Para começar é errado comparar o GOE a qualquer força especial militar, porque são muito diferentes. Saber não ocupa lugar mas 98% do que se aprende e treina na tropa não tem ali qualquer utilidade, pelo inverso, cria hábitos e tiques que podem ser prejudiciais e menos positivos naquele tipo de instrução e funções.
Não falo das forças que não conheço, falo apenas dos páras, mas dos páras de há 15 anos atrás, os actuais não os conheço.
Numa coisa falhas logo, é no rigor. Nada nos páras se assemelha em termos de rigor ao GOE-PSP. Por exemplo: ali, o mais pequeno erro, distracção, inobservância das regras, mesmo que seja no ultimo minuto do curso implica a tua eliminação. Nada que se lhe compare vi nos paraquedistas. Dizem que têm o melhor curso de combate de Portugal, fi-lo, talvez seja. Enquanto eles são instruídos para estarem em combate durante dias, meses e até anos se necessário for, uma operação do Goe cuja parte critica demore mais de 5 minutos isso é uma eternidade.
Quanto à dureza e exigências psico-físicas é tudo muito relativizável.
Te garanto, a generalidade do pessoal pertencente às mais variadas forças especiais nem sequer passaria nos testes de admissão do GOE. Enquanto que qualquer homem desta unidade da PSP passaria por toda a instrução dessas tropas especiais sem dificuldades de maior.
Há até muita gente oriunda dessas forças que nem nas provas de acesso à escola de agentes da PSP e de praças da GNR passa. Parece um contra-senso, não parece? Mas acontece mais vezes do que à partida poderíamos imaginar.
Não é preciso ter 2 anos de serviço para concorrer ao GOE. Na PSP apenas o CSP os exige. Quem acabar o curso de agentes com 20 na disciplina de educação física e próximo disso a tiro, for robusto psiquicamente e craque em testes psicotécnicos tem grandes probabilidades vir a ser um GOE se para tal concorrer.