a espanha imperial ja não existe, actualmente é um estado de direito composto por varias nações que vivem em harmonia (excepto os ultra nacionalistas de cada nação, que querem se tornar num estado nação).
O problema, é que um país como a Espanha não deixará nunca de ser um país imperial.
É como o império Austro-Hungaro.
Como disse o Pereira Marques, os croatas fartavam-se de rir se agora aparecesse um senhor a dizer que Croácia, República Checa, Eslováquia, Eslovénia não tinham o direito a existir, porque no passado obedeciam todos à mesma familia dos Habsburgos.
Cusiosamente a mesma que governava a peninsula ibérica, segundo o mesmo modelo pluri-naciona estilo «União Dinástica» em que apenas o monarca era compartilhado.
Durante muitos séculos, muitas nações europeias aceitaram mais ou menos de bom grado, fazer parte de realidades maiores, por uma questão de necessidade. Estas uniões de necessidade, levaram à criação de alguns dos maiores estados da Europa. A federação de estados germânicos foi uma, o império austro-hungaro outra.
A própria Sérvia, se não fosse o facto de não haver contiguidade geográfica provavelmente teria feito parte do império russo.
Da mesma forma, é evidente que a Catalunha (para dar um exemplo), também fez a mesma opção no século XVIII. Ou mantinha a sua identidade e parte dos seus forais dentro da Espanha ou poderia ser absorvida pela França.
A Espanha como Estado, teve uma função histórica. E mesmo em Portugal chegámos a considerar a vantagem de fazer parte de uma entidade maior, para garantir a nossa defesa, entre 1580 e 1640.
O problema que se coloca hoje, é que a Uniao Europeia e a NATO, vieram dar aos pequenos países a segurança que anteriormente lhes era dada pela sua pertença a entidades nacionais (mais ou menos artificiais).
Hoje, a Croacia, os três países bálticos a Eslováquia, Eslovenia. Rep. Checa e mesmo a Polónia têm as «costas» defendidas por uma organização militar que lhes permite dispensar aderir a um império, para garantir a sua própria segurança.
A Espanha, é dos poucos países que, sendo formado por nações com uma clara identidade nacional própria, ainda terá que passar por um processo natural de normalização.
Desde que há História escrita, que a península ibérica é constituída por vários povos e não por um ou dois.
A Catalunha (como Portugal) utilizou a protecção de uma entidade maior para garantir a sua sobrevivência.
O que é que a Catalunha ganha hoje em fazer parte da Espanha ?
A resposta é simples: Nada!
à medida que a integração europeia avançar no sentido que alguns parecem querer, as identidades nacionais dentro da UE tenderão a ter mais força.
Só falta um precedente. É que a U.E. é uma união de Estados e não de Nações. Por isso, em teoria, se um Estado se fragmenta, há uma entidade que deixa de fazer parte da UE, porque como Estado não faz parte da União.
Quando ocorrer um fraccionamento dentro da UE, vai-se abrir a caixa de Pandora, porque a U.E. é uma União de Estados, mas ao mesmo tempo quer criar a figura do Cidadão Europeu.
Ora a cidadania europeia, depois de atribuída não pode ser retirada.
ISto que dizer que se amanhã a Escócia saír da Grã Bretanha, os escoceses continuam a ser cidadãos europeus.
Se a Escócia é constituída por cidadãos europeus, então esses cidadãos europeus têm o direito a ser representados pelo Estado em que se constituíram.
O estado máximo de pulverização, implicaria a dissolução de Alemanha Federal, da Espanha e da Itália.
Neste âmbito, surgiriam novas realidades com países como a Inglaterra ou a Polónia a ganhar maior preponderância, além claro da França, mesmo que perdesse a Córsega.
Mas a pulverização tenderia a fazer desaparecer grandes estados e a aproximar a União Europeia do modelo dos Estados Unidos, onde o maior estado, tem 10% da população.
O maior país da União Europeia, seria a França, seguida da Inglaterra, com 51.000.000 de habitantes.