Notícias da FAP

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Re: Notícias da FAP
« Responder #1560 em: Novembro 19, 2024, 08:52:04 pm »
FAP constrói alojamento na Base Aérea de Maceda para oficiais do centro de operações de combate aos fogos florestais

https://www.noticiasdeaveiro.pt/fap-constroi-alojamento-na-base-aerea-de-maceda-para-oficiais-do-centro-de-operacoes-de-combate-aos-fogos-florestais/
 
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Re: Notícias da FAP
« Responder #1561 em: Novembro 19, 2024, 11:38:58 pm »
Chefes militares confiantes, mas factos ainda não são otimistas

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O CEMFA, general Cartaxo Alves, mostrou como a Força Aérea Portuguesa (FAP) tem uma visão para o futuro e um plano de ação. Mas, o sucesso dessa visão ainda assenta na essência da existência de recursos humanos e na modernização dos seus meios, em que se enquadra a substituição dos F-16 pelos F-35 e o desenvolvimento de uma plataforma não-tripulada dotada de vários sensores.

“Só assim estarão, continuamente, garantidas o apoio às nossas populações e a segurança do espaço soberano. A FAP é o escudo da nossa soberania. Temos de ter credibilidade na ação e relevância operacional”, asseverou.

https://www.dn.pt/2522509018/chefes-militares-confiantes-mas-factos-ainda-nao-sao-otimistas/
 
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Re: Notícias da FAP
« Responder #1562 em: Novembro 20, 2024, 03:25:03 pm »
 

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Re: Notícias da FAP
« Responder #1563 em: Novembro 21, 2024, 10:19:34 am »
 

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Re: Notícias da FAP
« Responder #1564 em: Novembro 22, 2024, 10:13:31 pm »
 

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Re: Notícias da FAP
« Responder #1565 em: Novembro 23, 2024, 08:09:04 am »
Campo de Tiro. Exploração florestal vale mais de um milhão em receita

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A floresta presente nos mais de 7500 hectares do CT é casa de dezenas de espécies animais e também uma lucrativa fonte de negócio. O complexo militar é o único do país a contar com três certificações florestais, que atestam as boas-práticas.


Seis gamos a alimentarem-se junto a um edifício do CT. A imagem foi captada pelo comandante da Unidade, o coronel Manuel Bernardo da Costa. -- Crédito: DR

O Campo de Tiro (CT), que está integrado na Força Aérea desde 1993, celebrou 120 anos a 26 de março de 2024. Na cerimónia comemorativa foi descerrado um monumento que evoca as duas principais vertentes da infraestrutura militar: “O compromisso com a missão e a sustentabilidade ambiental.”

A sustentabilidade é, de facto, um elemento muito presente na atividade diária do CT e algo que é levado a sério pelo comandante, o coronel Manuel Bernardo da Costa. “Nós somos a única unidade das Forças Armadas que tem três certificações florestais – a FSC, que atesta que os produtos de madeira ou papel são provenientes de florestas geridas de maneira responsável e sustentável; a PEFC, que garante que a madeira, a cortiça e os outros produtos não-lenhosos são produzidos de acordo com os melhores padrões éticos, ecológicos e sociais; e a MPB, que assegura a existência de um modo de produção biológico. Além disso, temos certificação ambiental, que todos os anos é auditada por uma entidade externa, e que atesta que nós controlamos os impactos ambientais das nossas atividades e implementamos, sistematicamente, medidas para o minimizar.”

O general João Cartaxo Alves, Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), no dia em que se realizou no CT um treino de dois F-16 com largada de bombas e munições reais, reforça esse eixo das boas-práticas ambientais; “Quando se ouve falar em Campo de Tiro, há quem pense imediatamente numa coisa desgraçada, com poluição terrível, muito agressiva para o ambiente, etc. Mas não é isso que se verifica. Nós servimos, de facto, as nossas forças militares e de segurança, é essa a grande missão, mas também temos a trabalhar nos nossos quadros engenheiros ambientais, engenheiros florestais, um corpo de bombeiros próprio, altamente especializado para combate a incêndios em aeródromos e bases aéreas, bem como em zonas florestais, como a que é ocupada pelo CT. Aliás, além da limpeza dos terrenos florestais, todos os projéteis que disparamos são retirados do terreno precisamente para evitar a contaminação e danos para a abundante fauna que aqui circula e que convive perfeitamente com o tipo de atividade que desenvolvemos”.

