Após 27 edições, sempre revezando entre as cidades de Paris e Rio de Janeiro, a Marinha do Brasil, por meio da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), realizou, pela primeira vez em São Paulo, no dia 9 de novembro, a 28ª Reunião do Comitê de Cooperação Conjunto Brasil-França para Submarinos (CCCBF).O objetivo do evento foi mensurar e apresentar os avanços na Construção dos Submarinos Classe Riachuelo, bem como, a evolução do projeto na obtenção e futura fabricação do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN). Ainda, a reunião marca a continuidade de uma parceria estratégica na busca pelo aprimoramento da capacidade tecnológica e de inovação em prol das nações brasileira e francesa.Na abertura, o Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) e Copresidente do Comitê, Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, ressaltou o privilégio de receber a todos em São Paulo, onde encontra-se a nova sede da DGDNTM além de importantes centros de produção de alta tecnologia da América Latina. O Almirante Petronio também reforçou a importância da continuidade dessa exitosa Parceria Estratégica.“Este evento marca a continuidade de uma parceria estratégica entre o Brasil e a França que, em 2023, completou 15 anos. O PROSUB é um Programa de Estado, um dos maiores do País. Além disso, o Brasil tem vocação para o uso e desenvolvimento da tecnologia nuclear em todos os setores, não só no setor de defesa, mas no de saúde, de segurança alimentar, de segurança hídrica. É, portanto, uma vertente que precisamos continuar desenvolvendo porque tem, inclusive, a capacidade de fomentar prosperidade e inúmeros benefícios para nossa sociedade”, ressaltou o Almirante Petronio.A 28ª reunião aconteceu no Salão nobre do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo e contou com a participação de representantes dos Ministérios da Defesa, das Relações Exteriores, da Economia, do Planejamento e Orçamento, assim como da Advocacia-Geral da União, além de representantes franceses da Direção-Geral do Armamento, do Ministério da Europa e dos Assuntos Estrangeiros e da Marinha Nacional Francesa. Também participaram da reunião integrantes da AMAZUL, Novonor, CBS, Naval Group, ICN e Atech.1 O CCCBF foi criado em decorrência do Acordo assinado em 23 de dezembro de 2008 entre os Governos do Brasil e da França, e tem como propósito supervisionar a adequada execução das cooperações definidas no Acordo, manter a atualização sobre o progresso dos contratos subsequentes, pesquisar e implementar soluções apropriadas em face de eventuais óbices na cooperação, apresentar a prestação de contas de seus trabalhos a cada semestre e, sobretudo, contribuir para fortalecer os laços de amizade e parceria estratégica entre as duas nações.FONTE: DGDNTM/MB
Aeronave remotamente pilotada possui alcance de 60 km e capacidade para operações embarcadas e em terraO Serviço de Busca e Salvamento Marítimo (SALVAMAR Brasil), coordenado pela Marinha do Brasil (MB), acaba de receber reforço para ampliar o alcance e aumentar a eficiência das operações de resgate realizadas no litoral brasileiro e em águas interiores. A nova aeronave remotamente pilotada (ARP) NAURU 500C, rebatizada de “RQ-2”, chega para somar esforços ao 1° Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas (EsqdQE-1), marcando importante passo na contínua evolução do Sistema de Planejamento e Apoio à Decisão em Operações de Busca e Salvamento (SPAD-SAR).O novo equipamento foi entregue na última quinta-feira (10), no Comando da Força Aeronaval, em São Pedro da Aldeia (RJ), durante cerimônia que celebrou o acordo entre a MB, por intermédio do Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (COMPAAz), e as empresas Shell Brasil Petróleo Ldta, CLS Brasil e Xmobots, para o desenvolvimento de sistemas e incremento de tecnologias em favor da eficiência, agilidade e qualidade das operações de busca e salvamento marítimo.Na ocasião, o Comandante da Força Aeronaval, Contra-Almirante Emerson Gaio Roberto, ressaltou que o novo meio demonstra o “elevado potencial da Base Industrial de Defesa do Brasil, altamente capacitada para o desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras em atendimento às necessidades da Marinha do Brasil e demais Forças Armadas”.De acordo com o Diretor da Unidade de Negócios da CLS Brasil, Leonardo Marques da Cruz, o diferencial dessa aeronave remotamente tripulada está na capacidade de ampliação do campo visual de busca. Presidente da empresa que desenvolveu a tecnologia de software e hardware que opera o drone, Leonardo Marques garante que “a aeronave é capaz de se distanciar até 60 quilômetros de seu ponto de controle, operando pousos e decolagens verticais a partir de conveses de navios ou em terra, com autonomia para realizar sobrevoos por quatro horas”.Equipada com câmeras de alta resolução, com transmissão de dados e imagens em tempo real, a expectativa é que a “RQ-2” auxilie nas buscas a náufragos e pessoas em situação de perigo no mar. “Será um meio de apoio, operado pela Força Aeronaval, que nos trará maior agilidade nas operações de busca e salvamento realizadas pelo SALVAMAR. Essa inovação demonstra o empenho da Marinha do Brasil em agregar novas ferramentas que contribuam para a salvaguarda da vida humana no mar”, afirmou o Comandante de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul, Contra-Almirante Pedro Augusto Bittencourt Heine Filho.Sobre a aeronaveNas palavras do Presidente da Xmobots, Giovani Amianti, empresa que projetou a estrutura física da aeronave, “o grande diferencial advém da tecnologia 100% nacional de hardware, software e design, além de ser uma ARP certificada pela ANAC de decolagem e pouso verticais, que elimina a necessidade de equipamentos de lançamento e de recolhimento, e possui capacidade de realizar operações de inteligência, vigilância e reconhecimento”.Desenvolvida para operações BVLOS (fora da linha de visão direta do piloto remoto) acima de 400 pés (cerca de 120 metros), a aeronave possui autonomia nominal de 4 horas, alcance de até 60 km de distância, comprimento de 1,94 m, envergadura de 3,6 m e peso máximo de decolagem de 25 quilos. Pode operar em condições adversas, enfrentando ventos de até 60 km/h e alcançando altitudes superiores a 1.300 m. Além disso, pode ser configurada com câmeras estabilizadas eletro-ópticas e infravermelho termal, com conectividade garantida por sistema de comunicação, que permite controle e transmissão de dados em tempo real, essencial para operações em áreas remotas.O representante da Shell Brasil Petróleo Ltda., Cláudio Guanaes, reiterou que “o resultado é parte integrante de um projeto de pesquisa e desenvolvimento que nasceu pensando em dar mais celeridade, qualidade e eficiência SPAD-SAR. A parceria envolvendo um time de gente comprometida, resiliente e com mentes brilhantes possibilitou a superação de desafios tecnológicos e permitiu a entrega de um sistema útil e inovador”.FONTE: Agência Marinha de Notícias