Adios General, Adios Criminal...

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papatango

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Adios General, Adios Criminal...
« em: Dezembro 10, 2006, 11:25:16 pm »
Y jo ni creo que eso sea cierto,
Ya murrió, ya murrió
Hoy finalmente se pasó al infierno
Ya murrió, Ya murrió

Adios General
Adios Criminal
(bis)


Adaptação de um refrão cantado nas ruas de Santiago do Chile.

A morte de um ser humano, não é motivo de festa, mas pelos seus actos e acções, há pessoas que se afastaram tanto do que consideramos ser humanidade, que põem em causa essa afirmação.

Citar
Augusto Pinochet Ugarte, antigo presidente do Chile ficará conhecido na História por ter sido o principal comandante do golpe de estado de 11 de Setembro de 1973 que derrubou o presidente legalmente eleito, Salvador Alhende.

O golpe, feito contra um governo legítimo mas minoritário, foi no entanto apoiado por uma parte considerável da sociedade chilena, embora Pinochet tenha inaugurado no Chile um regime de terror, lançando mão de todo o tipo de esquema e truque para fazer desaparecer opositores políticos julgados inconvenientes.

Os excessos do regime chileno tornaram-se míticos e conhecidos quer na América Latina quer no mundo inteiro.

O golpe de Augusto Pinochet, foi a primeira intervenção dos militares, num país normalmente considerado como um modelo para a América Latina, mas a forma que tomou de acção dos militares, haveria de lançar sobre as Forçar Armadas chilenas, o ónus da responsabilidade pelo ocorrido após 11 de Setembro de 1973.

Ligado ao golpe e ao massacre de milhares de pessoas, fica também a figura do então secretário de estado dos Estados Unidos, Henri Kissinger, que conhecia os contornos do golpe e o aprovou pessoalmente, tendo garantido apoia à junta militar que governou o país após 1973.

Embora tivesse o apoio de muitos dos seus conterrâneos, em 1988 retirou-se da política depois de ter perdido um referendo constitucional em que obteve apenas 42% dos votos a favor da sua continuação como presidente, embora tenha mantido vastos poderes e um posto de Senador vitalício que lhe dava imunidade perante investigações às suas actuações durante o período em que presidiu aos destinos do seu país.

A saúde de Pinochet degradou-se e a sua «estrela» começou a cair quando em Outubro de 1998, cumprindo uma ordem internacional de captura emitida por um tribunal espanhol Pinochet foi detido em Londres, sob acusações de genocídio e crimes contra a humanidade alegadamente cometidos contra cidadãos espanhóis.

Pinochet acabaria por ser libertado e recebido com honras militares no Chile, mas nada seria como dantes. A continuação da liberalização e normalização democrática no Chile, levou a que acabassem os lugares de senador vitalício, tendo Pinochet perdido o direito à imunidade parlamentar.

A divulgação de que Pinochet se tinha apropriado indevidamente de valores do Estado Chileno e a manutenção de contas em paraísos fiscais, retiraram a Pinochet a aura de ditador feroz mas honesto que ainda detinha.

A sua defesa começou a tornar-se cada vez mais difícil e o último recurso do antigo ditador, foi o de recorrer à dificuldade física que o debilitava para impedir o seu julgamento.

Debilidade física que levou à sua morte em 10 de Dezembro de 2006 aos 91 anos de idade


pode-se lamentar o facto privado da perda de um ente-querido para a familia do dito. É normal a compaixão que podem sentir as pessoas normais, e os cidadãos anónimos.

A compaixão que Pinochet nunca teve por aqueles que matou e mandou matar, pelos milhares que torturou e mandou torturar. A compaixão que nunca teve pelos orfãos que provocou, pelas viuvas pelos exilados e também pelos expoliados.

Mesmo que tivesse algum argumento para qualquer acção contra o que se estava a tornar um governo de extrema esquerda (sem apoio popular eleitoral) a forma como reagiu, é em si uma ofensa e um insulto a todas as pessoas livres.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
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sturzas

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« Responder #1 em: Dezembro 11, 2006, 02:34:27 am »
Papatango

Excelente post!

