Votação

Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

Sim
30 (47.6%)
Não
33 (52.4%)

Votos totais: 63

Votação encerrada: Janeiro 09, 2007, 07:28:51 pm

Referendo do aborto

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hellraiser

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« Responder #105 em: Janeiro 31, 2007, 02:29:22 pm »
Citação de: "Lancero"
Citação de: "hellraiser"
A verdade é feia... eu sei...

...mas como 1 imagem vale mais que 1000 palavras... Aqui ficam estas.

Pode ser que as pessoas comecem a perceber que são seres vivos e humanos que se esta a matar. E que não é como fazer uma lipo-aspiração ou cirurgia aos quistos.

Ainda não tinha declarado aqui o meu voto, que é um claro não! - por um princípio básico: o Estado devia ajudar as mulheres e não remediar com morte.
No entanto, essas imagens são acima de tudo (além de chocantes, o que não vejo o que ajude à campanha) demagogia. Um feto às dez semanas tem, em média, 14 gramas e mede seis centímetros - bem longe ainda das imagens que aqui colocou.


Coloquei imagens entre as 8 e as 24 semanas...
"Numa guerra não há Vencedores nem Derrotados. Há apenas, os que perdem mais, e os que perdem menos." Wellington
 

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"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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RedWarrior

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« Responder #107 em: Fevereiro 02, 2007, 05:40:20 pm »
Citação de: "hellraiser"
Adiante, o aborto consiste na incondicional morte do bebé
perdão? bébé?

Citação de: "hellraiser"
Com a diferença que aqui estamos a MATAR uma vida humana.
Finalmente encontrámos um especialista em bioética. Acho que é bom que se começe então essa discussão...

Citação de: "hellraiser"
Isto é um holocausto de que ninguém fala. SIM, HOLOCAUSTO.
...antes que eu oiça isto novamente.

 As imagens parecem-me pura pornografia para gente impressionável e mal informada, já que grande parte delas são de abortos tardios, não são de embriões com 10 semanas a contar desde a última menstruação. A prova é simples: Às 10 semanas, o embrião  tem entre 30 a 42mm e pesa 5 gramas. Também não tem actividade cerebral nem sistema nervoso. Não sente, não pensa e não tem consciência que existe. O início da pessoa é uma questão bioética muito complexa e longe de ser consensual. Vou deixar aqui um site que nos dá algumas luzes:

"Uma outra data, por volta da 10ª-14ª semana, sobressai de maneira significativa. Corresponde à que é arbitrariamente atribuída à passagem do embrião a feto. "Feto" é uma palavra reservada à vida embrionária do homem, que começa ao fim de 3 meses de gravidez. Pode-se relacionar com a data proposta por Tomás de Aquino, doutor da Igreja, para a chegada da alma ao corpo, situada no 40º dia de gravidez. Na época, a data da fecundação não estava determinada com precisão. A partir da 10ª-12ª semana, os abortos espontâneos são raros. Os medicamentos que provocam malformações não apresentam quase nenhum perigo. A silhueta do embrião toma forma humana. É no decurso do período da 10ª-12ª semana que se inicia a migração dos 80 biliões de neurónios para a sua localização definitiva, terminando no 6º mês (24ª semana) de gravidez. Antes da 10ª-12ª semana, os neurónios não têm actividade. Se o fim da vida é determinado pelo fim da actividade cerebral, pode admitir-se que o início da vida corresponde ao início da rede cerebral, e portanto da coordenação do organismo por um futuro cérebro. A rede neuronal está na origem das relações do futuro recém-nascido com o que lhe é exterior. Este período (10ª-14ª semana) é também o que, na maioria dos países, é considerado como o limite da autorização da interrupção voluntária da gravidez.

Uma outra data, a do 6º mês, é uma etapa decisiva na vida do feto. O sistema nervoso está no lugar. O bebé a nascer pode viver de modo autónomo e independente. No Japão, o aborto é admitido até à 24ª semana de gravidez."

http://ocanto.esenviseu.net/apoio/pessoab.htm

Citação de: "Lancero"
Um feto às dez semanas tem, em média, 14 gramas e mede seis centímetros - bem longe ainda das imagens que aqui colocou.

