Votação

Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

Sim
30 (47.6%)
Não
33 (52.4%)

Votos totais: 63

Votação encerrada: Janeiro 09, 2007, 07:28:51 pm

Referendo do aborto

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Marauder

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« Responder #75 em: Janeiro 18, 2007, 07:05:57 pm »
Eu também posso meter textos que sejam pro-aborto meu caro Luso.

Mas eu faço mais do que isso, eu meto para os dois lados.

http://www.religioustolerance.org/abortion.htm

Um exemplo rápido...isso da correlação entre o cancro da mama e o não ter feito aborto não é assim tão básico como pinta. Aliás, existem mesmo estudos a apontar o contrário. Basta só ir a este site e ir ver à secção da saúde e do cancro da mama, aonde fala de opiniões e estudos que favorecem ambos os lados.

Mas pode continuar a postar aquilo que lhe dê mais jeito, no entanto, caros colegas, existem "postas" para todos os gostos .

Para quem tiver tempo e queira ler algo mais sobre o aborto recomendo esse site. É em inglês :S
 

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Luso

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« Responder #76 em: Janeiro 18, 2007, 07:09:30 pm »
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Eu também posso meter textos que sejam pro-aborto meu caro Luso.


Oh meu caro Marauder, não sou eu que o vai impedir...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Dissident

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« Responder #77 em: Janeiro 21, 2007, 08:12:25 pm »
A minha opinião sobre este assunto:

O que vai ser referendado não são interpretações sobre a natureza ou o momento do início da vida. A pergunta não é se o aborto é bom ou mau. O que vai ser referendado é se o aborto deve ser despenalizado ou não.

É preciso reconhecer claramente que o aborto existe, hoje, e em Portugal. Tal como existiu ontem e continuará a existir amanhã. A questão é saber em que condições se fará amanhã.

A situação que temos actualmente é:

- Quem não tem dinheiro sujeita-se às condições miseráveis do aborto clandestino nas parteiras, com as consequências a nível de saúde que muitas vezes daí surgem. Isto para além da possibilidade destas mulheres serem investigadas, julgadas e condenadas a pena de prisão até 3 anos por essa práctica. A penalização do aborto existe mesmo, não é um debate meramente teórico.

- Quem tem dinheiro vai a Espanha, a França, ao Reino Unido, etc “às compras” e paga para fazer um aborto com condições.

Penso que a situação actual é vergonhosamente hipócrita. Isto para além de eu achar que existe um falso moralismo sobre o assunto. Parece que no fundo as pessoas não se importam muito com a situação desde que continue como está: enevoada, dúbia, encoberta. Um jogo de sombras em que se finge não saber nada do que se passa, mesmo que a situação já tenha acontecido à família ou amigos. Ou seja, desde que não venha a lume, está tudo bem.

O aborto é sempre um último recurso. Acho que a sexualidade e os métodos contraceptivos devem ser abertamente discutidos e ensinados para que o sexo possa ser assumido com responsabilidade. Curiosamente, a maioria dos movimentos contra a legalização do aborto têm-se oposto e colocado barreiras neste campo.

Eu sou completamente contra a actual situação e por isso votarei sim no referendo da IVG.

Para finalizar deixo-vos o seguinte pensamento para reflexão: Se os homens pudessem engravidar, o aborto seria legal há séculos.
 

