Menina desaparecida no Algarve

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papatango

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« Responder #90 em: Setembro 07, 2007, 09:17:11 pm »
Na verdade o que parece que a Sky News tem transmitido são as opiniões da familia e de familiares ou amigos dos pais da criança, e além disso avisaram disso.

As criticas dirigidas à policia não são apenas dos ingleses e na realidade é esquisito que apenas meses depois a policia entreviste os pais da criança em separado.

Temos que saber separar o nosso patriotismo tradicional, que nos leva a rejeitar as criticas à policia portuguesa, apenas porque a policia é portuguesa.
Na verdade, ainda se anda a discutir o que raio é isso de "ARGUIDO", porque se conclui que nem é suspeito nem é testemunha, nem é acusado.

Devemos ser tão racionais quanto possível. Na realidade não sabemos o que se passa e não devemos tomar como certas as afirmações de pessoas como o Moita Flores ou como um "pseudo-especialista" investigador da TVI  que apenas dão impressões, estão muito menos informados que o que parece e acabam por levar as pessoas a decidir antes dos tribunais.

Há programas de TV que julgam as pessoas ou absolvem as pessoas em directo na TV e condicionam assim os juizes e os tribunais em geral.
No caso «Joana», não havendo corpo da vítima, há quem afirme que pura e simplesmente não podia haver decisão contra o reu, porque não foi encontrado o corpo da vítima.

Só acho que a Kate Maccan, não vai ter a pouca sorte de tropeçar ou de se auto-mutilar para depois aparecerem fotos com a cara dela toda amassada e com sangue pisado.

Não podemos atirar pedras aos outros. Os nossos telhados, são do mais fino cristal.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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unpredictable

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« Responder #91 em: Setembro 07, 2007, 11:26:25 pm »
Então os cães que indentificaram sangue a presensa de uma cadáver não são da Policia Inglesa?!!!!!E as amostras não foram para analise para a Inglaterra??...A Policia Judiciária faz o que pode com o que tem ,nós não sabemos como está  desenrrolar a investigação.Mesmo assim estou a borrifar para o caso, pois para mim a culpa é dos pais,inicialmente deixaram a menina em casa sozinha com os irmãos a dormir e porta destrancada-COMPLETA IRRESPONSABILIDADE- Mas ninguem se lembra já deste facto e depois a PJ é que paga e nós PORTUGUESES também pagamos.
Se fosse o contrário um menina portuguesa desaparecer em manchester por exemplo e depois de 4 meses nada soubesse ,vocês colegas foristas acham que havia uma agazarra como está a haver.....Não me parece, os pais portugueses eram julgados em praça publica INGLESA como Irresponsaveis e inferiores.Agora porque é que os pais não podem ser julgados na praça publica cá.!!!!Estou me a borrifar (como já tinha dito e repito) para o Caso Madie preocupo me mais se desaparecer uma criança portuguesa porque não vai ter nem um terço de cobertura e ajuda da policia que este teve...esta é a verdade! :cry:

DEIXEM A PJ TRABALHAR!!!!!
LET THE PJ WORK!!!!!Don´t let your children alone in home!!
 

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Luso

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« Responder #92 em: Setembro 08, 2007, 12:12:16 am »
Um pormenor:

- Não vos choca aquele aspecto vergonhoso da entrada das instalações da PJ de Portimão?
Parece uma cave de um qualquer edifício de pato-bravo, sem qualquer dignidade, e com direito a buraco na parede e tudo.
Como o do Tribunal de Monsanto, em que os passeios e as baías de stacionamento se encontravam cobertas de matagal. Demonstra desleixo e não inspira respeito e segurança. Vergonhoso!

Quanto ao receio da debandada inglesa: talvez não fosse má ideia diversificar a carteira de clientes.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Jorge Pereira

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« Responder #93 em: Setembro 08, 2007, 02:19:09 am »
Penso que isto ajudará a esclarecer uma série de questões sobre o caso Joana:

Citar
Joana Isabel Cipriano Guerreiro, ou simplesmente Joana. Tinha oito anos quando desapareceu. A mãe e o tio foram condenados pelo homicídio, mas o cadáver nunca apareceu. O caso, que emocionou o país, fez as manchetes dos jornais e especialistas de todas as áreas falaram sobre ele. Apenas uma versão tinha ficado por contar: a da PJ.

