O "diabo" está nos detalhes. Quando houve a redução da presença americana nas Lajes, as pessoas indignaram-se. Porquê? Porque deixam de ter tantos americanos "ricos" (para os nossos padrões salariais) a gastar o seu dinheiro no arquipélago. Para a autarquia, é isto que importa, o retorno para a economia local, não interessa para nada o retorno para a Defesa.
É à pala disto que não se negoceia melhor. Sabem bem que, se os americanos saem de lá, não só a economia local vai à vida, como o arquipélago fica nas mãos com um grande e caro aeroporto para manter.
Portanto aquela ideia de que "o dado sai caro", é uma grande mentira, já que a ilha ganha dinheiro com a presença deles, e ainda fica com um aeroporto todo bonitinho e em condições.
Agora as contrapartidas podiam ser melhores? Podiam. Podiam e deviam ser negociadas por quem sabe, e não por gente com interesses próprios/políticos da tanga. Se calhar em vez de se cravar coisas de borla, pedia-se uma valorização em dinheiro, daquilo que poderia refletir o valor da base (exemplo, 100 milhões/ano), e a partir daí, era esse o valor a que tínhamos direito todos os anos para gastar em equipamento americano, seja novo ou usado. Para fortalecer esta ideia, argumentávamos que seria adquiridos meios que ajudariam a garantir a segurança do Atlântico, e que ao termos esse "plafond" garantiam que comprávamos produtos deles.