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hellraiser

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« Responder #78 em: Janeiro 22, 2007, 08:06:50 am »
Hoje em dia é permitido o aborto em casos excepcionais como malformações no feto, quando há perigo de vida para a mãe, em caso de violação entre outros. O que se pretende com este referendo não é assegurar os direitos da mulheres ou melhorar o nível de vida das crianças. O que se pretende é tornar o aborto num meio contraceptivo comercial. Em media uma gestação dura 9 meses, aqui pretende-se o direito às mães de indiscriminadamente abortarem ate aos 2 meses! O aborto não pode ser transformado num contraceptivo. Já existem pílulas, preservativos, DIU's, intervenções cirúrgicas, implantes, e mesmo a pílula do dia seguinte. É desnecessário recorrer ao homicídio. Numa época em que as DST's em especial a SIDA se espalha mais por contactos heterossexuais que homossexuais, esta legalização só vai promover ainda mais os contactos sexuais não protegidos.
E não se caia no erro de pensar, como muitos dizem, que assim haverá menos crime porque os filhos indesejados tornam-se sempre pedófilos ou bandidos. Isso é demagogia, é uma solução à Hitler. Não é desejado? Mata-se! Não podemos ir por este caminho, há que haver condições sociais para que o aborto não seja uma opção a considerar. Acima de tudo há que promover a educação sexual e o planeamento familiar, os apoios as famílias com filhos, a distribuição gratuita de preservativos deve ser diária e constante e visível, e não apenas um dia por ano em que se distribuem preservativos nas escolas. Há também que acabar com as burocracias e reformular todo o processo de adopção de crianças, que pelo que se pode ver nos últimos dias não funciona! É por todos sabido que nos EUA, é permitido o aborto ate parte considerável da gestação. Agora eu pergunto em que é que eles foram beneficiados? Diminuiu a criminalidade? Não me parece. Os abandonos de crianças? Também não. Os abusos familiares e maus tratos? Também não estou a ver... Aumentou de forma desenfreada o numero de mulheres que abortam e que têm condições para criar um filho? Sim. É aborto visto como mais um método contraceptivo e muitas vezes descartada a ideia que um feto pode ainda não ser uma vida autónoma, mas é já um vida potencial? Completamente.
Somos também abordados com o argumento tipico: "AH, quem tem dinheiro vai a Espanha, e quem não tem lixa-se e faz ilegal em Portugal".   Isto é outra demagogia. Os bilhetes de comboio para Espanha custam volta dos 30 euros, os autocarros ainda menos, um aborto lá é certamente muito mais barato que um cá! Não têm dinheiro, mas têm telemoveis 3 e 4G, ipods, tunning nos carros que ate geralmente fica mais caro que o carro em si. E gastam 20 e 30 contos nuns ténis porque têm o símbolo da nike, ou numa camisola que é da puma, mas que é feita na china tal como as que compramos na feira. Por isso metam a ideia na gaveta e voltem a tentar daqui a mais 8 anos. E entretanto legalizem mas é as drogas leves que a malta agradece!
"Numa guerra não há Vencedores nem Derrotados. Há apenas, os que perdem mais, e os que perdem menos." Wellington
 

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Marauder

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« Responder #79 em: Janeiro 24, 2007, 04:53:09 pm »
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Braga: PJ investiga aparecimento de feto em rua da cidade
A Polícia Judiciária de Braga está a investigar o aparecimento de um feto, encontrado na manhã de hoje, por populares, numa rua da cidade, disse à Lusa fonte policial.

Segundo a fonte, o feto foi levantado às 11:30 e transportado para a morgue, depois de ter sido analisado pela Brigada de Homicídios e pelo delegado de Saúde de Braga.

O feto, de tempo indeterminado, foi encontrado na Rua Alfredo Vieira Gomes, próxima da estação de caminhos de ferro.

O caso foi comunicado por um cidadão à PSP local que chamou a PJ, dados os indícios de crime.

Diário Digital / Lusa

24-01-2007 12:46:00
 

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ricardonunes

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« Responder #80 em: Janeiro 24, 2007, 10:15:35 pm »
Potius mori quam foedari
 

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Jorge Pereira

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« Responder #81 em: Janeiro 24, 2007, 11:43:21 pm »
Citação de: "ricardonunes"
A explicação do Professor Marcelo


Ora aí está toda a verdade! A pergunta em si não passa de uma artimanha manhosa da esquerda portuguesa para tentar enganar o Zé-povinho e assim conseguirem a tão ansiada liberalização total to aborto até as 10 semanas. Veremos se o povo se deixa ou não enganar.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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lurker

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« Responder #82 em: Janeiro 25, 2007, 01:35:48 am »
Antes de mais, eu vou votar sim.

