Caro Crypter, como compreendo o seu sarcasmo….
Mas este é um tópico de divagação… e como seguidor atento do fórum, achei que seria boa ideia vir aqui divagar um bocadinho
Tal não quer dizer que não ache que muito do que escrevi não passa de pura utopia. Uma coisa é o que entendo que deveriam ser as nossas Forças Armadas num horizonte a 10 anos. Outra bem diferente é aquilo que seguramente serão….
Do que escrevi, dou de barato que os helicópteros Tiger, os MQ-9, o 3º. Tridente, a bateria de M777, a bateria de lança-foguetes de 127 mm e os THAAD entram claramente no capitulo da utopia (e a propósito, é só uma bateria, atribuída à Força Aérea – entusiasmei-me de tal forma com a minha divagação que já estava a pedir duas, uma para a FAP e outra para o EMGFA)
Já tudo o resto me parece que, se não é tido como tal, deveria pelo menos ser ponderado com algo dentro do razoável.
Também acho que antes de se avançar em qualquer outra área, o mais urgente é dotar todos os ramos com o mais básico dos básicos, seja a nível de uniformes e equipamentos de protecção individual, seja a nível de uma nova arma.
Com tanto dinheiro esbanjado em tanta porcaria, será de mais pedir 80 a 100 milhões de euros para, ao longo de 8 / 10 anos, renovar o armamento ligeiro das Forças Armadas? É que a uma média de 2.500 € por arma, 100 milhões devem dar para umas 40.000. Dá para muita HK 416 / 417, MG4 / 5, MP 5 / 7, Pistolas Glock, Caçadeiras, armas de precisão para Snipers e, com jeitinho, ainda deve dar para uns lotes menores de G-36, M-4, SCAR ou outras que façam o gosto e jeito de unidades específicas.
São 10 milhões ao ano, em 10 anos. É utopia ou razoabilidade?
Não incluo nas minhas divagações o que entendo que deve ser a sustentação de munições. Isso acho que é do mais básico, e subentende-se. E no que respeita à “artilharia pesada”, e uma vez mais, com uns 10 ou 15 milhões ao ano, ao fim de dez anos estou seguro de que aumentaríamos substancialmente os stocks de AIM-120 (e, já agora, iniciaríamos o de AIM-9X), torpedos, Sub-Harpoon, ESSM, Kits JDAM… e ainda poderíamos passar a dispor de umas quantas munições Excalibur de 155 mm. Estou a ser assim tão utópico quando falo de 15 milhões ao ano para aquisição de mais armamento de precisão?
Caros Cabeça de Martelo e perda de tempo: têm toda a razão quando põem o ponto no problema que existe com o pessoal. Não é fundamental, é imperativo que a curto / médio prazo se garanta que existe pessoal em quantidade e qualidade para, pelo menos, assegurar que as unidades que existem funcionam a 90 ou 95 % da sua capacidade em termos de efectivos, e não a 60 ou 70 %.
Seguramente, tal passa primariamente pela revisão de salários e de vínculos contratuais. Mas ou se faz alguma coisa muito rapidamente, ou arriscamo-nos a ter, a médio prazo, umas Forças Armadas compostas por 90 % de oficiais e sargentos do quadro, e 10 % de praças.
E uma vez cumprido o básico, venham de lá as chamadas “necessidades primárias”:
Exército:
Novo blindado 4 x 4
Novos misseis anticarro
Novos sistemas Shorad
Camiões pesados de transporte e logística (Transporte de blindados em TT com zorras, reabastecimento de combustível, abastecimento de água, recuperação, logística, transporte de munições), parte deles com protecção contra IED (com tanta oferta no mercado – MAN, IVECO, MERCEDES, OSHKOCH, SCANIA, para citar só alguns, é surreal que continuem a ser utilizadas viaturas com 30 ou mais anos - acho que dificil é escolher).
Veículos de engenharia (Reconhecimento NBQ, limpeza de campos de minas, lança-pontes, abertura de itinerários, JAM, terraplanagem)
Compra de mais uns 20 Pandur (anticarro, porta-morteiro)
Compra de 10 AMPV ano
Upgrade da blindagem dos Leo 2 existentes
Marinha:
Contracto de construção de 2 novos NPO’s
Contracto de construção de 2 novos navios de investigação cientifica / suporte geral, baseados nos NPO
Compra de 2 Super Linx em 2ª. Mão ao Reino Unido
Construção de um Navio de Suporte Logístico / AOR
Compra dos módulos de missão e das peças de 30mm para os Tejo
Modernização dos Linx da Marinha
Modernização profunda das fragatas M
Força Aérea:
Modernização dos 28 F-16
Compra de 12 Super Tucanos e 6 T-50
Compra de 9 EC-135
Compra de 3 ERJ-145
Compra de 5 / 6 C-130J
Numas contas de merceeiro (e salvo algum lapso ou erro de pesquisa), o que listo acima representaria um investimento da ordem dos 350 milhões anuais, num horizonte a 10 anos. É assim uma utopia tão grande?