Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa

  • 5925 Respostas
  • 1787483 Visualizações
*

jmg

  • Analista
  • ***
  • 640
  • Enviou: 15 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #1365 em: Junho 29, 2008, 06:34:28 pm »
Nesse caso a Entidade da Armada para o desenvolvimento do projecto deveria ser responsabilizada. Eu não estava a pôr em causa as capacidades dos estaleiros.
Estava sim a ponderar a possível existência de uma falta de vontade(politica ou outra) em levar um projecto a bom termo.
Projecto que eu considero vital para a defesa dos interesses nacionais que passam cada vez mais pelo controlo da riqueza que representa a ZEE.
Não te fies de mim, se te faltar valentia.
(Inscrição gravada num antigo punhal.Autor desconhecido)

ΜΟΛΩΝ ΛΑΒΕ
 

*

Pedro Monteiro

  • Analista
  • ***
  • 893
  • Recebeu: 152 vez(es)
  • Enviou: 19 vez(es)
  • +26/-20
    • http://www.pedro-monteiro.com
(sem assunto)
« Responder #1366 em: Junho 29, 2008, 10:47:42 pm »
Citação de: "luis filipe silva"
E não me venham com a velha "treta de que os ENVC não construiam um navio militar há trinta anos. Eles nunca tinham construido fragatas e construiram a Alm. Magalhães Correia.

Com todos os problemas e atrasos conhecidos.  :roll: Para quem não conhece, sugiro a leitura do livro A Corveta Portuguesa dos Anos 70, onde se justifica a opção por estaleiros espanhóis e alemães para a construção das corvetas...

Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

*

luis filipe silva

  • Investigador
  • *****
  • 2049
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #1367 em: Junho 30, 2008, 12:12:06 am »
Pedro Monteiro escreveu:
Citar
Com todos os problemas e atrasos conhecidos.


Creio que problemas tiveram os três navios da classe, e só um foi construído nos ENVC.
Atrazos não estou a ver nada de relevante: Batimento da quilha 01-09-1963; Lançamento à água 26-04-1965; Entrega 01-12-1967. Ou seja, quatro anos: Mais um, dois anos o tempo normal de construção de uma fragata, além de que a MGP não tinha pressa nelas, já que não podiam operar para além do Trópico de Câncer.
As corvetas foram construídas porque a Marinha tinha pressa nos navios, e os nossos estaleiros(todos) eram lentos na construção, o que além disso encarecia o preço dos navios. Nem tudo se sabe, mas também houve razões polítcas na encomenda à Espanha. Podiam ter sido todas construídas na Alemanha.
No entanto, continuamos a falar acerca de dois cascos mercantes com algum equipamento (pouco)militar.
-----------------------------
saudações:
Luis Filipe Silva
 

*

Cabecinhas

  • Investigador
  • *****
  • 1505
  • Recebeu: 5 vez(es)
  • Enviou: 11 vez(es)
  • +4/-0
(sem assunto)
« Responder #1368 em: Junho 30, 2008, 12:52:57 am »
Só uma pergunta offtopic, porque é que a MGP não podia navegar a sul do trópico de Câncer?
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
---
 

*

luis filipe silva

  • Investigador
  • *****
  • 2049
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #1369 em: Junho 30, 2008, 12:58:39 am »
Não era a MGP. Apenas a Pero escobar,as três da classe Alm. Pereira da Silva, oito navios-patrulha e oito draga - minas porque foram pagos totalmente ou em parte pelos USA, e eram considerados navios NATO.
-----------------------------
saudações:
Luis Filipe Silva
 

*

JQT

  • Membro
  • *
  • 265
  • Recebeu: 13 vez(es)
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #1370 em: Junho 30, 2008, 06:59:27 pm »
Citação de: "Pedro Monteiro"
Com todos os problemas e atrasos conhecidos.  :roll: Para quem não conhece, sugiro a leitura do livro A Corveta Portuguesa dos Anos 70, onde se justifica a opção por estaleiros espanhóis e alemães para a construção das corvetas...


