Tensão entre PJ e PSP de Setúbal

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foxtrotvictor

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Tensão entre PJ e PSP de Setúbal
« em: Outubro 07, 2006, 06:15:13 pm »
"Guerra entre polícias no caso do sequestrador na dependência do BES da cidade.
 
A guerra entre PSP e PJ marca a saída do tribunal de Setúbal do homem que manteve sequestradas quatro pessoas. Numa luta pela posse do arguido, que estava à guarda da Polícia Judiciária, a PSP encenou a saída de um homem que afinal não passava de um farsante.
 
O indivíduo que foi filmado ontem, a sair do tribunal à guarda da PSP, não era o homem de 57 anos que manteve os quatro reféns no banco em Setúbal. O verdadeiro envolvido saiu por outra porta, 45 minutos depois, acompanhado por elementos da PJ.

Inconformados por não poderem exibir o arguido, os elementos da PSP de Setúbal avisaram os jornalistas, taparam um homem com um casaco, empurraram-no para dentro de uma carrinha das brigadas de intervenção rápida, fizeram-no deitar no chão e desapareceram. Em todos os serviços noticiosos, o boneco era de facto da PSP mas não passava de ficção.

Contactada pela SIC, a PSP não quer prestar esclarecimentos públicos sobre o caso. Limita-se a dizer que agiu em articulação e a pedido da Polícia Judiciária. Já a PJ nega que tenha requisitado essa colaboração.

Relações tensas entre PJ e PSP

As relações entre PJ e o segundo comando da PSP de Setúbal estão tensas desde quarta-feira, dia do sequestro. Na avenida Rodrigues Manito, à porta da dependência do BES, os jornalistas que estiveram a fazer a cobertura do incidente testemunharam os problemas que existiram entre as duas forças policiais.

Um assalto à mão armada com arma de fogo, como foi o caso, acabou por ficar nas mãos da PSP. Estes crimes são sempre da alçada da Polícia Judiciária, que nem sequer foi avisada pela PSP do que se estava a passar na dependência do BES.

As negociações, que duraram quase 13 horas, foram conduzidas pela PSP de Setúbal. Os elementos da Direcção Central de Combate ao Banditismo que foram para o local acabaram por ter o papel de simples observadores."

SIC Online.
 

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foxtrotvictor

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« Responder #1 em: Outubro 07, 2006, 06:19:21 pm »
A existência de uma única polícia talvez evitasse casos como este.
 

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Jorge Pereira

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« Responder #2 em: Outubro 07, 2006, 06:57:13 pm »
Citação de: "foxtrotvictor"
A existência de uma única polícia talvez evitasse casos como este.


Ou talvez não. Poderíamos então começar a assistir a “tensões” e rivalidades entre departamentos e unidades dessa mesma polícia única.
Uma organização única não é necessariamente sinónimo de ausência de rivalidades.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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fgomes

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« Responder #3 em: Outubro 07, 2006, 07:24:17 pm »
Realmente houve qualquer coisa que não correu bem, como o facto dos reféns terem sido algemados! Se fossem cadastrados e não cidadãos normais estou a imaginar o coro de protestos que teria havido, com todos os profissionais da "defesa" dos Direitos Humanos a protestar!
Quanto à razão invocada para este infeliz facto, o poderem ser cúmplices do assaltante, parece-me ridícula, pois será que a PSP não conseguiu identificar quem lá estava dentro? Será necessário enxovalhar os reféns depois da experiência porque passaram?
 

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Lancero

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« Responder #4 em: Outubro 07, 2006, 07:26:19 pm »
A PSP agiu de acordo com o novo plano coordenador das forças e serviços de segurança, que dá primazia territorial ao restabelecimento da ordem pública. Ou seja: era preciso resgatar os reféns e como era área da PSP foi ela que agiu. Se fosse área da GNR era a Guarda a actuar. A PJ entra depois para investigar o crime da sua competência exclusiva.
Isto e ressaibiamento da PJ que nunca concordou com as novas prioridades estabelecidas pelo plano. É uma situação, que embora me pareça empolada, é triste.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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lecavo

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« Responder #5 em: Outubro 07, 2006, 08:46:21 pm »
Viva!

