Edu
Crimeia
Antes do referendo oficial, Moscovo fez uma sondagem na crimeia para saber se o população apoiaria a reunião com a Russia. O resultado já nessa altura foi favorável. A história da Russia e da Crimeia estão interligadas desde o século 18. Mesmo quando parte da Ucrânia a região gozava dum estatuto de autonomia. A cedência da peninsula à Ucrania nos anos 50 pelo Krushnev foi feita de modo ilegal. A Russia apenas aproveitou a oportunidade para reparar um erro histórico e também fazer prevalecer os seus interesses estratégicos (base sevastopol).
Não é correcto que aplique o termo invasão. A presença das forças de defesa locais e soldados russos foram bem vindas pela larga maioria dos habitantes que estavam em pânico com os acontecimentos de Maidan e a russofobia dos seus lideres. Muitos soldados ucranianos desertaram para o lado russo e ajudaram na tomada de vários postos militares. Não há propaganda aqui. A Crimeia quis ser parte da Russia.
A sondagem está muito longe de poder ser considerada valida, praticamente quem votou foram russos e mesmo esses pressionados pelos soldados russos (aka homenzinhos verdes). Tártaros e Ucranianos não puderam votar. Acha que actualmente os direitos dos não russos na Crimeia estão a ser respeitados? É óbvio que não.
Se a cedência da Crimeia à Ucrânia pode ser considerada um erro historio o mesmo se pode dizer sobre a venda do Alaska aos EUA. Muitos russos hoje vêem isso como um erro histórico, no caso do Alaska até geograficamente esta mais perto da Rússia que dos EUA, e pertencia à muito mais tempo à Rússia que a Crimeira. Porque não corrigir também esse "erro" histórico?
Exclusão aérea
A pergunta que tem que fazer é porque é depois do abate do an 26 a 6500 metros poucos dias antes da tragédia do mh17 as autoridades ucranianas não fecharam o espaço aéreo. E se sabiam, como dizem, que os separatistas estavam na posse do sistema buk porque permitiram que um avião civil sobrevoasse uma zona de guerra? Da responsabilidade moral não se escapam.
As coisas não são tão claras sobre a tragédia do mh17 como o Edu acredita. De momento não foi produzida nenhuma evidência que permita apontar a culpa aos separatistas. Se assim fosse as provas eram apresentadas e o caso encerrado, mas não é o que acontece. As narrativas de vários serviços de inteligência ocidentais não coincidem. A ucrania nega categoricamente que lhe foram capturados os supostos misseis responsáveis pela queda do avião. Os EUA por sua vez não conseguem provar que a Russia forneceu esse sistema aos separatistas . Sabe-se que a Ucrania tinha buks e força áerea capaz de abater o mh17. Os separatistas teriam um sistema buk inoperacional. Além disso a Ucrânia tem direito de veto sobre o resultado da investigação.
Responda-me à pergunta: A força aérea Ucrâniana é hoje capaz de efectuar livremente operações no seu espaço aéreo (nas áreas controladas pela Rússia)? A resposta é simples: Não.
Então é óbvio que temos uma zona de exclusão aérea pela definição do próprio termo. Como é que sem sistemas Buk ou outros que tais conseguiriam os separatistas abater um avião An-26
acima de 6500 metros? Foram os ucranianos que abateram o próprio avião?
Inicialmente você defendia que os separatistas não teriam nenhum Buk, agora já admite que tinham um inoperacional. Se inoperacional significa que não tinham o sistema completo (com veiculo radar, mas apenas com lançadores), aí concordo consigo, é exactamente isso que explica o abate do Mh-17.
Aquilo que não se passou certamente foi o abate com um Su-25 como durante muito tempo aqui defendeu.
Até porque na altura recordo-me perfeitamente como a RT noticiou de forma entusiasmada o abate que mais um avião de transporte ucraniano pelos separatistas. A noticia foi rapidamente apagada do site quando se descobriu que afinal era um avião civil.
Situação ucraniana
Yanukovich à última da hora rejeitou o acordo económico europeu e virou-se para a contra-proposta russa. E quem não se curva à vontade de Washington, ganha um inimigo mortal ( que o diga Sá Carneiro)
Enquanto que para os EUA a ucrânia é apenas um instrumento de destabilização da reemergente Russia , para esta é uma questão de segurança nacional. No início dos anos 90 foi prometido aos líderes russos que a NATO não se expandaria para o leste europeu. Hoje, como se pode ver, foi mais uma mentira do Ocidente.E o sonho de se instalar na vizinha da Russia persiste.
Se a Russia quisesse podia tomar o donbass à força, mas não é isso que faz. A mesma sondagem que foi feita para a crimeia, foi feita para o donbass e os resultados na altura foram no sentido de continuidade dentro da Ucrania. Face ao massacre a que sujeitaram o donbass desde a rebelião, Kiev perdeu a alma daquela gente. No entanto a Russia não defende a independência do Donbass ou a sua integração na Russia. O que a Russia pede, e parece-me que é razoável e justo, é que as vozes dessas populações sejam ouvidas, que a sua identidade cultural seja respeitada. Que os habitantes possam ter mais autonomia para determinarem a sua politica económica e nomearem directamente quem os governa. Uma descentralização do poder de Kiev que tenha em conta as sensibilidades históricas e sociais da Ucrânia que está longe de ser um país unicolor. O oeste e leste são bem diferentes.
A Rússia podia tomar todo leste Ucraniano à força, e até mesmo toda a Ucrânia (ainda que com elevados custos). Quando a isso não tenho a menor dúvida.
Mas a Rússia, caríssimo, não tem interesse nenhum em tomar o donbass. O dombass não lhes interessa nem serviria para nada. Daí a sondagem ter dado, segundo afirma, que o dombass queria continuar na Ucrânia, as sondagens dão sempre o que interessa à Rússia.
Isto não é novidade nenhuma, só talvez para si. Mas a Rússia quer simplesmente controlar politicamente regiões na Ucrânia, regiões estas que através de uma desejada federalização do país passariam a ter direito de voto sobre todas as decisões do governo central ucraniano. É isto e nada mais que a Rússia quer.
A Rússia simplesmente quer poder controlar os destinos da Ucrânia, seja pelo controlo do governo central, que actualmente não tem mas antes tinha, seja pelo controlo de regiões rusofonas com direito de veto. Tornar o Dombass independente, algo que a Rússia faria de forma muito fácil, simplesmente iria leva-los a perder qualquer hipótese de controlar a Ucrânia.
Assim a Rússia, enquanto não tiver controlo sobre o poder central de Kiev vai manter uma situação de conflito permanente no leste. Um tipo de situação que não ata nem desata, ora avançam os separatistas, ora avançam os ucranianos, talvez ganhar Mariupol para ter acesso terrestre à Crimeia. E assim vai continuando. O governo Russo está se pouco chateando para o numero de civis e soldados que morrem, em termos de esforço militar é um esforço pequeno que até serviria de treino para o exercito russo.
O mais chato são mesmo as sanções e a queda do petróleo, não fosse isso e a situação era ideal para a Rússia. Uma Ucrânia em chamas nunca entrará para a NATO.
Já agora, caro mafarrico, se me permite faria outra pergunta:
Se acha que a situação ucraniana não é causada pela Rússia, porque razão vem postar textos e fontes sobre o conflito na Ucrânia num tópico exclusivo sobre a Rússia?