Dois anos depois do desaparecimento da menina de Figueira, um dos inspectores que trabalhou na investigação, Paulo Pereira Cristóvão, abre o livro e em 177 páginas conta pormenores sobre o caso que o emocionou, «porque os polícias também choram», e o levou a sair da PJ. «A estrela de Joana» chegou hoje às livrarias.

«Os inteligentes de Lisboa»

Joana tinha desaparecido há um mês, Leonor e João Cipriano tinham confessado o homicídio, mas não diziam onde estava o corpo. As pressões eram muitas, sobretudo dos responsáveis de Lisboa e dos média. Sem resultados visíveis dos investigadores do Algarve, a PJ manda três reforços de Lisboa, entre eles está Paulo Pereira Cristóvão. Vistos com desconfiança pelos colegas de Faro e com pouca informação sobre o caso, esboçam uma estratégia que assenta nos interrogatórios e obriga a voltar atrás e começar a investigação do início. É sobre esta fase que fala o livro.

Os interrogatórios aos irmãos, Leonor e João, revelaram-se fulcrais. No livro, o ex-PJ faz o retrato dos arguidos: João era manipulador, controlado, mas quando bebia e era contrariado perdia o controlo e tornava-se violento. E no dia em que Joana desapareceu passou a tarde a beber.

João «tinha um apetite sexual contínuo» e a PJ acredita que mantinha relações sexuais com a irmã gémea, Anabela. João tinha também um claro ascendente sobre a irmã, Leonor. Esta era narcisista, fria. Foi obrigada a prostituir-se pela própria mãe e há historial de «relações sexuais entre irmãos e progenitores, violência familiar e possibilidade de consanguinidade». Leonor tinha tido várias relações. Além de Joana, tinha mais dois filhos a viver com ela e outra que morava com a avó paterna, que não queria saber da mãe. Terá tido ainda vários abortos.

Violar era pior do que matar

Joana apanhou a mãe e o tio a ter relações sexuais, ameaçou contar ao padrasto e foi então que a mataram. Esta foi a versão contada por João Cipriano. Mas a PJ desconfiava que a história não terá sido bem assim.

Joana gostava muito da mãe, por isso, os investigadores não acreditavam que a denunciasse. Só alguma coisa mais grave explicaria que passasse por cima do amor que tinha a Leonor. Por isso, acreditavam que João tinha violado a sobrinha, perante a passividade da mãe. Quando ameaçou denuncia-los, foi agredida por ambos. Esta versão explicaria também por que não queriam que o corpo fosse encontrado. João preferia admitir que matou a sobrinha do que revelar que teve relações sexuais com ela. Se o corpo não fosse encontrado, nunca se saberia.

O tio confirma as agressões, diz que depois de lhe baterem a menina ficou «quietinha no chão». Pensaram que estava morta e era preciso livrarem-se do cadáver. Enquanto Leonor fingia procurar a filha com o companheiro (Leandro) e um amigo (Carlos), João resolveu cortar o corpo da sobrinha em pedaços, para ser mais fácil desfazer-se dele. Depois meteu-o numa arca congeladora. Leandro não acreditou que Joana fugisse. «Era muito certinha». Confrontou-os com as suas dúvidas até que lhe contaram a verdade. Não acreditou até ver o corpo. Ameaçaram-no para que ajudasse a esconder o cadáver. Acabou por aceder. As partes do cadáver da menina foram escondidas num carro de sucata e levadas para Espanha, onde o veículo foi queimado e compactado. Lá dentro estavam também os utensílios que serviram para esquartejar o cadáver.

Esta foi a versão que João Cipriano confessou. Primeiro apenas ao investigador e, no dia seguinte, na presença da sua advogada. Mas quando lhe perguntaram se abusou da sobrinha respondeu indignado: «Eu não lhe fiz mal, só a matei».