A pessoa que teve esta ideia intestina, deveria levar um valente puxão de orelhas. Com esta atitude manchou a excelente imagem com que a PSP tinha saído de toda a operação. Este assalto ao banco e consequente sequestro foi resolvido com mestria e grande profissionalismo pela PSP. Toda a gente ficou bem ciente que estava ali um trabalho de grandes profissionais. Porquê agora, vir com uma coisas destas? Aquele que teve esta ideia, no mínimo estúpida, deveria ser chamado à pedra. Fiquei envergonhado com tamanho disparate.:oops:

Toda a gente sabe que o crime de sequestro é da competência da PJ. A PSP conseguiu chamar a si a gestão da ocorrência e resolveu-a de forma exemplar. A PSP saiu dignificada.

Terminado o “nosso” trabalho, mais nada havia a fazer, senão entregar o arguido à PJ e desejar-lhes igualmente sucesso na condução e resolução do processo-crime.

Mas não foi isto que aconteceu. Um qualquer incompetente achou que deveria fazer uma palhaçada e manchar tudo o que tinha sido exemplarmente feito. Mais um tiro no pé, qualquer dia estamos todos coxos!

fgomes

Algemar também as vitimas – Embora pareça estranho ao comum dos cidadãos, esse é o procedimento adoptado em todo o mundo. Qualquer unidade do género do GOE age de forma semelhante. Vêm-se muitas imagens destas vindas dos USA, numa próxima observa com cuidado, vais ver que eles agem assim. Quando aconteceu aquela desgraça na escola de Columbine, a SWAT algemava todos os alunos e professores que encontrava.
Um abraço.

--Lecavo
 

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fgomes

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« Responder #6 em: Outubro 07, 2006, 09:50:11 pm »
Lecavo, obrigado pelo esclarecimento. De qualquer modo acho o procedimento errado, porque houve mais que tempo para saber quem eram os sequestrados e com certeza que existem outras maneiras de os "controlar".
 

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ThunderHawk

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« Responder #7 em: Outubro 07, 2006, 10:19:07 pm »
A melhor maneira de controlar alguem é incapacitando-a de qualquer tipo de acção. É um procedimento muito comum em todas policias do mundo. Imaginemos que por algum motivo um dos refens decide vingar-se com as próprias mãos? São situações sempre muito dificeis...
 

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Artic Fusion

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« Responder #8 em: Outubro 07, 2006, 11:12:33 pm »
Citação de: "fgomes"
Realmente houve qualquer coisa que não correu bem, como o facto dos reféns terem sido algemados! Se fossem cadastrados e não cidadãos normais estou a imaginar o coro de protestos que teria havido, com todos os profissionais da "defesa" dos Direitos Humanos a protestar!
Quanto à razão invocada para este infeliz facto, o poderem ser cúmplices do assaltante, parece-me ridícula, pois será que a PSP não conseguiu identificar quem lá estava dentro? Será necessário enxovalhar os reféns depois da experiência porque passaram?


Dê uma joga de SWAT4  :wink:
 

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Yosy

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« Responder #9 em: Outubro 08, 2006, 12:10:26 am »
Citação de: "fgomes"
Lecavo, obrigado pelo esclarecimento. De qualquer modo acho o procedimento errado, porque houve mais que tempo para saber quem eram os sequestrados e com certeza que existem outras maneiras de os "controlar".


Infelizmente, este é o melhor método, e como já se disse, é usado por todo o mundo. É uma maneira rápida e segura de controlar os reféns, que podem estar em estado de choque e podem até alguns serem aliados do sequestrador.
 