 Antes das 10 semanas a contar desde a última menstruação e não desde a fecundação, a mulher carrega no ventre um embrião e não um feto. Lancero, acho que estás a meter duas semanas a mais resultantes da diferença de duas semanas entre a fecundação e a última menstruação, sendo este último, o método utilizado para contar as semanas.

 No lado do Sim existem pessoas que são contra o aborto mas não querem impôr por Código Penal, esses valores aos outros, ou seja, seriam pessoas que quando confrontadas com uma gravidez indesejada optariam por ter a criança mas não querem impôr isso aos outros. E existem pessoas que são a favor do aborto quando confrontadas com uma gravidez indesejada, por acharem preferível a interrupção do desenvolvimento de um embrião, ao nascimento de um bébé que consideram não ter as condições a que tem direito.
O Sim é o único que abre as duas possibilidades. O Não, apenas oferece uma possibilidade, o que contraria a consciência de cada um por ser coercivamente imposto.
 
 A pergunta é muito simples: Se as vemos como criminosas ou não, se têm o direito de o fazer num local apropriado ou não, se têm a última palavra ou não.
 O meu voto é claramente, SIM!
A primeira vítima de todas as guerras é a verdade
 

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hellraiser

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« Responder #108 em: Fevereiro 02, 2007, 05:57:34 pm »
Citação de: "RedWarrior"
Citação de: "hellraiser"
Adiante, o aborto consiste na incondicional morte do bebé
perdão? bébé?

Citação de: "hellraiser"
Com a diferença que aqui estamos a MATAR uma vida humana.
Finalmente encontrámos um especialista em bioética. Acho que é bom que se começe então essa discussão...

Citação de: "hellraiser"
Isto é um holocausto de que ninguém fala. SIM, HOLOCAUSTO.
...antes que eu oiça isto novamente.

 As imagens parecem-me pura pornografia para gente impressionável e mal informada, já que grande parte delas são de abortos tardios, não são de embriões com 10 semanas a contar desde a última menstruação. A prova é simples: Às 10 semanas, o embrião  tem entre 30 a 42mm e pesa 5 gramas. Também não tem actividade cerebral nem sistema nervoso. Não sente, não pensa e não tem consciência que existe. O início da pessoa é uma questão bioética muito complexa e longe de ser consensual. Vou deixar aqui um site que nos dá algumas luzes:

"Uma outra data, por volta da 10ª-14ª semana, sobressai de maneira significativa. Corresponde à que é arbitrariamente atribuída à passagem do embrião a feto. "Feto" é uma palavra reservada à vida embrionária do homem, que começa ao fim de 3 meses de gravidez. Pode-se relacionar com a data proposta por Tomás de Aquino, doutor da Igreja, para a chegada da alma ao corpo, situada no 40º dia de gravidez. Na época, a data da fecundação não estava determinada com precisão. A partir da 10ª-12ª semana, os abortos espontâneos são raros. Os medicamentos que provocam malformações não apresentam quase nenhum perigo. A silhueta do embrião toma forma humana. É no decurso do período da 10ª-12ª semana que se inicia a migração dos 80 biliões de neurónios para a sua localização definitiva, terminando no 6º mês (24ª semana) de gravidez. Antes da 10ª-12ª semana, os neurónios não têm actividade. Se o fim da vida é determinado pelo fim da actividade cerebral, pode admitir-se que o início da vida corresponde ao início da rede cerebral, e portanto da coordenação do organismo por um futuro cérebro. A rede neuronal está na origem das relações do futuro recém-nascido com o que lhe é exterior. Este período (10ª-14ª semana) é também o que, na maioria dos países, é considerado como o limite da autorização da interrupção voluntária da gravidez.

