O grande especialista em língua portuguesa devia saber que dificilmente encontrará alguém criado e educado em Portugal — independentemente da sua nacionalidade — a utilizar expressões como vosmecês, OTAN e pego. Mas enfim, somente mais uma pérola nesse imenso mar de bacorada que tem banhado estas costas.
O que, na minha humilde perspectiva, os camaradas brasileiros falham em compreender é o tipo de conflito que pode repentinamente assolar o seu país de forma brutal e repentina. A historia ensina-nos que o mundo está cheio de conflitos que, muitas vezes, surgem quase do nada mas, ainda assim, podem ter consequências profundas e duradouras — o conflito das Falkland/Malvinas é disso um claro exemplo com a Argentina, ainda hoje, a sofrer as consequências da sua aventura belicista de 1982.
Claro que ninguém tem capacidade para invadir e ocupar de forma permanente um país com a dimensão territorial do Brasil. De igual forma, o Brasil não tem, de momento, a capacidade de invadir e ocupar uma Argentina, um Peru ou um Chile. Mas qual é a verdadeira capacidade do Brasil para travar uma guerra limitada pelo controle de umas plataformas petrolíferas no alto mar, por exemplo? Serão os AMX e F-5 suficientes? Nem vou questionar as capacidades navais da MB para não envergonhar ninguém, mas será que as pessoas pensam verdadeiramente nestas questões, ou se limitam a expressar os seus sentimentos nacionalistas bacocos?