«Testes nucleares podem levar à corrida às armas», diz Loureiro dos Santos
Os ensaios nucleares da Coreia do Norte são uma intimidação aos países da Ásia Pacífico e podem levar a uma corrida ao armamento nuclear pelo Japão e pela Coreia do Sul, considerou hoje o general Loureiro dos Santos.
Para já o Japão e a Coreia do Sul têm estado a pensar «mais em sistemas de defesa anti-míssil», com o apoio dos Estados Unidos, «mas pode levar a uma corrida nuclear na região da Ásia Pacífico», afirmou o especialista em estratégia e defesa militar.
Os ensaios nucleares da Coreia do Norte ainda «não têm influência directa no equilíbrio mundial de forças», mas alteram o contexto regional porque podem «ser vistos pelos países vizinhos como uma intimidação», defendeu Loureiro dos Santos.
Os avanços e os recuos da Coreia do Norte, em relação ao armamento nuclear, «legitimam outros países a desenvolver armamento para se defenderem», como é a intenção do Japão ou da Coreia do Sul, países «detentores de tecnologia para produção de armamento nuclear».
Loureiro dos Santos entende que as reservas da China e da Rússia, nas Nações Unidas, quanto à forma como o Conselho de Segurança deve sancionar a Coreia do Norte «começa a ser incompreensível, principalmente por parte da China».
«A China é a única potência que tem capacidade para influenciar decisivamente o comportamento da Coreia do Norte», porque é a potência vizinha que dá mais apoios à Coreia do Norte e porque é um regime político gémeo, argumentou o general.
No que respeita à tecnologia detida pela Coreia do Norte, aplicada ao armamento, «é ainda insuficientemente para a construção de ogivas e mísseis balísticos com grande eficácia», mas se já «chegou ao fabrico, teste e produção de mísseis balísticos, com o tempo pode chegar a maior capacidade nuclear», concluiu Loureiro dos Santos.
Lusa