Uma outra data, a do 6º mês, é uma etapa decisiva na vida do feto. O sistema nervoso está no lugar. O bebé a nascer pode viver de modo autónomo e independente. No Japão, o aborto é admitido até à 24ª semana de gravidez."

http://ocanto.esenviseu.net/apoio/pessoab.htm

Citação de: "Lancero"
Um feto às dez semanas tem, em média, 14 gramas e mede seis centímetros - bem longe ainda das imagens que aqui colocou.
Antes das 10 semanas a contar desde a última menstruação e não desde a fecundação, a mulher carrega no ventre um embrião e não um feto. Lancero, acho que estás a meter duas semanas a mais resultantes da diferença de duas semanas entre a fecundação e a última menstruação, sendo este último, o método utilizado para contar as semanas.

 No lado do Sim existem pessoas que são contra o aborto mas não querem impôr por Código Penal, esses valores aos outros, ou seja, seriam pessoas que quando confrontadas com uma gravidez indesejada optariam por ter a criança mas não querem impôr isso aos outros. E existem pessoas que são a favor do aborto quando confrontadas com uma gravidez indesejada, por acharem preferível a interrupção do desenvolvimento de um embrião, ao nascimento de um bébé que consideram não ter as condições a que tem direito.
O Sim é o único que abre as duas possibilidades. O Não, apenas oferece uma possibilidade, o que contraria a consciência de cada um por ser coercivamente imposto.
 
 A pergunta é muito simples: Se as vemos como criminosas ou não, se têm o direito de o fazer num local apropriado ou não, se têm a última palavra ou não.
 O meu voto é claramente, SIM!


Enfim... respostas clássicas, tiradas de sites de propaganda pro aborto. Que falta de originalidade.

Especialista em bio-ética não sou. Mas em Biologia, posso dizer que tenho algo mais que conhecimentos empíricos.

Deveria reconsiderar o que escreveu sobre embriologia porque pelo que eu li (um leitura vertical após ver tanto erro nas primeiras frases), você não faz a mínima ideia do que esta a escrever, e limita-se a copiar argumentos que encontra nalgum site pro-aborto que apresenta informações dúbias, distorcidas e falsas.
"Numa guerra não há Vencedores nem Derrotados. Há apenas, os que perdem mais, e os que perdem menos." Wellington
 

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RedWarrior

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« Responder #109 em: Fevereiro 02, 2007, 06:14:10 pm »
Concretamente, com o que é que não concordas?
A primeira vítima de todas as guerras é a verdade
 

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Yosy

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« Responder #110 em: Fevereiro 03, 2007, 03:08:54 am »
Um argumento (que acabou logo com uma discussão que estava a ter com amigos sobre isto): quem vota "sim" não está a obrigar ninguém a ir abortar, está só e apenas a dar uma opção; que vota "não" está a impor uma moralidade a outros.
 

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papatango

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« Responder #111 em: Fevereiro 03, 2007, 12:53:52 pm »
Citação de: "Yosy"
Um argumento (que acabou logo com uma discussão que estava a ter com amigos sobre isto): quem vota "sim" não está a obrigar ninguém a ir abortar, está só e apenas a dar uma opção; que vota "não" está a impor uma moralidade a outros.


Esse argumento não é sério.

Imagine que estamos a discutir a despenalização dos assaltos à mão armada.

Veja, que não estamos a falar de liberalizar os assaltos à mão armada, mas sim a despenalizar.

O seu argumento era equivalente a dizer que não há problema em despealizar o assalto à mao armada, porque aqueles que não querem assaltar ninguém têm a liberdade de não assaltar.
A lei apenas servirá para aqueles que quiserem fazer assaltos à mão armada sem sofrer penalização.


= = = = =

Eu continuo a achar que nos devemos reger por principios

No século XIX, Portugal foi a primeira nação do mundo a abolir a pena de morte.

Achámos, nós, os portugueses, que até o maior dos criminosos tem o direito à vida, e o direito a defender-se das acusações.

Se nos regemos por principios morais básicos, como é que podemos aceitar negar esse direito a um ser inocente que nunca vai ter possibilidade de sequer se defender?


Não é justo!
Não é moralmente aceitável!
Os principios gerais, devem sobrepor-se às necessidades de um grupo ou pessoa particular.