A gestão do parque florestal tem outra vantagem para a Força Aérea: a capacidade de gerar receita. O CT, situado na Charneca Ribatejana (também conhecida por Charneca do Infantado), na margem esquerda da bacia sedimentar do Rio Tejo, ocupando áreas dos concelhos de Benavente e Montijo, apresenta uma floresta indígena de montado de sobro e pinheiro manso, mas também existem naqueles mais de 7500 hectares espécies representativas como eucaliptos, pinheiros-bravos, choupos, salgueiros, freixos, esteva, sargaço, urze, giesta ou carqueja.

Praticamente todos os dias operam no CT empresas, sujeitas a concurso público, que procedem à extração de cortiça, limpeza e remoção de carga térmica, desbaste e aproveitamento de madeira, recolha de pinhas e outros bens que depois são utilizados para fins comerciais. O CT estima que este ano a receita gerada com exploração florestal ascenda a 1,1 milhões de euros. A verba é entregue à Força Aérea, revertendo depois uma parte do valor para o CT. A soma recebida acaba por ter “um peso muito significativo no orçamento da Unidade”, assume o comandante.

Também por isso, o desejo do CEMFA é replicar o modelo de gestão ambiental do CT numa futura localização: “Os sítios nunca são iguais, mas para onde quer que a Força Aérea vá os programas que iremos implementar serão do mesmo tipo. Agora, poderão não ter a mesma mais-valia financeira ou até ter mais. Isso a seu tempo se verá.”

A receita total prevista para 2024 no CT é de 1,5 milhões de euros. A exploração florestal vale mais do dobro do que pagam as empresas ligadas à Indústria da Defesa para utilizarem as instalações (cerca de 400 mil euros este ano).


O Campo de Tiro participa atualmente numa iniciativa de monitorização da nidificação de águias-de-bonelli. “Este é um dos poucos sítios no país onde ela nidifica", lembra o comandante da Unidade militar.

Biodiversidade: dos gamos à àguia-de-bonelli

O ecossistema do CT funciona em pleno e a vida selvagem beneficia também do facto de ocupar uma zona militar, protegida, a que população civil não tem acesso. Compatibilizar a convivência destas espécies com a operação comercial e todo o tráfego aéreo do futuro aeroporto Luís de Camões será também um desafio ao qual o Governo terá de responder.

Atualmente, a floresta do CT serve de casa para espécies como gamos, javalis, raposas, saca-rabos, doninhas, furões, texugos-cão, genetas, coelhos-bravos, perdizes, lebres, ratos-de-cabrera, entre outras. Nas três barragens do complexo militar as espécies predominantes são achigãs, tritões-de-ventre laranja e cágados-mediterrânicos, mas também é frequente a visita de aves como garças, corvos-marinhos, patos bravos e flamingos.

A presença de toda esta fauna no CT é, claramente, um motivo de satisfação para o comandante, que nos exibe no telemóvel uma foto que ele próprio tirou e que mostra um conjunto de seis gamos a alimentarem-se junto a um edifício do complexo militar.

“Estava a sair do escritório e dei de caras com esta imagem. Dá-nos imenso prazer ver isto. Alguns animais estão de tal forma habituados a nós que circulam por aí livremente e estes ‘malandrecos’ até vêm aqui comer relva. Além dos que já cá estão, comprámos também recentemente um grupo de cabras sapadoras para nos ajudarem [nas operações de limpeza]. E em vários pontos do CT reutilizámos umas banheiras velhas, que enchemos de água para os animais se servirem”.