A posição do Professor Marcelo (a quem até costumo ouvir com gosto e atenção) é, a meu ver, de uma profunda desonestidade intelectual.
Ao menos, o Marques Mendes (a quem habitualmente considero intragavelmente irritante) teve uma posição mais directa, como podem ver aqui.
Há um fundamento de opinião moral ali, classifica o aborto como "um acto arbitrário e injustificado que destrói um ser humano" pelo qual está disposto a mandar pessoas para a cadeia.
Obviamente não concordo com ele, nem há factos que aprovem a ideia que depois de despenalizado o aborto se torne num "mecanismo de desresponsabilização social", uma forma de planeamento familiar. Mas a opinião moral é clara e defensável.
A do Marcelo Rebelo de Sousa resume-se a algo como "sou contra a penalização das mulheres mas vou votar não porque a pergunta no referendo não é a que devia".
A pergunta no referendo é exactamente se as pesssoas devem continuar a ser penalizadas por isso! Ou dito de outra forma: estamos suficientemente convictos que há ali uma vida que deve ser protegida a todo o custo, obrigando a mãe a levar até ao fim uma gravidez indesejada e  prendendo as pessoas que abortam?
A meu ver, é tão simples e clara quanto isso.

Já agora, tenho uma dúvida: muitas pessoas têm manifestado que vão votar "não" porque temem uma "liberalização total" do aborto.

Este é o meu entender do efeito de uma vitória no "Sim": deixando de ser crime, o aborto até às 10 semanas em establecimento médico autorizado passa a ser um acto médico a necessitar de regulamentação pelas entidades competentes.
Uma vez regulamentado, isso significará que as mulheres que o desejarem poderão fazer um aborto após uma ou duas consultas de avaliação mas, no fundo, sem grandes entraves.

É isto que entendem por "liberalização total" do aborto?
Em que termos votariam "Sim" a uma despenalização do aborto?
 

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Leonidas

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« Responder #83 em: Janeiro 26, 2007, 01:50:05 am »
Novelas:

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Aborto: Jerónimo lembra que cabe aos partidos aprovar a lei

O secretário-geral comunista defendeu hoje que o debate em torno do referendo de 11 de Fevereiro é também uma questão partidária, lembrando que cabe aos partidos aprovar ou não a lei de despenalização no Parlamento.

«Alguns vêm falar em partidarização. Nós falamos em responsabilização. É certo que o referendo se constitui de facto uma dimensão da democracia participativa. Sobra a questão da democracia representativa», afirmou Jerónimo de Sousa .
O líder do PCP falava na sessão de apresentação do livro «Sim!» à despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), distribuído com a edição de hoje do jornal «Avante!», que decorreu em Lisboa.
«É que o referendo não faz a lei, dá uma resposta. São os partidos políticos com assento parlamentar que vão ter que dar uma resposta se sim ou não à IVG», frisou.

Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa defendeu o «sim» no referendo de 11 de Fevereiro, sustentando que «para além de tudo, do que se está a tratar é da dignidade da mulher».
«É bem evidente que o que está em causa com a pergunta do referendo são questões criminais e de saúde pública», afirmou.
Jerónimo de Sousa acusou «as forças que defendem o não» no referendo de serem «cúmplices dos boicotes e resistências à implementação da educação sexual nas escolas (...) e na oposição à comercialização da contracepção de emergência».

«O que estas forças pretendem é uma dupla penalização das mulheres», acusou, defendendo que «para o PCP, não são as mulheres que assumem uma conduta criminosa» quando recorrem ao aborto.
«Pelo contrário, são os poderes políticos que exercem de forma continuada uma forte violência sobre as mulheres através da lei penal», afirmou.

Jerónimo de Sousa frisou que desde o referendo de 1998 persistiu o recurso ao aborto clandestino por «razões económicas e sociais, afectivas e psicológicas que põem em causa as condições para uma maternidade e paternidade livre, consciente e responsável».
Diário Digital / Lusa
25-01-2007 20:51:00

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=260002

«Guerra de cartazes» entre Sim e Não termina em queixas à CNE

O referendo sobre o aborto está na origem de uma «guerra de cartazes» em Aveiro entre partidários do «Sim» e do Não«, que anunciaram hoje a apresentação de queixas à Comissão Nacional de Eleições.
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Uma das organizações queixosas é o PCP, cuja juventude partidária colou cerca de uma centena de cartazes na Avenida Lourenço Peixinho a favor do «Sim» e que alega que os mesmos foram depois cobertos por placares da Plataforma «Não Obrigado».