O Direito à Vida sobrepõe-se ao direito à privacidade
O Direito à Vida sobrepõe-se ao direito a abortar por conveniência

O Direito à Vida é o mais básico dos direitos humanos.
O Direito à Vida sobrepõe-se a qualquer outro.

É uma questão de principio.



Notar que sou favoravel a todas as ações que possam evitar a necessidade de abortar.
Sou favorável aos metodos anticoncepcionais (só hà uma nova vida depois de começar a multiplicação das células).

E embora possa parecer um contracenso, aceito o aborto em caso de malformação do feto, violação, e mesmo em caso de risco de vida para a Mãe.

Mas para esses abortos, já temos um ordenamento jurídico claro, que autoriza o aborto nessas condições.



A Lei que nos propõem, tem um objectivo: Liberalizar, tornal aceitável a ideia da morte, para que no futuro o aborto seja autorizado até imediatamente antes do nascimento.

Esta Lei, é uma Pena de Morte encapotada e disfarçada de liberalismo esquerdista e uma violação de direitos básicos e inalienaveis.

E é também uma forma de as clinicas de abortos espanholas ganharem um enorme saco de dinheiro.
O aborto é uma das industrias espanholas de maior sucesso.

E este referendo, é também, a maior oportunidade comercial que se abre à industria de abortos espanhola para abrir um novo e suculento mercado.

É uma questão comercial.

O comércio da Morte

O deverei dizer... De la muerte...
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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JoseMFernandes

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« Responder #112 em: Fevereiro 03, 2007, 06:39:14 pm »
Um aspecto da questao, que talvez mereça ser ponderado, independentemente da posiçao sobre despenalizaçao...é a liberdade total e absoluta da mae sobre o futuro do feto, sem obrigaçao de aconselhamento.
O papel do outro progenitor ( o pai )... aparentemente nao tem 'obrigaçao oficial' para...nao digo decidir... mas sequer  exprimir uma posiçao sobre um problema que afinal lhe diz respeito...a sua 'paternidade'.
Pessoalmente partilho o 'desconforto' revelado pela médica Ana Tato, no texto que segue...      


Citar
O progenitor deve ser ouvido em caso de a mulher querer fazer um aborto?

"Tem de ser a mulher a decidir se o companheiro participa ou não na decisão", defende a socióloga Maria José Magalhães, do movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim. "É importante, para a sua saúde, para o seu bem-estar, dialogar com o seu namorado/marido, mas, se isso estiver no articulado da lei, o risco de termos uma situação de imposição é extremo. Deixa a decisão de estar nas mãos do médico, como é agora, e passa a estar nas do progenitor. As mulheres subordinam-se demasiado - a violência doméstica é exemplo disso."
A médica Ana Tato não gosta de imaginar um cenário em que a mulher tem, até às dez semanas, o direito de escolher manter ou prosseguir uma gravidez. Ainda assim, aceita o exercício teórico: em caso de a mulher decidir submeter-se a um aborto, "o progenitor deve obrigatoriamente ser incluído". A mandatária do Norte Pela Vida só acolhe uma excepção a esta regra: o caso de violação. Nesse contexto, "o homem enfrenta a consequência do próprio acto". Fora dele, "o pai tem tantos direitos como a mãe antes e depois do filho nascer".
José Manuel Pureza, do Cidadania e Responsabilidade pelo Sim, oferece uma visão intermédia. A despenalização pela qual se bate "tem como contrapartida uma capacidade de envolvimento muito maior de homens". Embora "a última decisão caiba à mulher", o sociólogo defende que o progenitor "deve ser ouvido". Até para despistar eventuais situações de imposição. "A desresponsabilização masculina", nesta matéria, "é ancestral." A lei em vigor, "como remete tudo para a clandestinidade, acaba por facilitar a vida a quem não quer assumir a responsabilidade e por tornar a decisão muito solitária", avalia.
O engenheiro Adão Fonseca, do Norte Pela Vida, também desconfia da bondade masculina. Vê numa eventual vitória do "sim" a possibilidade de o progenitor (ou até a família) exercer "uma pressão forte sobre a mulher para abortar". "Se a mulher tem direito total, tem dever total; se o homem não tem direitos, não tem deveres", vinca. E neste quadro, quando ela prossegue uma gravidez, ele pode-lhe atirar à cara: "Tiveste porque quiseste, agora aguenta."
Ana Cristina Pereira

