Campus and Nscale are deploying the Nvidia GB300 NVL72 platform in Sines, Portugal, to develop Microsoft's and Europe's sustainable AI infrastructure
Start Campus and Nscale have announced the European Union’s inaugural and largest deployment of the Nvidia GB300 NVL72 platform.

The initiative, located at the SIN01 data centre in Sines, Portugal, highlights a commitment to developing Europe's artificial intelligence infrastructure with a focus on sustainable practices and energy efficiency.

Nscale, a European AI-native infrastructure company, chose the Start Campus facility for its strategic coastal location and readiness for immediate deployment.

The infrastructure is scheduled to go live by the first quarter of 2026.


Portugal’s renewable energy and digital strategy

The Nvidia GB300 NVL72 platform is engineered for high-performance AI inference and training.

Its deployment at SIN01 is designed to support rack densities that exceed 130kW, a configuration that requires advanced cooling and energy management.

The facility's design addresses these needs, providing the efficiency necessary for high-density next-generation workloads while aligning with broader environmental objectives.

The project aligns with Portugal’s increasing significance in the European digital economy, with a strong emphasis on sustainable investment.

According to Redes Energéticas Nacionais (REN), the national grid operator, renewable sources supplied 71% of the country’s electricity in 2024 with projections indicating a rise to 81% in early 2025.

This focus on green energy strengthens the environmental credentials of the Sines campus.

“This investment in Sines confirms the international confidence in Portugal as a destination for innovation and technology, strengthening our position in the global digital economy and creating conditions to attract talent and high value-add investment,” says Castro Almeida, Minister of Economy and Territorial Cohesion in Portugal.

https://sustainabilitymag.com/news/nvidia-nscale-microsoft-scaling-sustainable-ai-in-europe
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