No que respeita à preservação da biodiversidade, o CT participa atualmente em duas iniciativas de monitorização da nidificação das aves coruja-das-torres e águia-de-bonelli. “Este é um dos poucos sítios no país onde nidifica a águia-de-bonelli e isso para nós, por acontecer numa instalação militar, é motivo de orgulho, porque demonstra que estamos a fazer as coisas bem”, conclui o coronel Manuel Bernardo da Costa.

https://www.dn.pt/4143794998/campo-de-tiro-exploracao-florestal-vale-mais-de-um-milhao-em-receita/
« Última modificação: Novembro 23, 2024, 08:23:23 am por goncalobmartins »
 

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« Responder #1566 em: Novembro 23, 2024, 08:21:06 am »
F-16, bombas e muito treino. Enquanto não há Luís de Camões, a missão no Campo de Tiro dispara

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A instalação militar, que dará lugar ao novo aeroporto de Lisboa, continua a cumprir diariamente o desígnio principal: treinar os militares para cenários de guerra e as forças de segurança para lidarem com armas de fogo. O DN acompanhou, em exclusivo, um raro exercício de dois F-16, com uso de bombas e munições reais.


Um dos dois F-16 que participaram no exercício militar no Campo de Tiro, um "treino real dos pilotos de combate". -- FOTOS: LEONARDO NEGRÃO

À entrada do Campo de Tiro (CT) estão cerca de 10 militares, perfeitamente fardados e alinhados. Aguardam o general João Cartaxo Alves, Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), que é recebido ao portão pelo comandante da instalação militar, o coronel Manuel Bernardo da Costa, investido no cargo há pouco mais de um ano. A presença do chefe do Ramo naquela manhã de quarta-feira no CT, vizinho da vila de Alcochete, tem um motivo: assistir a um treino de tiro Ar-Solo, com munição real, e largada de bombas por dois caças F-16 das esquadras 201 e 301, sediadas na Base Aérea de Monte Real. Um tipo de treino raro, desde logo porque exige semanas de preparação e tem de obedecer a uma série de critérios de segurança.

A começar pelas condições meteorológicas, que permitam aos pilotos dos F-16 terem clara visibilidade dos alvos a atingir, sendo que este tipo de exercício não pode ser realizado no período de verão devido ao risco de incêndios. Depois, é necessária a presença, no CT, de equipas multidisciplinares que envolvam profissionais de inativação de engenhos explosivos, de assistência e socorro, de comunicações e controladores aéreos especializados. Antes de tudo isso, também é preciso informar as autarquias mais próximas do tipo de treino que vai ter lugar, para que estas, por sua vez, passem mensagem à população e evitem algum tipo de alarme face ao ruído causado pelos rebentamentos.

Este é também um tipo de treino que tem os dias contados no CT. Em maio deste ano, o Governo liderado por Luís Montenegro anunciou que o novo aeroporto que irá servir a cidade de Lisboa (e que terá o nome Luís de Camões) será construído nos terrenos onde hoje funciona o CT. Numa fase inicial será dotado de duas pistas, mas o plano permite a expansão da infraestrutura até quatro.

O Governo, que aponta o prazo de conclusão da obra apenas para 2034, argumenta que o novo aeroporto terá “a capacidade de acomodar a procura” crescente por Portugal, estimando-se que possa “ultrapassar os 100 milhões de passageiros” após 2050. O investimento inicial para a construção das duas pistas será de 6105 milhões de euros, mas a esta verba ter-se-á de somar os custos das deslocalização do Campo de Tiro para outra região – uma fatura que poderá ser na casa dos 250 milhões de euros, de acordo com o que chegou a ser noticiado pelo Público.

A hipótese mais forte é a zona de Mértola, já identificada em estudos realizados há mais de uma década (quando já se falava na possibilidade de o aeroporto vir para Alcochete). Na altura, foi feita uma pesquisa em várias zonas do país, que pudessem servir de solução, sem densidade populacional, sem estarem integradas na Rede Natura ou em zonas de aquíferos. Mértola emergiu como principal alternativa e à Força Aérea foi pedido que listasse os requisitos operacionais que necessitava, em termos de dimensões e espaço aéreo, para manter a continuidade do treino de tiro com todas as especificidades que este envolve.

A inevitável mudança de instalações do CT, seja para Mértola ou para outro destino, não tira, para já, o sono ao general João Cartaxo Alves, garantindo que estão abertas as linhas de diálogo entre os militares e o Governo na busca da melhor solução. “Sinceramente, na Força Aérea estamos muito tranquilos com essa matéria, porque é uma questão de que o Ministério das Infraestruturas está ciente. Já falou connosco, tem esse estudo, e sabe, claramente, quais são os requisitos funcionais que precisamos”, explica o CEMFA ao DN.