Uma das decisões do trio de investigadores que seguiu de Lisboa foi voltar à casa de Joana. Com a certeza de que se tratava de um homicídio, levaram especialistas forenses para recolher vestígios biológicos e procurar indícios de sangue e sémen.

As descobertas deixaram-nos empolgados, mas a primeira estava à vista de todos. Dentro de casa estavam as chinelas que a mãe disse que Joana usava quando desapareceu. Uma debaixo de um sofá, perto do sítio onde terá sido morta, e a outro estava junto do restante calçado da menina.

As restantes descobertas foram feitas ao estilo CSI. Com uma lâmpada ultravioleta encontraram marcas de uma face, perto da porta, «a cerca de metro e meio do chão». Mais a cima, à direita, marcas de uma pequena mão e à esquerda, mais abaixo, outra mão, que deslizou até ao rodapé. «Este terá sido o último movimento de Joana». Todos estes indícios corroboram a versão contada pelo tio. No exterior, na ombreira da porta, mais marcas de mãos mostram que a menina tentou fugir, mas foi agarrada, situação que o tio também descreveu.

No sofá, onde João disse que estava a ter relações com Leonor quando Joana entrou, não havia vestígios biológicos. Mas uma das pernas do sofá tinha vestígios de sangue.

Já no quarto de Joana, a luz ultravioleta encontrou algo. Havia duas camas, uma onde dormia Carlos, um amigo do padrasto da menina e outra onde dormia Joana, que ficava junto à parede. Na coberta da cama de Joana e no colchão foram encontrados vestígios que os investigadores suspeitam que sejam de esperma, assim como na parede que ficava ao lado da cama.

Nas gavetas apenas encontraram apenas um par de cuecas da menina, o que causou estranheza aos investigadores. Nesta peça de roupa interior havia vestígios biológicos.

Também na arca frigorífica, onde o tio disse que meteu o corpo da Joana, havia sangue. E até os «carraços» que surgiram lá em casa depois de a menina desaparecer foram enviados para análise. A expectativa era grande.

Do laboratório veio a desilusão e um novo mistério

Não foi possível retirar ADN do sangue recolhido nos vários locais da casa e por isso, não conseguiram confirmar que fosse de Joana. Apenas a amostra que estava na perna do sofá foi identificada. O material genético mostrava ser de um descendente de Leonor, mas não era de Joana, nem dos irmãos que viviam lá em casa, nem da irmã que vivia longe. Teria Leonor mais filhos? Os investigadores nunca chegaram a saber.

O material biológico que estava na cama da menina e que a PJ suspeita que fosse sémen não foi identificado. O das cuecas da menina era sangue, mas não se sabe de quem.

Acusação de tortura

Durante o interrogatório Leonor pensa que Leandro confessou o que aconteceu à menina e confessa o que fizeram ao corpo. No final, vira-se para uma fotografia da filha, que estava colada na parede, e pede-lhe desculpa. Descontrolada, diz-lhe que não a vão prender e que vai matar-se.

Ainda o investigador estava a fazer o relatório deste interrogatório quando ouve gritos. Nervosos, os colegas contam-lhe que Leonor se atirou pelas escadas. Tentou matar-se. Bateu com a nuca e ficou ferida, mas, mesmo assim, levantou-se e pediu desculpa à PJ. Depois de a levarem ao médico, que recomendou que ficasse deitada «para que o sangue pisado não descesse para os olhos», entregaram-na na prisão.

No dia seguinte um telefonema anónimo avisa-os de que na prisão estão a tentar convencer Leonor a dizer que foi agredida pela PJ. Uns dias mais tarde, a directora da prisão envia uma carta com fotografias de Leonor para o Director Nacional da polícia. Diz que ela foi agredida pelos investigadores.

