D. Nuno Álvares Pereira é o novo santo português

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TOMSK

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« Responder #210 em: Abril 23, 2009, 05:45:08 pm »
Livro: O Santo que salvou Portugal do Correio da Manhã



O Correio da Manhã publicou, hoje, um livro da autoria de Secundino Cunha sobre um dos maiores heróis da História de Portugal. Com um magnífico caderno de imagens a cores. São 112 páginas que incluem a biografia do Condestável, uma entrevista ao Bispo de Beja, D. Vitalino Dantas e a explicação de um processo de canonização. Preço: 1,50€.



Quem quiser aproveite!

 :wink:
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #211 em: Abril 23, 2009, 05:56:00 pm »
Já adquiri, mas quem está ler é o meu colega... :roll:
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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Lancero

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« Responder #212 em: Abril 23, 2009, 08:34:28 pm »
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Abertura do Quartel do Carmo ao público  


A Guarda Nacional Republicana, no âmbito das comemorações do seu 98º aniversário e do 35º aniversário do 25 de Abril de 1974, abre pela terceira vez as portas do Quartel do Carmo ao público, com uma exposição, patente entre os dias 24 e 03 de Maio das 12:30 às 19:30 horas, alusiva ao tema “ Carmo, do Condestável à Guarda Nacional Republicana” e com um circuito de visitas interno.  
O evento evoca mais de 600 anos da história nacional, dividindo-se em três núcleos: o primeiro sobre a vida e obra de D. Nuno Álvares Pereira, que fundou e faleceu neste edifício, incluindo a crise de 1383-1385 e as vitórias militares de Atoleiros, Aljubarrota e Valverde; o segundo é relativo à história da segurança em Portugal, desde os Quadrilheiros - os Guardas militares do Condestável, até à actual Guarda, sem esquecer os temas da cidadania, do ambiente e da segurança rodoviária. O terceiro relembra a Revolução de Abril de 1974, tendo terminado neste Quartel o longo período da ditadura em Portugal.


Entre os pontos altos da exposição contam-se a circulação nos espaços conventuais criados por D. Nuno Álvares Pereira, nos espaços onde se negociou a rendição e transmissão do poder em Abril de 1974, a subida à varanda sobre o Rossio, onde se pode ver uma das melhores panorâmicas sobre o coração da capital e a descida à cisterna subterrânea.


Recorda-se que nas duas anteriores edições, o evento contou com uma elevada adesão de visitantes, com uma média diária de 1500 visitas.

 
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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TOMSK

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« Responder #213 em: Abril 24, 2009, 12:47:28 am »
Deixo aqui um interessante debate sobre canonização de D. Nuno Álvares Pereira no programa Sociedade Civil, contando com a participação de D. Duarte, do Tenente-Coronel Brandão Ferreira, entre outros.

:arrow: http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php? ... s&escolha=

Destaco mais uma vez, as palavras sábias do Tenente-Coronel Brandão Ferreira que chamou os bois pelos nomes, e sem meias palavras desancou boa parte da comunicação social, dos políticos e do ensino português, revoltando-se contra a não-celebração nacional desta data.

Citar

"Eu acho que algo de estranho se passa em Portugal.
Nuno Álvares Pereira é das figuras mais extraordinárias não só da História de Portugal mas do Mundo inteiro. E nós no meio de isto tudo fazemos figuras de totós, porque temos uma especial apetência por desprezar tudo aquilo que é nosso.
Toda a vida dele é de uma grande coerência e não se lhe conhecem sombras, vicíos ou màs acções! Não há exemplos na humanidade que se lhe possa igualar. E nós olhamos para isto com uma desplicência tal e com a maior das ignorâncias. (...)

Eu julgo que a Comunicação Social também tem alguma responsabilidade no alheamente das pessoas para o tema em questão.

Naquele programa de má-memória que houve sobre o melhor português, o Nuno Álvares Pereira não apareceu, e no entanto, nos primeiros 10 lugares apareceu lá uma série de gente, a maior parte deles desconhecidos por mais de 90% do país e até algumas figuras que eu nem convidava para ir jantar a minha casa.

Isto tem a ver com aquilo que se passa na escola, com o que se passa na família, e sobretudo tem a ver com o que se passa com os «media», para além daquilo que tem a ver com questões políticas.