Algumas das mais altas patentes da Força Aérea assistiram ao treino. Da esquerda para a direita: coronel Aires Marques (chefe do Centro de Recrutamento da Força Aérea); major-general Luís Nunes Serôdio (chefe do Gabinete do CEMFA), tenente-general António Matos Branco (Comandante Aéreo); general João Cartaxo Alves (Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, CEMFA); coronel Manuel Bernardo da Costa (comandante do Campo de Tiro de Alcochete); tenente-coronel João Martins Gonçalves (comandante do Grupo Operacional da Base Aérea 5). -- FOTO: LEONARDO NEGRÃO

Enquanto esse dia não chega, a atividade no CT não sofre interrupções. E é intensa. De acordo com dados obtidos pelo DN, até 13 de novembro deste ano realizaram-se 739 eventos naquela infraestrutura, divididos em atividade terrestre (691) e aérea (48), o que quer dizer que todos os dias o CT dá algum tipo de treino às forças militares e de segurança. Sem surpresa, a Força Aérea – o Ramo das Forças Armadas  que tem a tutela do CT – é o maior ‘cliente’ (326 utilizações), seguido da GNR (131), Indústria da Defesa (115, 90% são ensaios de munições executados por empresas privadas), Exército (71), Marinha (56) e PSP (35). Este ano, também recorreram ao CT forças militares estrangeiras, aliadas de Portugal na NATO, para treinos aéreos, nomeadamente da República Checa (3, tiro Ar-Solo) e da Bélgica (1 treino de paraquedistas).

Para 13 de novembro, dia da visita do DN, estão agendadas três atividades. À porta principal do CT, na Estrada Nacional 118, que liga Alcochete ao Porto Alto, estão paradas seis viaturas do Comando Territorial da GNR de Setúbal à espera de autorização para entrar para um treino de tiro. “As forças de segurança vêm aqui regularmente para manter a sua proficiência do tiro, o que é extraordinariamente importante também para a nossa segurança do dia a dia. É, ao mesmo tempo, um sinal da importância acrescida da missão deste campo”, frisa João Cartaxo Alves.

Também a KNDS, uma holding europeia de Defesa, tem agendado um ensaio de munições. Mas o momento alto do dia é mesmo o treino com munição real dos F-16. E está tudo a postos.

Todos de olhos postos no céu: “Já largou!”

O DN entra a bordo de uma viatura militar na companhia do CEMFA, o tenente-general António Matos Branco (Comandante Aéreo) e do comandante do CT, que é quem vai ao volante.

Seguimos por uma estrada reta, primeiro de alcatrão e depois em terra batida, e Manuel Bernardo da Costa vai decifrando alguns marcos que vemos pelo caminho, como uma bandeira vermelha içada que é sinal de uma carreira de tiro a ser usada nesse momento, pelo que ninguém pode ali entrar sem autorização. Assinala também a limpeza dos terrenos junto ao montado de sobreiros para evitar risco de incêndios e a passagem por uma das três barragens do complexo que, em certas altura do ano, recebe a visita de flamingos. A gestão e exploração florestal do complexo e a preservação da fauna ali existente são também elementos estruturais para a atividade do CT.

O trajeto até aos alvos que vão ser bombardeados ainda é longo. Afinal, estamos numa das maiores instalações militares da Europa. Criado por decreto régio em 1904, com 1680 hectares, o CT foi expandido em 1985 (dando resposta à evolução do armamento utilizado) para os atuais 7560 hectares, que se estendem por freguesias dos concelhos de Benavente (Samora Correia) e Montijo (Canha). Foi batizado como Campo de Tiro de Alcochete por ser a localidade mais próxima, mas não ocupa um único metro deste município – desde 2009, a unidade passou a ser designada, apenas, Campo de Tiro. Para se ter uma ideia, o CT ocupa uma área equivalente à da cidade do Funchal.


A amarelo, os mais de 7500 hectares ocupados pelo Campo de Tiro, que ocupa zonas de dois concelhos: Benavente (Samora Correia) e Montijo (Canha). A vermelho, vemos a área da Base Aérea 6 do Montijo. A diferença é esmagadora.