A carta de uma reclusa identificada contradiz esta versão. Diz que Leonor sempre disse que caiu das escadas. Só após uma reunião com a directora da prisão é que começou a contar que foi agredida na PJ e dizia que ia receber uma indemnização. Mais tarde, o MP acusou três investigadores de tortura.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Luso

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« Responder #94 em: Setembro 08, 2007, 12:52:27 pm »
Que bomba, Jorge! :shock:
Compreenderei bem que há um movimento que tenta descredibilizar a PJ?
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André

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« Responder #95 em: Setembro 08, 2007, 06:56:40 pm »
Justiça portuguesa está a fazer o seu trabalho

Citar
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Miliband, considerou hoje que a justiça portuguesa está a fazer o seu trabalho no caso do desaparecimento de Madeleine McCann e que «o mais importante é saber o que aconteceu à menina».
«A justiça portuguesa está a fazer o seu trabalho e os serviços consulares britânicos estão a cumprir a sua obrigação, mas o mais importante é a menina», declarou Miliband aos jornalistas, citado pela agência EFE, à margem da reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que decorre em Viana do Castelo.

Os pais de Madeleine, Kate e Gerry McCann, foram constituídos arguidos no caso do desaparecimento da sua filha, que tinha três anos quando desapareceu a 3 de Maio do empreendimento Ocean Club, na Praia da Luz, Algarve, enquanto os pais jantavam num restaurante próximo.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #96 em: Setembro 09, 2007, 11:53:35 am »
Grande vontade de "fugir"????

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McCann regressaram a casa
2007/09/09 | 10:12
Casal viaja para o Reino Unido, esta manhã, para dar aos gémeos uma vida normal. Em comunicado, McCann sublinham que não podem comentar investigação, apesar de «haver tanto para dizer» e garantem que não estão envolvidos no desaparecimento da filha. Autoridades foram avisadas, diz assessora. PJ não sabia desta viagem
 
 Multimédia:
 Fotografias
MAIS:
  McCann ponderam deixar Portugal

«Kate e Gerry McCann regressam ao Reino Unido, como estava originalmente planeado». O comunicado, lido pela porta-voz dos McCann, Justin McGuinness, à porta do aeroporto de Faro, esta manhã cerca das 9h45, explica que a família volta a casa para «reintroduzir os gémeos a uma vida normal». Ontem, durante o dia, os McCann chegaram a garantir que ficariam para «lutar contra» as acusações que foram feitas. Mas a pressão da família para que regressassem a casa, com os gémeos, a uma vida normal pesou na decisão.

No comunicado, Justin McGuinness faz ainda referência aos últimos acontecimentos, que foram «muito perturbadores» para o casal. «A lei portuguesa impede os McCann de comentar a investigação policial, mas havia tanto para dizer», sublinhou a porta-voz, acrescentando, contudo, que há algo que podem dizer: os pais de Maddie afirmam que «não estão envolvidos de qualquer forma no desaparecimento» da filha. Nesta mensagem deixada aos jornalistas, enquanto já tinha descolado em direcção ao Reino Unido, McGuiness faz questão de frisar que abandonam o país com o acordo das autoridades portuguesas.
Contudo, à agência Lusa, fonte da PJ diz desconhecer esta viagem de regresso a casa.

Os McCann partiram num avião da easyJet depois de terem sido constituídos arguidos, sexta-feira, no caso do desaparecimento da sua filha. Gerry e Kate McCann entraram pela zona VIP do aeroporto de Faro, evitando assim os jornalistas que esperavam por eles, e estão sentados na parte da frente do avião, com a segunda fila vazia, para terem mais privacidade. Sem terem passado pelo controlo normal e burocracia nos aeroportos, nem pelo check-in, o casal entrou directamente por um portão que dá acesso directo à pista.

Alguns passageiros britânicos, ao entrarem no avião, ofereceram palavras de conforto ao casal, uma vez que estão sentados mesmo à porta do aparelho. A Sky News, que conseguiu arranjar lugar no voo 6552, relatou que os McCann pareciam aliviados por regressar a casa com os gémeos. No entanto, o sentido dos media ingleses é que este é um dia «muito triste» para os McCann, que sempre tinham dito querer voltar como uma família de cinco. Hoje partem para o Reino Unido como uma família de quatro elementos.

Recorde-se, contudo, o Termo de Identidade e Residência aplica automaticamente a quem é constituído arguido não impede o casal de viajar. Mais: a morada fornecida pelo casal às autoridades é a residência no Reino Unido, assim os McCann podem permanecer em casa por mais de cinco dias - o tempo máximo de ausência do local conhecido pela Polícia Judiciária como morado oficial.


http://www.portugaldiario.iol.pt/notici ... div_id=291


Ah, se tivesse sido um casal português...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
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papatango

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« Responder #97 em: Setembro 09, 2007, 02:16:40 pm »
Se tivesse sido um casal português em Portugal tinha ido para casa.

