Notícias em Geral

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Lusitano89

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Re: Notícias em Geral
« Responder #1035 em: Julho 13, 2015, 10:57:52 pm »
Mais 'drones' e mais tecnologias de espionagem. Eis o futuro da Defesa britânica


O Governo britânico anunciou na semana passada que iria atingir o objetivo mínimo de despesas fixadas pela NATO de consagrar 2% do Produto Interno Bruto a gastos militares durante os cinco anos do mandato.

As forças de defesa britânicas devem destinar uma parte mais significativa do seu orçamento para aviões e 'drones' e outros mecanismos especiais para lutar contra os extremistas, declarou hoje o primeiro-ministro britânico, David Cameron. O governo anunciou na semana passada que iria atingir o objetivo mínimo de despesas fixadas pela NATO de consagrar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) a gastos militares durante os cinco anos do mandato atual de Cameron, eleito em maio.

"Encarreguei os chefes da Defesa e da Segurança de analisar especificamente o que podemos mais fazer para conter a ameaça que constitui o ISIL [Estado Islâmico] e o extremismo islâmico", declarou David Cameron, em comunicado citado pela AFP.

"Isto poderia incluir mais aviões de espionagem, 'drones' e forças especiais. No decurso dos cinco anos que volveram, tive oportunidade de constatar em que medida se afiguram como bens vitais para garantir a nossa segurança", disse o primeiro-ministro britânico. Os chefes da Defesa britânica devem completar uma revisão dos gastos no outono.

Esta revisão deve dar prioridade "às ameaças em curso, quer seja o terrorismo, o extremismo ou a crescente agressividade da Rússia, e independentemente se é física ou tem lugar no ciberespaço", refere Cameron citado no mesmo comunicado oficial. A forma como a marinha britânica poderá servir-se do porta-aviões HMS Queen Elizabeth para lançar os 'drones' (aviões não tripulados) e forças especiais, em colaboração com parceiros como os Estados Unidos, também vai ser alvo de estudo.

A Grã-Bretanha é membro da coligação internacional que combate o autoproclamado grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e assegura missões de vigilância na Síria.
Membros do governo britânico começaram recentemente a defender a ideia de que Londres também se devia juntar à lista de países que lançam ataques contra os 'jihadistas' do EI na Síria.

Lusa
 

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HSMW

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Re: Notícias em Geral
« Responder #1036 em: Julho 15, 2015, 09:25:50 pm »
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Re: Notícias em Geral
« Responder #1037 em: Julho 29, 2015, 12:47:33 am »
Stephen Hawking e mais mil cientistas e filósofos pedem proibição dos "robôs assassinos"


Carta aberta alerta para os riscos do desenvolvimento da inteligência artificial quando aplicada ao armamento. Drones representam um dos maiores perigos.

Mais de mil pensadores, cientistas e especialistas em inteligência artifical, incluindo o físico Stephen Hawking e o filósofo Noam Chomsky, assinaram uma carta aberta que pede a proibição de armas autónomas de ataque, também conhecidas como "robôs assassinos".

Entre os outros subscritores da iniciativa encontram-se o co-fundador da Apple, Steve Wozniak, e centenas de investigadores na área da robótica que trabalham em laboratórios e universidades por todo o mundo. A carta aberta foi iniciativa do Instituto para o Futuro da Vida (Future of Life Institute), uma organização que trabalha "para mitigar os riscos existenciais que a humanidade enfrenta", estando atualmente focada nos potenciais perigos do desenvolvimento da inteligência artificial.

No texto, o grande alerta vai no sentido de estar iminente uma corrida ao armamento militar com inteligência artificial. De entre as armas robóticas, o texto destaca os perigos dos drones, aviões não tripulados que atualmente já são comandados por pilotos que se encontram longe das zonas de guerra. A expetativa é de que, em pouco tempo, os drones possam ser programados para localizar e assassinar alvos específicos. "A tecnologia de inteligência artificial chegou a um ponto em que o desenvolvimento de sistemas como este é - além de praticamente legal - possível dentro de anos, não décadas", assinala o documento, acrescentando que as armas autónomas têm sido descritas como a terceira grande revolução ao nível do armamento, depois da pólvora e das armas nucleares.

O Instituto garante que a inteligência artificial poderá ter elevado potencial para beneficiar a humanidade de várias formas, mas acredita que o desenvolvimento de armas robóticas será uma vantagem apenas para terroristas, ditadores e todos aqueles que queiram realizar "limpezas éticas".