Relativamente a este assunto, e tirando a dor na morte de um ente querido (ele terá sido bom para alguém, acredito?????), não lamento a morte deste ser. Enquanto ser!. Tal como não lamento a "não entrada na Morte" de Ariel Sharon. Tal como não irei lamentar a morte de Saddam. Tal como lamento a existência de ditaduras (de esquerda ou de direita). Tal como não lamentarei a morte do Bush.

Deixo este desabafo, basendo-me e uma forma sentida nas palavras do Papatango... peço permissão.

Cumprimentos
NA PAZ E NA VIDA... QUE RESERVA TÃO CALMA E TRANQUILA... MAS SE OUVIRES O TROAR DA GUERRA... ENTÃO IMITA O TIGRE...
 

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P44

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« Responder #2 em: Dezembro 13, 2006, 10:51:34 am »
Citação de: "sturzas"
Papatango

Excelente post!

Relativamente a este assunto, e tirando a dor na morte de um ente querido (ele terá sido bom para alguém, acredito?????), não lamento a morte deste ser. Enquanto ser!. Tal como não lamento a "não entrada na Morte" de Ariel Sharon. Tal como não irei lamentar a morte de Saddam. Tal como lamento a existência de ditaduras (de esquerda ou de direita). Tal como não lamentarei a morte do Bush.

Deixo este desabafo, basendo-me e uma forma sentida nas palavras do Papatango... peço permissão.

Cumprimentos


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Pantera

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« Responder #3 em: Dezembro 13, 2006, 01:40:43 pm »
também considero o pinochet um criminoso,e já sei que podem o comparar a Salazar mas eu acho pouco ou nada tem a ver com ele.Pinochet tirou milhares de vida a um regime que foi eleito pelo povo,no entanto Allende não era nenhum santo e também cometeu os seus crimes.É preciso é acabar é com aquele pensamente do tipo que hitler era a solução e Stalin não,ou vice-versa,querendo eu dizer com isto que Allende também tem de ser condenado pelos seus crimes

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ricardonunes

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« Responder #4 em: Dezembro 13, 2006, 02:17:57 pm »
Para não estar a abrir outro tópico.

"Matança" na Espanha Republicana (7 de Novembro de 1936)


Citar
Quando, em 1973, Augusto Pinochet encabeçou o golpe militar que derrubou Salvador Allende (que convém desde já salientar que não foi assassinado pelos golpistas como por aí algumas mentes ignorantes apregoam, mas sim que preferiu suicidar-se em vez de caír priosioneiro quando foi atacado o palácio de La Moneda), a sua intenção era, no fundo evitar que o Chile se transformasse numa nova ditadura ao estilo cubano.
Mas, como é óbvio, as suas boas intenções não podem justificar, de forma alguma, a repressão que se instalou, a qual foi reponsável por cerca de 3000 mortes durante a sua ditadura.
Nem mesmo o facto de ter tornado o Chile no país economicamente mais próspero da América do Sul pode igualmente justificar a sua ditadura e os crimes cometidos.

Feito este pequeno intróito, vou esperar ansioso o que se dirá no dia em que Fidel Castro morrer.
A ditadura de Fidel matou, pelo menos, 10 vezes mais pessoas do que a de Pinochet.
Ao contrário de Pinochet (que se submeteu a votos, perdeu à tangente e se retirou da cena política), Fidel Castro nunca se atreveu a submeter-se ao sufrágio popular para legitimar o seu consulado.
Enquanto que Pinochet deixou um país próspero, Fidel vai deixar um país de gente letrada mas que está completamente arruinado, em que o fenómeno da prostituição alastra de forma vertiginosa, em que médicos e economistas optam por serem guias turísticos para poderem sobreviver, etc, etc.
Finalmente, e para terminar, gostaria de manifestar o meu espanto pelo facto do juíz espanhol Baltazar Garzon, que foi tão pressuroso em levantar o processo contra Pinochet, não ter tido esse mesmo zelo no seu próprio país, já que inúmeras pessoas implicadas em crimes praticados durante a Guerra Civil espanhola se encontram ainda vivas.
O caso mais chocante é o de Santiago Carrillo, ex-secretário geral do PC espanhol, ao qual bastou um só fim-de-semana para, durante a célebre matança de Paracuellos de Jarama, ter sido o responsável por mais assassínios do que Pinochet durante toda a sua ditadura.
Pois bem, Santiago Carrillo teve recentemente direito a homenagens de Estado, tendo mesmo sido feito Doutor Honoris (ou Horroris ?) Causa por uma conhecida Universidade madrilena.
Isso pressagia que, quando Fidel morrer, deverá ser decretado o luto nacional em Espanha durante pelo menos uma semana.