A outra é o movimento cívico «Liberalização do aborto? Não!» que anunciou hoje que vai apresentar queixa junto da Comissão Nacional de Eleições «contra indivíduos ou grupos do «Sim» que, de forma continuada, têm vindo a vandalizar o material de campanha».
Segundo o PCP, activistas da Juventude Comunista Portuguesa colaram na Avenida Lourenço Peixinho na cidade de Aveiro, cerca de uma cen tena de cartazes com a expressão «Basta! Sim ao Direito de Optar!».

Na noite de 23 de Janeiro, esses cartazes foram cobertos por cartazes da Plataforma «Não Obrigado», com a inscrição «Uff, já passei as 10 semanas!», e com um desenho de um bebé, segurando uma ampulheta.
Os comunistas concluem que foi uma atitude deliberada, «uma vez que em vários sítios em que estavam dois cartazes, a opção foi por cobrir o da JCP, deixando o outro, sem qualquer ligação com o Referendo, intocado e bem visível».
«A opção pela destruição da propaganda da Juventude Comunista Portuguesa fica ainda clara pelo facto de, no separador central do Túnel da Estação, haver apenas dois cartazes da JCP, ficando por isso dezenas de metros de parede livre, tendo o cartaz da referida Plataforma, sido colado de forma a destruir os dois cartazes daquela organização juvenil do PCP», acrescenta uma nota daquele partido.

Demarcando-se dessa acção, o movimento cívico «Liberalização do aborto? Não!» anunciou também que vai apresentar queixa à CNE por lhe terem destruído o material de campanha.
«Assim como condenamos a intolerância daqueles que têm vindo a destruir o nosso material, repudiamos do mesmo modo a acção de quem afixou cartazes de grupos do Não sobre propaganda do PCP», afirma um comunicado daquele movimento.

O comunicado dá conta de que os placares «Tenho 10 semanas: Proteja-me» têm vindo a ser sistematicamente destruídos em Aveiro. «Na semana passada, na Avenida Lourenço Peixinho, foram danificados cartazes e respectivos suportes. Ontem desapareceu um cartaz colocado na Rua Mário Sacramento e hoje foi destruído um dos dois placares que se encontravam na Ponte-Praça», acusa.
Tanto o movimento «Liberalização do aborto? Não!» como a direcção da organização regional de Aveiro do PCP (DORAV) referem ter feito as respectivas participações às autoridades policiais.
Diário Digital / Lusa
25-01-2007 20:30:00

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=259989

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Referendo: Sarsfield Cabral acusa BE de «fúria persecutória»

O director da Rádio Renascença, Francisco Sarsfield Cabral, acusou hoje o Bloco de Esquerda de «fúria persecutória», afastando as acusações de ligações a conteúdos de extrema-direita do «Blogue do Não», no qual colabora.

A deputada do BE Helena Pinto dirigiu hoje uma carta aberta ao director da Rádio Renascença e colaborador do «Blogue do Não» à despenalização do aborto, Sarsfield Cabral, afirmando «estranhar» ligações daquele site a conteúdos fascistas.
«Tudo isto é ridículo. E mostra uma fúria persecutória da parte do BE que me parece lamentável», afirmou Sarsfield Cabral, numa nota lida em antena na Rádio Renascença.

O director da RR acusa o BE de, na questão do aborto, «andar com falta de ideias políticas e de argumentos».
«A título pessoal, colaboro com o Blogue do Não e participei no lançamento de uma colectânea de textos que apareceram no Blogue. E fi-lo porque o Blogue do Não é moderado, tolerante, nada radical», salienta, acrescentando que «se há alguém extremista aqui é o BE, de extrema-esquerda».
Sarsfield Cabral recordou ainda que, no lançamento do livro «Blogue do Não - Dez Semanas de Argumentos» teve ao seu lado duas deputadas independentes, eleitas na lista do PS: Matilde Sousa Franco e Maria do Rosário Carneiro.

«Não me parece que sejam de extrema-direita», sublinha.
Na base das acusações do BE está uma categoria, no «Blogue do Não», de «links» designados «Blogues Alinhados», nos quais se encontra o blogue «Pela Vida», com textos de Pedro Guedes, que foi, segundo Helena Pinto, «o cabeça de lista do Partido Nacional Renovador nas últimas eleições europeias e é um dos promotores do blogue nazi Último Reduto».