Caro Pedro,

Esse livro é excelente mas não nos esqueçamos de que é a versão da Marinha sobre os acontecimentos, com todo o respeito que eu tenho pelo Alm. Rogério de Oliveira. O projecto das corvetas tem muito mérito mas não nos iludamos de que é uma imitação da fragata Pero Escobar, mais curta, com motorização diesel e com plano de armamento equivalente (na configuração de guerra generalizada). E as corvetas provaram-se pequenas e lentas mal o cenário de emprego subia acima do patamar de operações de vigilância marítima e apoio a uma guerra terrestre de baixa intensidade. Se tivessem tido de medir forças com as corvetas nigerianas ou lanchas rápidas da Guiné-Conakry, estavam em tudo menos numa situação favorável.

O primeiro projecto, da autoria da Blohm & Voss, apontava para um navio de 1700 ton, que a Marinha achou demasiado (apontava para 1000). O facto é que o projecto das JC/BA acabou por ser desenvolvido pelos alemães e espanhóis, que aumentaram para as 1700 (no caso alemão podendo embarcar um helicóptero).

Além do mais houve razões políticas, de propaganda, para encomendar lá fora (mostrar que afinal não estávamos isolados), e financeiras (empréstimos em condições favoráveis da França, nas JB e ssks).

JQT
 

*

JQT

  • Membro
  • *
  • 265
  • Recebeu: 13 vez(es)
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #1371 em: Junho 30, 2008, 07:49:02 pm »
Citação de: "luis filipe silva"
Atrazos não estou a ver nada de relevante: Batimento da quilha 01-09-1963; Lançamento à água 26-04-1965; Entrega 01-12-1967. Ou seja, quatro anos


Só que a data que conta como início da construção neste caso não é a do batimento de quilha mas do início da pré-fabricação dos blocos, e essa é de 1961 (Lisnave) e 1962 (ENVC). E aí já o prazo muda de figura. E ainda mais se lembrarmos que as Dealey eram um projecto simples, pensado para serem construídas rapidamente e em massa, em caso de guerra (capitalizando a experiência industrial da 2GM).

Indesculpável, o atraso.

Mas também convém lembrar que a Marinha estava contrariada neste projecto em dois aspectos: primeiro queriam navios ingleses, não americanos. Segundo, é sempre mais convidativo para as delegações de acompanhamento da construção que esta se faça no estrangeiro: recebem-se ajudas de custo disto, subsídios daquilo, e passa-se uma temporada fora, que também sabe bem. No caso dos navios construídos na Lisnave, era notória o descontentamento do pessoal da Marinha em relação à construção das fragatas ser feita em Portugal.

JQT
 

*

Pedro Monteiro

  • Analista
  • ***
  • 893
  • Recebeu: 152 vez(es)
  • Enviou: 19 vez(es)
  • +26/-20
    • http://www.pedro-monteiro.com
(sem assunto)
« Responder #1372 em: Junho 30, 2008, 09:20:52 pm »
JQT,

Muito interessante e lógica a sua análise.  :wink: Desconhecia, aliás, totalmente essa "inspiração" na Pedro Escobar!

Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

*

luis filipe silva

  • Investigador
  • *****
  • 2049
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-1
(sem assunto)
« Responder #1373 em: Junho 30, 2008, 10:16:26 pm »
JQT escreveu:
Citar
Mas também convém lembrar que a Marinha estava contrariada neste projecto em dois aspectos: primeiro queriam navios ingleses, não americanos. Segundo, é sempre mais convidativo para as delegações de acompanhamento da construção que esta se faça no estrangeiro: recebem-se ajudas de custo disto, subsídios daquilo, e passa-se uma temporada fora, que também sabe bem. No caso dos navios construídos na Lisnave, era notória o descontentamento do pessoal da Marinha em relação à construção das fragatas ser feita em Portugal.

Plenamete de acordo.