Estranho mundo em que vivemos ...

El Mundo



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Potius mori quam foedari
 

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dremanu

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« Responder #5 em: Dezembro 13, 2006, 04:57:09 pm »
A minha opinião pessoal:

Pinochet foi um grande homem, um grande líder, dos melhores que a América Latina alguma vez já teve. Visitem o Chile, e depois visitem o resto dos outros países latino-Americanos para ver a diferença que fez ao Chile ter esse homem no poder, e apreciar as consequências positivas de todas as políticas económicas e sociaís por ele implementadas no seu país. Nenhum dos governos que lhe sucederam alteraram o percurso por ele iniciado.

Terá ido longe demais na eliminação de opositores ao governo? Talvez, mas política na América Latina não é para homens fracos, e especialmente naquela altura em que a ameaça da esquerda radical destruir o país era a realidade. Convêm também reflectir no facto que um dos preceitos da doutrina marxista é o uso da força bruta para a conquista do poder e usurpação da propriadade privada, para entender porque consequentemente Pinochet terá agido da forma que agiu contra os seus opositores, ou potenciaís opositores esquerdistas. Imagino que Pinochet como homem militar que era, treinado para lutar contra o inimigo, e destruir-lo, via o emprego da força bruta contra um inimigo disposto a utilizar os mesmos meios contra ele, como uma ação justa e moral. Não sei se isso justifica ou não a matança de comunistas, mas é algo a ponderar.  

No entanto, abandonou voluntariamente o poder, deixou o país em excelente condição, e no fim da sua vida assumiu responsabilidade pelas suas ações. Contrastêm este comportamento e o seu legado com a de outros ditadores, como o "el comandante" Fidel Castro, ou o Salazar, ou o Franco, e tirem daí as vossas conclusões.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Pantera

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« Responder #6 em: Dezembro 13, 2006, 05:35:24 pm »
60.000 pessoas tiveram na despedida de pinochet,a oposição não teve de perto nem de longe tanta gente.

Não concordo com o amigo "dremanu",porque verdade seja dita,embora a execução de determinadas pessoas possa ser essencial,neste caso especifico não me parece que tenha sido.

Morreu muita gente depois de Pinochet ter tomado o poder,e ainda se poderia aceitar as mortes que aconteceram durante o golpe de estado,no entanto é preciso perceber que allende foi eleito democráticamente e de certa forma é preciso aceitar isso,no entanto quando se tem o poder as execuções não devem acontecer excepto se houver alguma tentativa de golpe de estado ou outro tipo de crime relevante que possa ler a isso.

O que eu quero dizer é se os comunas conspirarem contra um estado como faziam cá em portugal no tempo de salazar ainda se compreende que se puna, no entanto é preciso perceber que pinochet tirou a vida a cerca de 3000 pessoas,não foi propriamente as 32 pessoas do tarrafal(muitas por doenças)..

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papatango

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« Responder #7 em: Dezembro 13, 2006, 07:27:04 pm »
Citar
Pinochet foi um grande homem, um grande líder, dos melhores que a América Latina alguma vez já teve.

Pois eu, na minha opinião pessoal, acho que o Pinochet, não passou de uma bandido, e do típico ditador de meia tigela. Um assassino, ladrão e totalmente corrupto, como mais recentemente se veio a verificar.

Talvez fosse interessante não só visitar o Chile, como ver as estatísticas para ver em que posição o Chile estava antes de 1973, e em que posição se encontrava em 1983, dez anos depois de Pinochet ter chegado ao poder.

A ideia da competência de Pinochet e de que o sucesso do Chile (em termos de América Latina) tem alguma coisa a ver com ele, é um «cuento» - mais um - extremamente mal contado.