Outro dos colaboradores do blogue «Pela Vida» assina-se «camisa negra», sendo possível, através do perfil daquele colaborador aceder a um outro blogue do mesmo autor, intitulado «Fascismo em rede».
O «Blogue do Não», que conta com mil visitas diárias e mais de cinquenta mil visitas registadas desde o seu início a 22 de Outubro, conta com a colaboração de outras figuras mediáticas como a fadista Kátia Guerreiro, Pedro Mexia ou o dirigente da Nova Democracia Jorge Ferreira.
Diário Digital / Lusa
25-01-2007 20:16:00

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=259988

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BE acusa «Blogue do Não» de ligações a «conteúdos fascistas»

A deputada bloquista Helena Pinto dirigiu hoje uma carta aberta ao director da Rádio Renascença e colaborador do «Blogue do Não» à despenalização do aborto, Sarsfield Cabral, afirmando «estranhar» ligações daquele site a conteúdos fascistas.

Em conferência de imprensa no Parlamento, a deputada, coordenadora da campanha do Bloco de Esquerda pelo «sim» no referendo sobre a despenalização do aborto, Helena Pinto considerou «incompatível com um debate sereno» a participação na campanha do referendo de «pessoas que defendem o ódio, o racismo e o Holocausto», afirmou.

O «Blogue do Não», que conta com mil visitas diárias e mais de cinquenta mil visitas registadas desde o seu início a 22 de Outubro, conta com a colaboração de outras figuras mediáticas como a fadista Kátia Guerreiro, Pedro Mexia ou o dirigente da Nova Democracia Jorge Ferreira.
No «Blogue do Não» há uma categoria de «links» designados «Blogues Alinhados», nos quais se encontra o blogue «Pela Vida», com textos de Pedro Guedes, que foi, sublinhou a deputada na carta aberta a Sarsfield Cabral «o cabeça de lista do Partido Nacional Renovador nas últimas eleições europeias e é um dos promotores do blogue nazi Último Reduto».

Outro dos colaboradores do blogue «Pela Vida» assina-se «camisa negra», sendo possível, através do perfil daquele colaborador, aceder a um outro blogue do mesmo autor, intitulado «Fascismo em rede».
«Estou certa de que existirá, da sua parte, uma demarcação a tão reprovável companhia. Estou certa de que não apoia esta ligação sinistra aos blogues geridos por dirigentes da Frente Nacional e do PNR», afirma Helena Pinto na carta.

Questionada sobre se o «Blogue do Não» deveria excluir as ligações aos sites que condenou, Helena Pinto afirmou que os princípios constitucionais portugueses prevêem que não haja «divulgação possível e apoio nenhum a quem defende o ódio e o racismo».
No blogue «Pela Vida» encontram-se ainda textos de Pedro Vassalo, mandatário da Plataforma «Não Obrigada», que participa na campanha do referendo em defesa do «não» à despenalização.
Diário Digital / Lusa
25-01-2007 19:44:00

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=259987

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« Responder #84 em: Janeiro 26, 2007, 12:11:06 pm »
The rise of the homosexual movement is a textbook example of societal amorality devolving into societal immorality. The rationale behind societal amorality is the myopic question: “How does my immoral behavior hurt you?” The answer is: It may not, in the short term. But when society sanctions your immoral behavior, that does hurt me. If millions of people accept the deviant as normal, that reshapes society in vastly destructive ways. Your moral self-destruction may have no consequences for me, but destruction of societal standards always has consequences.
When the stigma left single motherhood, society felt the sting in rising rates of single motherhood and juvenile crime. When the stigma left sexual licentiousness, society felt the sting in rising rates of teen pregnancy, sexually transmitted disease, emotional emptiness and nihilism. Your immoral personal behavior may not affect me, but exempting your immoral behavior from societal scrutiny certainly does. A society without standards is an unhappy, unhealthy society — a society with no future. And all of us have to live in that society.


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lurker

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« Responder #85 em: Janeiro 26, 2007, 01:50:20 pm »
É um texto muito falacioso, caro Luso.

«If millions of people accept the deviant as normal»
Comportamento socialmente incorrecto (deviant) na perspectiva subjectiva do autor, não na perspectiva subjectiva de milhões dos seus concidadãos.