E no entanto, quando os telejornais abrem a dar directos sobre as questões de futebol, que é algo que não tem qualquer comparação com a importância da figura de Nuno Álvares Pereira, e ficam no futebol durante 20 minutos, estão à espera que depois os espectadores se interessam por quê?

Eu julgo que a cerne da questão que se passa aqui é uma questão política.
Vou  tentar usar da maior das diplomacias mas não poderei ser completamente diplomático para expôr isto de maneira a que me percebam, e já é tempo de os portugueses aprenderem a ouvir falar "verdade".
Esta questão política está partida em três partes:

A primeira tem a ver com o fundo ideológico e doutrinário dos partidos representados na Assembleia da República.
E o que é que nós vemos na Assembleia?
Vemos gente que tem doutrinas que não encaixam propriamente na figura de Nuno Álvares.
Para a maioria dos partidos a figura de Nuno Álvares arde-lhes nas mãos, porque ele é a antítese de tudo aquilo que eles defendem.
Houve um voto de congratulação mas isso a mim não me diz nada. Um voto de congratulação e não os obriga a fazer nada.  Houve um partido que se absteve, isto é, tanto lhe faz. E houve ainda outro que votou contra, portanto está triste. Considera esta homenagem como uma coisa má.
E isto não tem só a ver com o fundo doutrinário como tem a ver com a falta de doutrinação.

A segunda é que desde à umas décadas a esta parte tem-se diabolizado parte da história de Portugal. Ou seja, andaram a dizer que nós andámos a fazer asneiras pelo mundo inteiro estes últimos 500 anos.
E portanto, vilipendiaram e vilanizaram uma quantidade de estadistas, marinheiros, políticos, reis, etc... Isso é a componente marxista da História, que afirma que esta não tem heróis e é tudo feito à base das lutas de classes e de movimentos de massas.Eu julgo que não é nada assim.
Por outro lado a maioria das pessoas que passou a ter tempo de antena na Comunicação Social são pessoas que foram desertores, refractários, tipos que andaram a pôr bombas e foram condecorados com a Ordem da Liberdade, oficiais das forças armadas que se esqueçeram dos deveres militares e enfim, estes é que nos últimos anos tem tido palco.

A terceira razão tem a ver com o Federalismo Europeu.
O que interessa para haver esse federalismo é deixar de haver nações e pátrias.
Ora, Portugal é o estado-nação mais completo e perfeito que há. Exaltar figuras da história de cada país deixou de estar na moda porque agora o que interessa é a História da Europa.

Portanto, acho que estas são as 3 razões fundamentais pelas quais as forças políticas não querem fazer da figura de Nuno Álvares Pereira uma comemoração Nacional
 

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Duarte

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« Responder #214 em: Abril 24, 2009, 12:58:49 am »
Acho que esta seria uma oportunidade para o Exército repor o nome Nun'Álvares à BriMec. Brigada Nun'Álvares. Não acham..?
слава Україна!
“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower".
"Every country has its own Mafia. In Russia the Mafia has its own country."
 

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André

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« Responder #215 em: Abril 24, 2009, 12:16:33 pm »
Canonização é a «oportunidade» para portugueses conhecerem o santo - Fundação Batalha de Aljubarrota


O presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota (FBA), Alexandre Patrício Gouveia, considera que a canonização de D. Nuno Álvares Pereira é uma «oportunidade» para os portugueses conhecerem a vida do novo santo.

Sublinhando que o conhecimento de D. Nuno Álvares Pereira não deve apenas cingir-se à carreira militar ou ao «seu amor por Portugal», Alexandre Patrício Gouveia, em declarações à Agência Lusa, destacou o lado «social» do beato Nuno, cuja canonização decorre domingo em Roma e onde o presidente da FBA vai estar.

«A vida de D. Nuno Álvares Pereira é um exemplo para os portugueses», afirmou, acrescentando que esse exemplo é «actual» e deve ser «incrementado».

A Fundação Batalha de Aljubarrota foi constituída em Março de 2002, por iniciativa do empresário, já falecido, António Champalimaud, tendo como um dos objectivos estratégicos a recuperação e valorização dos principais campos de batalha associados à formação e consolidação de Portugal.