A sua ampla dimensão acaba por ser determinante para garantir a segurança dos militares e das populações que vivem em redor do CT, face ao tipo de testes que ali se realizam e que incluem, por exemplo, a largada de bombas reais e bombas guiadas, dispondo ainda de uma pista de aviação com 1000 metros. Isso mesmo é reconhecido pelo comandante Manuel Bernardo da Costa: “Os militares, portugueses ou de outros países, e as nossas forças de segurança veem aqui um espaço onde podem praticar em segurança. Nós controlamos tudo o que se passa aqui e isso ajuda a transmitir essa sensação de segurança, que é um aspeto fundamental para nós, para os utilizadores e para quem mora aqui ao lado”.

Lá fora já se escuta o barulho dos motores dos dois F-16 e a marcha acelera um pouco. Paramos na área de largada de bombas reais, a cerca de 1500 metros dos alvos, duas rampas de areia de elevada altura. Estão ali reunidas algumas das mais altas patentes da Força Aérea, todos de olhos no céu à procura dos caças, que vão fazer dois tipos de largadas de bombas Mark 82 (cada uma com 250kg de carga explosiva): um a maior altitude; e outro em voo mais rasante, seguido de um rápido movimento ascendente para se afastar do impacto da explosão.

Nota-se a agitação entre os militares, alguns dos quais nunca tinham assistido a este tipo de exercício com munição real. O Comandante Aéreo, António Branco, chama a atenção para a chegada iminente dos F-16, que voam a aproximadamente 900km/h, e o olhar treinado do major-general Luís Nunes Serôdio, chefe do Gabinete do CEMFA, permite-lhe anunciar: “Já largou [a bomba]!”


Uma das quatro explosões a que o DN assistiu no CT, na área própria para a largada de bombas reais. -- FOTO: LEONARDO NEGRÃO

Segundos depois dá-se o rebentamento. O som provocado pela explosão é alto e sente-se também perfeitamente a vibração que causa no terreno. No horizonte ergue-se uma espessa coluna de detritos e fumo negro. No total, foram largadas quatro bombas. Um dos mais entusiasmados com o exercício é o coronel Aires Marques, chefe de Centro de Recrutamento da Força Aérea, que arrisca mesmo sugerir um título para o que acabámos de assistir: “Treino real dos pilotos de combate.”

A palavra “real” é, de facto, importante neste contexto. Mas já lá iremos.

Tensão e confiança no processo

Voltamos à viatura militar e seguimos rapidamente para a carreira de tiro Ar-Solo. O general João Cartaxo Alves é dos primeiros a subir a íngreme escadaria em ferro até ao topo da torre de controlo aeronáutica, pintada num padrão xadrez, de amarelo e preto, e que não é visível do exterior do CT.

Já do lado de fora da torre, com visibilidade desimpedida para os enormes alvos circulares vermelhos e brancos, reparamos na aproximação do primeiro F-16 pela direita, que desta vez vai passar bem mais perto de nós. O rugido provocado pela deslocação de ar é intenso, mas o barulho da rajada de tiros de munições 20mm (o canhão do F-16 pode disparar até 6000 projéteis por minuto) sobrepõe-se a tudo o resto. A comunicação com os pilotos é feita em tempo real e coordena-se uma nova passagem baixa das aeronaves.


Os dois F-16 em ação no Campo de Tiro. -- FOTO: LEONARDO NEGRÃO

Todos os dados sobre o voo e a precisão dos rebentamentos e tiros estão a ser compilados para posterior análise, mas, findo o exercício, há um sorriso estampado no rosto do tenente-coronel João Martins Gonçalves, comandante do Grupo Operacional da Base Aérea 5, em Monte Real. “Se correu bem? Claro que sim, conseguimos tudo o que planeámos. Este tipo de treino é também uma etapa importante na formação e habilitação de um piloto para participar nas missões que o país seja chamado a integrar, como a que aconteceu recentemente na Lituânia”, quando, entre abril e julho deste ano, quatro F-16 e 240 militares da Força Aérea foram destacados para uma missão NATO de policiamento do espaço aéreo nos países do Báltico, recorda o piloto-aviador, de 40 anos, que também participou nessa ação.