«When the stigma left single motherhood, society felt the sting in rising rates of single motherhood and juvenile crime. When the stigma left sexual licentiousness, society felt the sting in rising rates of teen pregnancy, sexually transmitted disease, emotional emptiness and nihilism.»
Qualquer um destes assuntos é demasiado complexo para se resumir a causa-efeito à aceitação social destes comportamentos.

O número de mães solteiras de facto aumentou com a aceitação social do caso, mas não quer dizer que o número de mulheres a engravidar fora de uma relação estável tenha aumentado. Há outros factores a considerar -- aborto, doação de bebés para adopção -- que diminuiram. Hoje em dia é mais provável que uma mulher que se veja nessa situação se decida a ter e criar o bebé em vez de fazer um aborto ou dá-lo para adopção do que era há 30 anos.

A relação entre mães solteiras e criminalidade juvenil parece-me completamente tirada da cartola.

Adolescentes grávidas sempre existiram. Só que "antigamente", o normal era uma rapariga de 16 anos casar-se e não ir à escola, logo não era um considerado um problema.

Doenças sexualmente transmissiveis também foram um problema desde que há memória. Lupus, gonorreia, etc.

Vazio emocional e nihilismo? Outro tirado da cartola.

Por outro lado, quando estes comportamentos deixaram de ser tabu, a sociedade passou a ter meios para combater estes problemas: educação sexual, planeamento familiar, contraceptivos.

«Your immoral personal behavior may not affect me, but exempting your immoral behavior from societal scrutiny certainly does. A society without standards is an unhappy, unhealthy society — a society with no future. And all of us have to live in that society.»
Eu até concordo com esta parte: devemos, cada um nós individuos, ter standards sociais.
Por exemplo, a mim desagrada-me profundamente a tolerância social que há em Portugal para com o acto de conduzir sob o efeito do álcool, em excesso de velocidade, etc.
Contudo, lá porque temos de ter standards sociais não quer dizer que devamos ter os do autor do texto.
 

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Jorge Pereira

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« Responder #86 em: Janeiro 26, 2007, 05:22:25 pm »
Citar
Aborto clandestino e aborto legal

Visto que o argumento da prisão das mulheres tem sido destronado pela evidência do ridículo após o partido do Governo ter posto um cartaz mentiroso nas ruas, centra-se agora o discurso na clandestinidade do aborto.

1. O secretismo do aborto é inato à própria decisão de terminar com a gravidez: uma mulher que decide abortar fá-lo em absoluta contradição com a sua consciência - todos estamos de acordo nisto, ao que parece... Não quer que as vizinhas saibam, muitas vezes quer até esconder do marido... Alguém acredita que as senhoras passarão a abortar no Hospital da residência?

2. A legalização do aborto não o torna seguro. É impossível. É como dizer que uma operação ao coração não tem riscos se for feita no SNS. É mentira porque o aborto enquanto acto é perigoso, acarreta riscos muito violentos para a saúde física e psíquica da mulher. Casos há [e muitos!] em países como os EUA onde mulheres contam que ficaram com o útero destruído para o resto da vida, com sequelas psicológicas irreversíveis. Uma lei não muda o perigo, a violência e o mal que um aborto representa por si só. Como tal, não o podemos oferecer como solução a ninguém!

3. Quais foram as consequências da legalização de abortos noutros países? As mulheres não são condenadas quando praticam um aborto! Muito bem, aqui estamos em pé de igualdade. Tem um pequeno senão: olhemos para a realidade espanhola. A proliferação de clínicas de abortos torna incontrolável a prática interna de cada clínica. Como se soube há bem pouco tempo, em Espanha, muitas clínicas praticam abortos a todo o tempo de gravidez a troco de enormidades de dinheiro - tudo com uma lei igual à nossa...!A opção não pode ser entre aborto clandestino e aborto legal. Não é a qualificação jurídica de uma coisa que a torna melhor ou pior em si mesma. Temos que olhar para todas as mulheres numa perspectiva de futuro e de bem para elas: a resposta a uma gravidez não planeada não é o julgamento escamuçado pelos defensores do SIM até ao último minuto.

A resposta é uma alternativa concreta a uma situação não planeada mas que traz uma possibilidade nova de enfrentar livremente a vida, sem ser escravo de nenhuma circunstância.