O Chile, com o choque económico que se seguiu a 1973, foi um país em vias de sub-desenvolvimento, onde ficou absolutamente demonstrada a impossibilidade de aplicar as teorias da chamada “escola de Chicago” na América Latina. Havia gente a morrer de fome nas estradas entre Santiago a Iquique, e o desemprego atingiu níveis inimagináveis. Não se notava na região de Santiago onde se concentra grande parte da população mas era visível em muitos outros lugares do país. Mas claro, no Chile como na URSS ou na China comunista, a censura também tem as suas vantagens: Permite esconder a incompetência.

Em 1970, o Chile tinha uma renda idêntica à da Argentina, e em 1981 essa renda era de apenas 65% da Argentina, com a agravante de que os ricos estavam muito mais ricos e os pobres eram indigentes que morriam literalmente de falta de comida. Os programas «sociais» de que o Dremanu fala, devem ser os mesmos que foram preparados de emergência, para impedir uma catástrofe.

A recuperação da economia chilena pouco ou nada tem a ver com o período de Pinochet, mas sim com a recuperação que se seguiu à saída do ditador.

= = = =

Mas como se isso não fosse suficiente, Pinochet transformou-se no imprescindível aliado do comunismo internacional.

Ao se fazer coincidir a política de um criminoso depravado e genocida, com as receitas da economia liberal (que têm dificuldade em funcionar sem liberdade) Pinochet transformou-se numa arma de arremesso do comunismo internacional, que o mostra (com alguma razão, há que dize-lo) como exemplo da economia de mercado.

Pinochet, é uma vergonha para a raça humana, e isto, para aqueles que o consideram gente, o que não é o meu caso, que considero que Pinochet, não foi mais que um miserável animal pestilento.

Fidel Castro, os neo-sovieticos, deveriam erguer estatuas a Pinochet, porque a sua política a sua forma de actuação só serviram os comunistas, e só lhes serviram para justificar as suas políticas igualmente genocídios e criminosas.

Mas se isso não fosse suficiente, haveria ainda outro argumento.

Não podemos, por uma questão de principio aceitar a violação mais miserável dos direitos das pessoas, com base na possibilidade de essa violação poder dar no futuro uma vida melhor às pessoas.

O bem estar de uma sociedade, não se pode basear no assassínio na violação e na morte de uma parte dessa mesma sociedade.

Se homenageamos Pinochet, por causa das suas grandes capacidades como governante (que são um mito) então por uma questão de honestidade,  teremos pela mesmíssima ordem de razões, que homenagear Hitler, Estaline ou Mao Tsé-tung.

E isso, eu não vou fazer nem nesta nem na próxima vida.

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« Responder #8 em: Dezembro 13, 2006, 07:34:04 pm »
Citação de: "Pantera"
60.000 pessoas tiveram na despedida de pinochet,a oposição não teve de perto nem de longe tanta gente.

Não concordo com o amigo "dremanu",porque verdade seja dita,embora a execução de determinadas pessoas possa ser essencial,neste caso especifico não me parece que tenha sido.

Morreu muita gente depois de Pinochet ter tomado o poder,e ainda se poderia aceitar as mortes que aconteceram durante o golpe de estado,no entanto é preciso perceber que allende foi eleito democráticamente e de certa forma é preciso aceitar isso,no entanto quando se tem o poder as execuções não devem acontecer excepto se houver alguma tentativa de golpe de estado ou outro tipo de crime relevante que possa ler a isso.

O que eu quero dizer é se os comunas conspirarem contra um estado como faziam cá em portugal no tempo de salazar ainda se compreende que se puna, no entanto é preciso perceber que pinochet tirou a vida a cerca de 3000 pessoas,não foi propriamente as 32 pessoas do tarrafal(muitas por doenças)..


60.000? Onde vistes isso?  :roll:
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« Responder #9 em: Dezembro 13, 2006, 08:02:28 pm »
Citação de: "papatango"
Citar
Pinochet foi um grande homem, um grande líder, dos melhores que a América Latina alguma vez já teve.
Pois eu, na minha opinião pessoal, acho que o Pinochet, não passou de uma bandido, e do típico ditador de meia tigela. Um assassino, ladrão e totalmente corrupto, como mais recentemente se veio a verificar.