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Lightning

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« Responder #10 em: Outubro 08, 2006, 10:10:36 am »
Eu também concordo com algemar os refens, é a maneira mais cautelosa de agir, há até aqueles casos extremos em que o raptado fica emocionado com a historia do raptor e fica do lado dele, no fim se essa pessoa estivesse solta podia fazer alguma parvoice para impedir a prisão do raptor, nunca se sabe o que é que lhes pode passar pela cabeça. Algema-se toda a gente e pronto, depois resolve-se.

Então pelo que percebi a parte operacional está a cargo da PSP e GNR e só na investigação é que entra a PJ, estilo CSI. :lol:
 

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aero

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« Responder #11 em: Outubro 08, 2006, 07:57:30 pm »
Eu sou da opinião de uma força única. Porque será que os Portugueses gostam sempre de inventar??!!. Muitos países da Europa já têm uma força única e outros para lá caminham e nós portugueses temos duvidas, não sabemos se será melhor ou pior não somos capazes de decidir nem tomar a iniciativa em nada.   Isto é a mesma história com as armas para a PSP e GNR. Por exemplo as armas glock são fabricadas á anos e são a referencia de todas as outras, são armas simples de utilizar de excelente qualidade e a prova é a quantidade de forças de policia que utilizam glocks e nós sempre com a mania ou preconceito ou inveja ou seja lá o que for, andamos a inventar outra vez !!que mania. Será possível que mesmo com provas que as coisas funcionam temos sempre que fazer exclamações. :?  Lógica não existe em Portugal.
 

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lecavo

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« Responder #12 em: Outubro 08, 2006, 10:02:49 pm »
Viva!

Quanto à polícia única, acho que já deixei bem patente a minha opinião. Já ontem era tarde.

Quanto à pistola, em Portugal funciona a lógica do preço mais baixo. A Glock é de muito boa qualidade, mas na Europa, que eu saiba ainda não conseguiu ganhar um concurso para fornecer uma força policial inteira (apenas equipa pequenas unidades especiais), isso deve-se ao seu preço. O Sr. Gaston Glock não baixa os preços. Tanto custa uma pistola como um milhão. Como as outras marcas negoceiam o preço, a Glock lá vai ficando para trás. Mas parece que o sr. Gaston Glock não está muito preocupado com isso.

Mas olha que a HK, Sig Sauer, FN e Beretta não lhe ficam atrás.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #13 em: Outubro 08, 2006, 11:11:23 pm »
Não querendo ser a voz do contra, ouvi dizer (não sei porque nunca tive uma Glock nas mãos), que de vez em quando, há peças que pura e simplesmente se partem. Será que alguém me disse uma grande mentira, ou será verdade?  :wink:
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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lecavo

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« Responder #14 em: Outubro 09, 2006, 10:07:17 pm »
Viva!

Nada mais errado, a Glock é das armas mais fiáveis. Basta falar com os atiradores de tiro prático. Todos são unânimes quanto à sua qualidade e fiabilidade.

Claro que qualquer arma pode ter uma avaria (partir um percutor por exemplo). Mas quanto ao resto, uma Glock é praticamente indestrutível (eu nunca o neguei, pessoalmente não gosto da Glock, é muito "quadrada, pouco ergonómica e não tem cão à vista). Já dei muitas vezes tiro com uma Glock 17. Não tenho qualquer queixa relativamente ao seu funcionamento, precisão e fiabilidade.

As críticas que fiz devem-se apenas ao meu gosto pessoal, nada mais. Já li em revistas da especialidade vários testes feitos a várias pistolas ao mesmo tempo nos mais variados pontos do mundo. As pistolas Glock obtêm normalmente a melhor pontuação geral. Perdem apenas pelo custo. São muito caras. Como já disse num post anterior o sr. Gaston Glock não baixa o preço, quem quer compra, quem não quer ou não tiver dinheiro fica a chupar no dedo.
Um abraço.

--Lecavo