PUBLICO 3/2/2007
(sublinhados meus)
 

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Toro Bravo

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« Responder #113 em: Fevereiro 03, 2007, 08:54:34 pm »
Citar
Arranca la campaña para el segundo referéndum luso sobre el aborto :)
 

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lurker

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« Responder #114 em: Fevereiro 03, 2007, 09:04:07 pm »
Citação de: "papatango"
Eu continuo a achar que nos devemos reger por principios

No século XIX, Portugal foi a primeira nação do mundo a abolir a pena de morte.

Achámos, nós, os portugueses, que até o maior dos criminosos tem o direito à vida, e o direito a defender-se das acusações.

Se nos regemos por principios morais básicos, como é que podemos aceitar negar esse direito a um ser inocente que nunca vai ter possibilidade de sequer se defender?


Não é justo!
Não é moralmente aceitável!
Os principios gerais, devem sobrepor-se às necessidades de um grupo ou pessoa particular.

O Direito à Vida sobrepõe-se ao direito à privacidade
O Direito à Vida sobrepõe-se ao direito a abortar por conveniência

O Direito à Vida é o mais básico dos direitos humanos.
O Direito à Vida sobrepõe-se a qualquer outro.

É uma questão de principio.

Notar que sou favoravel a todas as ações que possam evitar a necessidade de abortar.
Sou favorável aos metodos anticoncepcionais (só hà uma nova vida depois de começar a multiplicação das células).

E embora possa parecer um contracenso, aceito o aborto em caso de malformação do feto, violação, e mesmo em caso de risco de vida para a Mãe.

Mas para esses abortos, já temos um ordenamento jurídico claro, que autoriza o aborto nessas condições.

Caro patatango,
eu respeito e compreendo os argumentos acima. E não acho que seja preciso mais justificação que isso para no dia 11 votar no "NÃO".

Contudo..

Citar
A Lei que nos propõem, tem um objectivo: Liberalizar, tornal aceitável a ideia da morte, para que no futuro o aborto seja autorizado até imediatamente antes do nascimento.

Esta Lei, é uma Pena de Morte encapotada e disfarçada de liberalismo esquerdista e uma violação de direitos básicos e inalienaveis.

E é também uma forma de as clinicas de abortos espanholas ganharem um enorme saco de dinheiro.
O aborto é uma das industrias espanholas de maior sucesso.

E este referendo, é também, a maior oportunidade comercial que se abre à industria de abortos espanhola para abrir um novo e suculento mercado.

É uma questão comercial.

O comércio da Morte

O deverei dizer... De la muerte...


... esta parte é pura demagogia.

Antes de mais, não há nenhuma proposta de lei pendente da vitória do "SIM" no referendo, apenas algumas manifestações de intenção politica pelo actual Governo caso o "SIM" vença.

Segundo.. comecemos por um ligeiro aparte.
Uma coisa que sempre me irritou profundamente nos politicos de esquerda é a forma como falam como se fossem fossem a voz de uma vontade colectvia a que gostam de chamar "povo". Para o diabo com eles, eu tenho a minha própria vontade e voz.
Não tenha você também a presunção de ler a mente dos portugueses e reduzir o referendo a uma inciativa de uns quantos liberais de esquerda e donos de clinicas de aborto.
Se o "SIM" vencer no dia 11, não é por isso que o aborto vai passar a ser mais aceitável. Não confunda causa e efeito.
A verdade é muito mais simples: quer você queira quer não, há muitos portugueses que, não gostando necessariamente da prática de aborto, não têm a convicção de querer que a prática de aborto (nas condições do referendo) seja tratada como um crime, com todas as consequências que dai advém. E sem essa convicção, não lhes resta outra alternativa lógica senão apoiar a despenalização.
É por isso que o assunto vai a referendo. E, se o "SIM" vencer, é porque esses eleitores são a maioria (pelo menos, do que deslocaram às urnas).
 

