Orgulho de Ser Português

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TOMSK

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« Responder #240 em: Janeiro 19, 2009, 11:34:01 pm »
A Cruz de Cristo sobe outra vez !


No dia seguinte ao devastador ataque sofrido pelo Baluarte da Vila dos Rumes, consultado o Capitão António de Silveira e discutido por todos, decidiu-se que face à impossibilidade de defesa perante novo ataque dos Turcos, os portugueses que estavam nesse baluarte deveriam aceitar a rendição proposta pelos Turcos, que previa que todos seriam bem-tratados e que nenhum mal se provocasse aos portugueses.

Pois assim acordado, nessa manhã começaram a subir ao baluarte soldados turcos. Desta vez não houve resitência por parte dos portugueses, e assim em pouco tempo os Turcos entraram na fortificação portuguesa. Contudo algo diferente do esperado aconteceu.

Da fortaleza portuguesa de Diu, os soldados portugueses nas muralhas assistiam à rendição dos seus compatriotas ao longe. No entanto algo parecia estranho. Parecia que se combatia. Efectivamente, não cumprindo a sua palavra, os Turcos começaram a mal-tratar os portugueses, despindo-os e roubando os seus pertences. Nada do que fora prometido estava a ser cumprido!
Para piorar a situação, houve um acontecimento que muito entristeceu os portugueses.

Do alto do baluarte, viram ser deitada abaixo a bandeira da Cruz de Cristo colocada pelos portugueses, e em seu lugar hasteada uma "grande e farpada bandeira vermelha, divisa e insígnias do grão-turco". Esta vista provocou as lágrimas em muitos portugueses, ainda mais quando viram como a nossa bandeira era tratada com tanto desprezo pelos turcos, como se de um trapo se tratasse.

Entre os portugueses que tinham sido encostados ao muro do baluarte como prisioneiros, estava João Pires, "um homem já velho e cansado, o qual, no tempo que as forças o puderam ajudar, viu-se nele sempre muita valentia e juntamente mui amigo de Deus". Este, revoltando-se com o que via, irrompeu subitamente contra os guardas turcos que os vigiavam, de tal maneira que deixou os seus compatriotas espantados. A seguir, chamando seis ou sete portugueses que se libertaram e o quiseram acompanhar, dirigiu-se pelo meio da confusão e dos inimigos que os queriam parar, até à bandeira turca. Tirando-a do seu lugar, "a deitou fora do baluarte quão longe suas fracas forças puderam" de imediato, levantou de novo a bandeira da Cruz de Cristo!

Quando isto viram, os portugueses que da fortaleza assistiam, de novo irromperam em lágrimas, vendo hastear de novo a bandeira que Deus encomendou aos Portugueses para as suas navegações e conquistas!
Os turcos, vendo o que se passava, e ao mesmo tempo confusos, dirigiram-se até aos revoltosos portugueses e lutando com eles, conseguiram hastear de novo outra bandeira turca.

E conta-nos Lopo de Sousa Coutinho, que "assim por três ou quantro vezes foi erguida uma e baixada outra, até que os turcos mataram os ditos homens e os lançaram no rio, e com isto ficou a bandeira turca segura".

"Estes portugueses que desta maneira foram mortos e lançados no dito rio trouxe-os a água à fortaleza", sinal interpretado como sendo de Deus, que queria que estes portugueses seus servos e mártires, que tão bem defenderam a bandeira de Nosso Senhor e Portugal, fossem colocados em lugar sagrado".

O Primeiro Cerco de Diu, Lopo de Sousa Coutinho
 

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TOMSK

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« Responder #241 em: Fevereiro 20, 2009, 11:13:14 am »
Antónia ou António ?
 