Procurando destacar que a tecnologia para criar este tipo de armas letais ainda não foi totalmente desenvolvida mas estará em breve ao nosso alcance, os subscritores do documento alertam que tornar o armamento robótico acessível determinará guerras cada vez mais comuns e, potencialmente, mais mortíferas. Conforme escreve o Independent, a abordagem dos especialistas parece talvez "demasiado futurista", mas os avanços tecnológicos que poderão permitir o uso violento da inteligência artificial têm efetivamente o caminho livre.

Em 2012, um grupo de organizações não governamentais associou-se numa campanha para "parar os robôs assassinos", cujo objetivo era banir as armas robóticas. Nesta altura, estão a trabalhar para que a matéria seja abordada pela Convenção da ONU das Armas Convencionais de Genebra, de forma a que seja proibido este tipo de armamento - tal como foram as minas antipessoais e as armas de raios laser.

DN
 

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Re: Notícias em Geral
« Responder #1038 em: Agosto 03, 2015, 08:23:26 pm »
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Re: Notícias em Geral
« Responder #1039 em: Agosto 06, 2015, 11:33:21 am »
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olisipo

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Re: Notícias em Geral
« Responder #1040 em: Agosto 06, 2015, 08:25:22 pm »
« Última modificação: Agosto 07, 2015, 03:03:38 pm por olisipo »
 

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olisipo

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Re: Notícias em Geral
« Responder #1041 em: Agosto 06, 2015, 08:29:48 pm »
 

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olisipo

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Re: Notícias em Geral
« Responder #1042 em: Agosto 07, 2015, 03:13:48 pm »


Coreia do Norte institui novo fuso horário em "corte" com o imperialismo

http://www.publico.pt/mundo/noticia/cor ... mo-1704358
Citar
A Coreia do Norte vai mudar  hora oficial do país e abandonar o fuso horário estabelecido de nove horas a frente do meridiano de Greenwich  (TMG) que é o mesmo seguido na Coreia do Sul e no Japão.

 A partir de 15 de Agosto, os relógios serão atrasados meia hora: o novo fuso horário de Pyongyang voltará a ser TMG + 8,5 horaa, que era o formato adoptado em toda a península coreana antes da ocupação japonesa, que começou em 1910.  

A mudança, explicou a agência de notícias estatal KCNA, foi decidida para assinalar a libertação do país do domínio japonês, no final da Segunda Guerra Mundial. E pretende também consagrar, de forma, simbólica, o "corte" definitivo com o "imperialismo malvado, que privou os coreanos da sua hora nacional" (...)
 

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olisipo

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Re: Notícias em Geral
« Responder #1043 em: Agosto 08, 2015, 07:01:15 pm »

Hiroshima comemorates 70th aniversary of its destruction by the US atomic bomb


Japan holds today ceremony to mark 70 years since devastating Nagasaki atomic bomb



Atomic bombs on Japan 70 years on.
 

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Get_It

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Re: Notícias em Geral
« Responder #1044 em: Agosto 09, 2015, 10:50:09 pm »
Se tem filhos pequenos, saiba que direitos vai passar a ter
(9 de Agosto de 2015)
Citação de: "Mariana Oliveira / Público, Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego"
A discussão sobre os incentivos à natalidade permitiu aprovar novos direitos para trabalhadores com filhos menores, apesar de a maioria ter enterrado a esmagadora maioria das proposta da oposição. Muitas das que conseguiram passar no Parlamento foram aprovadas na última votação do plenário, em finais de Julho. Algumas já foram promulgadas e publicadas, outras ainda estão à espera de sair no Diário da República.

Já há medidas em vigor, mas as principais, como a possibilidade de funcionários públicos pais de menores de 12 anos trabalharem a meio tempo e receberem 60% do salário, ainda não vigoram. Esta entra em vigor no início de Setembro e outras, como a possibilidade de os pais recorrerem ao teletrabalho, chegam com o próximo orçamento de Estado.

- Os funcionários públicos pais de menores de 12 anos ou, independentemente da idade, de filhos com deficiência ou doença crónica ou os funcionários públicos com mais de 55 anos com netos com menos de 12 anos podem pedir para trabalhar no regime de meia jornada, ou seja, com metade de um horário completo. Se a mesma for autorizada os beneficiários ficam a receber 60% do montante total pago pelo horário completo, por um período mínimo de um ano. Para efeitos de antiguidade este regime implica a contagem integral de tempo de serviço. Entra em vigor no início de Setembro.

- O período de licença exclusiva do pai passa a prever o gozo obrigatório de 15 dias úteis em vez de 10 dias, durante o mês seguinte ao nascimento do filho. Cinco desses dias continuam a ter que ser gozados imediatamente a seguir ao parto. Esta legislação já foi aprovada, aguardando apenas publicação no Diário da República. Entrará em vigor com o Orçamento do Estado para 2016.