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papatango

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« Responder #115 em: Fevereiro 03, 2007, 10:27:09 pm »
Como disse acima, é uma questão de principio

Ou temos principios e nos regemos por esses principios, ou desistimos de fazer o que quer que seja.

Estamos mergulhados numa cultura de desistência, e de facilitismo.

Os nossos alunos têm más notas, baixam-se os padrões nas escolas.
Não conseguimos controlar o trafico de drogas, então liberalizamos o tráfico
Não conseguimos controlar e reduzir o numero de abortos, então liberalizamos.

É uma fuga para a frente. Uma fuga para a frente de quem não quer encarar o problema de frente e prefere olhar para o lado, fingindo que algum problema vai desaparecer.

É isso que eu acho revoltante.

Da mesma maneira que acho revoltante uma capanha pelo Sim, que é um gigantesca e enorme mistificação, um Mentira com "M" grande, escondida por detrás de um eufemismo, afirmando que não se trata de legalizar, mas sim de despenalizar.

Nenhum português cumprirá o código da Estrada se a proíbição de andar a mais de 120 não der multa.

Num mundo perfeito, nem era preciso haver penalizações nas leis. Bastava dizer o que era proibido, e os cidadãos respeitavam a Lei.

Mas o mundo não é perfeito, e em Portugal as Leis não são respeitadas mesmo com penalizações, quanto mais sem elas.

É uma mentira, e eu revolto-me com a facilidade com que vejo o Primeiro Ministro e várias figuras públicas colaborar com a mentira.

Devemos escolher as coisas às claras e ser honestos.

Eu pergunto porque é que o mesmo sistema judicial caquético que temos continua a impedir as adopções e a condenar crianças a ficar até cinco anos numa instituição antes de se entregar aos pais adoptivos.

Eu pergunto porque é que o sindicato mais controlado pelo PCP, o dos professores, tem levantado tantos pruridos com a educação sexual nas escolas, afirmando que os professores não estão preparados para o tema.

Como não estão?

O que não está preparado para a Educação sexual nas escolas é a moral caquética, soviética do Partido Comnunista e de certa parte da esquerda portuguesa que parece liberal, mas tem medo, e acima de tudo tem VERGONHA de falar de temas com o sexo, as mães solteiras, as relações na adolescência e a redução da idade em que os adolescentes têm as primeiras relações sexuais.

Não se fez NADA, NADA!!!
E a chamada "esquerda" que deveria ser a principal promotora destas temáticas, pouco ou nada fez. E aqui, tenho que dizer, que é verdade, também o lado direito fez a mesma coisa.

Andamos a varrer os problemas para debaixo do tapete, e por isso fico enojado com este tipo de campanhas, em que se esgrimem argumentos pouco sérios de um lado e do outro, quando o mais importante, que são os principios, foi mandado às urtigas.

E agora, aparecem as clinicas de abortos espanholas.
Alguém já reparou que o argumento de que o aborto em Portugal dava dinheiro a médicos interesseiros praticamente desapareceu?
Já pensaram como de repente ninguém do campo do Sim passou a diabolizar o comércio do Aborto?
Ninguém pensou porquê?

Talvez fosse bom investigar os patrocinios das campanhas (just in case)

O problema, é básico, incrivelmente básico.

Trata-se do direito à Vida.
E não há nada, Não pode haver NADA que se lhe possa sobrepor. Nem a humilhação da mulher, nem os problemas familiares, nem a privacidade, NADA. Nada se pode colocar acima de um direito tão básico como esse.

Se nos abstemos de defender algo tão simples, vamos acabar a defender a eutanásia, ou o suicidio a pedido do doente.

Tem que haver regras, tem que haver fronteiras, tem que haver leis, tem que haver principios.

Se nos abstemos de defender o mais importante dos direitos, acabaremos por desistir de todos os outros.

