D. Afonso Henriques

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ricardonunes

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D. Afonso Henriques
« em: Julho 07, 2006, 06:18:09 pm »
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"Falhas" do IPPAR adiam exumação do primeiro rei
 
 
Eugénia Cunha foi proibida de exumar D. Afonso Henriques, depois de o IPPAR a ter autorizado


Nelson Morais, Bruno Pires

Opresidente do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), Elísio Summaville, assumiu, ontem à tarde, que foram "falhas de comunicação" neste organismo que o levaram a proibir, de manhã, a exumação dos restos mortais de D. Afonso Henriques, na Igreja de Santa Cruz, em Coimbra.

A exumação, que permitiria a uma equipa de investigadores começar a traçar, a partir das 17 horas de ontem, o perfil biológico do primeiro rei de Portugal, fora autorizada pela Delegação Regional de Coimbra do IPPAR, a 22 do mês passado, e pelo bispo da diocese local. Porém, só ontem de manhã a direcção nacional do IPPAR terá reparado que, estando em causa uma figura soberana, a operação carecia de autorização da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, "e do próprio gabinete do primeiro-ministro", admitiu Summaville, ao JN.

A investigadora da Universidade de Coimbra Eugénia Cunha, responsável pela equipa multidisciplinar que vai tentar desvendar alguns mistérios sobre a figura de D. Afonso Henriques, mostrou-se "desanimada" com a proibição do IPPAR, tomada, segundo Summaville, "em diálogo" com o gabinete da ministra da Cultura. Eugénia Cunha queixou-se dos prejuízos causados, exemplificando com o facto de a equipa do espanhol Miguel Botella, especialista na reconstituição de imagens a três dimensões, ter de regressar hoje a Espanha (parte para o México nos próximos dias).

Mas a investigadora, que assegurou patrocínios de uma construtora, um banco e uma fundação, pode vir a ser indemnizada. "É evidente que o IPPAR é uma pessoa de bem, e foram criadas expectativas... Vamos equacionar todas essas situações", adiantou Summaville, prometendo também um inquérito para apurar responsabilidades dentro da instituição.

O pedido de autorização para a exumação fora feito, em Março de 2005, à anterior direcção do IPPAR. Mas, recentemente, a actual foi confrontada com um pedido similar, para o suposto corpo de D. Sebastião, sepultado no Mosteiro dos Jerónimos, e pediu um parecer jurídico, que apontou para a necessidade da autorização governamental. Ontem, a comunicação social anunciou a exumação de D. Afonso Henriques do seu túmulo, classificado como panteão nacional, e o IPPAR decidiu, então, proibi-la.

Além de Miguel Botella, que participou na investigação do corpo de Cristovão Colombo, o projecto conta com a colaboração do historiador José Mattoso, de especialistas em genética (ADN), palio-dietas (dietas antigas), palio-patologias, epigrafia, análises de pedra, metais, madeira e tecidos medievais.

Não falta pois ambição ao projecto de Eugénia Cunha, professora catedrática de Antropologia que tem um doutoramento sobre populações medievais, assente no estudo das respectivas ossadas. A investigação pretende, desde logo, determinar a idade com que o fundador da Nação morreu, em 1186, e apurar a veracidade dos relatos que lhe atribuem uma estatura e uma rebustez enormes. A fractura do fémur que se diz ter sofrido no Cerco a Badajoz, o perfil genético, o tipo de dieta que tinha (à base de carne, vegetais ou alimentos marinhos?) e mesmo a fisionomia do primeiro rei de Portugal são outros aspectos sobre os quais se poderá fazer luz.
Potius mori quam foedari
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #1 em: Julho 08, 2006, 11:49:25 am »
Já tinha lido artigo e há algo que me surpreende, então é assim que se trata o fundador da pátria?! Acho que se devia ter um pouco de mais respeito com a nossa história e com alguém que é sem dúvida muito importante para todos nós!  :evil:
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antoninho

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« Responder #2 em: Julho 09, 2006, 07:08:35 pm »
Dos herdeiros de um regime implantado por um golpe, com a desculpa que a monarquia já não defendia os interesses da nação, que chacinaram o rei e o herdeiro, que meteram Portugal logo a seguir numa guerra que não era nossa, "os infames ingleses que faziam tudo para nos roubarem o império"( mas entraram ao lado deles), com sucessivos descalabros no governo da nação que provocou a bancarrota, que levou a haver 40 anos de ditadura e que ainda hoje fazem o que fazem, estão à espera de quê...os quais ainda hoje na constituição têm impedimentos a um retorno da monarquia através de eleições adfinal isto não diz tudo...
 

