Tal como já foi aqui expressado por vários intervenientes, eu também me incluo no grupo do “ver para crer”, em relação ao Roterdão. É perfeitamente natural que a malta manifeste muito ceticismo. E detesto manifestar o meu pesar pelo andamento das coisas, pois quero ver um NPL na marinha o mais rapidamente possível, mas não a qualquer custo. É – a ser, mesmo – uma novidade e que irá pecar pela extrema tardia. Uma novidade que, em boa verdade, não defende os interesses do país. E não confundir interesses do país com a questão do navio satisfazer as necessidades das forças armadas.
Mais uma vez estaremos a investir em algo que não trará qualquer rentabilidade. Ainda não conseguimos superar a tonelagem de um LPD Karel Doormen, para podermos desprezar “pormenores” como a não construção em Portugal. Se quisermos ser tão bons ou melhor que os outros tem que aparecer obra feita.
Os requisitos da marinha para um navio polivalente já tem barbas. Pelo menos, tem tanto tempo quanto a existência do barco que se discute ou até mais ainda. Por isso mesmo é pertinente perguntar se ainda satisfaz? Lembremo-nos das “bocas” da marinha em relação às fragatas “Vasco da Gama”. Não haverá problemas por causa da eficiência energética em relação aos motores? Não temos metas ambientais a cumprir?
Porém, dada a (mais que) urgência na matéria e os condicionalismos sobejamente conhecidos, há que fintar o azar e atalhar caminho. O que, na minha opinião, poderá salvar a face será a construção de um NPL novo em Portugal até 10 anos, mas… O futuro, em Portugal, a Deus pertence. Ao menos que se reservem verbas para fragatas novas. Pelo que se vai lendo por aqui, a ser verdade, só iremos ter um Bérrio novo numa qualquer realidade paralela. Espero não estar a pedir muito em relação às fragatas. Será já pedir demais para uns cinco caça-minas?
Chutando prá frente, outra interessante discussão na mesma linha: a frota aérea do estado é composta pelos aviões e hélis da FAP, Marinha e os hélis do MAI. Espero que não haja qualquer tipo de impedimento para os hélis do MAI operarem a bordo. Quem sabe se não seria interessante vermos também em exercícios a presença de privados, no âmbito da Proteção Civil.
Faz todo o sentido ter permanentemente a bordo um EH-101 e um Lince, pelo menos. A cobertura estará bem melhor assegurada para urgências bem longe de terra, por exemplo.
A propósito, “temos marinha” para quando? Pode vir com nevoeiro e chamar-se D. Sebastião. Mas que não seja mais um NRP classe Miragem.
Cump.