Mas, existindo hoje todo o tipo de simuladores, por que é que o treino com munição real é importante? “Porque precisamos da paciência e da necessidade que toda esta cadeia de eventos implica, não apenas para o piloto, mas para toda a equipa. É preciso fazer o ensemble da bomba, fazer o carregamento da mesma no avião, preparar todo o armamento e é assim que ganhamos confiança no processo total. Depois, para o piloto, voar com munição real também representa um desafio, pela tensão que traz estar a transportar explosivos a bordo e pela largada que tem de ser feita de modo muito dinâmico. A munição real aumenta a exigência e os níveis de concentração do piloto. É todo um contexto que só fortalece o nosso treino e aptidão enquanto militares. É por isso que este treino é especial”, descreve o tenente-coronel João Martins Gonçalves, um dos mais experientes pilotos nacionais, com mais horas de voo em missões internacionais.

Agora é hora de outra equipa entrar em ação, para efetuar a limpeza do terreno e retirar os detritos metálicos dos explosivos. Isso é uma tarefa assegurada em exclusivo pelos efetivos do CT, unidade onde prestam serviço 139 pessoas, entre militares e civis.

Na despedida, um militar pergunta se gostámos da experiência e a resposta é “sim, foi espetacular”. “Agora imagine que há quem tenha de assistir a isto todos os dias, pelo mundo fora”, responde. O ar sério com que o diz torna desnecessárias mais palavras para percebermos do que fala e mais uma vez o real impõe-se: a realidade dura e cruel da(s) guerra(s), que afeta milhões de pessoas no planeta, e para a qual o CT ajuda a preparar os militares portugueses que possam vir a ser destacados. É esse o desígnio, que se aplica também às forças de segurança que operam no país e têm de lidar com armas de fogo. E é por isso que o Campo de Tiro importa.

https://www.dn.pt/5009553740/f-16-bombas-e-muito-treino-enquanto-nao-ha-luis-de-camoes-a-missao-no-campo-de-tiro-dispara/
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« Responder #1567 em: Novembro 23, 2024, 04:20:56 pm »
 
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« Responder #1568 em: Novembro 23, 2024, 11:47:41 pm »
Turista em estado grave após queda no Porto Santo

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Após uma avaliação médica foi decidido que o homem tinha de receber tratamento no Hospital Dr. Nélio Mendonça, tendo seguido para a Madeira a bordo do avião da Força Aérea Portuguesa (C-295).

https://www.dnoticias.pt/2024/11/23/428292-turista-em-estado-grave-apos-queda-no-porto-santo/
 

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« Responder #1569 em: Novembro 24, 2024, 10:19:43 am »
 

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« Responder #1570 em: Novembro 27, 2024, 07:11:13 pm »
Novo aeroporto de Lisboa. Primeiro relatório da Vinci é entregue ao Governo a 17 de dezembro

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"Nós não descansaremos enquanto não tivermos melhor qualidade de serviço, não descansaremos enquanto não tivermos uma visão para estes terrenos já no pós-2034, não descansaremos enquanto não tivermos o terreno de Alcochete livre para a intervenção que será necessária, não descansaremos enquanto não apresentarmos uma solução arquitetónica para o novo aeroporto, não descansaremos enquanto não apresentarmos uma nova solução para o campo de tiro da Força Aérea Portuguesa", especificou ainda.

https://www.tsf.pt/2275542041/novo-aeroporto-de-lisboa-primeiro-relatorio-da-vinci-e-entregue-ao-governo-a-17-de-dezembro/
 

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« Responder #1571 em: Novembro 27, 2024, 08:10:21 pm »
 

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« Responder #1572 em: Novembro 28, 2024, 11:55:50 pm »
Força Aérea deixa Humberto Delgado e vai para o Montijo enquanto espera por novo aeroporto em Alcochete

https://expresso.pt/economia/2024-11-28-forca-aerea-deixa-humberto-delgado-e-vai-para-o-montijo-enquanto-espera-por-novo-aeroporto-em-alcochete-d8a76c43
 

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« Responder #1573 em: Novembro 28, 2024, 11:56:37 pm »
 

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« Responder #1574 em: Dezembro 02, 2024, 08:38:35 am »
 
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