Ministro «não conhece» realidade da PSP
Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), criticou esta terça-feira as declarações do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, sobre a admissão de novos agentes nas forças policiais. O dirigente sindical sublinhou, em declarações à TVI, que «o problema» é que a realidade dos números de novos agentes da PSP não coincide com as palavras do ministro da Administração Interna.
«Se somarmos as vezes que o Sr. Ministro diz que vão entrar polícias para a PSP, já tínhamos para aí 10 mil polícias, porque todos os dias ouvimos o Sr. Ministro dizer que vai haver mais polícias», afirmou.
Paulo Rodrigues defendeu mesmo que, no momento, não há sequer candidatos suficientes à PSP que justifiquem as palavras de Rui Pereira. O dirigente sindical refere que, em 2008, houve apenas 3 mil cidadãos a concorrerem para 1070 vagas, ao contrário do que sucedeu em 1998/99, em que havia 14 a 15 mil candidatos para 600 vagas.
Polícias assinalam «secos e molhados»
Paulo Rodrigues falou à TVI no dia em que os polícias se concentram na Praça do Comércio, em Lisboa, para assinalar a carga policial de há 20 anos sobre elementos da PSP, uma manifestação que ficou conhecida por «secos e molhados». Na altura, os agentes da PSP exigiam liberdade sindical, o direito a uma folga semanal e a melhores vencimentos e condições laborais.
Os protestos terminaram em confrontos com o Corpo de Intervenção da PSP. Os manifestantes só foram dispersados com o recurso à força e a jactos de água. Seis agentes que se encontravam dentro do Ministério da Administração Interna, para entregar um caderno reivindicativo, acabaram detidos.
Em vinte anos, a situação pouco mudou. Os polícias continuam a lutar pela remuneração das horas extraordinárias, subsídio de risco e direitos sociais.
Rui Pereira, titular da pasta da Administração Interna, já admitiu a revisão do estatuto dos profissionais de segurança.
Fonte: TVI24