Talvez fosse interessante não só visitar o Chile, como ver as estatísticas para ver em que posição o Chile estava antes de 1973, e em que posição se encontrava em 1983, dez anos depois de Pinochet ter chegado ao poder.

A ideia da competência de Pinochet e de que o sucesso do Chile (em termos de América Latina) tem alguma coisa a ver com ele, é um «cuento» - mais um - extremamente mal contado.

O Chile, com o choque económico que se seguiu a 1973, foi um país em vias de sub-desenvolvimento, onde ficou absolutamente demonstrada a impossibilidade de aplicar as teorias da chamada “escola de Chicago” na América Latina. Havia gente a morrer de fome nas estradas entre Santiago a Iquique, e o desemprego atingiu níveis inimagináveis. Não se notava na região de Santiago onde se concentra grande parte da população mas era visível em muitos outros lugares do país. Mas claro, no Chile como na URSS ou na China comunista, a censura também tem as suas vantagens: Permite esconder a incompetência.

Em 1970, o Chile tinha uma renda idêntica à da Argentina, e em 1981 essa renda era de apenas 65% da Argentina, com a agravante de que os ricos estavam muito mais ricos e os pobres eram indigentes que morriam literalmente de falta de comida. Os programas «sociais» de que o Dremanu fala, devem ser os mesmos que foram preparados de emergência, para impedir uma catástrofe.

A recuperação da economia chilena pouco ou nada tem a ver com o período de Pinochet, mas sim com a recuperação que se seguiu à saída do ditador.

= = = =

Mas como se isso não fosse suficiente, Pinochet transformou-se no imprescindível aliado do comunismo internacional.

Ao se fazer coincidir a política de um criminoso depravado e genocida, com as receitas da economia liberal (que têm dificuldade em funcionar sem liberdade) Pinochet transformou-se numa arma de arremesso do comunismo internacional, que o mostra (com alguma razão, há que dize-lo) como exemplo da economia de mercado.

Pinochet, é uma vergonha para a raça humana, e isto, para aqueles que o consideram gente, o que não é o meu caso, que considero que Pinochet, não foi mais que um miserável animal pestilento.
Fidel Castro, os neo-sovieticos, deveriam erguer estatuas a Pinochet, porque a sua política a sua forma de actuação só serviram os comunistas, e só lhes serviram para justificar as suas políticas igualmente genocídios e criminosas.

Mas se isso não fosse suficiente, haveria ainda outro argumento.

Não podemos, por uma questão de principio aceitar a violação mais miserável dos direitos das pessoas, com base na possibilidade de essa violação poder dar no futuro uma vida melhor às pessoas.

O bem estar de uma sociedade, não se pode basear no assassínio na violação e na morte de uma parte dessa mesma sociedade.

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« Responder #10 em: Dezembro 13, 2006, 08:07:10 pm »
Citação de: "Bravo Two Zero"
Citação de: "papatango"
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Pinochet foi um grande homem, um grande líder, dos melhores que a América Latina alguma vez já teve.
Pois eu, na minha opinião pessoal, acho que o Pinochet, não passou de uma bandido, e do típico ditador de meia tigela. Um assassino, ladrão e totalmente corrupto, como mais recentemente se veio a verificar.

Talvez fosse interessante não só visitar o Chile, como ver as estatísticas para ver em que posição o Chile estava antes de 1973, e em que posição se encontrava em 1983, dez anos depois de Pinochet ter chegado ao poder.

A ideia da competência de Pinochet e de que o sucesso do Chile (em termos de América Latina) tem alguma coisa a ver com ele, é um «cuento» - mais um - extremamente mal contado.

O Chile, com o choque económico que se seguiu a 1973, foi um país em vias de sub-desenvolvimento, onde ficou absolutamente demonstrada a impossibilidade de aplicar as teorias da chamada “escola de Chicago” na América Latina. Havia gente a morrer de fome nas estradas entre Santiago a Iquique, e o desemprego atingiu níveis inimagináveis. Não se notava na região de Santiago onde se concentra grande parte da população mas era visível em muitos outros lugares do país. Mas claro, no Chile como na URSS ou na China comunista, a censura também tem as suas vantagens: Permite esconder a incompetência.

Em 1970, o Chile tinha uma renda idêntica à da Argentina, e em 1981 essa renda era de apenas 65% da Argentina, com a agravante de que os ricos estavam muito mais ricos e os pobres eram indigentes que morriam literalmente de falta de comida. Os programas «sociais» de que o Dremanu fala, devem ser os mesmos que foram preparados de emergência, para impedir uma catástrofe.

A recuperação da economia chilena pouco ou nada tem a ver com o período de Pinochet, mas sim com a recuperação que se seguiu à saída do ditador.

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Mas como se isso não fosse suficiente, Pinochet transformou-se no imprescindível aliado do comunismo internacional.

Ao se fazer coincidir a política de um criminoso depravado e genocida, com as receitas da economia liberal (que têm dificuldade em funcionar sem liberdade) Pinochet transformou-se numa arma de arremesso do comunismo internacional, que o mostra (com alguma razão, há que dize-lo) como exemplo da economia de mercado.

Pinochet, é uma vergonha para a raça humana, e isto, para aqueles que o consideram gente, o que não é o meu caso, que considero que Pinochet, não foi mais que um miserável animal pestilento.
Fidel Castro, os neo-sovieticos, deveriam erguer estatuas a Pinochet, porque a sua política a sua forma de actuação só serviram os comunistas, e só lhes serviram para justificar as suas políticas igualmente genocídios e criminosas.

Mas se isso não fosse suficiente, haveria ainda outro argumento.

Não podemos, por uma questão de principio aceitar a violação mais miserável dos direitos das pessoas, com base na possibilidade de essa violação poder dar no futuro uma vida melhor às pessoas.

O bem estar de uma sociedade, não se pode basear no assassínio na violação e na morte de uma parte dessa mesma sociedade.

Se homenageamos Pinochet, por causa das suas grandes capacidades como governante (que são um mito) então por uma questão de honestidade,  teremos pela mesmíssima ordem de razões, que homenagear Hitler, Estaline ou Mao Tsé-tung.E isso, eu não vou fazer nem nesta nem na próxima vida.

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JLRC

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« Responder #11 em: Dezembro 13, 2006, 08:19:18 pm »
Citação de: "dremanu"
Pinochet foi um grande homem, um grande líder, dos melhores que a América Latina alguma vez já teve.

Deus nos livre de algum dia termos o sr. Dremanu no poder...

Citação de: "papatango"
Pois eu, na minha opinião pessoal, acho que o Pinochet, não passou de uma bandido, e do típico ditador de meia tigela. Um assassino, ladrão e totalmente corrupto, como mais recentemente se veio a verificar.

Talvez fosse interessante não só visitar o Chile, como ver as estatísticas para ver em que posição o Chile estava antes de 1973, e em que posição se encontrava em 1983, dez anos depois de Pinochet ter chegado ao poder.

A ideia da competência de Pinochet e de que o sucesso do Chile (em termos de América Latina) tem alguma coisa a ver com ele, é um «cuento» - mais um - extremamente mal contado.

O Chile, com o choque económico que se seguiu a 1973, foi um país em vias de sub-desenvolvimento, onde ficou absolutamente demonstrada a impossibilidade de aplicar as teorias da chamada “escola de Chicago” na América Latina. Havia gente a morrer de fome nas estradas entre Santiago a Iquique, e o desemprego atingiu níveis inimagináveis. Não se notava na região de Santiago onde se concentra grande parte da população mas era visível em muitos outros lugares do país. Mas claro, no Chile como na URSS ou na China comunista, a censura também tem as suas vantagens: Permite esconder a incompetência.

Em 1970, o Chile tinha uma renda idêntica à da Argentina, e em 1981 essa renda era de apenas 65% da Argentina, com a agravante de que os ricos estavam muito mais ricos e os pobres eram indigentes que morriam literalmente de falta de comida. Os programas «sociais» de que o Dremanu fala, devem ser os mesmos que foram preparados de emergência, para impedir uma catástrofe.

