Navios Patrulhas Oceânicos (NPO)
A necessidade dos Navios Patrulha Oceânicos (NPO), destinados à realização das tarefas de interesse público, já remonta a 1976, quando foi criado o primeiro Grupo de Trabalho (GT). No início de 1984, uma vez mais, verificou-se o interesse da Marinha na obtenção de 14 Patrulhas Oceânicos, a concretizar através de um programa exclusivamente nacional que envolvesse não só o projecto, como o financiamento e a construção. Tanto em 1976 como em 1984, a inexistência de recursos financeiros impediu a concretização da construção dos NPO. Em 1997 este assunto foi reiterado, tendo sido criado o GT para a definição dos Objectivos Operacionais dos Novos NPO, os quais foram materializados com a promulgação dos Requisitos Operacionais em 1998. Assim, deu-se início ao processo em curso dos NPO, envolvendo a Marinha, o Arsenal do Alfeite (AA) e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A. (ENVC).
De 2001 e 2002 decorreu todo o processo que levou à assinatura do contrato entre o Estado Português e os ENVC, que teve lugar em Viana do Castelo, em 15OUT02, para o fornecimento do projecto, do Apoio Logístico Integrado (ALI) e de um NPO, tendo ficado o segundo NPO como opcional, situação que veio a confirmar-se, prevendo-se inicialmente a entrega dos 2 navios em 2005. Entretanto, devido a atrasos e dificuldades de diversa ordem, os ENVC tem vindo a solicitar adiamento da entrega dos navios.
Tratando-se de navios patrulha oceânicos, destinados a operar na área de jurisdição e responsabilidade nacional, e conhecendo-se a meteorologia e o estado de mar adverso que a caracterizam, levaram a que o comportamento dos navios no mar fosse considerado uma das variáveis mais importantes durante a elaboração do projecto e a especificação do navio. A forma do casco, com o pontal elevado e a borda falsa no castelo, a instalação de estabilizadores activos, robaletes e de um patilhão generoso, foram soluções adoptadas no sentido de conferir aos navios um bom comportamento no mar e satisfazer os requisitos estabelecidos. Em termos de manobrabilidade, os navios deverão cumprir o critério da International Maritime Organization (IMO) e terão capacidade de efectuar a paragem de emergência em quatro comprimentos, à velocidade de 20 nós. Os NPO irão introduzir novos padrões de habitabilidade, marcados por áreas mais generosas, níveis de ruído inferiores, grande flexibilidade para alojar militares de ambos os
sexos, independentemente dos quantitativos relativos, e maior privacidade nos alojamentos e casas de banho. A propulsão do navio é efectuada por duas linhas de veios, cada uma constituída por um motor Diesel, com 3.900 kW às 1.000 RPM, ou um motor eléctrico, com 300 kW, utilizado para baixas velocidades. Os auxiliares do navio compreendem os sistemas de ventilação e ar condicionado, produção de água doce, frigoríficas e demais sistemas usualmente existentes. Em matéria ambiental e de poluição marinha, o navio cumpre a convenção MARPOL (Anexos I, IV e V), existindo para o efeito vários sistemas de tratamento de
resíduos, um sistema separação dos lixos, com possibilidade de armazenamento em paiol refrigerado, e a separação das águas oleosas.
Apesar de se destinarem primordialmente à realização de tarefas de serviço público, os patrulhas da classe “Viana do Castelo” estarão armados à proa com uma peça de artilharia, dois pontos de fixação
nas asas da ponte, para as metralhadoras ligeiras, e um sistema amovível na tolda para o lançamento de minas. Para auxiliar a fiscalização e as tarefas de busca e salvamento (Search and Rescue
– SAR), os navios têm instalado um sensor electro-óptico, estabilizado em dois eixos, com capacidade de detecção, registo, localização e identificação de contactos - tanto de dia como à noite.
Características
Deslocamento carregado 1716 ton
Comprimento 83,1 m
Boca 12,9 m
Calado 3,7 m
Pontal 9,6 m
Velocidade Máximo 20 nós
Propulsão
2 MPP’s Diesel 2 x 3.900 kW
2 M Eléctricos 2 x 300 kW
4 GE 4 x 362 kW
Autonomia 5000 milhas/ 15 nós
Armamento e sensores
Peça de 30mm
Minas Tipo MK55
Sensor Electro-óptico
Radar Banda I e F
Sist. Integrado de Comunicações
Guarnição
Oficiais 5
Sargentos 8
Praças 25
Margem alojamento 29