Antónia Rodrigues nasceu em Aveiro numa família muito pobre. A mãe, querendo ver-se livre de mais uma boca para sustentar, entregou-a a uma tia que morava em Lisboa. A pobre Antónia sofreu imenso porque a tia tratava-a com desprezo e crueldade. Farta de maus tratos, resolveu fugir. Mas para onde?
O melhor era tentar sorte o mais longe possível! Planeou então embarcar para longe. Cortou o cabelo, comprou roupas de homem e foi oferecer-se ao mestre de uma caravela que ia zarpar para o norte de África, carregada de trigo destinado a abastecer os portugueses que viviam na fortaleza de Mazagão. O mestre aceitou «aquele rapaz» que dizia chamar-se António Rodrigues e distribuiu-lhe tarefas de grumete.

Durante a viagem trabalhou com tanto afinco que só recebeu elogios de toda a gente. Esfregava o convés, içava as velas e é de supor que quando subia aos mastros aproveitava o ruído do vento e das ondas para soltar gargalhadas ou mesmo gritos de alegria!

Ao chegar a Mazagão viu-se envolvida numa rede de intrigas e não pôde voltar para bordo. Mas como não era pessoa que se atrapalhasse, assentou praça como soldado e depressa se distinguiu pela sua destreza e valentia. Essas qualidades, porém, não despertaram inveja. Antónia, ou António, sabia criar bom ambiente entre os companheiros de armas. O pior era à noite… a única hipótese de continuar a desempenhar o seu papel sem ser descoberta era dormir vestida!

Deitava-se sempre de camisa e ceroulas.

Os bons serviços prestados valeram-lhe ser promovida a cavaleiro e nessa qualidade tinha de sair da fortaleza para combater em campo aberto.

E saía, de arma em punho, notabilizando-se pelas proezas cometidas. Assim ganhou fama e como associava à bravura uma simpatia natural e um trato muito amigável, começou a despertar paixões entre as poucas raparigas que viviam em Mazagão. Nessa altura é que tudo se complicou. Uma família que tinha uma filha solteira começou a convidar aquele jovem e amável cavaleiro para jantar e passar o serão, cobrindo-o de presentes, na esperança de que ele quisesse casar com a filha.

Receando ser descoberta, Antónia preferiu confessar a verdade e toda a gente pasmou!

Um casal bondoso recolheu-a então, as candidatas a namoradas tornaram-se suas amigas e algum tempo depois até arranjou noivo. Antónia regressou a Lisboa casada, feliz e cheia de histórias para contar.

O rei achou piada e recompensou-a pelos serviços prestados na guerra como «António».
 

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André

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« Responder #242 em: Fevereiro 20, 2009, 01:28:45 pm »
Citação de: "TOMSK"
Antónia ou António ?
 
Antónia Rodrigues nasceu em Aveiro numa família muito pobre. A mãe, querendo ver-se livre de mais uma boca para sustentar, entregou-a a uma tia que morava em Lisboa. A pobre Antónia sofreu imenso porque a tia tratava-a com desprezo e crueldade. Farta de maus tratos, resolveu fugir. Mas para onde?
O melhor era tentar sorte o mais longe possível! Planeou então embarcar para longe. Cortou o cabelo, comprou roupas de homem e foi oferecer-se ao mestre de uma caravela que ia zarpar para o norte de África, carregada de trigo destinado a abastecer os portugueses que viviam na fortaleza de Mazagão. O mestre aceitou «aquele rapaz» que dizia chamar-se António Rodrigues e distribuiu-lhe tarefas de grumete.

Durante a viagem trabalhou com tanto afinco que só recebeu elogios de toda a gente. Esfregava o convés, içava as velas e é de supor que quando subia aos mastros aproveitava o ruído do vento e das ondas para soltar gargalhadas ou mesmo gritos de alegria!

Ao chegar a Mazagão viu-se envolvida numa rede de intrigas e não pôde voltar para bordo. Mas como não era pessoa que se atrapalhasse, assentou praça como soldado e depressa se distinguiu pela sua destreza e valentia. Essas qualidades, porém, não despertaram inveja. Antónia, ou António, sabia criar bom ambiente entre os companheiros de armas. O pior era à noite… a única hipótese de continuar a desempenhar o seu papel sem ser descoberta era dormir vestida!

Deitava-se sempre de camisa e ceroulas.

Os bons serviços prestados valeram-lhe ser promovida a cavaleiro e nessa qualidade tinha de sair da fortaleza para combater em campo aberto.

E saía, de arma em punho, notabilizando-se pelas proezas cometidas. Assim ganhou fama e como associava à bravura uma simpatia natural e um trato muito amigável, começou a despertar paixões entre as poucas raparigas que viviam em Mazagão. Nessa altura é que tudo se complicou. Uma família que tinha uma filha solteira começou a convidar aquele jovem e amável cavaleiro para jantar e passar o serão, cobrindo-o de presentes, na esperança de que ele quisesse casar com a filha.

Receando ser descoberta, Antónia preferiu confessar a verdade e toda a gente pasmou!

Um casal bondoso recolheu-a então, as candidatas a namoradas tornaram-se suas amigas e algum tempo depois até arranjou noivo. Antónia regressou a Lisboa casada, feliz e cheia de histórias para contar.

O rei achou piada e recompensou-a pelos serviços prestados na guerra como «António».


REPOST ...  :roll:  :roll:

 

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TOMSK

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« Responder #243 em: Fevereiro 20, 2009, 01:55:42 pm »
Citação de: "André"
REPOST ...  :roll:  :conf:
Eu procurei, mas como não encontrei no fórum, coloquei...
Peço desculpa.  :G-Ok:
 

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André

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« Responder #244 em: Fevereiro 20, 2009, 01:59:16 pm »

 

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TOMSK

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« Responder #245 em: Fevereiro 20, 2009, 02:10:52 pm »
Citação de: "André"
nx2l1  :G-Ok:
 

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TOMSK

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« Responder #246 em: Março 25, 2009, 10:34:37 am »
 "Esta é a moeda com que el-rei de Portugal paga o seu tributo"



Em Ormuz, obrou o grande capitão Afonso de Albuquerque uma fortaleza, cujo governante local, Coje Atar, o tinha consentido, mais por medo do que vontade. Fez-se assim este reino tributário do reino de Portugal, mas Coje Atar não descansou enquanto não encontrou uma forma de tentar expulsar os portugueses de Ormuz e livrar-se da tributação monetária imposta pelos Portugueses.

Assim, fingindo que chegavam os embaixadores de el-rei da Pérsia a cobrar o que era costume pagar-lhes, Coje Atar mandou uma mensagem a Albuquerque para que respondesse ele, visto que Ormuz se encontrava agora debaixo da vassalagem e tributação de el-rei de Portugal.

Suspeitando Afonso de Albuquerque que isto se tratava de uma qualquer encenação, disse que lhe remetesse os ditos embaixadores, ou quaisquer outras pessoas em seu nome, para levarem a resposta.

Mandou Coje Atar algumas pessoas da sua confiança, para se fazerem passar por embaixadores persas e assim sustentar o estratagema.

Quando estes subiram até ao navio do grande Albuquerque, este lhes encheu as mãos de balas, dardos, ferros de lanças e farpões de setas, perante o olhar surpreso dos "embaixadores".
O que lhes disse depois ficou para a história:

"Esta é a moeda com que el-rei de Portugal paga o seu tributo!"
 

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Turiaco

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« Responder #247 em: Março 27, 2009, 01:31:39 am »
Tudo isso faz parte do Livro "Homens, Espadas e Tomates" de Rainer Daehnhardt, um dos maiores coleccionadores de aramamento antigo do mundo que vive em Sintra... Aconselho a leitura!!! Quem diria que fosse um alemão a compilar todas estas façanhas...!!!
"AD UNUM"
 

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TOMSK

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« Responder #248 em: Março 27, 2009, 09:23:12 am »
Tudo isto não, algumas. :wink:
 

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legionario

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« Responder #249 em: Março 27, 2009, 09:53:56 am »
A historia da Antonia é uma excelente ideia para uma telenovela da TVI.  Em vez de gastarem dinheiro em filmes de chacha que nao interessam a ninguem ... :)
"De joelhos diante de Deus, de pé diante dos homens"
António Ferreira Gomes, bispo
 

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Turiaco

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« Responder #250 em: Março 27, 2009, 05:38:54 pm »
Caro TOMSK tem toda a razão  :D
"AD UNUM"
 

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SmokeOn

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« Responder #251 em: Março 27, 2009, 05:52:39 pm »
Pois muita tinta escrita mas se viram o programa da SIC : O Estado do Estado e a respectiva sondagem :

entre 33% a 45% querem a União Ibérica ...