O problema não é ser um casal português, mas sim ser um casal de pessoas com uma cultura maior.

O sistema judicial português é em parte visto pelos britânicos como Kafkiano. Isso ficou demonstrado pelo medo que eles tiveram (já no caso do Murat isso se notou) de prestar declarações, porque não sabem o que podem ou o que não podem dizer.

Num país em que a justiça se apoia na figura da «Confissão» para sentenciar pessoas (como aconteceu no caso Joana), mesmo sem haver «Corpus Delicti», há razões para entender as criticas feitas por parte da imprensa britânica.

A verdade, é que o caso Joana, foi uma VERGONHA NACIONAL e demonstrou que a Policia Judiciaria foi incapaz de encontrar provas para incriminar as pessoas que acabaram por ser presas e condenadas.

As reações «patrioticas» são muito interessantes, mas não devem permitir que nos toldem o raciocinio.

A verdade é que neste caso, como noutros casos, a policia não conseguiu fazer NADA!
E se for verdade que a policia aconselhou a Kate Maccan a confessar para obter uma pena mais leve [1] então isso apenas seria uma demonstração do completo falhanço da Policia Judiciária neste caso.

Visto de Inglaterra, o sistema judicial português parece (como disse acima) Kafkiano, tortuoso e indecifravel. Se os Maccan fossem portugueses, teriam mais dificuldade em escapar dele.

Mas a culpa não está nos alegados criminosos, mas sim num sistema cinzento e obscuro em que o Segredo de Justiça, é a principal arma para esconder a incopetência ou a inação.

Vide o caso «Rui Pedro» em que a mãe andou cinco (CINCO) anos a tentar obter alguma informação da Policia Judiciária sobre a investigação sobre o paradeiro do filho.

A PJ escondeu-se durante cinco anos atrás do Segredo de Justiça.
NÃO TINHAM FEITO PRATICAMENTE NADA, REPITO, NADA, além de um alerta internacional.


Temos em Portugal muitas coisas más, outras aceitáveis e outras boas. Nas policias há de tudo.
Temos seguramente muito bons investigadores e pessoas competentes, mas p «retrato geral» não nos permite dizer que temos uma das melhores policias do mundo.

Como é que podemos saber se temos uma das melhores policias do mundo se os crimes por resolver e em investigação ficam em segredo sem se saber o resultado?

Este caso, com a projecção internacional que teve, deveria servir como exemplo para que as coisas se alterassem.

Mas não vai mudar nada, sabem porquê?
Porque nos escondemos atrás do patriotismo, para negar as nossas próprias deficiências.

Os ingleses são tontos, (e os americanos mais, porque a CNN tem sido muito mais imbecil que a Sky News). Já sabemos isso!

Mas por detrás das criticas muitas vezes injustas e quase racistas, há afirmações que deveriamos analisar com racionalidade e objectividade.

Seremos capazes disso?



Cumprimentos



[1]Nunca é demais lembrar que esta informação não foi confirmada e pode ser invenção da família. Mas foi assim que a PJ resolveu o caso «Joana».
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Jorge Pereira

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« Responder #98 em: Setembro 09, 2007, 02:59:38 pm »
Vejam só até onde vai a nojenta campanha que tenta desacreditar a PJ:

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« Responder #99 em: Setembro 09, 2007, 03:13:36 pm »
Citação de: "papatango"
Mas a culpa não está nos alegados criminosos, mas sim num sistema cinzento e obscuro em que o Segredo de Justiça, é a principal arma para esconder a incompetência ou a inação.


Também é essa a minha ideia sobre o SdJ.
Julgo que o sistema mais uma vez demonstra a sua podridão.

- Sá Carneiro;
- Emaudio;
- Casa Pia;
- Somague;
- As Universidades privadas;
- Apitos de todas as cores,
- Etc, etc...