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pedro

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« Responder #3 em: Julho 09, 2006, 10:18:00 pm »
Eu acho que se deveria respeitar mais o pai da patria.
Cumprimentos
 

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PereiraMarques

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« Responder #4 em: Julho 09, 2006, 10:21:30 pm »
Ainda não percebi o que é que tem de desrespeitoso a análise Antropobiológica das ossadas de D. Afonso Henriques... :?
 

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Bravo Two Zero

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« Responder #5 em: Julho 09, 2006, 10:51:42 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Ainda não percebi o que é que tem de desrespeitoso a análise Antropobiológica das ossadas de D. Afonso Henriques... :?
"Há vários tipos de Estado,  o Estado comunista, o Estado Capitalista! E há o Estado a que chegámos!" - Salgueiro Maia
 

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JLRC

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« Responder #6 em: Julho 10, 2006, 01:40:16 am »
Citação de: "Bravo Two Zero"
Citação de: "PereiraMarques"
Ainda não percebi o que é que tem de desrespeitoso a análise Antropobiológica das ossadas de D. Afonso Henriques... :?


Já somos três

Se calhar têm medo que se descubra que D. Afonso Henriques era afinal filho de Egas Moniz  :oops:
 

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Doctor Z

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« Responder #7 em: Julho 10, 2006, 12:36:07 pm »
Citação de: "JLRC"
Citação de: "Bravo Two Zero"
Citação de: "PereiraMarques"
Ainda não percebi o que é que tem de desrespeitoso a análise Antropobiológica das ossadas de D. Afonso Henriques... :?

Já somos três

Se calhar têm medo que se descubra que D. Afonso Henriques era afinal filho de Egas Moniz  :oops:


Já ouvi falar dessa cena ...
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papatango

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« Responder #8 em: Julho 10, 2006, 10:32:16 pm »
Mesmo que isso fosse verdade, não teria qualquer relevância do ponto de vista histórico.

Também não entendo muito bem qual é o objectivo dessa investigação.

Em casos como o do Cristovão Colombo, por exemplo, até se entende o interesse histórico, mas no caso de D. Afonso Henriques...

Portugal existe por razões que ultrapassam completamente a vontade daquele que foi o primeiro rei de Portugal.

O país aparece não porque D.Afonso Henriques assim o quis, mas porque teve o apoio do povo, ou melhor, do terceiro estado, ou seja, os comerciantes, mercadores e artifices.

Mas mesmo que não fosse assim, a Dinastia da Borgonha acabou com D. Fernando, e substituiu-o D. João I que, mais uma vez, foi Rei por vontade do povo, confirmado nas cortes e nas ruas de Lisboa.

Não adianta dizer o que quer que seja quanto às origens das pessoas que nos habituamos a ter como referência. A principal razão do país existir somos nós próprios.

Nós, e todos os outros para trás, que não foram em Estorias de criação de grandes paises e grandes nações...

Será no entanto interessante ver com o que é que se saem os técnicos.

Espero que se aproveite alguma coisa, porque caso contrário será de perguntar quem é que está a pagar.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

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TOMKAT

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« Responder #9 em: Julho 11, 2006, 12:51:12 am »
Citação de: "JLRC"

Se calhar têm medo que se descubra que D. Afonso Henriques era afinal filho de Egas Moniz  :oops:


Essa teoria não é nova.
Até já foi discutida num outro tópico que andará perdido aqui pelo fórum onde aflorei esse assunto.

Há uns bons anos atrás, foi editado um livro de um autor entre o historiador e o romancista, Mário Domingues creio, que defendia essa ideia da troca dos bebés. A obra julgo ser "D. Afonso Henriques".  

Acerca da exumação dos restos mortais do nosso primeiro Rei, preferia que o deixassem descansar em paz.

Um país constrói-se, para além da sua história, com mitos e lendas que ajudam a consolidar essa mesma história e criam uma aura de misticismo
que também faz parte da nossa herança cultural, que nos ajudou a crescer como nação e que consolidou a nossa identidade como povo.

Que aconteceria por exemplo se se viesse a descobrir que D. Afonso Henriques era uma pessoa de baixa estatura, de fraca constituição física?

O mito/lenda do Homem forte que pegava na espada de X quilos cairia pela base.