- Os trabalhadores com filhos com idade até três anos vão poder a exercer a actividade em regime de teletrabalho, quando este for compatível com a actividade desempenhada e a entidade patronal disponha de meios para o efeito. A lei, que apenas aguarda publicação, prevê que “o empregador não pode opor-se ao pedido do trabalhador”. Entrará em vigor com o Orçamento do Estado para 2016.

- Universalidade da educação pré-escolar para todas as crianças que atinjam os quatro anos (agora é só aos cinco anos). A lei entrou em vigor no início de Agosto, mas o Governo tem 180 dias para a regulamentar, pretendendo assegurar a sua implementação a partir do ano lectivo 2016/2017.

- Empresas que nos dois anos anteriores à candidatura a subsídios ou subvenções públicas tenham sido condenadas por sentença transitada em julgado por despedimento ilegal de grávidas, puérperas ou lactantes, ficam impedidas de beneficiarem desses apoios. Lei aguarda publicação, entrando em vigor 90 dias após saída no Diário da República.

- Isenção de 50% do imposto sobre veículos na aquisição de ligeiros de passageiros com mais de cinco lugares por pessoas com mais de três dependentes a cargo ou tendo apenas três, dois deles tenham menos de oito anos. Esta lei entra em vigor a 1 de Janeiro do próximo ano.

- Uma lei publicada no final de Julho estipula a obrigação e todas as crianças terem um médico de família. A medida só entra em vigor com o novo Orçamento do Estado para 2016 e ainda depende de uma regulamentação que a operacionalize. A lei adianta que esta medida será possível através do reforço do número de clínicos de medicina geral e familiar no Serviço Nacional de Saúde.

Direitos actuais dos pais e das mães trabalhadores

[continua]
Fonte: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/se-tem-filhos-pequenos-saiba-que-direitos-vai-passar-a-ter-1704427?page=-1

Citar
Empresas que nos dois anos anteriores à candidatura a subsídios ou subvenções públicas tenham sido condenadas por sentença transitada em julgado por despedimento ilegal de grávidas, puérperas ou lactantes, ficam impedidas de beneficiarem desses apoios. Lei aguarda publicação, entrando em vigor 90 dias após saída no Diário da República.
Há empresas que terminando o tempo máximo dos subsídios simplesmente fecham e abrem uma nova empresa para dar a volta ao problema. Não vai ser isso que muitas destas empresas vão começar simplesmente também a fazer?

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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olisipo

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Re: Notícias em Geral
« Responder #1045 em: Agosto 11, 2015, 09:11:03 am »

Japão relança nuclear quatro anos depois do acidente em Fukushima

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior. ... id=4724319
 

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Lusitano89

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Re: Notícias em Geral
« Responder #1046 em: Agosto 12, 2015, 03:38:38 pm »
A farmácia otomana que cura no Porto





É uma viagem dupla, ao Médio Oriente e ao século XIX, que está a cativar visitantes para o Museu da Farmácia no Porto. Uma farmácia de um palácio na Síria é hoje peça maior do espaço e provocou mesmo, desde maio, um boom de entradas.

Nasceu para tratar enfermidades numa região do mundo que sofre hoje com a doença da guerra. A farmácia islâmica que no século XIX foi curativa para os habitantes de um palácio de Damasco, na Síria sob domínio otomano, é agora uma atração no Museu da Farmácia do Porto. É um património único que deu um impulso decisivo em termos de visitantes a este espaço museológico que a Associação Nacional de Farmácias criou, alargando a norte o museu já existente em Lisboa. E nem a invulgar localização, numa zona industrial, tem afastado os interessados.

Quando se transpõe a porta e se acede ao museu nem se dá pela farmácia islâmica. Há muito para ver antes. Seguindo o percurso, cronológico, da história da farmácia no mundo, só se entra no espaço quadrangular de origem árabe mesmo perto do final do circuito da visita. Foi, de resto, a última peça a chegar à coleção do Porto do Museu da Farmácia, em maio passado.

A importância deste tipo de farmácia desenvolvida no Império Otomano é relevante. É o seguimento de uma cultura islâmica que deu um significativo contributo para a venda de medicamentos e outros produtos ligados à saúde e ao bem-estar das pessoas. "O conceito de farmácia moderna surgiu no Islão, em Bagdad, no século VIII. É também importante não esquecer que as palavras almofariz, alambique ou química vêm do árabe, que promoveu a descoberta dos medicamentos no combate às doenças", explica João Neto, diretor do museu.