No mesmo ano obteve o estatuto de Superior Interesse Cultural, atribuído pelo Ministério da Cultura, e foi reconhecida pelo Ministério da Administração Interna. Em 2003, ganhou o estatuto de utilidade pública.

Segundo o sítio na Internet da FBA, desde a sua criação, a fundação tem trabalhado com o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico nos processos de classificação de seis campos de batalha: Atoleiros (1384), Trancoso (1385), Aljubarrota (1385), Linhas de Elvas (1659), Ameixial (1663) e Montes Claros (1665).

«Estes são os principais campos de batalha associados à Guerra da Independência (1383 a 1411) e à Guerra da Restauração (1640 a 1668), que se situam em território nacional», revela a fundação, que considera estas classificações como «actos administrativos da maior importância».

Neste momento, o processo relacionado com a Batalha de Aljubarrota, no concelho de Porto de Mós, é o único que se encontra concluído, tendo sido construído - onde antes foi o Campo Militar - um centro de interpretação, no qual o papel desempenhado por D. Nuno Álvares Pereira assume o maior protagonismo.

Entretanto, para D. Duarte Pio de Bragança, a canonização de D. Nuno Álvares Pereira é «importantíssima» para o país, porque «todas as qualidades que ele tinha são aquelas que hoje fazem falta a Portugal», nomeadamente «a dedicação ao país, a coragem e a imaginação criativa».

«Realmente, tudo isto faz falta ao país», reforçou, acrescentando ainda «a ética e o sentido de moralização», isto porque, D. Nuno Álvares Pereira «moralizou bastante o nosso país na altura», disse D. Duarte Pio.

Para D. Duarte, a canonização «vem exactamente no momento oportuno, porque agora é que Portugal precisa que nos lembremos desses valores».

«Se fosse há 50 ou cem anos atrás, se calhar não faziam tanta falta», considerou, acrescentando «providencial» que o beato Nuno só agora seja canonizado, porque se aproveitam «muito mais as suas lições», como «militar genial e como cristão».

«Há um livro do D. António Ferreira Gomes, antigo bispo do Porto, que foi agora reeditado, que mostra a política dele, de descentralização e de evitar sintomas de feudalismo que ainda havia na época», observou, acrescentando que marcará presença na cerimónia de canonização, no Vaticano, acompanhado da «família toda».

Lusa

 

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TOMSK

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« Responder #216 em: Abril 24, 2009, 12:24:49 pm »
Citação de: "Duarte"
Acho que esta seria uma oportunidade para o Exército repor o nome Nun'Álvares à BriMec. Brigada Nun'Álvares. Não acham..?


Eu acho que entre outras homenagens que as Forças Armadas lhe deviam fazer, especialmente a Arma de Infantaria, essa era uma das boas ideias.
No fundo, era voltar às origens... :wink:
 

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typhonman

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« Responder #217 em: Abril 24, 2009, 06:05:54 pm »
O Ten Coronel Brandão Ferreira é um SENHOR, que continue por muitos e bons anos a dizer as verdades !
 

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Açoriano

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« Responder #218 em: Abril 24, 2009, 08:59:52 pm »
 

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Lancero

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« Responder #219 em: Abril 25, 2009, 08:53:20 pm »
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Canonização: Instrumentalização da figura do Condestável prejudicou dimensão espiritual  - D. José Policarpo  

 

    Roma, 25 Abr (Lusa) - O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, reconheceu hoje em Roma que a figura de D. Nuno Álvares Pereira foi instrumentalizada no passado por causas nacionais prejudicando a sua dimensão espiritual.

 

 

    "Trata-se de um acto da ordem da fé e não estamos perante uma exaltação patriótica de um grande português", afirmou o cardeal hoje em Roma, recordando que "ao longo da atribulada história desta canonização, a mistura dessas duas grandes perspectivas: tentar fazer da canonização uma exaltação patriótica prejudicou o próprio projecto da canonização".  

 

    Um processo de "canonização é um reconhecimento pela autoridade máxima do pontífice romano da santidade de um cristão" e uma recompensa à "maneira como ele viveu a sua fé, dando sentido a tudo o que fez", sustentou.  