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Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

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hellraiser

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« Responder #87 em: Janeiro 26, 2007, 05:42:58 pm »
Citação de: "Luso"
The rise of the homosexual movement is a textbook example of societal amorality devolving into societal immorality. The rationale behind societal amorality is the myopic question: “How does my immoral behavior hurt you?” The answer is: It may not, in the short term. But when society sanctions your immoral behavior, that does hurt me. If millions of people accept the deviant as normal, that reshapes society in vastly destructive ways. Your moral self-destruction may have no consequences for me, but destruction of societal standards always has consequences.
When the stigma left single motherhood, society felt the sting in rising rates of single motherhood and juvenile crime. When the stigma left sexual licentiousness, society felt the sting in rising rates of teen pregnancy, sexually transmitted disease, emotional emptiness and nihilism. Your immoral personal behavior may not affect me, but exempting your immoral behavior from societal scrutiny certainly does. A society without standards is an unhappy, unhealthy society — a society with no future. And all of us have to live in that society.


Ben Shapiro


A homossexualidade não pode ser considerada uma imoralidade. Visto existir na natureza em animais sem moral ou consciência. É antes um fenenomeno natural que também ocorre no homem.
"Numa guerra não há Vencedores nem Derrotados. Há apenas, os que perdem mais, e os que perdem menos." Wellington
 

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Luso

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« Responder #88 em: Janeiro 26, 2007, 06:35:03 pm »
Citação de: "hellraiser"
A homossexualidade não pode ser considerada uma imoralidade. Visto existir na natureza em animais sem moral ou consciência. É antes um fenenomeno natural que também ocorre no homem.


Não.
Há de facto condições em que desiqulíbrios fisiológicos graves são causadores de comportamentos anti-naturais e desviantes da norma. Não me gozem: o homem complementa-se com a mulher e vice-versa. Dizer o contrário é simplesmente defender uma aberração. Mas não se acreditem em mim: procure investigar os efeitos do pai ausente (homens aprendem com homens), comportamento maternal e seus efeitos na criança, etc, ou algo sobre o assunto. Medite no tema. Veja exemplos. Veja o que acontece quando o paizinho delega toda a educação na mãezinha. Sobretudo abra os olhos, esteja atento e medite.

Depois, seguindo o seu raciocínio, o assassinato também não pode ser considerado uma imoralidade. Visto existir na natureza animais sem moral ou consciência. É antes um fenómeno natural que ocorre no homem
Lamento, mas esse argumento... :roll:
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Jorge Pereira

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« Responder #89 em: Janeiro 26, 2007, 07:03:50 pm »
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Liberalizar o aborto é «inconstitucional

Jorge Miranda no grupo de 42 professores de Direito que dizem «não»

O constitucionalista Jorge Miranda defendeu esta sexta-feira que a pergunta do referendo de 11 de Fevereiro visa a liberalização e não a despenalização do aborto, considerando que uma futura lei nesse sentido violará a Constituição da República, refere a Lusa.

«Na lei de 1984 há um ponderação de valores entre a vida humana e o direito à saúde e dignidade da mulher. Aqui não há nenhuma realidade constitucionalmente admissível que justifique pôr em causa a vida humana», afirmou Jorge Miranda, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), onde foi apresentado um grupo de 42 professores de Direito de várias universidades do país que defendem o «não» no referendo sobre aborto.

Questionado se, em caso de vitória do «sim», a legislação futura violará a Constituição, Jorge Miranda respondeu afirmativamente.

«Entendo que sim», disse, lembrando que a Constituição da República refere, no seu artigo 24º, que «a vida humana é inviolável».


«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?», é a pergunta que vai ser colocada aos eleitores a 11 de Fevereiro, igual à do referendo de 1998.

Para Jorge Miranda, se a intenção do legislador fosse a de despenalizar, «nem valeria a pena levar a questão a referendo», considerando que «na prática» já se verifica a despenalização, ao não existirem mulheres presas pela prática de aborto.

«Admite-se que, numa sociedade plural, uma parte entenda que [o aborto] não deve ser criminalizado. Mas essa parte não pode impor à outra que considere que um mal, um ilícito seja liberalizado», disse.

Fonte

Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos