Portugal Laico ?

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Tuga

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Portugal Laico ?
« em: Setembro 02, 2007, 07:42:57 pm »
Olá,

Abri este tópico para falarmos de um tema que me confunde desde há algum tempo.

De acordo com o que tenho lido em vários blogs e sites na Internet, todos afirmam que na Lei e alguns dizem na Constituição Portuguesa que Portugal é um país oficialmente sem religião, ou seja, o Estado separado da Religião.

Tenho só umas dúvidas:

-> Se está na lei que Portugal é um país laico, porquê que se dá previlégios à igreja apostólica romana ?

-> Porquê que as Forças Armadas têm Capelões da Igreja Apostólica Romana ?

-> Porquê que temos feriados religiosos?

Na minha opinião penso que a lei é para todos e deve ser respeitada.

Agradecia s.f.f. as vossas opiniões.

;)
 

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Get_It

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Re: Portugal Laico ?
« Responder #1 em: Setembro 02, 2007, 07:56:43 pm »
Citação de: "Tuga"
-> Porquê que as Forças Armadas têm Capelões da Igreja Apostólica Romana ?

Tradições, diria eu. Ao que me parece já há muito que os EUA e muitos outros países têm vindo a adaptar a função dos capelães mais para apoio psicológico das tropas e para servirem conselheiros, servindo também de mediadores em certos casos pessoais. Esta é agora a sua principal função e tudo o resto, incluindo cerimónias religiosas, será a ver com tradição do que outra coisa qualquer.

Há muito tempo que deixei de ser religioso, mas não quer dizer que vá desrespeitar as tradições do Exército ou as colocar em causa.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Tuga

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Re: Portugal Laico ?
« Responder #2 em: Setembro 02, 2007, 08:03:48 pm »
Citação de: "Get_It"
Citação de: "Tuga"
-> Porquê que as Forças Armadas têm Capelões da Igreja Apostólica Romana ?
Tradições, diria eu. Ao que me parece já há muito que os EUA e muitos outros países têm vindo a adaptar a função dos capelães mais para apoio psicológico das tropas e para servirem conselheiros, servindo também de mediadores em certos casos pessoais. Esta é agora a sua principal função e tudo o resto, incluindo cerimónias religiosas, será a ver com tradição do que outra coisa qualquer.

Há muito tempo que deixei de ser religioso, mas não quer dizer que vá desrespeitar as tradições do Exército ou as colocar em causa.

Cumprimentos,


De acordo com a Lei:

Artigo 1.º Liberdade de consciência, de religião e de culto A liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável e garantida a todos em conformidade com a Constituição, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o direito internacional aplicável e a presente lei.

Artigo 2.ºPrincípio da igualdade 1 — Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, perseguido, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever por causa das suas convicções ou prática religiosa. 2 — O Estado não discriminará nenhuma igreja ou comunidade religiosa relativamente às outras.

Artigo 3.ºPrincípio da separação As igrejas e demais comunidades religiosas estão separadas do Estado e são livres na sua organização e no exercício das suas funções e do culto.

Artigo 4.º Princípio da não confessionalidade do Estado 1 — O Estado não adopta qualquer religião, nem se pronuncia sobre questões religiosas. 2 — Nos actos oficiais e no protocolo de Estado será respeitado o princípio da não confessionalidade. 3 — O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes religiosas. 4 — O ensino público não será confessional.

Resumindo:

Ou nas Forças Armadas Portuguesas se colocam membros de todas as religiões (o que acho impossivel dado o tamanho de religiões que existem no Mundo), ou então, não se coloca nenhum membro de nenhuma religião, respeitando-se assim a laicidade de Portugal.

;)
 

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Luso

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« Responder #3 em: Setembro 02, 2007, 09:34:11 pm »
Não percebi a pergunta. O Estado Português é laico de jure - como deve ser - mas é preciso não esquecer que essa mesmo estado representa os portugueses, com a sua história, tradição e já agora, o pouco que lhe resta de espiritualidade, espiritualidade essa minada pela Igreja Católica do Esgoto, a Esquerda e o pessoal que só tem a ganhar económicamente com a falta dessa mesma espiritualidade atravez de sucedâneos superficiais, que alimentam esse vazio.

A espiritualidade não é treta e o seu vazio é muito mais perigoso.
Para isso é só ver os resultados do materialismo: o socialismo e os seus descendentes: os comunismos de esquerda e de direita.
Mas julgo que a maior culpa é da Igreja Católica do Esgoto, actualmente.

As coisas não são simples e a realidade não pode ser reduzida a um conceito que muitas vezes se traduz por uma meras palavras em qualquer dicionário mas suficientes para excitar as almas dos mais distraídos ou dos mais pobres de espírito.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Lancero

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« Responder #4 em: Setembro 02, 2007, 09:43:00 pm »
Sendo perto de 84% da população católica (embora esmagadoramente não praticante) - arriscando eu que nas forças armadas a percentagem é ainda maior - parece-me lógico que haja capelões católicos nas unidades militares (especialmente as destacadas no estrangeiro). É bom para quem está longe de casa, e quem já viu um bom capelão a dar sermão sabe que há poucas coisas mais motivadoras.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Tuga

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« Responder #5 em: Setembro 02, 2007, 09:53:00 pm »
Citação de: "Luso"
Não percebi a pergunta.


O que eu quis dizer, foi que, todas as religiões em Portugal devem ser tratadas como iguais.

O que infelizmente não acontece em Portugal, pois na Lei diz que o Estado é separado de qualquer religião, mas isso oficialmente não se verifica, pois a Igreja Apostólica Romana tem mais previlégios por parte do Estado do que as outras religiões.

Em um Estado Laico, o Estado ou dá igual a todas as religiões ou não dá a nenhuma.

Se a Lei existe é para ser cumprida pelo Estado e pelas entidades públicas do Estado, ao serem imparciais na questão das religiões.

Na minha opinião, iguais previlégios para todas as religiões em Portugal ou nenhum previlégio para nenhuma religião.

O Estado tem que se lembrar que não existe só uma religião em Portugal.

;)
 

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Tuga

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« Responder #6 em: Setembro 02, 2007, 09:55:10 pm »
Citação de: "Lancero"
Sendo perto de 84% da população católica (embora esmagadoramente não praticante) - arriscando eu que nas forças armadas a percentagem é ainda maior - parece-me lógico que haja capelões católicos nas unidades militares (especialmente as destacadas no estrangeiro). É bom para quem está longe de casa, e quem já viu um bom capelão a dar sermão sabe que há poucas coisas mais motivadoras.


Também temos que ver os restantes 16% que são de outras religiões e que algumas não têm representação nas Forças Armadas.

;)
« Última modificação: Setembro 02, 2007, 10:05:07 pm por Tuga »
 

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Lancero

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« Responder #7 em: Setembro 02, 2007, 09:57:20 pm »
Ainda recentemente uma cerimónia dos Fuzileiros teve uma celebração conjunta do capelão da Unidade e do Imã da Mesquita de Lisboa  :wink:
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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PereiraMarques

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« Responder #8 em: Setembro 02, 2007, 10:00:39 pm »
Um dos motivos seria a existência de uma Concordata (acordo jurídico), assinada entre Portugal e a Santa Sé em 1940. Em 2004, foi finalmente assinada uma nova concordata...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_de_1940
http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_de_2004
 

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Tuga

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« Responder #9 em: Setembro 02, 2007, 10:06:41 pm »
Citação de: "Lancero"
Ainda recentemente uma cerimónia dos Fuzileiros teve uma celebração conjunta do capelão da Unidade e do Imã da Mesquita de Lisboa  ;)
 

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Luso

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« Responder #10 em: Setembro 02, 2007, 10:08:24 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Um dos motivos seria a existência de uma Concordata (acordo jurídico), assinada entre Portugal e a Santa Sé em 1940. Em 2004, foi finalmente assinada uma nova concordata...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_de_1940
http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_de_2004


Certo, Pereira, mas o que levou à celebração dessas concordatas?
Pois!... :wink:
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Tuga

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« Responder #11 em: Setembro 02, 2007, 10:09:43 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Um dos motivos seria a existência de uma Concordata (acordo jurídico), assinada entre Portugal e a Santa Sé em 1940. Em 2004, foi finalmente assinada uma nova concordata...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_de_1940
http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_de_2004


Obrigado!

Finalmente, já tenho resposta para as dúvidas do 1º post.

;)
 

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Tuga

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« Responder #12 em: Setembro 02, 2007, 10:16:37 pm »
Citação de: "Luso"
Citação de: "PereiraMarques"
Um dos motivos seria a existência de uma Concordata (acordo jurídico), assinada entre Portugal e a Santa Sé em 1940. Em 2004, foi finalmente assinada uma nova concordata...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_de_1940
http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_de_2004

Certo, Pereira, mas o que levou à celebração dessas concordatas?
Pois!... ;)
 

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Luso

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« Responder #13 em: Setembro 02, 2007, 10:23:31 pm »
Citação de: "Tuga"
Citação de: "Luso"
Citação de: "PereiraMarques"
Um dos motivos seria a existência de uma Concordata (acordo jurídico), assinada entre Portugal e a Santa Sé em 1940. Em 2004, foi finalmente assinada uma nova concordata...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_de_1940
http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_de_2004

Certo, Pereira, mas o que levou à celebração dessas concordatas?
Pois!... ;)


Pois. Força nisso. E já agora os Satanistas também e da Igreja Plesleyriana de Elvis, o Divino. Ou da Nossa Sr.ª Dos Caramelos.
Anda por aí muito padre canhão para dar argumentos ao pessoal para se meter em coisas esquisitas. É como digo: a ICAR do esgoto tem muita culpa: são tachistas como os outros. O situacionismo é-lhes conveniente.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Lightning

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« Responder #14 em: Setembro 02, 2007, 10:23:49 pm »
O paganismo é uma religião???