É sabido de todos o que fizeram com a nossa vizinha Espanha quando alguns militares marroquinos ocuparam um rochedo com cerca de 1ha ao largo das ilhas canárias, isto poderia bem ser uma maneira de testar a reacção possivel da Espanha em caso de invasão das ilhas Canárias.

Houve mais algum incidente de que eu não ouvi falar, ou está a referir-se ao ilheu de Perejil ? Porque se assim for, situa-se no estreito de Gibraltar, bem longe das Canárias. É que as implicações estratégicas são bem diferentes.
Com o actual regime marroquino, as probabilidades de um incidente deste tipo com Portugal são muito fracas. Se houver uma mudança, particularmente para um regime fundamentalista islâmico, a situação seria obviamente diferente. Mas ainda assim, é muito pouco provável que a prioridade desse regime seria "provocar" Portugal, quando existem duas tão apetitosas enclavas "inimigas" em território marroquino... E nem pensar que escolheriam tomar as Selvagens ou as Desertas porque o adversário é mais fraco que Espanha. Isso são considerações de pessoas algo cobardes, mas racionais. Por razões culturais e religiosas, os muçulmanos não são em regra geral nem um, nem o outro.
Quanto ao equipamento das nossas Forças Armadas, não está de certo ao nível desejado, tanto em qualidade como em quantidade, mas alguns membros deste fórum parecem considerar que estavam melhor 15 ou 20 anos atrás: quando não havia um único navio armado com mísseis, que aeronaves de ataque faziam de interceptor adaptado, e que o Exército se apoiava em algumas dezenas de antiquados M48 e Chaimite...
Não me parece que alguém tenha dúvidas quanto à competência da grande maioria dos nossos militares. Ora eu prefiro antes bons soldados e depois bom equipamento: se Portugal se encontrasse de um dia para o outro em situação de possível conflito, o governo seria obrigado a puxar com urgência os cordões à bolsa, e militares competentes conseguiriam sem dúvida adaptar-se ao material que vier. Por outro lado, ponham o equipamento mais sofisticado do mundo das mãos de um qualquer palerma (indivíduos que não faltam nas forças armadas de certos países), e há-de tornar-se mais perigoso para ele próprio e para os seus companheiros do que para o inimigo.
PS: Não quis dizer com este último parágrafo que não me importa que os nossos militares estejam mal equipados ou protegidos, longe de mim essa ideia.