Em primeiro lugar, quero agradecer os esclarecimentos.
Torna-se evidente que há uma intenção clara de “abafar o assunto” no que respeita à comunicação social espanhola. O resultado da desinformação levada a cabo pela comunicação social do país vizinho, só vem demonstrar a extrema dificuldade que há em Espanha (junto daqueles que conhecem o problema) em defender a continuação da ocupação.
A tentativa de
deitar areia para os olhos das pessoas é obvia, e teve resultado, por enquanto os Espanhóis, continuam a achar que o problema não existe.
Mas não deixam de ser claras as mentiras absurdas, como “perguntas aos embaixadores, que não sabem de nada” e a tentativa ridícula, para alguém com um pouco de cérebro, de dizer que a CIA comparou Olivença com a Faixa de Gaza.
Tratou-se, por parte da comunicação social espanhola de desinformação e
desonestidade intelectual, isto para dizer o mínimo.
Quanto à questão de país, no que me diz respeito, pessoalmente não tenho grande problema em reconhecer que a Espanha, é um país, com todas as suas instituições e organismos e os reconhecimentos internacionais a que tem direito. Um país, é no caso espanhol, sinonimo de Estado. Já chamar a Espanha “Nação” isso sim, seria um absurdo, porque não pode haver uma nação feita de nações (embora muita gente diga isso de Espanha).
O conceito de Nação de Nações, é em si mesmo contraditório.
Pode haver Nações, com Estados (por razões de administração) como o Brasil ou os Estados Unidos.
Ás Nações constituídas por nações, desde os primórdios dos tempos que se lhes dá o nome de Impérios. E o resultado, é que uma das nações tem sempre tendência a dominar as outras.
Na presença deste tipo de problema só há duas soluções:
1.
Uma das nações destrói completamente as outras.
Exemplo: França
2.
Nenhuma das nações consegue o domínio e o país acaba.
Exemplo: Império Austro-Hungaro.
En el Reino Unido incluso Escocia, Gales e Irlanda del Norte tienen sus propias secciones nacionales y aun así sigue siendo un pais.
Pois sim, mas ninguém no Reino Unido, diz que o Reino Unido debe ser “Uno Fuerte y Libre”, e ACIMA DE TUDO,
ninguém no Reino Unido lhe passou pela cabeça, chamar à língua inglesa “Lingua Britânica”. No Reino Unido, fala-se Inglês, não se fala Reino-Unidense”. Já em Espanha, mudaram o nome à língua castelhana, e agora acusam de não ser espanhol, aquele que não fala castelhano.
Mas quanto à questão de país, é, do meu ponto de vista perfeitamente aceitável. Como Portugal é um Estado-Nação, nos temos tendência a juntar a palavra País à Nação, quando muitas vezes ela é sinónimo de Estado.
Y yo no soy castellano, soy andaluz pero tan español como pueda ser un madrileño, leones o segoviano.
Nestor. Não aumente o numero de nações da península ibérica, que elas são bastantes, mas não são assim tantas.
Historicamente, há na península ibérica as seguintes realidades:
Castela (antigo reino de Castela e Leão)
Portugal
Catalunha/Aragão/Valência (antiga coroa de Aragão)
Galiza
Navarra/País Basco (antigo Reino de Navarra)
O reino de Leão, foi completamente destruído por Castela, portanto, na prática deixou de haver diferença. A Andaluzia, é claramente parte de Castela, como o é a Extremadura ou La Rioja.
Quando depois do franquismo se criaram as autonomias, foi necessário dividir Castela, para que em Espanha, não surgisse o eterno problema do domínio Castelhano sobre o resto das nações. É por isso que hoje Castela está tão dividida. Mas uma coisa são regiões (como La Rioja, Andaluzia, ou a Estremadura) outra coisa são Nações, que ao mesmo tempo também são comunidades autónomas.
De notar ainda que, em Portugal, tendemos a chamar “Castelhano” aos espanhóis que renegam a história da Hispânia, acusando todos os que não quererem ser castelhanos, de não quererem ser espanhóis. Estes castelhanos, podem ter nascido em qualquer parte da peninsula. O seu Castelhanimo é marcado pelo seu carácter e pelas suas ideias, normalmente anti-democráticas e contrárias á diversidade, não pelo lugar onde nasceram.
Vocês encontrará os melhores castelhanos, entre os neo-nazis dos movimentos como a falange, falange verdadeira e outros que tais. (enfim, uma tristeza)
O termo Hispano, como já foi aqui referido por diversas vezes, é uma referência geográfica.
Camões refere-se à “Nobre Espanha” quando nos Lusíadas descreve a batalha de Navas de Tolosa, e refere-se à península ibérica, como Espanha, mas nunca lhe passou pela cabeça que essa Espanha algum dia falasse castelhano e que o Castelhano fosse considerado “A” língua espanhola.
Só a partir de 1715, a Espanha passa a ser um Estado. E só depois de 1715, há este movimento para forçar todos os que vivem sob o domínio desse estado, a utilizar os modos e os usos e a língua de Castela, transformando-a em Espanha.
Eu sei que a história ás vezes dói, quando nos habituaram a ler uma coisa, e depois concluímos que (talvez) não nos tivessem contado a história toda.
Cumprimentos
PS:
Relativamente á senhora Galega, também não vamos ser fundamentalistas,