É tudo muito "I República".
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« Responder #100 em: Setembro 10, 2007, 12:29:00 pm »
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Madeleine: McCann consultam advogado de Pinochet

Os pais de Madeleine McCann, considerados suspeitos pelo desaparecimento da própria filha, anunciaram em comunicado que pretendem consultar o advogado que defendeu o ex-ditador Augusto Pinochet, Michael Caplan.

Segundo a BBC, Caplan é sócio de um dos mais repeitados escritórios de advocacia internacional britânica, Kingsley Napley, que ganhou reconhecimento ao conseguir evitar a extradição de Pinochet, que se encontrava no Reino Unido, para o Chile.

Gerald e Katherine McCann, que foram constituídos arguidos na passada sexta-feira, regressaram à Inglaterra no domingo, reafirmando não terem qualquer participação no desaparecimento da menina de quatro anos, de um complexo turístico na Praia da Luz, a 3 de Maio.

A porta-voz da família, Justine McGuiness, afirmou que o casal teve o consentimento da Polícia Judiciária (PJ) para abandonar Portugal, uma vez que se encontram apenas com a medida de coacção mínima, termo de identidade e residência.

Apesar da PJ afirmar ter encontrado vestígios do sangue de Maddie num carro alugado pelos pais quase um mês após o seu desaparecimento, os McCann continuam a proclamar inocência. «Tudo o que queremos é encontrá-la», afirmaram à chegada ao Reino Unido.

Em declarações a vários órgãos de comunicação social, Kate e Gerry McCann alegam que a PJ quer encontrar um culpado «a todo o custo», uma vez que o País «não tem nenhuma lei contra a pedofilia».

10-09-2007 11:52:38



DD
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« Responder #101 em: Setembro 10, 2007, 01:16:45 pm »
PJ acredita que indícios justificam preventiva

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A Polícia Judiciária (PJ) acredita ter "indícios suficientes" para incriminar Kate e Gerry McCann, que na sexta-feira foram constituídos arguidos e sujeito a Termo de Identidade e Residência (TIR). Sobre eles recai a suspeita da morte da criança, a 3 de Maio, no apartamento da Praia da Luz, e da ocultação do seu cadáver. Mas só nos próximos dias se saberá se o procurador do Ministério Público (MP) de Portimão, que hoje recebe o relatório das inquirições efectuadas quinta e sexta-feira aos pais da criança britânica, decidirá notificar o casal na sua morada em Inglaterra, para que regressem a Portugal, a fim de serem presentes a um juiz.

E só o juiz lhes poderá alterar a actual medida de coacção, que poderá atingir, em situação extrema - que actualmente não se verifica -, a prisão preventiva. Se for essa a decisão do MP, e os pais de Maddie terão de se apresentar em Portimão na data indicada pelo procurador. Caso não o façam, poderá impender sobre eles um mandato captura internacional.

Mas as dificuldades começam aqui. Um dos juristas ouvidos pelo DN lembrou que lhes "bastará apresentar um atestado médico, alegando um qualquer problema de saúde para adiarem um interrogatório ou uma simples diligência da PJ, comprometendo dessa forma a investigação em curso". De qualquer modo, o casal já fez saber que estará disponível para regressar a Portugal quando para tal for notificado. Mas o MP poderá, também, chegar pura e simplesmente à conclusão de que não existem provas suficientes para sustentar em tribunal a tese da morte.

A confiança nas provas

Segundo apurou o DN junto de fontes próximas do processo, nas dez viaturas sujeitas a testes periciais em Agosto, só no Renault Scénic alugado pelos McCann 25 dias após o desaparecimento da filha foram detectados, "por debaixo do forro da bagageira fluidos biológicos, os quais coincidem em 80% com o perfil genético da criança". E só o facto de ser "reduzida" a amostra enviada para o laboratório de Birmingham, no Reino Unido, "não terá permitido atingir os 100%" nos resultados aos exames forenses. Já em buscas realizadas na vivenda «Vista do Mar", na urbanização Luz Parque, na Praia da Luz, ocupada pelos McCann de Julho até ontem de manhã, foram detectados odores a cadáver em roupas da mãe de Madeleine, bem como no já famoso urso de peluche da criança.