 

    Agora, "ponhamos de parte toda a exaltação patriótica, esse é o papel dos historiadores" e "ponhamos o assento naquilo que é específico da Igreja que é contemplar o mistério da santidade de um cristão em todas as circunstâncias", defendeu.  

 

    Até porque, um "santo é sempre um desafio muito grande e é um desafio perene" e a vida do Condestável é uma "interpelação perene" a todos os portugueses.
 

 

    Reconhecendo que "faz falta uma boa biografia" do Condestável, D. José Policarpo, recordou que "mesmo sendo guerreiro ele foi capaz de sê-lo com critérios cristãos", ao "impedir violências escusadas", o "saque ou que os soldados se aproveitassem" das mulheres do lado dos derrotados.  

 

    D. Nuno Álvares Pereira "soube ser cristão mesmo sendo guerreiro" e constitui um "poço de interpelações"  

 

    Na sua opinião, "há uma denúncia muito grande que o D. Nuno faz aos homens do nosso tempo: é inconciliável com a mediocridade, com a falta de um ideal".  

 

    Por isso, "quem quiser estar na vida com mediocridade não olhe para o D. Nuno", desafiou D. José Policarpo, que considera normal que "um grande português com fama de santidade seja puxado por vários regimes", como o Estado Novo ou outros anteriores.  

 

    "É perfeitamente normal que ele funcione não como modelo mas como símbolo e ícone de todos os grandes movimentos que se pretendem ser restauradores de Portugal". Além disso, "como todos os santos sujeitam-se às diversas utilizações que fazem dele aqueles que não são completamente santos", ironizou.

 

    "Eu andei em miúdo a rezar pela canonização" mas isso "misturou-se com a causa nacional" do Estado Novo e "consta que o presidente do Conselho gostaria muito de fazer essa oferta aos seus irmãos espanhóis", disse, entre sorrisos, o cardeal.  

 

    "Houve uma grande mistura com questões patrióticas" pelo que depois, já com a Guerra Colonial e a contestação ao regime, "amorteceu um pouco a causa de canonização", afirmou.  
 

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Canonização: Estado português "convive mal com a Igreja e com a santidade" -   D. José Policarpo  


    Roma, 25 Abr (Lusa) - O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, classificou hoje como "discreta" a reacção do Estado português à canonização de D. Nuno Álvares Pereira, considerando que o poder político "convive mal com a Igreja e com a santidade".  

 

    Em conferência de imprensa hoje realizada no Pontifício Colégio Português, em Roma, D. José Policarpo lamentou a reduzida importância que os políticos deram a esta honra dada pela Igreja ao Condestável, quando comparado com outros feitos de portugueses, seja a nível cultural ou desportivo.  

 

    "Se fosse noutros contextos, o relevo dado seria maior", afirmou.  

 

    Na sua opinião, "depois da separação da Igreja do Estado e da declaração de laicidade do Estado com tudo o que isso acorrentou de compreensão da ideologia que conduz a vida pública, temos de reconhecer que, pelo menos em público, o nosso Estado convive mal com a Igreja e com a santidade, a expressão máxima da vida cristã", afirmou D. José Policarpo.  

 

    Para o cardeal, o Estado "convive mal" com a religião, mas "às vezes nem é má vontade, é um contexto cultural".  

 

    No entanto, "penso que, tirando vozes esporádicas, desde o chefe máximo da Estação até uma declaração do Parlamento, o resto compete-nos a nós fazer", acrescentou o cardeal, que está em Roma para participar nas cerimónias religiosas.

 

 

    "No contexto em que estamos até fiquei contente que a reacção oficial fosse discreta porque penso que reacção mais verdadeira compete-nos a nós, a todos os que estão sensíveis a estes valores, porque o contrário poderíamos cair na exaltação patriótica" que sucedeu noutros períodos históricos do país, salientou.  

 

    O ponto alto em Roma será a cerimónia de canonização, a decorrer a partir das 10:00 de domingo na Praça de São Pedro, sob a presidência de Bento XVI que irá elevar aos altares o novo santo português juntamente com mais outros quatro italianos, fundadores de ordens religiosas.  

 

    Para a cerimónia está já confirmada a presença do ministro português dos Negócios Estrangeiros, do responsável pela Casa Militar do Presidente da República, do Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, D. Duarte de Bragança, do líder do CDS-PP e do deputado Guilherme Silva (em representação da Assembleia da República).  

