A ANA e a Vinci já tem um video todo bonito cheio de animações sobre como vai ser o futuro aeroporto.
Confesso que esse vídeo me deixou mais confuso do que esclarecido, mas já lá vamos. Antes uma nota prévia: apesar do que o PM ontem afirmou acerca do estudo de impacte ambiental e que um possível parecer negativo do mesmo impediria a construção do aeroporto na BA6, penso que já estamos todos vacinados e cientes de que tal não virá a acontecer; primeiro porque António Costa é um político profissional, tem muito jogo de cintura, e é um verdadeiro "animal" político. Segundo porque a pressão que está a ser exercida, directa ou indirectamente, sobre os técnicos que estão a concluir a AIA (Avaliação de Impacte Ambiental) é tremenda e indecente. Cá estarei para ver se o PM cumpre a sua palavra caso o parecer a nível ambiental continue a ser negativo, se bem que em ano de eleições legislativas tudo pode ser possível.
Agora quanto ao aeroporto e ao vídeo da ANA/Vinci: fiquei deveras confuso e não com a parte civil da coisa, antes com a parte militar. Com a localização do terminal, numa área actualmente utilizada na BA6 para treino militar e de aeronaves, não vejo sinceramente
e a nível de espaço, qualquer necessidade das Esquadras ali sediadas terem de se mudar para outras bases, senão vejamos o print screen que fiz do referido vídeo:

1º - A placa Norte, onde se encontram os hangares NATO e neste momento estão colocadas as Esquadras 501 e 502 vai continuar a existir. Os hangares e as raquetes de dispersão disponíveis tanto nesse local, como do lado contrário da 08/26 são suficientes para o número de aeronaves existente: 7/8 C-295M, 4 C-130 e posteriormente 5/6 KC-390. Por isso não entendo.
2º - A placa Sul, antiga placa dos Fiats e que depois deles foi a placa dos Puma e dos Aviocar, encontra-se às moscas e, que se saiba, irá lá continuar. Possui um grande hangar, a precisar de algumas obras é certo, e até a área é maior na placa desde que há vários anos se demoliu a antiga torre de controlo. Por isso também não entendo.
3º - A placa, heliporto e hangar dos Hidros, atribuídos à Esq. 751, lá permanecem intocados. Estão na final da 01, é certo, porém lá continuam. E se a Marinha irá permanecer com a sua placa e hangar na BA6, situados nas traseiras dos da Esq. 751, porque é que os Merlin têm de ir para Sintra? Não entendo.
4º - Último ponto: a dificuldade de coexistência de civis e militares numa mesma estrutura aeroportuária. Ao contrário do que sucede um pouco por quase todo o mundo, parece que no Montijo logo à partida se levantaram problemas de coexistência por falta de espaço físico, espaço aéreo, movimentos por hora, etc. Ora se por todo o mundo vemos bases aéreas, que também são aeroportos regionais ou internacionais, e que sempre que tal é necessário é o voo militar que tem prioridade na descolagem e aterragem parando as operações civis nesse momento, porque é que no Montijo estamos, ou vamos, assistir ao contrário? É por irem partilhar a pista 01/19 com a mais que certa inutilização da 08/26?
Podem até dizer que não os membros do Governo e a chefia da Força Aérea, mas o que claramente transparece do discurso é que a presença da FAP ali é um empecilho e que a prioridade será dada ao tráfego aéreo civil e não militar, ainda para mais se formos a ver que as Esquadras com a missão de busca e salvamento ali se encontram. E qual é a solução? Deslocalizar, pirem-se daqui meus senhores que são um estorvo!
Fico a aguardar pelos próximos capítulos, sejam eles quais forem, para tentar entender (se é que tal é possível) um pouco mais sobre o maior erro nacional dos últimos tempos que pode estar prestes a acontecer.