A recuperação da economia chilena pouco ou nada tem a ver com o período de Pinochet, mas sim com a recuperação que se seguiu à saída do ditador.

= = = =

Mas como se isso não fosse suficiente, Pinochet transformou-se no imprescindível aliado do comunismo internacional.

Ao se fazer coincidir a política de um criminoso depravado e genocida, com as receitas da economia liberal (que têm dificuldade em funcionar sem liberdade) Pinochet transformou-se numa arma de arremesso do comunismo internacional, que o mostra (com alguma razão, há que dize-lo) como exemplo da economia de mercado.

Pinochet, é uma vergonha para a raça humana, e isto, para aqueles que o consideram gente, o que não é o meu caso, que considero que Pinochet, não foi mais que um miserável animal pestilento.
Fidel Castro, os neo-sovieticos, deveriam erguer estatuas a Pinochet, porque a sua política a sua forma de actuação só serviram os comunistas, e só lhes serviram para justificar as suas políticas igualmente genocídios e criminosas.

Mas se isso não fosse suficiente, haveria ainda outro argumento.

Não podemos, por uma questão de principio aceitar a violação mais miserável dos direitos das pessoas, com base na possibilidade de essa violação poder dar no futuro uma vida melhor às pessoas.

O bem estar de uma sociedade, não se pode basear no assassínio na violação e na morte de uma parte dessa mesma sociedade.

Se homenageamos Pinochet, por causa das suas grandes capacidades como governante (que são um mito) então por uma questão de honestidade, teremos pela mesmíssima ordem de razões, que homenagear Hitler, Estaline ou Mao Tsé-tung.E isso, eu não vou fazer nem nesta nem na próxima vida.


Completamente de acordo, papatango. Excelente post.
 

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Marauder

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« Responder #12 em: Dezembro 13, 2006, 08:51:49 pm »
Para além da correcta desmitificação da associação do Pinochet com a saude económica do Chile, que o Papatango já a fez, falta mais outro facto:

 "Heróis nacionais" não roubam a sua pátria, escondendo milhões de dólares na Suiça.
 

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Luso

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« Responder #13 em: Dezembro 13, 2006, 09:22:33 pm »
Citação de: "JLRC"
Deus nos livre de algum dia termos o sr. Dremanu no poder...

- Ai esse materialismo dialético! Atenção à dissidência! :mrgreen:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #14 em: Dezembro 13, 2006, 09:33:29 pm »
Outro texto interessante retirado de

http://www.euroultramarino2.blogspot.com/

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"People cannot imagine in Europe how ruined [Chile under Allende] was. They don’t know what happened... The Marxists, with the knowledge and approval of Salvador Allende, had brought into Chile innumerable arsenals of weapons which they kept in private houses, offices, factories, warehouses. The world doesn’t know that the Chilean Marxists had at their disposal armaments superior in number and quality to those of the army, enough for over thirty thousand men... The military saved Chile for all of us... Civil war had been perfectly prepared by the Marxists. And that is what the world does not know or does not want to know. The military were called in, and they fulfilled a legal obligation, because the Executive and the Judicial Power, the Congress and the Supreme Court had publicly denounced the President and his government for their infractions of the Constitution... Allende’s aim was to install communism by violent and undemocratic means, and when the democrats who had been tricked realised the scale of the trap that had been set it was already too late. Already the masses of guerillas were armed and well prepared for their planned extermination of the military leaders." (cont.)

Não. Isto não foi dito por nenhum perigoso fascista, mas sim pelo antigo presidente Eduardo Frei, democrata-cristão, eleitíssimo segundo todos os cânones demo-liberais e mais algum, em entrevista ao ABC de Madrid, a 10 de outubro do ano de Nosso Senhor de 1973. Quem desejar conhecer a verdade sobre o Chile durante e depois do camarada Allende, não deixe de ler o texto A Tale of two Chileans, de Robin Harris, de onde extrai-se a passagem anterior. Não está fácil encontrar o trabalho de Harris na Internet... Se calhar a brigada do "politicamente correcto" e escandalosamente falso já andou a fazer a sua pirataria - em nome da "liberdade" e da "democracia", claro está.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...