 

    A Comissão de Honra, no entanto, inclui o próprio Presidente da República, Cavaco Silva, que enviou uma mensagem à Santa Sé.  

 

    Durante a tarde de domingo, a Embaixada de Portugal junto da Santa Sé e da Soberana Ordem de Malta irá promover uma recepção, com elementos da hierarquia da Igreja Católica em Portugal e da Cúria.  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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André

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« Responder #220 em: Abril 26, 2009, 01:29:28 pm »
Papa destaca vida do canonizado Nuno Álvares Pereira




O Papa destacou hoje a vida do agora São Nuno, o Condestável, elogiando o facto de mesmo em confrontos militares ter mantido os «valores e princípios» cristãos, algo que contribuiu para a sua canonização, que se realizou hoje em Roma.

A vida do Condestável é uma «prova de que, em qualquer situação, mesmo de carácter militar e bélica, é possível actuar e realizar os valores e princípios da vida cristã», afirmou bento XVI na homilia das cerimónias perante os milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, muitos dos quais portugueses.

A parte do discurso proferida em português e dedicada ao novo São Nuno, Bento XVI recordou que durante a sua vida, Portugal veio a «consolidar a sua independência de Castela e estender-se depois pelos oceanos», permitindo a «chegada do Evangelho de Cristo até aos confins da terra».

«São Nuno sente-se instrumento deste desígnio superior» e assumindo o «serviço de testemunho que cada cristão é chamado a dar no mundo», optou por uma «intensa vida de oração e absoluta confiança no auxílio divino», salientou o Papa.

Por isso, «embora fosse um óptimo militar e um grande chefe, nunca deixou os dotes pessoais» sobreporem-se à fé, «imitando Nossa Senhora de quem era devotíssimo e a quem atribuía publicamente as suas vitórias», explicou Bento XVI, recordando que o Condestável, no fim da sua vida, se retirou para «o convento do Carmo por ele mandado construir».

Nesse sentido, «sinto-me feliz por apontar à igreja inteira esta figura exemplar», resumiu o Papa durante as cerimónias que religiosas, onde marcou presença vários portugueses, entre os quais o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Valença Pinto.

Durante as cerimónias, a mulher cuja cura do olho sustenta o milagre que permite o processo canónico, foi chamada para levar um dos símbolos de D. Nuno (a imagem, velas ou flores) que irão representar o Condestável, acompanhada do seu filho, Carlos Evaristo, e do presidente da Fundação da Batalha de Aljubarrota, Alexandre Patrício Gouveia.

Nas cerimónias, concelebraram com Bento XVI e vários elementos da cúria romana, os cardeais Saraiva Martins e José Policarpo, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, e os bispos José Alves (Évora), Antonino Dias (Portalegre), Vitalino Dantas (carmelita de Beja), o superior geral da Ordem do Carmo em Portugal, frei Agostinho Castro, além de outros sacerdotes.

No guião da cerimónia, a Santa Sé classifica o Condestável como o «homem mais rico de Portugal» do seu tempo que «por amor de Deus fez-se pobre, inteiramente pobre» e «distribuiu todos os seus bens pela Igreja, pelos pobres, pela família e pelos antigos companheiros de armas».

«Só por ordem do rei é que deixou de andar pelas ruas a pedir esmola para os pobres» e «do que o rei lhe mandava para seu sustento, distribuía tudo o que podia pelos pobres, socorrendo e assistindo na agonia aos moribundos», refere ainda o guião.

Dos cinco novos santos, o Condestável é o único não italiano e também aquele que não está directamente relacionado com a fundação de uma instituição religiosa, embora a promoção da sua Causa tenha sido assumida pela Ordem do Carmo.

Juntamente com o Beato Nuno, serão canonizados o sacerdote Arcangelo Tadini (fundador da Congregação das Operárias da Santa Casa de Nazaré), o abade Bernardo Tolomei (Congregação de Santa Maria do Monte Oliveto da Ordem de São Benito), Gertrude Comensoli (Instituto das Religiosas do Santíssimo Sacramento) e Caterina Volpicelli (Congregação das Servas do Sagrado Coração).

Lusa

 

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André

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« Responder #221 em: Abril 26, 2009, 01:39:37 pm »
Luís Amado louva reconhecimento de «santo do povo»



O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, considerou hoje em Roma que a canonização do agora São Nuno Álvares Pereira foi o reconhecimento pelo Vaticano de um «santo do povo».

«Antes de ser um santo reconhecido pela Igreja foi um santo do povo, um homem simples, um homem humilde, um grande chefe militar da história portuguesa e uma figura incontornável da nossa história», afirmou Luís Amado, no final da cerimónia durante a qual Bento XVI canonizou o Condestável.
Depois das cerimónias, o ministro e o vice-presidente da Assembleia da República Guilherme Silva foram recebidos pelo Papa num audiência privada.

Segundo o ministro, trataram-se somente de «cumprimentos protocolares».

Para Luís Amado, esta homenagem da Igreja é o «reconhecimento de uma grande personalidade que muito simbolicamente nós também veneramos», pelo que a cerimónia terá uma «grande simbologia para a história portuguesa».

Por isso, «é com muita honra que em nome do Governo por aqui estive a representar o Governo português nesta cerimónia», afirmou, minimizando as críticas de quem lamenta a ausência de outros elementos do Governo ou do próprio Presidente da República, que enviou uma mensagem ao Vaticano.

«O Estado português esteve representado pelo senhor vice-presidente da Assembleia» que «é a instituição que representa a nação portuguesa», o «Governo esteve representado através do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e as Forças Armadas através dos seus chefes militares», salientou Luís Amado.

Já o deputado Guilherme Silva explicou que esteve em representação do presidente do Parlamento, Jaime Gama, que não pôde ir a Roma por motivos de agenda.

No entanto, pelo protocolo, Guilherme Silva esteve presente na cerimónia como «a segunda figura do Estado» e a «representar a Assembleia e o povo português».

Salientando que «foi muito tocante esta recepção por parte de Sua Santidade», a quem transmitiu «cumprimentos e saudações do povo português», Guilherme Silva preferiu salientar a figura do Condestável.

Em particular, as «virtudes acumuladas, como seja a santidade e a actividade de acção militar, que o D. Nuno Álvares Pereira teve».

Na sua opinião, a «história, quando as pessoas têm o valor que têm, não as apaga antes as exalta».

Uma cerimónia de canonização de um português não se realizava em Roma desde 1976, ano em que foi confirmado o culto universal da fundadora da Ordem da Imaculada Conceição, Santa Beatriz da Silva, pelo Papa Paulo VI.

Lusa

 

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TOMSK

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« Responder #222 em: Abril 26, 2009, 02:14:21 pm »
FREI NUNO DE SANTA MARIA INTEMPORAL



«Não compreendo por que se há-de enveredar por uma via ridiculareira em relação a este gesto da Igreja Católica. Afinal de contas, num tempo em que Turras Éticos governam e forcejam por repetir-se no Governo-Tetina-Clientelar, é um bom exemplo alguém que, tendo sido um bravíssimo soldado identitário nosso, amante da nossa Independência e Insubmissão, em dado ponto optou livremente não apenas por ser pobre, mas por pedir esmola para os pobres, por alimentá-los, ao ver neles a Presença Viva do Cristo Misericordioso, Esse cuja Palavra, outrora Rochosa-Sólida à construção de um Portugal Ético, é hoje cuspida e calcada, com o que se degenera a nossa Têmpera, a Moral Geral, a começar numas supostas elites nacionais que não passam de uma merda qualquer.

E Frei Nuno fez isto: entregou-se à Pobreza Essencial depois de ter sido rico no supérfluo superficial. Lamento a sátira que vou lendo a isto, ao gesto da Igreja que o torna exemplar. Sinto-me esfomeado por Justiça e Verdade e não passo de um blogger pobre, compulsivamente empobrecido, mas respeito esses paneleiros intelectuais de esquerda que não separam águas nem exercitam o mesmo respeito que exigem para si. Pois vertam pelo olho cu acima esse óleo de fritar a ferver se tal retórica redutora tanto os diverte:
«Frei Nuno de Santa Maria torna-se assim o oitavo santo português desde a fundação da nacionalidade. A última portuguesa a ser proclamada santa foi Beatriz da Silva, que viveu entre cerca de 1426 e 1492, tendo fundado a congregação da Imaculada Conceição. A lista dos restantes portugueses canonizados pela Igreja Católica inclui São Teotónio, Santo António, a Rainha Santa Isabel, João de Deus, Gonçalo Garcia e João de Brito.»

http://joshuaquim7.blogspot.com/2009/04 ... maria.html
 

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Lancero

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« Responder #223 em: Abril 26, 2009, 02:58:27 pm »



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Canonização: São Nuno é "exemplo" para chefias militares - CEMGFA  

 

   Roma, 26 Abr (Lusa) -- O Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas  (CEMGFA) classificou hoje em Roma o novo São Nuno Álvares Pereira um "exemplo"  para as chefias militares, compreendendo essas funções como "poderes de  serviço" e não de "mando".  

 

   Falando à Lusa no final das cerimónias de canonização no Vaticano, o  general Valença Pinto considerou hoje o discurso de Bento XVI alusivo aos  feitos guerreiro do Condestável como "observações extremamente pertinentes  e felizes" para a hierarquia militar.    

 

   Além das Forças Armadas portuguesas, "estou a representar os valores  militares que não são diferentes dos outros valores da sociedade, embora,  porventura vividos de modo mais intenso, mais exigente e mais recorrentemente  chamados à atenção", afirmou.  

 

   Tratam-se de "valores de serviço a ideais superiores de bem-estar, paz  e liberdade" e o Condestável foi um "exemplo" como "chefe militar" no "serviço  ao país e à sociedade".  

 

   "São valores que só podem ser compreendidos e bem vividos se forem praticados  com despojamento e isso Nuno Álvares fê-lo de um modo exemplar", explicou  Valença Pinto.  

 

   "No Estado e nas Forças Armadas, quaisquer poderes têm que ser compreendidos  como poderes de serviço e não como poderes de competência, de exercício  ou de mando", alertou o general, que não quis comentar as críticas feitas  à ausência de mais representantes dos órgãos institucionais portugueses  nas cerimónias.    

 

   "De um ponto de vista estritamente militar, honra muito as Forças Armadas  que haja aqui representação dos três órgãos de soberania: Presidência da  República, Assembleia da República e Governo", limitou-se a dizer.    

 

   Dos cinco novos santos, o Condestável é o único não italiano e também  aquele que não está directamente relacionado com a fundação de uma instituição  religiosa, embora a promoção da sua Causa tenha sido assumida pela Ordem  do Carmo.  

 



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Canonização: Peregrinos portugueses colocam a par a santidade aos feitos militares do Condestável

 

    Roma, 26 Abr (Lusa) - Alguns dos peregrinos portugueses presentes na Praça de São Pedro, em Roma, colocaram a importância dos feitos militares do Condestável a par da sua vida religiosa, o que o levou hoje a ser canonizado em Roma.  

 

    "O São Nuno também está a ser canonizado pelo guerreiro que foi que não deixava de lutar pelas batalhas justas e porque rezava antes de cada batalha", afirmou Rui Gonçalves, de Setúbal e um dos 200 escuteiros presentes em Roma para homenagear o Patrono do Corpo Nacional de Escutas.  

 

    São Nuno "defendeu sempre Portugal na batalha pelo cristianismo", acrescentou o escuteiro.  

 

    Isaura da Silva, de Cernache do Bonjardim (terra natal do Condestável), veio também de propósito a Roma para a "canonização de São Nuno" até porque no concelho "existe uma grande devoção desde há muitos anos" a este beato, que dá nome ao seminário local.  

 

    "Somos muitos devotos de São Nuno" que "é o amor da nossa terra", um "defensor da nossa pátria, um grande santo e defensor de Portugal", acrescentou.

 

 

    Francisco Almeida Dias vive em Roma há oito anos e também optou por vir ao Vaticano, nem que fosse por "respeito" à memória do beato Nuno.  

 

    No entanto, o emigrante português destaca a forte presença de portugueses na cidade, algo que é visível para todos: "Meu Deus, [sábado à noite] a rua dos portugueses estava cheia, estava intrasitável" como "nunca me lembro de a ter visto".  

 

    Já Rosa Maria veio de Paris a Roma e aproveitou para assistir às cerimónias.
 

 

    "Acontece-nos uma vez na vida participarmos numa cerimónia deste género", explicou.  

 

    Do maior centro de peregrinação português, em Fátima, para o maior do mundo, em Roma, este é o percurso de Lino Pereira, que é também vizinho de uma mulher importante no processo.  

 

    "A senhora que sustentou o milagre é uma senhora de Ourém", explicou o peregrino que recorda também o guerreiro até porque é isso que a "história nos faz mais lembrar".  

 

    Hoje, na Praça de São Pedro, o Postulador da Causa, Fernando Millán, explicou o processo canónico que justifica esta atribuição pela Santa Sé, com relatos sobre a santidade de Nuno Álvares Pereira confirmados por teólogos e historiadores e um relatório de médicos convidados pelo Vaticano que atestam a sua "intercessão" na "cura miraculosa" de um olho da portuguesa Guilhermina de Jesus, queimado com óleo de fritar.  

 

    Uma cerimónia de canonização de um português não se realizava em Roma desde 1976, ano em que foi confirmado o culto universal da fundadora da Ordem da Imaculada Conceição, Santa Beatriz da Silva, pelo Papa Paulo VI.

 

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http://www.youtube.com/watch?v=vXNx7cQgShM

http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=26847

Hoje é um dia de alegria para todos os Portugueses.

A canonização de Nuno Álvares Pereira constitui um gesto que honra uma das figuras mais marcantes da nossa História, uma figura em que os Portugueses se revêem como símbolo de amor ao seu País, de defesa corajosa da independência nacional, de vontade de triunfar mesmo nas horas mais difíceis.

Orgulhamo-nos com a canonização de Nuno Álvares Pereira, pelo que ela representa de reconhecimento do valor exemplar de um português heróico e ilustre.

Um português que soube também ser humilde, o que o levou a retirar-se do gozo das grandezas mundanas em nome da fé que possuía.

Recordo o seu epitáfio: «As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge».

De facto, Nuno Álvares Pereira soube voltar as costas às honras terrenas que conquistara através de feitos heróicos.

Mas não voltou as costas ao seu amor por Portugal, pois foi em nome desse amor que o Condestável comandou tropas em defesa da independência de uma nação ameaçada.

O «forte Dom Nuno», como lhe chamou Camões, é um exemplo para todos nós e, muito em particular, para as nossas Forças Armadas.

Congratulo-me pela canonização de Nuno Álvares Pereira e estou certo de que este gesto ficará inscrito na nossa memória colectiva e será motivo de orgulho e de alegria para todos os que amam o nosso País e a sua história.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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TOMSK

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« Responder #224 em: Abril 27, 2009, 12:29:27 am »
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Paulo Portas destacou "a dimensão de patriotismo" do Condestável



O líder do CDS-PP destacou em Roma "a dimensão de patriotismo" de D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável, a par da sua importância religiosa e ética, valores que sustentam a sua canonização no próximo domingo, no Vaticano.

Paulo Portas, que se encontra em Roma para participar nas cerimónias da canonização, afirmou que D. Nuno Álvares Pereira tem uma "dimensão religiosa" devido à sua fé, mas também "uma dimensão ética que é também contemporânea", numa referencia à circunstância de o Condestável se ter despojado de "todas as honrarias" ainda em vida.

Na opinião do líder centrista, na figura do Condestável "há também uma dimensão de patriotismo, até porque foi general do exército" português "pelo qual obteve vitórias essenciais para a independência nacional".

Por isso, salientou, "é um santo e um herói".

"Como eu acho que o patriotismo não é um valor em desuso na actualidade, estou aqui porque gosto e porque tenho muito empenho", acrescentou.

"Portugal não teria existido enquanto Estado independente se não tivesse algumas figuras da nossa história como o Condestável", mas "obviamente a canonização é um primeiro lugar uma celebração de natureza espiritual e religiosa, mas este acontecimento é inseparável da história de Portugal", declarou.

Paulo Portas escusou-se a comentar a ausência, notada, de elementos do Governo português, com excepção do ministro dos Negócios Estrangeiros.

"Sei que fiz o que a minha consciência me determinou, até porque uma canonização se calhar não acontece na vida mais de que uma vez. E eu, acontecesse o que acontecesse em Portugal, garanto que hoje estaria em Roma", assumiu Portas.