'Uma espécie de fuga'

Embora legalmente nada impedisse o regresso dos McCann a casa, a Judiciária acabou por ficar surpreendida com a decisão, a qual representa, na perspectiva de vários investigadores, uma "espécie de fuga", o que, naturalmente, "poderá ter consequências no decorrer do processo, com atrasos". Até porque, sabe o DN, a PJ tinha "aconselhado" os McCann a não abandonarem Portugal sem saberem qual a decisão que os órgãos judiciais irão tomar em relação a uma eventual alteração da actual medida de coacção.

O outro arguido

Quem não ficou surpreendido com a nova situação jurídica dos McCann foi Francisco Pagarete, advogado de Robert Murat, que continua arguido no caso por suspeita de rapto, apesar de haver dois arguidos por suspeita de morte. "O facto de terem sido constituídos arguidos não é coisa que me surpreenda. Mas não temos mais comentários a fazer," disse ao DN. Sobre a situação do seu constituinte, disse continuar "à espera de uma rápida solução", mas não vai propor iniciativa alguma. "É o MP que tem de analisar os indícios e ver se existe alguma indicação que faça com que o meu cliente deixe de ser arguido."|
 

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« Responder #102 em: Setembro 10, 2007, 01:27:53 pm »
http://www.correiodamanha.pt/noticia.as ... al=181&p=0

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2007-09-10 - 13:00:00

Caso Madeleine McCann
PJ acredita que Kate matou a filha


Madeleine poderá ter sido agredida. Mas também poderá ter morrido na sequência de um acidente, depois de ter sido sedada para dormir. É esta a convicção da Polícia Judiciária, que acredita ter sido Kate que matou Maddie, de forma acidental ou consciente. As certezas não existem, apenas indícios que apontam para a mãe da criança. Pelo seu comportamento, pela forma como agiu relativamente ao desaparecimento da filha, pelos odores a cadáver e vestígios forenses recolhidos pela polícia científica.


Kate apresentou-se na quinta-feira na Polícia Judiciária visivelmente descontrolada. Fontes policiais contactadas pelo CM dizem que teve várias vezes, ao longo das mais de 13 horas de interrogatório, reacções histéricas. E recusou responder a muitas perguntas. Não explicou o sangue encontrado no carro, não respondeu se esbofeteava a filha. E nem sequer confirmou com clareza se sedava as crianças.Certezas para a PJ são apenas os factos. E esses revelam que era Kate quem habitualmente cuidava das crianças, as deitava regularmente, enquanto Gerry jogava ténis ou descansava na piscina. O depoimento da septuagenária inglesa (Pamela Fenn), que ocupava um apartamento no andar de cima ao utilizado pelos McCann, indicia também que Kate às vezes se tornava violenta. Descontrolava-se, sendo audíveis os gritos da menina a chamar pelo pai. Há outra testemunha, também inglesa, que refere o mesmo cenário. Kate parecia ter momentos de agressividade perante os filhos, sendo o pai, embora mais ausente, quem revelava maior controlo emocional.Kate refutou todas estas suspeitas na Polícia Judiciária de Portimão onde foi interrogada e foi nesse quadro que lhe foi explicado o enquadramento penal do homicídio por negligência. O CM sabe que os investigadores, embora não a confrontassem directamente com uma possível agressão, lhe explicaram que ao não confessar o acidente poderia abrir portas para um quadro legal mais penoso.O que significa que deixaria de se tratar de um homicídio negligente, para passar a um crime qualificado ou com dolo eventual.PAI PEDE PROVAS À PJGerry teve também um comportamento invulgar durante o interrogatório judicial. Confrontado com as suspeitas da PJ, o pai de Maddie pediu repetidas vezes que lhe fossem fornecidas provas. Não negou peremptoriamente os factos, mas tentou perceber se as autoridades tinham indícios suficientes para sustentarem a tese de homicídio.Para a PJ há também uma outra situação estranha. Se se tratou de um acidente, por que é que os McCann se desfizeram do cadáver e simularam um rapto? A hipótese de esconderem algo mais do que um acto irreflectido está em cima da mesa e os investigadores esperam apenas esgotar todas as hipóteses para que eles expliquem a morte. Depois disso avançarão para a acusação formal de homicídio e ocultação de cadáver.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #103 em: Setembro 10, 2007, 01:37:57 pm »
Citação de: "papatango"
Se tivesse sido um casal português em Portugal tinha ido para casa.


Duvido muito...

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O problema não é ser um casal português, mas sim ser um casal de pessoas com uma cultura maior.

O sistema judicial português é em parte visto pelos britânicos como Kafkiano. Isso ficou demonstrado pelo medo que eles tiveram (já no caso do Murat isso se notou) de prestar declarações, porque não sabem o que podem ou o que não podem dizer.


Paciencia, estão noutro País , têm de sujeitar-se ás LEIS desse País.

Qualquer um de nós que vá ao estrangeiro tem de sujeitar-se ás leis do País que visita que eu saiba!

O que é isso de "cultura maior"...como são ingleses de classe-média-alta merecem ser "previlegiados"??? Não entendi...


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Num país em que a justiça se apoia na figura da «Confissão» para sentenciar pessoas (como aconteceu no caso Joana), mesmo sem haver «Corpus Delicti», há razões para entender as criticas feitas por parte da imprensa britânica.

A verdade, é que o caso Joana, foi uma VERGONHA NACIONAL e demonstrou que a Policia Judiciaria foi incapaz de encontrar provas para incriminar as pessoas que acabaram por ser presas e condenadas.

Por isso mesmo eu digo que se fossem Portugueses há muito estavam presos. Como eram estrangeiros e ainda por cima com "influência" , andaram aí a passear , foram-se embora, o nosso País e a PJ são enxovalhados a torto e a direito e ninguèm (leia-se GOVERNO) abre a boca.

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As reações «patrioticas» são muito interessantes, mas não devem permitir que nos toldem o raciocinio.

E se fossem Espanhois? :mrgreen:



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A verdade é que neste caso, como noutros casos, a policia não conseguiu fazer NADA!
E se for verdade que a policia aconselhou a Kate Maccan a confessar para obter uma pena mais leve [1] então isso apenas seria uma demonstração do completo falhanço da Policia Judiciária neste caso.

Não? Como sabe? está a par do processo?

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Visto de Inglaterra, o sistema judicial português parece (como disse acima) Kafkiano, tortuoso e indecifravel. Se os Maccan fossem portugueses, teriam mais dificuldade em escapar dele.

A mim não me importa se são Ingleses, chineses ou marcianos . Em Teoria a Lei devia ser igual para todos! (eu disse em teoria, sei muito bem que não é!)

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Mas a culpa não está nos alegados criminosos, mas sim num sistema cinzento e obscuro em que o Segredo de Justiça, é a principal arma para esconder a incopetência ou a inação.

Vide o caso «Rui Pedro» em que a mãe andou cinco (CINCO) anos a tentar obter alguma informação da Policia Judiciária sobre a investigação sobre o paradeiro do filho.

A PJ escondeu-se durante cinco anos atrás do Segredo de Justiça.
NÃO TINHAM FEITO PRATICAMENTE NADA, REPITO, NADA, além de um alerta internacional.

Isso é verdade, se a Maddie fosse portuguesa teria acontecido o mesmo e provavelmente os pais teriam sido linchados a primeira vez que saissem á rua...


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Temos em Portugal muitas coisas más, outras aceitáveis e outras boas. Nas policias há de tudo.
Temos seguramente muito bons investigadores e pessoas competentes, mas p «retrato geral» não nos permite dizer que temos uma das melhores policias do mundo.


Pior do que isso é a subserviencia de um sistema inteiro a estrangeiros, judicial , policial, etc.

Eu como não considero os ingleses uma "raça superior", muito longe disso...
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« Responder #104 em: Setembro 10, 2007, 02:08:03 pm »
Frequento um fórum inglês onde se discutem outras temáticas mas esta da menina teve que vir à baila. E a esmagadora maioria - para não a totalidade - jamais fez comentários à acção da polícia portuguesa e a maior parte suspeita dos pais.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...