Algo vai mal ... muito mal com o Povo
 

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HSMW

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« Responder #252 em: Março 27, 2009, 05:58:30 pm »
Citação de: "SmokeOn"
Pois muita tinta escrita mas se viram o programa da SIC : O Estado do Estado e a respectiva sondagem :

entre 33% a 45% querem a União Ibérica ...

Algo vai mal ... muito mal com o Povo

Essas sondagens...
Algo vai mal é com quem as decide fazer!
33% a 45%? Mas ficamos em quê afinal?
Os inquiridos devem ser escolhidos a dedo... :evil:
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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TOMSK

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« Responder #253 em: Março 28, 2009, 12:41:13 am »
Para mim, que estudei M.A.C.S, essa sondagem feita a cerca de 1500 pessoas, se não estou em erro, num universo de mais ou menos 10 Milhões de habitantes, não merece grande comentário.
Porque não é representativa, e por outro lado, sabemos que nesta área, as perguntas por vezes são feitas de forma um pouco envenenada, para alcançar este ou outro resultado.

Quanto aos traidores, sempre os houve.
Resta-nos condenar moralmente essas pessoas, e não estar muito preocupado com a sondagem, com a certeza que a larga maioria dos portugueses não compartilha esse pensamento.
 

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jmosimoes

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« Responder #254 em: Março 29, 2009, 07:13:04 pm »
SmokeOn escreveu:
Pois muita tinta escrita mas se viram o programa da SIC : O Estado do Estado e a respectiva sondagem :

entre 33% a 45% querem a União Ibérica ...

Algo vai mal ... muito mal com o Povo




Citação de: "TOMSK"
Para mim, que estudei M.A.C.S, essa sondagem feita a cerca de 1500 pessoas, se não estou em erro, num universo de mais ou menos 10 Milhões de habitantes, não merece grande comentário.
Porque não é representativa, e por outro lado, sabemos que nesta área, as perguntas por vezes são feitas de forma um pouco envenenada, para alcançar este ou outro resultado.

Quanto aos traidores, sempre os houve.
Resta-nos condenar moralmente essas pessoas, e não estar muito preocupado com a sondagem, com a certeza que a larga maioria dos portugueses não compartilha esse pensamento.




Chamar de traidores às pessoas que pensam em ganhar mais ao fim do mês para poder dar melhores condições aos filhos, traidores são aqueles que ao longo de vários anos têm vendido o pais a seu bel prazer, traidores são aqueles que ao longos dos anos têm vindo a ignorar o povo, excepção feita ao periodo em que as eleições ocorrem, condenar moralmente ?,  sim que quem tem vendido o pais está moralmente preocupado se existe pão ou não em todas as mesas, já se pensou no que leva estes "traidores" a pensar desta forma ?, a maioria não pensa assim ?, se calhar não, traição é deixar esta telenovela continuar desde o 25.
Chamar traidores a pessoas que estão fartas deste pais estar a regredir ?, a ver sempre os mesmos a enriquecer ?, a forma como os politicos se comportam?.

Primeiro devemos saber o porquê das coisas depois condenar ou não, não esquecer que os "traidores" têm sido traidos e trocados por dinheiro e favores diversos, se algum dia existir uma revolta de traidores... :twisted:
DEUS FEZ OS HOMENS SAMUEL COLT TORNOU-OS IGUAIS
BEM DA TRISTE E POBRE NAÇÃO  E DA CORRUPTA DEMOCRACIA