"Não é uma farmácia de rua, só funcionava para o interior do palácio", ressalva o responsável, embora o número de pessoas que frequentava o edifício fosse alargado.

Neste espaço do século XIX está apenas uma parte de todo o envolvimento que uma farmácia islâmica proporcionava. João Neto é um cicerone informado e uma visita ao museu da farmácia ganhará sempre com as suas explicações sobre os objetos expostos. Fica-se a saber que os doentes eram preparados. Normalmente usava-se um banco para o paciente se sentar e depois existia um diálogo. Na farmácia islâmica não há balcões, em seu lugar existiam o tapete e os banquinhos. "Falava-se de saúde e preparava-se a pessoa para tomar o medicamento. Havia uma grande comunicação."




Comunhão com a natureza

No museu está o mobiliário e alguns dos utensílios, mas o saber islâmico promovia um "contacto com a natureza", que agora, no Porto, se fica por uma pintura. "Aqui era a saída para a natureza. O espaço de saúde só se completava com um jardim, com uma ligação ao tratamento natural muito forte."

Por isso, há até tratamentos que podem surpreender nos dias de hoje. "Buscavam o equilíbrio da natureza. Os islâmicos vão usar o som da água para tratar a tristeza - no fundo aquilo que hoje se chama depressão."

Quando se contempla esta farmácia e se conhece a origem, fica logo no ar a dúvida sobre o que seria deste espaço se ainda estivesse na Síria, mesmo sabendo que Damasco resiste à total destruição que assolou outras grandes cidades sírias. João Neto reconhece que é "incrível como aqui estamos a preservar um património que pertence a uma região que está em guerra. Acaba por ser um lado positivo".




E como é que uma farmácia de Damasco veio parar a Portugal? Este conjunto museológico, explica o historiador que dirige o museu, foi comprado em Londres a negociantes de arte. "Esta farmácia tem passaporte e foi adquirida. Aliás, a quase totalidade do espólio do nosso museu, em Lisboa e Porto, foi adquirida", explica.

A mudança de continente só foi "possível devido aos protetorados, que permitiram que muitas coisas viessem para a Europa". A Síria foi dividida em duas áreas após a Primeira Guerra Mundial com a queda do império Otomano. Franceses e ingleses tomaram conta de cada uma das partes até à década de 1940, época em que, após o final da Segunda Guerra Mundial, o país árabe se tornou independente.

Se por um lado há uma vertente colonialista no transporte deste património para a Europa, há pelo menos a consolação que desta forma está bem conservado, tendo em conta que hoje a Síria é um país dilacerado pela guerra, com muitos bens históricos destruídos.

Após a aquisição, a farmácia chegou a Portugal a necessitar de um apurado trabalho de restauro. "Desde 2009 que o trabalho de preservação foi desenvolvido pela Fundação Ricardo Espírito Santo e devo elogiar a qualidade com que foi realizado", faz questão de frisar o diretor do museu.

"Na Europa não há muitos exemplos de palácios islâmicos, muito menos de farmácias. Há um que está no Metropolitan, em Nova Iorque, é o único caso que conheço", explica João Neto, orgulhoso da peça que o museu apresenta.

"Havia muita gente ligada à farmácia e todos os profissionais estavam muito bem divididos nas tarefas." Os armários ocultam agora as prateleiras que continham dezenas de medicamentos. "É tudo de madeira, com folha de ouro", realça João Neto, apontando ainda as inscrições com "frases que apelam ao conhecimento". É um património da comunidade islâmica que está em Portugal. "Temos a honra de ter um pedaço da sua história."

Conceito de espaço aberto

"No Islão nem tudo é mau. Quem conhece a história sabe que contribuíram muito para o desenvolvimento do mundo", realça o diretor do Museu da Farmácia. Explica que foi no mundo árabe que foi "criado o conceito de espaço aberto ao público, é a primeira forma de farmácia". Com os Cruzados essa perspetiva vem para a Europa e faz nascer farmácias neste continente.

No Porto, tem aparecido muita gente interessada em saber mais sobre esta farmácia. "Está a ser um sucesso, o número de visitantes aumentou muito. As pessoas dizem que viram na televisão ou nos jornais e aparecem", garante João Neto. Com a farmácia islâmica houve esse boom de entradas que irá fazer aumentar a média das 12 mil entradas anuais no museu. O preço do bilhete é de cinco euros. As visitas escolares são também uma constante, não só para esta nova peça mas também para todo o conceito do museu. Há visitas de crianças que aprendem alguns processos químicos ligados à arte farmacêutica.