Agora essa da similaridade entre a P. Escobar e as corvetas, só se fosse no radar MLA-1B. De resto tudo era diferente desde armamento aos torpedos, propulsão a vapor, alojamentos, paióis, tudo era diferente.
-----------------------------
saudações:
Luis Filipe Silva
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 20897
  • Recebeu: 7043 vez(es)
  • Enviou: 8073 vez(es)
  • +8127/-13051
(sem assunto)
« Responder #1374 em: Julho 02, 2008, 02:41:09 pm »
do blog de Luis Miguel Correia, esquema dos Iates dos ENVC

http://bp1.blogger.com/_f1OZb7DL07k/SGS ... tes+VC.bmp
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

jmg

  • Analista
  • ***
  • 640
  • Enviou: 15 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #1375 em: Julho 04, 2008, 11:00:18 pm »
Pintados com o nosso verde da Armada, ficavamos com uns patrulhões que até metiam respeito ao Sr Abramovich......
Não te fies de mim, se te faltar valentia.
(Inscrição gravada num antigo punhal.Autor desconhecido)

ΜΟΛΩΝ ΛΑΒΕ
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 8085
  • Recebeu: 1327 vez(es)
  • +6543/-1406
(sem assunto)
« Responder #1376 em: Julho 04, 2008, 11:06:26 pm »
Bom, há que dizer em abono da verdade que esse projecto não tem nada a ver com o NPO.

Parece mais sofisticado.
Funciona com motores electricos em pods (provavelmente direccionais).

A desvantagem, é que a velocidade será menor.
Um Mega-Iate (porque é disso que se trata) que dá 16 nós, é considerado bastante rápido.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

*

Tino

  • Membro
  • *
  • 39
  • Recebeu: 7 vez(es)
  • Enviou: 12 vez(es)
  • +3/-3
(sem assunto)
« Responder #1377 em: Julho 07, 2008, 02:34:08 pm »
No 10 de Junho lá estvam os dois NPOs encostados no sítio do costume.

Ninguém lhes ligou nada, quando estiverem prontos já vão ter alguns anos de vida "no mar" sem sair do estaleiro. Já se nota na pintura.

Esses iates parecem bem mais complicados do que os NPOs.

Deixem o governo mudar de cor. Pode ser que a construção volte a andar para a frente.

Para mim as duas principais razões dos atrasos são: políticas e alterações ao projecto que não foi bem feito desde o inicio. Depois os Almirantes começaram a passar por aqui pelo forum e viram pessoal a falar que os NPOs vão ter pouco armamento e tal, e lá foram eles de novo pedir alterações.
Entretanto isto já vai com 90 e tal páginas e eles já não sabem o que fazer com o projecto e com os NPOs!  :evil:

Parece que vamos ter que começar a enviar uns emails para o Paulo Portas e para o Presidente da Républica até alguém se lembrar de pedir ou dar explicações em público sobre o caso...
 

*

Feinwerkbau

  • Membro
  • *
  • 283
  • Recebeu: 2 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #1378 em: Julho 24, 2008, 01:30:29 pm »
boa tarde a todos os foristas

apenas gostaria de referir que desde 2002 ( assinatura do contrato dos NPO ), os ENVC já construíram e entregaram 17 navios, nomeadamente:

2 navios de transporte de produtos químicos 134m pp - 15500TDW
8 porta contentores Heavy Lift 112m pp - 6300TDW
2 navios frigoríficos Reefer 174m pp - 15000 TDW
2 navios de transporte de produtos químicos 132m pp - 14000TDW Ice Class A1+
2 cruzeiros Rio-Mar 73m pp - 90 TDW
1 Ro-Ro Day Car & Passengers Ferry "Lobo Marinho" - 98.20m pp - 800 TDW

o atraso dos NPO, não me parece falta de capacidade...

http://www.envc.pt/destaques.htm

li noutro post, que a mais valia de produtividade dos estaleiros espanhóis seria o  método de construção por "secções"... apenas comento que este é o método utilizado em qualquer estaleiro de médio porte que se diga moderno...
 

*

JLRC

  • Investigador
  • *****
  • 2505
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +4/-85
(sem assunto)
« Responder #1379 em: Julho 24, 2008, 11:53:06 pm »
Citação de: "Feinwerkbau"

li noutro post, que a mais valia de produtividade dos estaleiros espanhóis seria o  método de construção por "secções"... apenas comento que este é o método utilizado em qualquer estaleiro de médio porte que se diga moderno...


Correcto. Essas secções chaman-se blocos e o seu tamanho depende da capacidade de elevação do estaleiro (guindastes ou pórtico). Já na saudosa Setenave, em 1974, os grandes petroleiros, com mais de 300 m de comprimento, eram construídos em blocos que depois eram soldados na doca de construção. O tamanho máximo desses blocos só dependia da capacidade do pórtico que julgo era de cerca 400-500 t.