"Guerra entre polícias no caso do sequestrador na dependência do BES da cidade.
A guerra entre PSP e PJ marca a saída do tribunal de Setúbal do homem que manteve sequestradas quatro pessoas. Numa luta pela posse do arguido, que estava à guarda da Polícia Judiciária, a PSP encenou a saída de um homem que afinal não passava de um farsante.
O indivíduo que foi filmado ontem, a sair do tribunal à guarda da PSP, não era o homem de 57 anos que manteve os quatro reféns no banco em Setúbal. O verdadeiro envolvido saiu por outra porta, 45 minutos depois, acompanhado por elementos da PJ.
Inconformados por não poderem exibir o arguido, os elementos da PSP de Setúbal avisaram os jornalistas, taparam um homem com um casaco, empurraram-no para dentro de uma carrinha das brigadas de intervenção rápida, fizeram-no deitar no chão e desapareceram. Em todos os serviços noticiosos, o boneco era de facto da PSP mas não passava de ficção.
Contactada pela SIC, a PSP não quer prestar esclarecimentos públicos sobre o caso. Limita-se a dizer que agiu em articulação e a pedido da Polícia Judiciária. Já a PJ nega que tenha requisitado essa colaboração.
Relações tensas entre PJ e PSP
As relações entre PJ e o segundo comando da PSP de Setúbal estão tensas desde quarta-feira, dia do sequestro. Na avenida Rodrigues Manito, à porta da dependência do BES, os jornalistas que estiveram a fazer a cobertura do incidente testemunharam os problemas que existiram entre as duas forças policiais.
Um assalto à mão armada com arma de fogo, como foi o caso, acabou por ficar nas mãos da PSP. Estes crimes são sempre da alçada da Polícia Judiciária, que nem sequer foi avisada pela PSP do que se estava a passar na dependência do BES.
As negociações, que duraram quase 13 horas, foram conduzidas pela PSP de Setúbal. Os elementos da Direcção Central de Combate ao Banditismo que foram para o local acabaram por ter o papel de simples observadores."
SIC Online.