A localização é um pouco estranha, na Rua Eng. Ferreira Dias. "É verdade, estamos no meio de uma zona industrial, longe do centro do Porto, mas tem vantagens: só assim dispomos do espaço necessário para um museu com estas características." As desvantagens passam por ficar numa área fora dos roteiros turísticos. "As pessoas têm de vir mesmo aqui. É mais difícil trazer um turista mas eles vão aparecendo."

Em frente à relíquia islâmica está uma outra, mas bem portuguesa. É a excelente reconstituição da Farmácia Estácio, inaugurada em 1924, na Rua Sá da Bandeira, no Porto. Esta farmácia ficou célebre no final dos anos 1940 pela sua balança falante tornando-se um ex--líbris da Baixa portuense.

E coerermo em Lisboa está a única farmácia chinesa existente na Europa, João Neto aspira um dia adquirir uma farmácia hindu. "É a que falta para completar os grandes avanços históricos da farmácia."


Viagem histórica com a doença e um crocodilo de Fidel Castro

São milhares de anos da história universal da saúde. É assim que João Neto define o museu da farmácia nas suas duas divisões, Lisboa e Porto. Tudo começou em 1996 com a criação do espaço lisboeta, logo premiado no ano seguinte como o melhor museu português. Em 2010 foi o tempo para abrir o museu no Porto.



Muito pode ser descoberto nas relíquias. Até há uma curiosa peça, um crocodilo oferecido por Otelo Saraiva de Carvalho ao museu do Porto. "Ele visitou-nos e quis doar a peça. Recebeu de presente de Fidel Castro em 1975 e quando houve no Porto uma cimeira Ibero-americana, o Otelo esteve cá [Fidel Castro participou nessa cimeira] e quis deixar o crocodilo no museu", explicou João Neto. O crocodilo é um dos animais que forneceram matéria para medicamentos.

Há muito mais. São 15 mil peças que se dividem pelos dois museus, em que o objetivo é "contar a história da saúde e pelo caminho a história humana". Porque "a doença é tão antiga como o homem", diz o diretor. Por isso, com foco apenas no espaço museológico nortenho, é possível acompanhar as principais transformações que o combate à doença foi conhecendo ao longo dos séculos, com milhares de peças ordenadas cronologicamente. Recuamos até à Mesopotâmia e ao Antigo Egito, esta uma das idades de ouro do conhecimento. O sarcófago, representado no museu, significava a preservação da vida.

As peças ganham mais saber com a Grécia e a medicina de Hipócrates. A serpente, que já vinha da Mesopotâmia, ganha o estatuto de símbolo da farmácia: conseguir transformar o veneno numa cura. Perdura até hoje. Avançamos e no Império Romano encontramos instrumentos cirúrgicos como parte da cura da doença. Com o mundo árabe tudo ganha uma dimensão ainda mais profissional. "Passa a ser atividade regulamentada, com profissionais credenciados. A química começa a ser levada a sério e surgem as ervas e os chãs." Tudo isto pode ser visto no Porto, com as peças ali expostas a serem originais. "Não há peças repetidas no nosso museu. Em Lisboa estão umas, aqui são outras", diz.

A viagem estende-se ao Oriente, ao Tibete, China e Japão, onde já existiam noções que não eram conhecidas na Europa. Da América do Sul e das civilizações pré-colombianas há também peças e até de África. "São peças de aspeto horrível, era para prevenção da doença." Em Portugal e na Europa é por volta do século XVIII que as farmácias se desenvolvem. "Eram espaços muito iluminados, com a noção de que há esperança, há luz ao fundo do túnel." A Igreja tinha papel decisivo.

Todo este percurso reunido no museu resume-se em três pontos: Investigar, conservar, expor - João Neto diz que objetivo é "ter uma boa política de conservação e criar comunicação entre a história e as pessoas". Definindo-se, com um sorriso, como o Indiana Jones da farmácia, o historiador João Neto é também o presidente da Associação Portuguesa de Museologia. Deixa um forte elogio à classe profissional que levou à criação do museu. "O orgulho de ser farmacêutico foi decisivo. As farmácias em Portugal não ficaram pela linha costeira, o interior tinha muitas. Há uma grande tradição e história nos farmacêuticos." João Cordeiro "teve a visão de que deveria ser um projeto" da Associação Nacional de Farmácias, a que presidiu. E assim se construiu este museu.


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olisipo

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« Responder #1047 em: Agosto 14, 2015, 08:05:02 pm »
 

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« Responder #1049 em: Agosto 15, 2015, 10:39:49 am »