Cumprimentos[/code]
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« Responder #116 em: Fevereiro 03, 2007, 11:57:02 pm »
Citar
Como disse acima, é uma questão de principio
Concordo em absoluto.

Um pequeno edit, sobre algo que eu não tenha sido suficientemente claro no meu primeiro post:
Eu não o pretendo convencer a mudar a sua posição sobre o aborto ou mostar que o meu voto no "SIM" é mais correcto que o seu por nenhum ponto de vista. Respeito os seus principios e o seu sentido de voto e não faço intenção de os mudar um milimetro que seja.
Apenas me pronuncio sobre outros argumentos mais tangiveis que juntou à sua declaração de principios e que me parecem um tanto falaciosos.

Citar
Da mesma maneira que acho revoltante uma capanha pelo Sim, que é um gigantesca e enorme mistificação, um Mentira com "M" grande, escondida por detrás de um eufemismo, afirmando que não se trata de legalizar, mas sim de despenalizar.

[...]

Devemos escolher as coisas às claras e ser honestos.

Tenho visto este argumento repetidamente, a despenalização vs legalização, despenalização vs liberalização. E repetidamente tenho colocado as mesmas perguntas, às quais ainda não obtive resposta:
Qual a distinção que faz entre despenalização, legalização e liberalização?
Em que é que essas diferenças afectam o sentido do seu voto?

Citar
E agora, aparecem as clinicas de abortos espanholas.
Alguém já reparou que o argumento de que o aborto em Portugal dava dinheiro a médicos interesseiros praticamente desapareceu?
Já pensaram como de repente ninguém do campo do Sim passou a diabolizar o comércio do Aborto?
Ninguém pensou porquê?
Talvez porque não é verdade? Ainda há menos de duas semanas, a Srª Maria José Morgado referiu-se à questão, uma conferência organizada pelo grupo parlamentar do PS e intitulada "Sim à Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez", nestes termos:
«Há clínicas em Portugal que são 'slot machines' de ganhar dinheiro»
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1282974

Citar
Se nos abstemos de defender algo tão simples, vamos acabar a defender a eutanásia, ou o suicidio a pedido do doente.

Meu caro, não entre nesse caminho.
Não assuma que isto é uma encosta escorregadia de moral, sempre a descer. As pessoas que defendem a despenalização do aborto também traçam limites morais, entre o que aceitam e o que não aceitam. São simplesmente diferentes dos seus.

A maioria das pessoas gosta de pensar que os seus principios morais são absolutos mas a verdade é que não são. E por vezes, os principios morais de uns entram em conflicto violento com os de outros.
Neste caso, o conflito vai ser relativamente pacifico, nas urnas de voto.

E como nota de rodapé, compreenda que há pessoas (por exemplo, eu!) para quem o direito de cada um a acabar com a sua vida é tão importante como o direito à vida.
 

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RedWarrior

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« Responder #117 em: Fevereiro 04, 2007, 06:00:55 am »
Citação de: "papatango"
Imagine que estamos a discutir a despenalização dos assaltos à mão armada.
A despenalização é liberalizante. O que não é um aspecto negativo, na minha opinião.
 A comparação é patética.

Citação de: "papatango"
No século XIX, Portugal foi a primeira nação do mundo a abolir a pena de morte.
Certo. Fomos progressistas.

Citação de: "papatango"
Se nos regemos por principios morais básicos, como é que podemos aceitar negar esse direito a um ser inocente que nunca vai ter possibilidade de sequer se defender?
Porque demos um direito muito mais importante à mãe que o carrega no ventre, o direito de decidir se quer que ele venha ao mundo ou não, antes desde ter consciência que existe.
 De qualquer forma, não é isso que o referendo te pergunta. Tens que responder à questão.

Citação de: "papatango"
E embora possa parecer um contracenso, aceito o aborto em caso de malformação do feto, violação
Não parece, é mesmo um contracenso.
 Se defendes que o embrião deve ser protegido pela lei, tens que ser coerente. Caso contrário, terás que alterar o teu argumentário.

Citação de: "papatango"
Liberalizar, tornal aceitável a ideia da morte, para que no futuro o aborto seja autorizado até imediatamente antes do nascimento.
Não estás a responder à pergunta.

Citação de: "JoseMFernandes"
O papel do outro progenitor ( o pai )... aparentemente nao tem 'obrigaçao oficial' para...nao digo decidir... mas sequer  exprimir uma posiçao sobre um problema que afinal lhe diz respeito...a sua 'paternidade'.
Concordo contigo neste ponto. Mas prefiro o mal menor.

Citação de: "papatango"
Ou temos principios e nos regemos por esses principios, ou desistimos de fazer o que quer que seja.
O que vai a referendo, também é, se o Código Penal deve fazer valer os teus princípios sobre todos os outros, ou se cada um pode decidir de acordo com a sua consciência.

Citação de: "papatango"
Não conseguimos controlar e reduzir o numero de abortos, então liberalizamos.
A "esquerda liberalizante" anda há décadas, Sim! há décadas, a pressionar os sucessivos governos para promoverem a Educação Sexual nas escolas e o Planeamento Familiar. Porque é assim que se reduz o número de abortos.
 Proibir não resolve, elas fazem-no clandestinamente. Despenalizar a sua realização atenua as consequências do aborto clandestino.
 Tem respeito pela inteligência das pessoas!

Citação de: "papatango"
Nenhum português cumprirá o código da Estrada se a proíbição de andar a mais de 120 não der multa.
Então concordas com a pergunta. Quem não cumpre o Código da Estrada é penalizado. Quem faz abortos (logo não cumpre o Código Penal) é penalizado.
 Então porque é que afirmas que a questão aqui não é a despenalização? Queres que as mulheres sejam presas por praticarem um aborto antes das 10 semanas? Se achas que isso é um crime, estás no teu direito. Mas eu não acho, e é isso que nos divide.

Citação de: "papatango"
Eu pergunto porque é que o sindicato mais controlado pelo PCP, o dos professores, tem levantado tantos pruridos com a educação sexual nas escolas, afirmando que os professores não estão preparados para o tema.

 Faz o favor de não dizer disparates. O que se exige é que hajam professores preparados para dar aulas de Educação Sexual, e que elas não sejam dadas por professores de outras disciplinas. O PCP tem projectos bem antigos para a Educação Sexual, como o de 82. Ficam sempre na gaveta.

http://www.pcp.pt/ar/legis-7/projlei/pjl632.html
 
 Atenção, eu não concordo com a totalidade deste projecto de lei. Mas negar o seu contributo é demagógico.
 Todos os partidos que actualmente têm assento parlamentar, já estiveram no governo, à excepção do BE e do PCP. Pois são exactamente estes dois partidos que o papatango ataca!! É preciso muita paciência...
A primeira vítima de todas as guerras é a verdade
 

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Miguel

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« Responder #118 em: Fevereiro 04, 2007, 09:08:48 am »
Citar
E embora possa parecer um contracenso, aceito o aborto em caso de malformação do feto, violação, e mesmo em caso de risco de vida para a Mãe.

Mas para esses abortos, já temos um ordenamento jurídico claro, que autoriza o aborto nessas condições.



 :wink:
 

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P44

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« Responder #119 em: Fevereiro 05, 2007, 10:50:11 am »
Citação de: "Yosy"
E que tal por fotos de mulheres mortas, quando foram fazer um aborto sem condições nenhumas porque não têem dinheiro para ir a Espanha?

Ah, pois é - o efeito choque é muito bonito quando é só para o lado que nos convém.

Voto sim. Além disso cada vez que vejo mais os argumentos sensionalistas do não/direita/Igreja que quero cada vez mais que este referendo passe.


x2

O que realmente me enoja é a Hipocrisa, a Demagogia e a Falsidade, que estes fanáticos-da-moral-e-bons-costumes (para o que lhes convem), aliados aos sectores mais conservadores, retrógados e obscurantistas da sociedade demostram.

Por vontade de muitos adeptos do "não" ainda estávamos na Idade Média :roll:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas