Para além que o problema aqui - parece-me - não é a falta de regulamentos... quanto muito é regulamentos a mais e a confusão é um meio fértil às negociatas. Sempre vi - e senti - é haver demasiada burocracia e regulamentação, não o contrário.
Com todos os dados conhecidos, a reportagem é absolutamente clara.
Há uma fábrica que foi construída com apoios e incentivos do estado, que ía produzir uns combustíveis todos modernaços...
Todo o processo de licenciamento precisava de um estudo de impacto ambiental, aquele que iria determinar qual o impacto sobre as populações ...
Esse licenciamento, o único que poderia prever o resultado, pura e simplesmente não existe, nunca foi feito e nunca poderia ter sido feito, porque nesse caso dificilmente haveria autorização para construir uma fábrica incrivelmente poluidora praticamente dentro de um aglomerado populacional.
Em nome do anti-wookismo e da modernização e do ultrapassar das barreiras burocráticas, alguém conseguiu passar por cima da lei e por cima da vida de centenas de pessoas, que tinham o direito à proteção.
Neste momento, nem vender a casa resulta, porque as casas destas pessoas valem quase nada, porque ninguém suporta o pivete imundo. E pior que isso, há um empresário que foi ajudado com incentivos, nomeadamente dados pelo porto da Figueira da Foz, que é afinal uma estrutura do Estado.
Este é o resultado de tentar ir ao arrepio das regras. Às vezes funciona outras vezes há quem se lixe...
E quem se lixa é sempre o mexilhão.
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