Qual seria o mito/lenda que cairia a seguir?
Como olhariamos a nossa história depois ?

À coisas que é melhor deixá-las como estão.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
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RedWarrior

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« Responder #10 em: Julho 11, 2006, 04:18:14 am »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Acho que se devia ter um pouco de mais respeito com a nossa história

 Para mim, tratar com respeito a História é permitir a sua investigação.
A primeira vítima de todas as guerras é a verdade
 

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Doctor Z

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« Responder #11 em: Julho 11, 2006, 09:55:49 am »
Mas afinal, o que se pretende com esta investigação ?
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Cabeça de Martelo

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« Responder #12 em: Julho 11, 2006, 11:27:39 am »
Citação de: "RedWarrior"
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Acho que se devia ter um pouco de mais respeito com a nossa história
Para mim, tratar com respeito a História é permitir a sua investigação.


E quem disse o contrário? Eu quero que investiguem, eu quero saber se metade das coisas que dizem sobre o FUNDADOR da pátria são sempre verdade ou não. O que me deixa passado é o facto do responsável politico não ter dito nada durante meses e agora o material usado na investigação vai para o estrangeiro e só vai voltar para o final do ano. Andam a brincar com quem trabalha!  :?
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antoninho

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« Responder #13 em: Julho 11, 2006, 05:31:32 pm »
Do jn online de 11/07/2006


O fémur do Fundador
 
 
 


Sérgio de Andrade, Jornalista

TSão só contrariedades! Perdemos com a França por causa de um árbitro uruguaio meio ceguinho, sofremos insultos de cavalgaduras que escrevem em jornais de Londres e de Paris, vimos desfeitear o "nosso" Ronaldo, aguentámos as agressões sexuais do bruto que é Rooney e as fantasias sexuais do carroceiro que é Domenech - e, como se a nossa capacidade de sofrimento ainda não se estivesse esgotado, veio o presidente do Instituto Português do Património Arquitectónico e deu-nos o golpe de misericórdia não permitiu que se vasculhasse o que possa restar de D. Afonso Henriques - e assim ficaremos privados de saber coisas tão interessantes como apurar se o homem media, ou não, dois metros e se, no cerco de Badajoz, fracturou um fémur, ou apenas uma tíbia.

A julgar pelo relevo que ao caso deram os órgãos de comunicação social, o que sucedeu é extremamente grave. Mais grave do que a subida estonteante do «crude», do que a ameaça de uma 3.ª guerra desencadeada pela Coreia do Norte ou dos golpes que, sem cessar, o Governo desfere sobre a máquina do funcionalismo público. Dir-se-ia que, saindo embora estonteado do pesadelo que foi o desfecho do «Mundial», o país inteiro conseguiu reunir forças bastantes para se preocupar com o malogro da «Operação D. Afonso Henriques».

A coisa não é para menos, pois enfrentamos a frustração de uma trupe de gente especializada em coisas tão complicadas como palio-dietas e epigrafia que se propunha, de certo modo, profanar o túmulo do Fundador da Nacionalidade para saber se ele fazia dieta, ou para esboçar mesmo o seu retrato-robot. Ainda acredito que a ministra da Cultura vai reconsiderar e permitir o estudo dos restos mortais do filho do conde D. Henrique e de D. Teresa, quando mais não seja para que Portugal inteiro possa voltar a dormir descansado. Haja fé aí, ao menos, pois que a fé na vitória no «Mundial» já se foi!

PS - Calculo que, a estas horas, os incondicionais de tudo o que seja culturalmente esotérico estejam a chamar-me ignorante, retrógrado, obscurantista ou outras coisas ainda piores. Mas a verdade é que, terra-a-terra que sou, acho que o país tem mais com que se preocupar do que com o ADN de D. Afonso Henriques.

Sérgio de Andrade escreve no JN semanalmente, às terças-feiras


p.s.-proverbio monarquico

povo tende cuidado com os republicanos
pois eles vendem-nos a rês e ficam-nos
com o dinheiro
 

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dremanu

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« Responder #14 em: Julho 11, 2006, 05:56:16 pm »
Este país está mesmo degenerado. Será que estes académicos não têm melhores temas a que podem dedicar o seu tempo a estudar.

É mesmo um sacrilégio estar a tirar os ossos do rei fundador de Portugal para o estudar. Estudar o quê, e para quê?

Cambada de inuteís!  :?
"Esta é a ditosa pátria minha amada."